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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE FINANÇAS E GESTÃO COORPORATIVA GERENCIAMENTO DE CUSTOS DE UM PROJETO KÁTIA MARISA SOARES DA SILVA DE SOUZA RIO DE JANEIRO JULHO/2009 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE FINANÇAS E GESTÃO COORPORATIVA GERENCIAMENTO DE CUSTOS DE UM PROJETO Dissertação apresentada à Universidade Cândido Mendes, como requisito para Obtenção do título de Pós Graduada em Finanças e Gestão Coorporativa Campo do Conhecimento Gestão de Custos Orientador: Profº Luciano Gerard RIO DE JANEIRO 2009 3 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus e a Virgem Maria que me possibilitaram chegar aonde cheguei, tendo sabedoria para aproveitar e fazer valer a todas as oportunidades que me foram dadas. Agradeço a minha família que sempre me apoiou, a começar pelos meus amados pais que sempre me ensinaram que o conhecimento e o estudo são as mais valiosas armas de um homem. Ao meu marido Eduardo, que sempre esteve ao meu lado desde o início da minha vida profissional e acadêmica, que sempre me incentivou a prosseguir, mesmo com todos os obstáculos encontrados, que sempre me amou e valorizou cada conquista. A Maria Eduarda, minha filha, em quem penso cada vez que inicio uma nova empreitada, cada vez que avalio se vale a pena todo o tempo que fico longe dela, e que me enche de orgulho e alegria. Agradeço aos meus amigos que entendem a minha ausência e nunca desistem de mim. Agradeço à Galvão Engenharia que investe em mim e me proporciona uma carreira de sucesso e grande aprendizado, esse agradecimento é especial ao meu Diretor de Operações Jorge Paolo Lanzuolo que sempre acreditou na minha capacidade e me deu oportunidade de desenvolvimento. Agradeço a minha amiga e colega de trabalho Fernanda Areas que sempre me ajudou muito e me apoiou nos momentos mais difíceis, em quem sempre acreditei e por quem torço. Agradeço ao meu grupo de estudo que me acompanhou desde o inicio e seguiu unido até o final. E não poderia deixar de agradecer ao meu orientador, Professor Luciano Gerard, que teve paciência com a minha dificuldade de tempo, que me orientou e agregou muito conhecimento nas cadeiras ministradas. 4 RESUMO Esse trabalho apresenta uma série de reflexões sobre as dificuldades detectadas no momento da implantação de um sistema de gerenciamento de custos em um projeto. Essas dificuldades, em algumas situações, podem ser decorrentes de questões de abrangência conceitual, envolvendo desde o conceito de custo e uma visão conceitual a cerca deste, até a compreensão das características dos diversos métodos disponíveis. Em outras vezes, o que se dá é uma falta de clareza quanto à definição dos objetivos a serem lançados com o sistema de custos e à sua correta adequação às estratégias da empresa. Por fim, podem ocorrer obstáculos internos que surgem no momento da implantação do sistema de custos no projeto. Palavras-chave: custos, sistemas de custos, recursos, sistemas de gestão, necessidades gerenciais. 5 INTRODUÇÃO No ambiente competitivo em que as empresas estão inseridas atualmente, principalmente, em se tratando de obras, com os BDI’s alinhados a nova realidade de mercado, verifica-se um crescimento e valorização da importância de uma adequada gestão de custos, objetivando a manutenção de sua sustentação competitiva no mercado. Para ser bem sucedida nesse aspecto, a empresa deve implantar em seu ambiente operacional uma tecnologia de gestão compatível com suas necessidades gerenciais de controle de custo, de avaliação de resultados, de análise de margem de contribuição, de tomada de decisões de mudanças em processos executivos, de avaliação dos benefícios da utilização de tecnologias avançadas de produção e de apoio ao planejamento estratégico da empresa. As dificuldades normalmente encontradas referem-se aos aspectos conceituais e culturais de cada empresa. Maior ainda será esta dificuldade em caso de consórcios, onde duas ou mais empresas trabalham com um único objetivo, porém com conceitos e culturas tão distintos. 6 SUMÁRIO CAPÍTULO I A EMPRESA DE CONSTRUÇÃO E MONTAGEM 07 CAPÍTULO II O PROJETO 15 CAPÍTULO III GERENCIAMENTO DE CUSTOS DE UM PROJETO 20 CAPÍTULO IV ESTUDO DE CASO 43 CONCLUSÃO 47 BIBLIOGRAFIA 49 7 CAPÍTULO I A EMPRESA DE CONSTRUÇÃO E MONTAGEM A empresa adotada como fonte de estudo para o desenvolvimento desta monografia é uma sociedade anônima de capital fechado com sede na cidade de São Paulo e operações em diversos estados do Brasil. Fundada em 1º de fevereiro de 1996, posiciona-se entre as dez maiores empresas do segmento de engenharia e construção. O foco prioritário de sua atuação está no gerenciamento da implementação de projetos de infra-estrutura para clientes da iniciativa privada e do setor público. Ao longo dos anos, a empresa desenvolveu expertise em diversas áreas, com destaque para os setores de óleo e gás, de energia elétrica, de infra-estrutura rodoviária, aeroviária, portuária e ferroviária, de saneamento e de construção industrial. Em 2007, esteve envolvida na execução de 58 obras e projetos em oito estados. Para fortalecer a prospecção de novos negócios em regiões e segmentos estratégicos e a oferta cada vez mais qualificada de serviços, concentra sua atuação em seis unidades de negócios, que se apresentam nomeadas por ramos de especialização e localização geográfica. As unidades com atuação em segmentos específicos são as seguintes: Óleo e Gás, Energia e Equipamentos. Outras três designam vínculo com mercados regionais. São unidades de negócios Sudeste (ex-Unidade São Paulo), Nordeste e Centro-Minas (ex-Unidade Minas Gerais). Desde o ano passado, a empresa conta também com um escritório em Brasília, constituído para coordenar o relacionamento comercial, operacional e institucional com órgãos de administração pública federal. Como organização integrada à vida brasileira, busca manter uma interação ética e produtiva com os segmentos econômicos, o poder público, a 8 concorrência e a comunidade. Como conseqüência, procura estabelecer parcerias com organismos setoriais e instituições representativas da sociedade. A seguir: Figura 1. estrutura organizacional da empresa: A unidade de negócio responsável pela área de Construção e Montagem é a Unidade de Óleo e Gás, onde esta unidade tem toda a autonomia de prospecção do negócio e a fechamento dos contratos e execução dos projetos. 9 A estrutura organizacional desta unidade é semelhante a estrutura principal da sua Matriz. A seguir: Figura 2. setores e suas responsabilidades: Diretor Regional RJ - Offshore Analista de RH Recrutamento e Seleção Assistente de RH Coordenadora de RH Coordenador de SSMQ Analista Financeiro Analista Financeiro Analista Fiscal Supervisora Financeiro Analista de Pessoal Encarregado de DP Assistente TI Analista de TI Trainee ADM Secretária Diretoria Gerência Administrativa Financeira Eng. ADM Contratual Controller Eng. ADM Contratual Eng. ADM Contratual/CustosTrainee Eng.Civil Est. Eng. Mecânica Gerente ADM Contratual Engenheiro de Orçamentos Tec. Planejamento Engenheiro de Orçamentos Assistente ADM Gerência Comercial Novos Negócios Comercial/Orçamentos Diretoria Comercial Gerência Operacional Obras Diretoria Operacional Assistente ADM Supervisor de Suprimentos Diretor Regional RJ - Óleo e Gás Com relação a estrutura de uma obra de construção e montagem, a estrutura mínima para a execução de um projeto, contempla as seguintes gerências: 10 GERERÊNCIA DE CONTRATO - Gestão do Projeto GERERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE D ECUSTO - Controle de prazos e medições - Orçamento e custo - Apropriações técnicas de campo GERERÊNCIA DE PRODUÇÃO - Produção civil em terra - Topografia - Produção civil em mar - Mecânica/ Elétrica GERÊNCIA DE QMSR - Garantia da qualidade - Comunicação social - Meio Ambiente - Saúde do Trabalho - Segurança do trabalho - Documentação - Ambulância - Lancha ambulância - Data Book GERÊNCIA ADM/FINANCEIRA - Contabilidade e financeiro - Departamento pessoal/RH - Téc. Informação e comunicação - Serviços Gerais 11 - Tranporte em terra e mar - Almoxarifado/ controle de estoque - Publicidade GERÊNCIA DE ENG/PROJETOS - Apoio técnico para desenhos - Análise de projetos - Memoriais descritivos - Documentação técnica - Arquivo técnico GERÊNCIA DE LOGIS/SUPRIMENTO - Cotação e controle de contratos - Compra de materiais - Locação de equipamentos - Manutenção e controle de equipamentos GERENTE DE ADM CONTRATUAL - Atestação Técnica - Gestão contratual com o cliente - RDO - Correspondências enviadas e recebidas - Gerenciamento de riscos contratuais • - Elaboração de contrato de terceiros Uma obra de construção e montagem exige perfeita integração entre maquinário, infraestrutura e sistemas e, independente de seu ramo de atividade, possui muitas particularidades a serem consideradas no projeto inicial. 12 O desenvolvimento de grandes projetos de obras industriais inicia-se a partir do conhecimento que o corpo de engenharia e a equipe desenvolvedora têm a respeito do processo produtivo e a relação entre sistemas e equipamentos envolvidos nesse processo. O ponto de partida de empreendimento de construção e montagem é o projeto básico, no qual se detalha a tecnologia a ser empregada, definem-se os equipamentos e necessidades de consumo de utilidades tais como energia elétrica, água, vapor e outras facilidades, além de envolver estudos de viabilidade econômica, social, de mercado e a tecnologia que a atividade da empresa exige. Só então é possível partir para a identificação de aspectos como impactos aos meios biótico, econômico, social e atmosférico, aquisição de equipamentos, projeto de detalhamento, construção e montagem industrial. A gestão de implantação deste tipo de empreendimento tem como principal função a integração entre o trabalho das equipes de Engenharia, de Suprimentos e de Produção. Grandes grupos industriais possuem corpo técnico próprio para tais atividades. Outros empreendedores contratam externamente esse serviço. Geralmente, a implantação de uma obra de construção e montagem é dividida em projeto básico, planejamento, projeto de detalhamento, suprimentos, produção, pré-operação, testes e operação. Em cada etapa, são realizadas a definição do escopo das instalações a serem projetadas, o estudo de pontos e diretrizes de projeto e a discussão e definição das premissas junto ao cliente. Embora cada projeto tenha características particulares, pode-se sintetizar as etapas do desenvolvimento desses projetos em: projeto básico, planejamento, detalhamento, suprimentos, construção e montagem. 13 1.1 Projeto básico É a coleta de todas as informações necessárias, iniciando-se pela análise e definição da tecnologia a ser utilizada, do "layout" preliminar das instalações, de ocupação dos ambientes a serem construídos. A definição da tecnologia é de suma importância para o empreendimento, podendo ser nacional ou adquirida no exterior, dependendo do tipo de produto industrial do empreendimento. Nessa fase, é importante obter o maior número possível de informações sobre a obra a ser construída para que o projetista possa entender plenamente as necessidades finais do cliente. Faz-se o mensuramento da capacidade produtiva da empresa e provisionam-se custos inerentes à instalação da indústria e de produção, como consumo de recursos naturais, estação de tratamento de água e de efluentes industriais, energia entre outros. 1.2 Planejamento e detalhamento Neste Setor são detalhadas as atividades desde o projeto até a fase final de pré-operação, de forma a abranger e prever os prazos de todas as fases envolvidas. Em seguida, parte-se para o detalhamento ou projeto executivo, que tem como finalidade aprofundar e detalhar as informações do projeto básico de maneira a permitir os trabalhos de compra de materiais e equipamentos e os serviços de campo de construção e montagem eletromecânica. São realizados todos os cálculos de engenharia, determinado o layout final das instalações industriais, confirmadas as demandas de energia, água, utilidades, comunicações, sistemas de segurança, infraestrutura como drenagem de águas pluviais e contaminadas, arruamentos, tratamentos de águas, efluentes e outros. 14 O mais importante nessa fase é a discussão de alternativas de projeto e a análise de custos e benefícios para que seja possível indicar a melhor forma de construção. Também, nessa fase, é realizada a análise de forma mais detalhada de interferências construtivas, por vezes encontradas em instalações existentes, que devem ser eliminadas para o prosseguimento normal dos projetos e construção. Ficam determinados os desenhos e memoriais de cálculo e descritivos das instalações de forma a definir fisicamente o aspecto construtivo e dimensional da obra bem como os tipos mais adequados de materiais e técnicas de aplicação e serviços a serem utilizados. 1.3 Suprimentos É o responsável pela aquisição de materiais e equipamentos necessários ao empreendimento. Entre suas atividades cabe também o diligenciamento e a inspeção dos materiais e equipamentos antes de sua liberação para utilização nas obras. Aqui, novamente, são analisados aspectos como custo e benefício das possíveis alternativas de projeto, mas de forma mais específica e pontual. 1.4 Produção Essa etapa hoje é entendida como a parte estrutural que contempla a terraplanagem, a concretagem, a montagem dos equipamentos, tubulações, instalações elétricas e de instrumentação e automação das estruturas metálicas. Não é difícil imaginar que, à medida que o projeto estiver sendo implementado, surgirão inúmeros pontos a serem compatibilizados. 15 CAPÍTULO II O PROJETO 2.1 Definições Segundo os conceitos do PMI, descritos no PMBOK: Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Projetos ao freqüentemente implementados como um meio de executar um plano estratégico da organização. As organizações executam trabalho. O trabalho envolve serviços continuados e/ou projetos, embora possa haver uma superposição entre os dois. Serviços continuados e projetos possuem muitas características comuns, por exemplo, ambos são: - Executados por pessoas - Restringidos por recursos limitados - Planejados, executadose controlados Serviços continuados e projetos diferem principalmente porque enquanto os primeiros são contínuos e repetitivos, os projetos são temporários e únicos. Assim, um projeto pode ser definido em termos de suas características distintas – um projeto pode ser definido em termos de suas características distintas – um projeto é um empreendimento temporário como o objetivo de criar um produto ou serviço único. ü Temporário Temporário significa que todos os projetos possuem um início e um final definidos. O final é alcançado quando os objetivos do projeto tiverem sido atingidos, quando se tornar claro que os objetivos do projeto não serão ou não poderão ser atingidos ou quando não existir mais a necessidade do projeto e 16 ele for encerrado. Temporário, não significa necessariamente de curta duração; muitos projetos duram vários anos. Em todos os casos, no entanto, a duração de um projeto é finita. Projetos não são esforços contínuos. Além disso, geralmente o termo temporário não se aplica ao produto, serviço ou resultado criado pelo projeto. A maioria dos projetos é realizada para criar um resultado duradouro. Por exemplo, um projeto para erguer um monumento nacional criará um resultado que deve durar séculos. ü Produtos, serviços ou resultados exclusivos Um projeto cria entregas exclusivas, que são produtos, serviços ou resultados. Os projetos podem criar: • Um produto ou objeto produzido, quantificável e que pode ser um item final ou um item componente • Uma capacidade de realizar um serviço, com funções de negócios que dão suporte à produção ou à distribuição • Um resultado, como resultados finais ou documentos. Por exemplo, um projeto de pesquisa desenvolve um conhecimento que pode ser usado para determinar se uma tendência está presente ou não, ou se um novo processo irá beneficiar a sociedade. A singularidade é uma característica importante das entregas de um projeto. Por exemplo, muitos milhares de prédios de escritórios foram construídos, mas cada prédio em particular é único, tem proprietário diferente, projeto diferente, construtora diferente, etc. A presença de elementos repetitivos não muda a singularidade fundamental do trabalho do projeto. 17 ü Elaboração progressiva A elaboração progressiva é uma característica de projetos que integra os conceitos de temporário e exclusivo. Elaboração progressiva significa desenvolver em etapas e continuar por incrementos. Por exemplo, o escopo do projeto será descrito de maneira geral no início do projeto e se tornará mais explícito e detalhado conforme a equipe do projeto desenvolve um entendimento mais completo dos objetivos e das entregas. A elaboração progressiva não deve ser confundida com aumento do escopo. A elaboração progressiva das especificações de um projeto deve ser cuidadosamente coordenada com a definição adequada do escopo do projeto, particularmente se o projeto for realizado sobre contrato. Quando adequadamente definido, o escopo do projeto, o trabalho a ser feito, deve ser controlado conforme as especificações do projeto e do produto são progressivamente elaboradas. ü Projetos x Trabalho operacional As organizações realizam um trabalho para atingir um conjunto de objetivos. Em geral, o trabalho pode ser categorizado como projetos ou operações, embora os dois ocasionalmente se sobreponham. Eles compartilham muitos das seguintes características: • Realizado por pessoas • Restringido por recursos limitados • Planejado, executado e controlado Os projetos e as operações diferem principalmente no fato de que as operações são contínuas e repetitivas, enquanto os projetos são temporários e exclusivos. 18 Os objetivos dos projetos e das operações são fundamentalmente diferentes. A finalidade de um projeto é atingir seu objetivo e, em seguida terminar. Por outro lado, o objetivo de uma operação contínua é manter o negócio. Os projetos são diferentes porque o projeto termina quando seus objetivos específicos foram atingidos, enquanto as operações adotam um novo conjunto de objetivos e o trabalho continua. Os projetos são realizados em todos os níveis da organização e podem envolver uma única pessoa ou muitos milhares de pessoas. Sua duração varia de poucas semanas a vários anos. Os projetos podem envolver uma ou várias unidades organizacionais, como joint ventures e parcerias. Exemplos de projetos incluem, mas não se limitam a: ü Projetos e planejamento estratégico Os projetos são um meio de organizar atividades que não podem ser abordadas dentro dos limites operacionais normais da organização. Os projetos são, portanto, freqüentemente utilizados como meio de atingir o plano estratégico de uma organização, seja a equipe do projeto formada por funcionários da organização ou um prestador de serviço terceirizado. Os projetos são normalmente autorizados como o resultado de uma ou mais das seguintes considerações estratégicas: • Uma demanda de mercado (por exemplo, uma companhia de petróleo autoriza um projeto para construir uma nova refinaria em resposta a um problema crônico de falta de gasolina) • Uma necessidade organizacional (por exemplo, uma empresa de treinamento autoriza um projeto para criar um novo curso para aumentar sua receita) 19 • Uma solicitação de um cliente (por exemplo, uma companhia de energia elétrica autoriza um projeto de construção de uma nova subestação para atender a um novo parque industrial) • Um avanço tecnológico (por exemplo, uma empresa de software autoriza um novo projeto para desenvolver uma nova geração de vídeos games após o lançamento de um novo equipamento para jogos por empresas de produtos eletrônicos) • Um requisito legal (por exemplo, um fabricante de tintas autoriza um projeto para estabelecer diretrizes para o manuseio de um novo material tóxico). 20 CAPÍTULO III GERENCIAMENTO DE CUSTOS DE UM PROJETO O Gerenciamento do Custo do Projeto inclui os processos necessários para assegurar que o projeto será concluído dentro do orçamento aprovado. Segundo o Guia PMBOK, o gerenciamento de custos do projeto inclui os processos envolvidos em planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que seja possível terminar o projeto dentro do orçamento aprovado A Figura 4-1 fornece uma visão geral dos três processos abaixo, enquanto a Figura 3-2 fornece uma visão do fluxo de processos desses processos e suas entradas e saídas, além de outros processos de área de conhecimento relacionados: • Planejamento de Recursos – definição de quais recursos (pessoas, equipamentos e materiais) e que quantidade de cada deve ser usada para executar as atividades do projeto. • Estimativa de custos - desenvolvimento de uma estimativa dos custos dos recursos necessários para terminar as atividades do projeto. • Orçamentação - agregação dos custos estimados de atividades individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos. • Controle de custos - controle dos fatores que criam as variações de custos e controle das mudanças no orçamento do projeto. Esses processos interagem entre si e também com processos nas outras áreas de conhecimento. Cada processo pode envolver esforço de uma ou mais pessoas ou grupos de pessoas, dependendo das necessidades do projeto. Cada processo ocorre pelo menos uma vez em todos os projetos e também em uma ou mais fases do projeto, se ele estiver dividido em fases. 21 Embora os processos estejam apresentadosaqui como elementos distintos com interfaces bem definidas, na prática eles podem se sobrepor e interagir de maneiras não detalhadas aqui. O gerenciamento de custos do projeto trata principalmente do custo dos recursos necessários para terminar as atividades do cronograma. No entanto, o gerenciamento de custos do projeto também deve considerar o efeito das decisões do projeto sobre o custo de utilização, manutenção e suporte do produto, serviço ou resultado do projeto. Por exemplo, a limitação do número de revisões de projeto pode reduzir o custo do projeto à custa de um aumento nos custos operacionais do cliente. Essa visão mais ampla do gerenciamento de custos do projeto muitas vezes é chamada de estimativa de custos do ciclo de vida. A estimativa de custos do ciclo de vida, juntamente com técnicas de engenharia de valor, pode aprimorar a tomada de decisões e é usado para reduzir o custo e o tempo de execução e para melhorar a qualidade e o desempenho da entrega do projeto. Em muitas áreas de aplicação, a previsão e a análise do desempenho financeiro esperado do produto do projeto são realizadas fora do projeto. Em outras, como em um projeto de infra-estrutura urbana, o gerenciamento de custos do projeto pode incluir esse trabalho. Quando essas previsões e análises são incluídas, o gerenciamento de custos do projeto irá abordar processos adicionais e diversas técnicas de gerenciamento geral, como retomo sobre o investimento, fluxo de caixa descontado e análise de retomo de capital investido. O gerenciamento de custos do projeto considera as necessidades de informação das partes interessadas no projeto. Diferentes partes interessadas irão medir os custos do projeto de diferentes maneiras e em momentos diferentes. Por exemplo, o custo de um item adquirido pode ser medido quando a decisão de aquisição é tomada ou lançada, o pedido é colocado, o item é enviado e o custo real é incorrido ou registrado para fins de contabilidade do projeto. Em alguns projetos, especialmente os que apresentam menor escopo, a estimativa de custos e a orçamentação estão ligadas de forma tão 22 estreita que são consideradas um único processo, que pode ser realizado por uma única pessoa durante um período de tempo relativamente curto. Esses processos são apresentados aqui como processos distintos porque as ferramentas e as técnicas para cada um deles são diferentes. A capacidade de influencia o custo é maior nos estágios iniciais do projeto e esse é o motivo pelo qual a definição do escopo logo no início é essencial. Embora não esteja mostrado aqui como um processo distinto, o trabalho envolvido na execução dos três processos do gerenciamento de custo do projeto é parecido de um esforço de planejamento da equipe de gerenciamento de projetos. Esse esforço de planejamento faz parte do processo Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto, que produz um plano de gerenciamento de custos que determina o formato e estabelece os critérios para planejar, estruturar, estimar, orçar e controlar os custos do projeto. Os processos de gerenciamento de custos e suas ferramentas e técnicas associadas variam de acordo com a área de aplicação, geralmente são selecionados durante a definição do ciclo de vida do projeto e são documentados no plano de gerenciamento de custos. 3.1 Estimativa de custos A estimativa dos custos envolve desenvolver uma estimativa dos custos dos recursos necessários a implementação das atividades do projeto. No custo aproximado, o estimante considera as causas da variação da estimativa final para a melhor proposta de gerenciamento do projeto. Quando o projeto é realizado sob um contrato, devem ser tomados cuidados para distinguir custos estimados de preço. A estimativa dos custos envolve elaborar uma avaliação quantitativa dos resultados prováveis (quanto custará para a organização o fornecimento do produto ou serviço envolvido)? O preço é uma decisão de negócio – quanto à organização cobrará pelo produto ou serviço – que usa as estimativas de custo como uma das várias considerações. 23 A estimativa dos custos inclui identificar e considerar várias alternativas de custo. Por exemplo: na maioria das áreas de aplicação, considera-se amplamente que o trabalho adicional durante a fase de projeto (design) tem o potencial de redução do custo na fase de produção. O processo de estimativa dos custos deve considerar se o custo do trabalho adicional na fase de projeto irá compensar a economia esperada. Figura 3.1 Visão geral do gerenciamento de custos do projeto Fonte: PMBOK – Project Manegement Institute 24 3.2 Fluxograma de processo de gerenciamento de custos de projeto O gerenciamento de custos do projeto inclui os processos envolvidos em planejamento, estimativa, orçamentação e controle de custos, de modo que seja possível terminar o projeto dentro do orçamento aprovado A Figura 3.2 fornece uma visão geral dos três processos abaixo, enquanto a Figura 3-4 fornece uma visão do fluxo de e suas entradas e saídas, além de outros processos de área de conhecimento relacionados: Figura 3.2 Fluxograma de processo de gerenciamento de custos de projeto Fonte: PMBOK – Project Manegement Institute 25 3.3 Entradas, ferramentas e técnicas e saídas 3.3.1 Entradas para a Estimativa dos Custos Estrutura analítica do projeto. A EAP é usada para organizar a estimativa dos custos e assegurar que todo o trabalho identificado foi estimado. Recursos requeridos. Custo unitário de recursos. O indivíduo ou grupo que elabora a estimativa deve ter o conhecimento das taxas unitárias (por exemplo, custo horário de pessoal, custo do volume de material por jarda cúbica) de cada recurso para calcular o custo do projeto. Se as taxas não forem conhecidas, as mesmas podem ser estimadas. Estimativas da duração da atividade. A estimativa da duração da atividade afetará as estimativas dos custos de qualquer projeto onde o orçamento do projeto inclui subsídios para os custos de financiamento (por exemplo, taxas de juros - interest charges). Publicações de estimativas. Disponibilizam comercialmente dados de estimativa de custo. Informações históricas. As informações referentes a diversas categorias de recursos estão disponíveis, freqüentemente, em uma ou mais das seguintes fontes: Arquivos de Projeto: uma ou mais de uma das organizações envolvidas no projeto podem ter armazenado em seus arquivos resultados de projetos anteriores, os quais, sendo suficientemente detalhados, auxiliarão na elaboração da estimativa dos custos. Em algumas áreas de aplicação, os membros individuais da equipe podem possuir tais dados armazenados. Base de Dados Comercial para a Estimativa dos Custos: informações históricas, usualmente, estão disponíveis comercialmente. 26 Conhecimento da Equipe de Projeto: os membros individuais da equipe de projeto podem lembrar-se de estimativas ou dados reais anteriores. Embora essas lembranças possam ser úteis, geralmente são menos confiáveis do que os resultados documentados. Plano de Contas. O plano de contas descreve a estrutura de codificação utilizada pela organização para reportar as informações financeiras para o seu sistema geral de contabilidade. As estimativas do custo do projeto devem ser alocadas na categoria contábil correta. Riscos. A equipe do projeto identifica informações de riscos, quando produz estimativas que podem ter um significativo impacto no custo, sejam elas uma ameaça ou uma oportunidade. A equipe considera o tamanho daconseqüência do risco na estimativa de custo para cada atividade. 3.3.2 Técnicas e Ferramentas para a Estimativa dos Custos Estimativas por analogias. Nas estimativas por analogia, também chamadas de estimativas top-down, usam-se os custos reais de projetos anteriores similares como base para a estimativa do custo do projeto corrente. É freqüentemente usada na estimativa dos custos totais do projeto quando existe uma quantidade limitada de informações detalhadas sobre o projeto (por exemplo, nas fases iniciais). As estimativas análogas são uma forma de avaliação especializada. As estimativas por analogia são geralmente menos dispendiosas que outras técnicas, mas, também, freqüentemente menos precisas. São mais confiáveis quando (a) os projetos anteriores são semelhantes de fato e não apenas na aparência (b) os indivíduos ou grupos que estão preparando as estimativas possuem a experiência ou perícia necessária. Modelo paramétrico. No modelo paramétrico utilizam-se características do projeto (parâmetros) em modelos matemáticos para prever os custos do projeto. 27 Tanto o custo quanto à precisão do modelo paramétrico variam amplamente. Serão provavelmente mais realistas quando (a) as informações históricas utilizadas no desenvolvimento forem precisas, (b) os parâmetros usados no modelo forem prontamente quantificáveis, e (c) o modelo for escalonável (por exemplo, quando ele funcionar bem tanto para grandes projetos quanto para projetos menores). Estimativas de baixo para cima (Bottom-up). Esta técnica envolve estimar o custo individual das atividades ou dos pacotes de trabalho, depois sumarizá-los ou agregá-los para obter a estimativa total do projeto. O custo e a precisão das estimativas de baixo para cima são direcionados pelo tamanho e complexidade das atividades individuais ou dos pacotes de trabalho: atividades mais detalhados de trabalho aumentam tanto o custo quanto à precisão de uma estimativa. A equipe de gerência do projeto deve pesar o aumento da precisão contra o custo adicional. Ferramentas computadorizadas. As ferramentas computadorizadas, tais como softwares de gerência de projeto, planilhas (spreadsheets) e ferramentas de simulação/estatística, são amplamente utilizadas no apoio à estimativa dos custos. Tais produtos podem simplificar o uso das ferramentas descritas anteriormente e, portanto, agilizar as considerações de muitas alternativas de custo. 3.3.2.1 Estimativa análoga Fazer uma estimativa de custos análoga significa usar o custo real dos projetos anteriores semelhantes como base para estimar os custos do projeto atual. A estimativa de custos análoga é freqüentemente usada para estimar custos quando existe uma quantidade limitada de informações detalhadas sobre o projeto (por exemplo, nas fases iniciais). A estimativa de custos análoga usa uma opinião especializada. 28 A estimativa de custos análoga geralmente custa menos que outras técnicas, mas também em geral é menos precisa. Ela é mais confiável quando os projetos anteriores são verdadeiramente, e não apenas aparentemente, semelhantes e as pessoas ou grupos que preparam as estimativas possuem a especialização necessária. 3.3.2.2 Valores de custo de recursos A pessoa que determina os valores ou o grupo que prepara as estimativas deve conhecer os valores de custo unitário, como o custo de um funcionário por hora e o custo do material a granel por metro cúbico, para cada recurso a fim de estimar os custos das atividades do cronograma. Coleta de cotações é um método de obtenção de valores. Para produtos, serviços ou resultados a serem obtidos sob contrato, é possível incluir os valores padrão com fatores de reajuste no contrato. A obtenção de dados a partir de bancos de dados comerciais e listas de preços de fornecedores publicadas é outra fonte de valores de custo. Se os valores reais não forem conhecidos, será necessário estimar os próprios valores. 3.3.2.3 Estimativa "bottom-up" Esta técnica envolve a estimativa dos custos de pacotes de trabalho individuais ou de atividades do cronograma individuais com o nível mais baixo de detalhes. Esses custos detalhados são, então, sumarizados, ou seja, os detalhes são "recolhidos", restando apenas os níveis mais altos para fins de distribuição de informações e acompanhamento. O custo e a exatidão da estimativa de custos "bottom-up" normalmente são motivados pelo tamanho e pela complexidade da atividade do cronograma ou do pacote de trabalho individual. Em geral, as atividades com menor esforço associado aumentam a exatidão das estimativas de custos da atividade do cronograma. 29 3.3.2.4 Estimativa paramétrica A estimativa paramétrica é uma técnica que utiliza uma relação estatística entre dados históricos e outras variáveis (por exemplo, metros quadrados em construção, linhas de código em desenvolvimento de software, horas de mão-de-obra necessárias) para calcular uma estimativa de custos para um recurso de uma atividade do cronograma. Esta técnica pode produzir níveis mais altos de exatidão dependendo da sofisticação e também da quantidade de recursos e dos dados de custos subjacentes incorporados ao modelo. Um exemplo relacionado ao custo envolve multiplicar a quantidade planejada de trabalho a ser realizado pelo custo histórico por unidade para obter o custo estimado. 3.3.2.5 Software de gerenciamento de projetos Softwares de gerenciamento de projetos, como aplicativos de software para estimativa de custos, planilhas computadorizadas e ferramentas estatísticas e de simulação, são amplamente usados para auxiliar na estimativa de custos. Essas ferramentas podem simplificar o uso de algumas técnicas de estimativa de custos e, portanto, facilitar uma análise rápida de diversas alternativas de estimativa de custos. 3.3.2.6 Análise de proposta de fornecedor Outros métodos de estimativa de custos incluem a análise de proposta de fornecedor e uma análise de quanto o projeto deve custar. Em casos em que os projetos foram obtidos através de processos competitivos, a equipe do projeto talvez precise realizar um trabalho adicional de estimativa de custos para examinar o preço de entregas individuais e obter um custo que dê suporte ao custo final total do projeto. 30 3.3.2.7 Análise das reservas Muitos avaliadores de custos incluem as reservas, também denominadas provisões para contingências, como em várias estimativas de custos da atividade do cronograma. Isso traz o problema de exagerar potencialmente a estimativa de custos da atividade do cronograma. As reservas para contingências são custos estimados que devem ser usados a critério do gerente de projetos para lidar com eventos antecipados mas não garantidos. Esses eventos são "desconhecidos conhecidos" e fazem parte de escopo de projeto e das linhas de base dos custos. Uma opção para gerenciar as reservas para contingências dos custos é agregar a reserva para contingências dos de custos da atividade do cronograma de um grupo de atividades relacionadas em uma única reserva para contingências que é atribuída a uma atividade do cronograma. Essa atividade do cronograma pode ser uma atividade com duração nula que é colocada no caminho de rede daquele grupo de atividades do cronograma e é usada para manter a reserva para contingências dos custos. Um exemplo dessa solução para gerenciar as reservas para contingências dos custos é atribuí-Ias no nível de pacote de trabalho a uma atividade com duração nula, que se estende do início ao fim da sub-rede do pacote de trabalho. Conforme as atividadesdo cronograma se desenvolvem, é possível ajustar a reserva para contingências, conforme medida pelo consumo de recursos das atividades do cronograma com duração não-nula. Como resultado, as variações de custos das atividades do grupo de atividades do cronograma relacionado são mais exatas, pois se baseiam nas estimativas de custos que não são pessimistas. Alternativamente, a atividade do cronograma pode ser uma atividade buffer no método da cadeia crítica e é intencionalmente colocada diretamente no final do caminho de rede desse grupo de atividades do cronograma. Conforme as atividades do cronograma se desenvolvem, é possível ajustar a reserva para contingências, conforme medida pelo consumo de recursos das atividades não-buffer do cronograma. Como resultado, as variações de custos das atividades do grupo de atividades do cronograma relacionado são mais exatas, pois se baseiam nas estimativas de custos que não são pessimistas. 31 3.3.2.8 Custo da qualidade O custo da qualidade também pode ser usado para preparar a estimativa de custos da atividade do cronograma. 3.3.2.9 Estimativas de custos da atividade Uma estimativa de custos da atividade é uma avaliação quantitativa dos custos prováveis dos recursos necessários para terminar as atividades do cronograma. Este tipo de estimativa pode ser apresentado na forma sumarizada ou detalhada. Os custos são estimados para todos os recursos aplicados à estimativa de custos da atividade. Isso inclui, mas não se limita a mão-de-obra, materiais, equipamentos, serviços, instalações, tecnologia da informação e categorias especiais como uma provisão para inflação ou uma reserva para contingências dos custos. 3.3.2.10 Detalhes que dão suporte à estimativa de custos da atividade A quantidade e o tipo dos detalhes adicionais que dão suporte à estimativa de custos da atividade do cronograma variam de acordo com a área de aplicação. Independentemente do nível de detalhes, a documentação de apoio deve fornecer uma imagem clara, profissional e completa do que originou a estimativa de custos. Os detalhes que dão suporte às estimativas de custos da atividade devem incluir: • Descrição do escopo do trabalho do projeto da atividade do cronograma • Documentação da base para a estimativa (ou seja, como ela foi desenvolvida) 32 • Documentação de quaisquer premissas feitas • Documentação de quaisquer restrições • Indicação do intervalo de estimativas possíveis (por exemplo, $10.000 (-10% / +15%) para indicar que o item deve custar entre $9.000 e $11.500). 3.3.2.11 Mudanças solicitadas O processo Estimativa de custos pode gerar mudanças solicitadas que podem afetar o plano de gerenciamento de custos, recursos necessários para a atividade e outros componentes do plano de gerenciamento do projeto. As mudanças solicitadas são processadas para revisão e destinação pelo processo Controle integrado de mudanças. 3.3.2.12 Plano de gerenciamento de custos (atualizações) Se as solicitações de mudança aprovadas resultarem do processo Estimativa de custos, o componente plano de gerenciamento de custos do plano de gerenciamento do projeto será atualizado se essas mudanças aprovadas afetarem o gerenciamento dos custos. 3.3.2.13 Orçamentação A orçamentação envolve a agregação dos custos estimados de atividades do cronograma individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos totais para a medição do desempenho do projeto. A declaração do escopo do projeto fornece o orçamento sumarizado. No entanto, as estimativas de custos da atividade do cronograma ou do pacote de trabalho são preparadas antes das solicitações de orçamento detalhado e da autorização do trabalho. 33 Figura 3.3 Estimativa de custos. Entradas, ferramentas e técnicas, e saídas Fonte: PMBOK – Project Manegement Institute 3.4. Saídas da Estimativa dos Custos As estimativas de custo são avaliações quantitativas dos prováveis custos dos recursos requeridos para a implementação das atividades. Podem ser apresentadas detalhadamente ou sumarizadas. Os custos devem ser estimados para todos os recursos que estarão empenhados no projeto. Isto inclui, mas não está limitado a mão-de-obra, materiais, suprimentos e categorias especiais tais como inflação ou reserva de custo. As estimativas de custos são geralmente expressas em unidades monetárias (dólar, euros, yen, etc.) para facilitar comparações tanto dentro ou fora dos projetos. Em alguns casos, o estimador pode usar unidades de medidas para estimar custo, tais como dias, junto com custo estimados, geralmente as estimativas de custo incluem considerações apropriadas ao plano de resposta ao risco, assim como planos de contingências para facilitar o controle apropriado da gerência. As estimativas de custo podem ser beneficiadas por refinamentos ocorridos durante o curso do projeto como reflexo dos detalhes adicionais disponíveis. Em algumas áreas de aplicação, existem orientações (guidelines) de quando tais refinamentos devem ser feitos e qual o grau de precisão esperado. Por exemplo, a “(AACE) Association for the Advancement of Cost 34 Engineering International” identificou cinco tipos de estimativas para os custos de construção durante a engenharia: ordem de grandeza (order of magnitude), conceitual, preliminar, definitiva e controle. Detalhes de suporte. Os detalhes de suporte, no que se refere à estimativa de custos, incluem: 3.4.1 Orçamentação: Entradas 3.4.1.1 Declaração do escopo do projeto As limitações periódicas formais dos gastos de recursos financeiros do projeto podem ser fornecidas no termo de abertura do projeto ou no contrato. Essas restrições de recursos financeiros se refletem na declaração do escopo do projeto e podem ser causadas por autorizações anuais de financiamento pela organização do comprador ou por outras entidades como agências governamentais. 3.4.1.2 Estrutura analítica do projeto A estrutura analítica do projeto (EAP) fornece a relação entre todos os componentes do projeto e as entregas do projeto. 3.4.1.3 Dicionário da EAP O dicionário da EAP e as declarações do trabalho detalhadas relacionadas fornecem uma identificação das entregas e uma descrição do trabalho em cada componente da EAP necessário para produzir cada entrega. 3.4.1.4 Estimativas de custos da atividade As estimativas de custos de cada atividade do cronograma dentro de um pacote de trabalho são agregadas para que seja obtida uma estimativa de custos para cada pacote de trabalho. 35 3.4.1.5 Cronograma do projeto O cronograma do projeto inclui as datas de início e de término planejadas para atividades do cronograma, marcos do cronograma, pacotes de trabalho, pacotes de planejamento e contas de controle do projeto. Essas informações são usadas para agregar custos aos períodos do calendário quando os custos são planejados para ocorrer. 3.4.1.6 Contrato Informações do contrato relacionadas a quais produtos, serviços ou resultados foram comprados e seus custos são usadas no desenvolvimento do orçamento. 3.4.1.7 Plano de gerenciamento de custos O componente plano de gerenciamento de custos do plano de gerenciamento do projeto e outros planos auxiliares são considerados durante a orçamentação. 3.4.1.8 Agregação de custos As estimativas de custos da atividade do cronograma são agregadas por pacotes de trabalho de acordo com a EAP. As estimativas de custos do pacote de trabalho são então agregadas para os níveismais altos de componentes da EAP, como contas de controle, e finalmente para todo o projeto. 3.4.1.9 Análise das reservas A análise das reservas estabelece as reservas para contingências, como a reserva para contingências de gerenciamento, que são provisões para 36 mudanças não planejadas, mas potencialmente necessárias. Essas mudanças podem resultar de riscos identificados no registro de riscos. As reservas para contingências de gerenciamento são orçamentos reservados para mudanças não planejadas, mas potencialmente necessárias no escopo e nos custos do projeto. Elas são "desconhecidas " e o gerente de projetos deve obter aprovação antes de comprometer ou gastar essa reserva. As reservas para contingências de gerenciamento não fazem parte da linha de base dos custos do projeto, mas estão incluídas no orçamento do projeto. Elas não são distribuídas como um orçamento e, portanto, não fazem parte dos cálculos do valor agregado. 3.4.1.10 Estimativa paramétrica A técnica da estimativa paramétrica envolve o uso de características do projeto (parâmetros) em um modelo matemático para prever os custos totais do projeto. Os modelos podem ser simples (por exemplo, a construção de uma residência custará uma determinada quantia por metro quadrado de área útil) ou complexas (por exemplo, um modelo de custos de desenvolvimento de software usa treze fatores de ajuste separados, sendo que cada um deles possui de cinco a sete pontos). Tanto os custos quanto a exatidão dos modelos paramétricos variam amplamente. Existe maior probabilidade de que eles sejam confiáveis quando: • As informações históricas usadas para desenvolver o modelo são precisas • Os parâmetros usados no modelo são prontamente quantificáveis • O modelo é escalável, no sentido de que funciona tanto para um projeto grande quanto para um pequeno. 37 3.4.1.11 Reconciliação dos limites de financiamento Grandes variações nos gastos periódicos de recursos financeiros são geralmente indesejáveis para as operações da organização. Portanto, os gastos de recursos financeiros são reconciliados com os limites de financiamento definidos pelo cliente ou pela organização executora no desembolso de fundos para o projeto. A reconciliação exigirá que os cronogramas do trabalho sejam ajustados para nivelar ou regular essas despesas, o que será realizado colocando restrições de data imposta para alguns pacotes de trabalho, marcos do cronograma ou componentes da EAP no cronograma do projeto. As alterações nos cronogramas podem afetar a alocação de recursos. Se os recursos financeiros forem usados como um recurso limitante no processo Desenvolvimento do cronograma, o processo será repetido usando as novas restrições de data imposta. O produto final dessas iterações de planejamento é uma linha de base dos custos. 3.4.1.12 Linha de base dos custos A linha de base dos custos é um orçamento dividido em fases usado como base em relação à qual será medido, monitorado e controlado o desempenho de custos geral no projeto. Ela é desenvolvida somando-se os custos estimados por período e geralmente é exibida na forma de uma curva S, conforme ilustrado na Figura 4-5. A linha de base dos custos é um componente do plano de gerenciamento do projeto. Muitos projetos, especialmente os grandes, possuem várias linhas de base dos custos e dos recursos e linhas de base de produção de consumíveis (por exemplo, metros cúbicos de concreto por dia) para medir os diferentes aspectos do desempenho do projeto. Por exemplo, a gerência pode exigir que o gerente de projetos acompanhe os custos internos (mão-de-obra) separadamente dos custos externos (empreiteiros e materiais de construção) ou das horas de mão-de-obra totais. 38 3.4.1.13 Necessidade de financiamento do projeto A necessidade de financiamento, total e periódica (por exemplo, anual ou trimestral), é derivada da linha de base dos custos e pode-se definir que ela tenha um excesso, geralmente uma margem, para prever um início mais acelerado ou estouros nos custos. O financiamento em geral ocorre em quantias incrementais não contínuas e, portanto, aparece como uma função degrau na Figura 3-5. O total de recursos financeiros necessários são os incluídos na linha de base dos custos mais a quantia de reserva para contingências de gerenciamento. Uma parte da reserva para contingências de gerenciamento pode ser incluída gradualmente em cada etapa de financiamento ou financiada quando necessário, dependendo das políticas organizacionais. Embora a Figura 3-5 mostre a quantia de reserva para gerenciamento no final do projeto, na realidade, a linha de base dos custos e as linhas de fluxo de caixa aumentam quando uma parte da reserva para gerenciamento é autorizada e quando é gasta. Uma defasagem no final de um projeto entre os recursos financeiros alocados e a linha de base dos custos e os valores de fluxo de caixa indica a quantidade de reserva para gerenciamento que não foi utilizada. Figura 3-4. Exibição de Fluxo de Caixa, linha de base de custos e financiamento 39 Fonte PMBOK - PMI 3.4.1.14 Plano de gerenciamento de custos (atualizações) Se as solicitações de mudança aprovadas resultarem do processo Orçamentação, o componente plano de gerenciamento de custos do plano de gerenciamento do projeto será atualizado se essas mudanças aprovadas afetarem o gerenciamento dos custos. 3.4.1.15 Mudanças solicitadas O processo Orçamentação pode gerar mudanças solicitadas que afetam o plano de gerenciamento de custos ou outros componentes do plano de gerenciamento do projeto. As mudanças solicitadas são processadas para revisão e destinação pelo processo Controle integrado de mudanças. 3.5 Controle de custos O controle de custos do projeto inclui: • Controlar os fatores que criam mudanças na linha de base dos custos • Garantir que houve um acordo em relação às mudanças solicitadas • Monitorar as mudanças reais quando e conforme ocorrem • Garantir que os possíveis estouros nos custos não ultrapassam o financiamento autorizado periodicamente e no total para o projeto • Monitorar o desempenho de custos para detectar e compreender as variações em relação à linha de base dos custos • Registrar exatamente todas as mudanças adequadas em relação à linha de base dos custos • Evitar que mudanças incorretas, inadequadas ou não aprovadas sejam incluídas nos custos relatados ou na utilização de recursos 40 • Informar as partes interessadas adequadas sobre as mudanças aprovadas. Agir para manter os estouros nos custos esperados dentro dos limites aceitáveis. O controle de custos do projeto procura as causas das variações positivas e negativas e faz parte do controle integrado de mudanças. Por exemplo, respostas inadequadas às variações de custos podem causar problemas de qualidade ou de cronograma ou produzir posteriormente um nível de risco inaceitável no projeto. Figura 3-5. Controle de Custos: Entrada, ferramentas, técnicas e saídas Fonte PMBOK – PMI 3.5.1 Análise de medição de desempenho As técnicas de medição de desempenho ajudam a avaliar a extensão das variações que invariavelmente irão ocorrer. A técnica do valor agregado (TV A) compara o valor cumulativo do custo orçado do trabalho realizado (agregado) no valor de orçamento alocado original com o custo orçado do trabalho agendado (planejado) e com o custo real do trabalho realizado (real). Essa técnica é especialmente útil para controle de custos, gerenciamento de recursos e produção. Uma parteimportante do controle de custos é determinar a causa de uma variação, a extensão da variação e decidir se a variação exige ações 41 corretivas. A técnica do valor agregado utiliza a linha de base dos custos contida no plano de gerenciamento do projeto para avaliar o andamento do projeto e a extensão das variações que ocorrem. A técnica do valor agregado envolve o desenvolvimento destes valores-chave para cada atividade do cronograma, pacote de trabalho ou conta de controle: • Valor planejado (VP). O VP é o custo orçado do trabalho agendado a ser terminado em uma atividade ou o componente da EAP até um determinado momento. • Valor agregado (VA). O V A é uma quantia orçada para o trabalho realmente terminado na atividade do cronograma ou no componente da EAP durante um determinado período de tempo. • Custo real (CR). O CR é o custo total incorrido na realização do trabalho na atividade do cronograma ou no componente da EAP durante um determinado período de tempo. Este CR deve corresponder em definição e em cobertura a tudo o que foi orçado para o VP e o VA (por exemplo, somente horas diretas, somente custos diretos ou todos os custos, inclusive custos indiretos). A Figura 3-6 usa curvas S para exibir os dados de VA cumulativos de um projeto que está acima do orçamento e atrasado em relação ao plano de trabalho. Fonte PMBOK - PMI 42 A técnica do valor agregado em suas várias formas é um método de medição de desempenho comumente usado. Ela integra as medidas de cronograma, custos (ou recursos) e escopo do projeto para ajudar a equipe de gerenciamento de projetos a avaliar o desempenho do projeto. 43 CAPÍTULO IV ESTUDO DE CASO O projeto adotado para o estudo de caso foi a Construção e Montagem de Ponte de Interligação entre as Ilhas Comprida e Redonda, localizadas na Baía de Guanabara. 4.1 As Empresas e o Projeto Trata-se de uma parceria entre 02 grandes Empresas do ramo de Construção e Montagem para a execução do projeto. A proprietária por sua vez é uma empresa de grande porte do ramo de Petróleo, que se propôs a executar a extração de uma ponte de interligação entre duas ilhas onde existem bases operacionais de recebimento, refino de petróleo, na Baia de Guanabara. Os envolvidos no empreendimento e suas responsabilidades O empreendimento desenvolvido teve como cliente o acima exposto e como contratado o consórcio, Consórcio Gestor do Contrato (TAIC), formado pela por duass empresas conforme descrito abaixo: Empresa A: Empresa no ramo de construção pesada que teve como principais responsabilidades o gerenciamento do consórcio, a engenharia de projetos e suprimentos, planejamento e QSMS. Empresa B: Empresa do ramo de construção pesada, responsável por toda obra marítima e pela gestão do contrato junto à contratante. 44 4.2 O empreendimento O TAIC fechou um contrato de fornecimento desta planta tendo como meta a entrega da mesma funcionando, fazendo o acompanhamento do “Start up” e a operação assistida. Sendo a entrega atrelada a produtividade de projeto proposto no projeto conceitual. 4.3 A gestão de Custos Desde o início das definições da metodologia de Gestão de Custos, o impasse com relação à escolha do sistema de controle e gestão de custos a ser adotado foi grande, por se tratar de duas empresas que formaram uma parceria, tendo como ferramentas dois sistemas que operam em bases diferentes. Por não se tratar de um consórcio de fato, encontrou-se os seguintes pontos relevantes a definição do sistema: • 02 sistemas contábeis distintos • 02 folhas de pagamento distintas Após inúmeras reuniões e apresentações dos sistemas para a gerência de contrato (Gecon), chegou-se ao consenso de que em virtude da existência de sistemas de contabilidade e pessoal distintos, que seriam utilizados os dois sistemas das duas empresas e seriam feitos acertos gerencias complementando em cada um deles as informações de custo incorrido de cada empresa no sistema da outra. Primeira dificuldade encontrada: como o planejamento e controle de custos é responsabilidade da empresa que não a líder, a equipe tem plenos conhecimentos do seu sistema, no caso, Microsiga, com seus módulos de Gestão de Contratos, Medições de Subempreiteiros, Logística, Suprimentos, PMS, que é o módulo de controle de custos, associado ao módulo de planejamento de custos, PLANORC. Todos esses módulos tem a mesma base e são integrados, ou seja, quando o fechamento de custo é finalizado, todas as informações contábeis, folha de pessoal, suprimentos, são migrados para um 45 único relatório onde são distribuídos, segundo classificação da EAP, definida no início do processo de planejamento da obra. Sendo possível assim, analisar-se se o que foi gasto está de acordo com o que foi planejado, caso contrário, apresenta-se um relatório de análise de desvios para os gestores de cada área, para eu sejam definidos os planos de ação. Conforme relatado, a equipe de custos que não possui conhecimento do sistema da empresa líder teve que ser treinado. Durante esse processo de treinamento, houve o período de reprogramação da obra, e para tanto, a obra teve que ser reorçada e analisado novo plano de Risco. O orçamento a ser adotado, foi da empresa líder, que por já possuir todas as composições de serviços em seu sistema de orçamento, Compor. Mais uma vez, esbarrou-se na dificuldade de se operar o sistema, uma vez que o orçamento era baseado na EAP e esta estrutura muito expandida, o que gerava muitas atividades repetidas, e uma grande dificuldade de controle dos custos dessas atividades. Segunda grande dificuldade, agrupar todas as atividades repetidas de forma a controlar por fases, ou seja, agrupar todas as fundações em uma única fase de Infraestrutura, da mesma forma, para Mesoestrutura e Superestrutura. Por se tratar da construção de uma ponte, um píer, e dolfins, estes serviços se repetiam em casa fase deste projeto. O que se pôde observar, foi que os valores unitários eram variáveis para o mesmo serviço, em fases diferentes, por exemplo, o mesmo concreto Fck 40MPa, possuía valores diferenciados para a ponte, píer e dolfins de atracação, esse recurso foi adotado pelo departamento comercial, vislumbrando possíveis aditivos em determinadas fases, fato esse que alterava inclusive as composições de serviços com seus respectivos insumos. Muitas horas foram utilizadas para estudar estas composições de serviços para que se pudesse chegar a valores médios sem que fosse comprometida a confiabilidade das composições adotadas. Após a aprovação da nova estrutura de acompanhamento de custos pelo Gecon, partiu-se para a 46 implantação de fato no sistema Logix, da empresa líder. Apesar do apoio conseguido da área de TI, para a importação das composições do orçamento que gerou a proposta, a consolidação dessas composições na nova estrutura de acompanhamento foi muito demorada, tendo um serviço muito operacional não restando tempo para as análises cabíveis. Após dois meses de implantação da estrutura analítica, iniciou-se assim o cadastramento do novo planejamento de custo da obra. Após todo o trabalho operacional de implantação do sistema da líder, mais uma vez todo um trabalho operacional para implantar o outro sistema, uma vez, que ambas as diretorias desejam ver seu sistema rodando plenamente e apresentando seus índices. Terceira grande dificuldade, a questão conceitual. Duas empresascom conceitos e culturas diferentes. Até que os conceitos fossem alinhados, vários retrabalhos foram gerados. Foram quase três meses de implantação, até que se chegasse a uma receita acumulada e esta comparada com a programada e a medida com o cliente. Foi realizada a primeira reunião de apresentação do custo com suas variáveis e análises para todas as gerências da obra e apresentadas as análises de desvios e definidos os planos de ação. A avaliação do Gecon foi que em função de todas as dificuldades encontradas, o resultado superou todas as expectativas, apesar da estrutura necessária pra se rodar dois sistemas distintos ser duplicada. 47 CONCLUSÃO A gestão de custos em projetos é tarefa árdua e árida para os gerentes de projetos, incluindo variáveis que devem ser consideradas: Nem sempre quem fez a estimativa dos custos no passado é o mesmo profissional que gerencia o projeto no momento; Nem sempre as estimativas são realistas, ou seja, muitas vezes para viabilizar uma aprovação interna subestimam-se intencionalmente alguns custos do projeto, ou, no caso de projeto vendido por empresa de consultoria a cliente, a mesma “infração” ocorre com vistas a ganhar o negócio; Por vezes, os sistemas de informação disponíveis como instrumental de apoio ao gerente de projetos são precários, obsoletos e pouco confiáveis. Falta de cultura interna (inclusive, dos diretores) para utilização de indicadores de desempenho de custos em projetos. Gerenciar custos não é tarefa fácil para o gerente de projetos, sobretudo porque é algo dinâmico, ou seja, novos custos podem ser identificados em tempo de execução do projeto, bem como deixar de existir. Porém, há uma certeza, essa dinâmica tem se ser retratada no dia a dia pelos gestores, e feito um realinhamento constante do orçamento e conseqüentemente das projeções e análises de risco. Para que se tenha uma eficiente gestão de custos, deve haver uma conscientização dos acionistas, dos gerentes de projeto, das equipes de gestão de custos. Treinamento e aplicação dos conceitos de gestão de custos e a utilização de um bom sistema de gestão são fundamentais para uma eficaz gestão e alcance dos resultados esperados. Com uma estrutura de custos bem organizada, pode-se identificar um detalhe primordial: as origens e destinos de cada custo. Assim, o gestor sempre será capaz de diagnosticar com agilidade e precisão o que deve ser 48 mantido e o que deve ser cortado, diante de determinado contexto. Outro benefício gerado pela boa gestão de custos é o planejamento dos custos. Os gestores serão capazes direcionar melhor esses recursos. Entre as principais lições que se aprende, está compreender a importância de se planejar para, sempre que necessário, adaptarem-se às mudanças do projeto. E uma condição fundamental para viabilizar tudo isso é manter um controle bem estruturado dos custos, que produza análises financeiras mensuráveis e que traduzam a realidade econômico-financeira do projeto. Quanto mais intensa a competição a que estiver submetida uma empresa, mais importante será dispor de instrumentos integrados de gestão que lhe permitam conhecer seus custos e, a partir daí, encontrar uma posição competitiva vantajosa diante de seus competidores. 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LEONE, George S. Guerra, LEONE, Rodrigo José Guerra. Dicionário de Custos . São Paulo: Atlas, 2004 Guía PMBOK, Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos. Project Management Institute. LEONE, George S. Guerra, LEONE, Rodrigo José Guerra. Os 12 mandamentos da Gestão de Custos. Rio de Janeiro: FGV, 2004 RIBEIRO, Osnir Moura. Contabilidade Geral Fácil. Rio de Janeiro. Editora Saraiva. GITMAN, Lawrence J. Gitman. Princípios da Administração Financeira. São Paulo. Editora Pearson Addison Wesley. CASAROTO, Nelson Filho. Análise de Investimentos. São Paulo. Editora Atlas 50 INDICE 1.0 A EMPRESA DE CONSTRUÇÃO E MONTAGEM 07 1.1 Projeto básico 13 1.2 Planejamento de detalhamento 9 1.3 Suprimentos 14 1.4 Produção 14 2.0 O PROJETO 15 2.1 Definições 15 3.0 GERENCIAMENTO DE CUSTOS DE UM PROJETO 20 3.1 Estimativa de custos 22 3.2 Fluxograma de processo de gerenciamento de custos de projeto 24 3.3 Entradas, ferramentas e técnicas e saídas 25 3.3.1 Entradas para a Estimativa dos Custos 25 3.3.2 Técnicas e Ferramentas para a Estimativa dos Custos 26 3.3.2.1 Estimativa análoga 27 3.3.2.2 Valores de custo de recursos 28 3.3.2.3 Estimativa "bottom-up" 28 3.3.2.4 Estimativa paramétrica 29 3.3.2.5 Software de gerenciamento de projetos 29 3.3.2.6 Análise de proposta de fornecedor 29 3.3.2.7 Análise das reservas 30 3.3.2.8 Custo da qualidade 31 3.3.2.9 Estimativas de custos da atividade 31 3.3.2.10 Detalhes que dão suporte à estimativa de custos da atividade 31 3.3.2.11 Mudanças solicitadas 32 51 3.3.2.11.1 Plano de gerenciamento de custos (atualizações) 32 3.3.2.13 Orçamentação 32 3.4. Saídas da Estimativa dos Custos 33 3.4.1 Orçamentação: Entradas 34 3.4.1.1 Declaração do escopo do projeto 34 3.4.1.2 Estrutura analítica do projeto 34 3.4.1.3 Dicionário da EAP 34 3.4.1.4 Estimativas de custos da atividade 34 3.4.1.5 Cronograma do projeto 35 3.4.1.6 Contrato 35 3.4.1.7 Plano de gerenciamento de custos 35 3.4.1.8 Agregação de custos 35 3.4.1.9 Análise das reservas 35 3.4.1.10 Estimativa paramétrica 36 3.4.1.11 Reconciliação dos limites de financiamento 37 3.4.1.12 Linha de base dos custos 37 3.4.1.13 Necessidade de financiamento do projeto 38 3.4.1.14 Plano de gerenciamento de custos (atualizações) 39 3.5.1.15 Mudanças solicitadas 39 3.5 Controle de custos 39 3.5.1 Análise de medição de desempenho 40 ESTUDO DE CASO 43 4.1 As Empresas e o Projeto 43 4.2 O empreendimento 44 4.3 A gestão de Custos 44 52 CONCLUSÃO 47 BIBLIOGRAFIA 49 Índice 50 Índice de figuras 53 53 INDICE DE FIGURAS FIGURA 1. Estrutura Organizacional da empresa 8 FIGURA 2. Setores e suas responsabilidades 9 FIGURA 3.1 Visão geral do gerenciamento de custos do projeto 9 FIGURA 3.2 Fluxograma de processo de gerenciamento de custos de projeto 9 FIGURA 3.3 Estimativa de custos, entradas, ferramentas e técnicas e saídas 33 FIGURA 3.4 Exibição de fluxo de caixa, linha de base de custos e financiamento 38 FIGURA 3.5 Controle de custos, entrada, ferramentas, técnicas e saídas 40 FIGURA 3.6 Curvas41 SUMÁRIO INDICE INDICE DE FIGURAS
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