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182682122617 DELEGADO CRIMIN AULA 01

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Introdução (As Escolas Penais) 
 As Escolas Penais sintetizam correntes de pensamento sobre os problemas que envolvem o fenômeno do 
crime e da criminalidade, bem assim sobre os fundamentos e objetivos de todo o sistema penal (VIANA). 
 
Escola Clássica (Séc. XVIII) 
 Baseia-se no Iluminismo, raciocínio abstrato e dedutivo e no livre arbítrio. A pena tem sentido de castigo e é 
proporcional ao crime. Principais nomes: Beccaria, Carrara e Feuerbach. 
 Pensam o crime como um ente jurídico: contrariedade entre a conduta e a lei. 
 A responsabilidade penal tem como base o livre-arbítrio (indeterminismo). 
 A pena é uma retribuição pelo mal causado. 
 
Escola Positiva 
 Nega o livre arbítrio e a liberdade humana como fundamento da responsabilidade penal. O determinismo (bio-
lógico, social etc.) são causas da criminalidade. 
 Utilizam o método indutivo ou experimental: partem do indivíduo para criar regras gerais. 
 Principais expoentes: Cesare Lombroso, Raffaelle Garofalo e Enrico Ferri. 
 
Fases da Escola Positiva 
a) Antropológica (Lombroso): 1890-1900 
- Considerado o pai da Criminologia modera. 
- Obra: O Homem Delinquente (1876). 
- Incorpora o método experimental, derivando de tal método a ideia de criminoso nato. 
- O criminoso é um selvagem ressuscitado por um fenômeno de atavismo (reaparecimento de certa característica 
no organismo depois de várias gerações de ausência) (ideia Darwiniana). 
- Repercussão na política-criminal: criação de medidas preventivas aos criminosos natos (ex.: pena de morte 
mesmo para pequenos delitos). 
 
b) Fase Sociológica (Ferri) 
- Obra: Sociologia Criminal (1892). 
- Amplia o estudo das causas do crime para fatores sociológicos. 
- É de Ferri, também, a denominada “Lei da Saturação Criminal”: não bastava a pessoa ser um delinquente 
nato, era preciso que houvesse certas condições sociais que determinassem a potencialidade do crimino-
so. 
- Cria a teoria dos substitutivos penais (meios preventivos e reparatórios). 
- Fundamento da pena: defesa social. 
- As medidas de segurança são uma herança dos pensamentos de Ferri. 
 
c) Fase Jurídica (Garofalo) 
- Obra: Criminologia (1885). 
- Normatizou as ideias da Escola Positiva, transfornando os ideais em fórmulas jurídicas. 
- Desenvolve o critério da temibilidade ou perigosidade: a temibilidade constitui o grau de perversidade, ou mal, 
existente no criminoso. É de se observar que a concepção, que demanda a consideração do estado de perigo 
apresentado pelo delinquente, influenciou o Direito Penal contemporâneo, sendo desenvolvida com o nome de 
periculosidade. 
- A pena tem como função a prevenção especial (visa apenas o delinquente, objetivando que este não volte a 
praticar novos delitos). 
- O crime natural: a lesão ao sentimento moral da piedade e probidade. Existe na sociedade independente das 
circunstâncias de determinada época. 
 
 
 
 
 
 
 
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(Prova: FEPESE - MPE-SC - Promotor de Justiça) Contrariamente ao classicismo, que não visualizou no crimi-
noso nenhuma anormalidade - e dele não se ocupou - o positivismo reconduziu-o para o centro de suas análises, 
apreendendo nele estigmas decisivos da criminalidade. 
 
Gabarito: correto 
 
Escolas Penais
Escola Clássica 
(Séc. XVIII)
Escola Positiva
Fase Antropológica 
(Lombroso): 1890-
1900 
Fase Sociológica 
(Ferri)
Fase Jurídica 
(Garofalo)
 
 
 
 
 
 
 
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A CRIMINOLOGIA COMO CIÊNCIA 
 
CONCEITO DE CRIMINOLOGIA 
- Garofalo: “Criminologia é a ciência do delito”. Obs.: Garofalo referia-se ao “delito natural”, ou seja, a lesão ao 
sentimento moral da piedade e probidade. 
- Afrânio Peixoto: “Ciência que estuda a criminalidade”. 
- Garcia-Pablos de Molina: “ciência empírica e interdisciplinar que tem por objeto o crime, o criminoso, a vítima e 
o controle social do comportamento delitivo e que provê uma informação válida, contrastada e confiável sobre a 
gênese, dinâmica e variável do crime – contemplando-o como fenômeno individual e produto social – bem como 
sobre sua eficaz prevenção, as formas e estratégias de reação ao mesmo e as técnicas de intervenção positiva no 
infrator e na vítima”. 
- Eduardo Viana: “ciência empírica e interdisciplinar responsável por subministrar elementos para compreender e 
enfrentar o fenômeno desviaste”. 
 
O primeiro a utilizar o termo CRIMINOLOGIA foi Topinard (1830-1911), que ganha reconhecimento com Garofalo. 
 
 
 
(Prova: FEPESE - MPE-SC - Promotor de Justiça) No paradigma etiológico, modelado segundo uma matriz 
positivista derivada Das Ciências Naturais, a Criminologia é definida como uma Ciência causal-explicativa da cri-
minalidade, isto é, que investiga as causas da criminalidade (seu objeto) segundo o método experimental. 
 
Gabarito: correto. 
Dica do Valente: “paradigma etiológico” - que se relaciona com as causas do crime. 
 
O MÉTODO DA CRIMINOLOGIA 
A criminologia é uma ciência fática, que pertence às ciências empíricas que utilizam métodos indutivos (analíti-
co) e a interdisciplinaridade para estudar o fenômeno criminoso. 
 
Antes de explicar o fenômeno do crime, procura-se conhecê-lo. 
 “Empírico”: que se baseia na experiência e observação. O criminologista observa os fatos e pela IN-
DUÇÃO chega a um raciocínio. O primeiro passo é a observação, para então fazer uma pesquisa, que é o mé-
todo científico. 
 Método indutivo: parte de uma particularidade para chegar a uma conclusão mais ampla (Ex.: o corvo 1 
é negro, corvo 2 é negro, o corvo 3 é negro. Conclusão: todos os corvos são negros). 
 
A CRIMINOLOGIA COMO 
CIÊNCIA:
CONCEITO DE 
CRIMINOLOGIA
ciência método próprio de estudo
empírica
baseado na experiência e 
observação da realidade
interdisciplinar
envolve diversas ciências: 
Direito, Biologia, 
Sociologia, Política etc.
Que estuda a 
CRIMINALIDADE
suas causas, a vítima, o
controle social do ato
criminoso, bem como a
personalidade do
criminoso e a maneira de
ressocializá-lo etc.
 
 
 
 
 
 
 
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Dica: lembre-se que na INdução, o raciocínio está IMplícito. 
 
 Método dedutivo: Caracteriza-se, quando se parte de uma situação geral e genérica para uma particular (ex.: 
todos os mamíferos têm coração. Então, o cão, por ser mamífero, possui coração). 
 
 
 
(Prova: VUNESP - PC-SP - Médico legista) O método de estudo da Criminologia reúne as seguintes característi-
cas: 
 
A) silogismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
B) empirismo; vedação de interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
C) racionalismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
D) empirismo; interdisciplinariedade; visão indutiva da realidade. 
E) racionalismo; interdisciplinariedade; visão dedutiva da realidade. 
 
(Prova: VUNESP - PC-SP - Investigador de Polícia) A criminologia pode ser conceituada como uma ciência 
______, baseada na observação e na experiência, e ________ que tem por objeto de análise o crime, o crimino-
so, a vítima e o controle social. 
 
A) exata … multidisciplinar 
B) objetiva … monodisciplinar 
C) humana … unidisciplinar 
D) biológica … transdisciplinar 
E) empírica … interdisciplinar 
 
Gabarito: E 
 
O MÉTODO DA 
CRIMINOLOGIA
ciência empírica> método 
indutivo (analítico)
observa uma particularidade 
para chegar a uma conclusão 
geral.
ex.: a top model Gisele é 
linda, a top model Pietra é 
linda, a top model Maria é 
linda, logo top models são 
lindas.
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL E CRIMINOLOGIA 
 
O Direito Penal estuda o crime do ponto de vista jurídico, como norma. Éuma ciência normativa (dever-ser), en 
quanto a criminologia é ciência do “ser”. 
 
O método utilizado pelo Direito Penal é o dedutivo, já na criminologia é o INDUTIVO. 
 
(Prova: VUNESP - PC-SP Criminologia ) A autonomia da Criminologia frente ao Direito Penal: 
 
A) é almejada pelos estudiosos da primeira, mas negada pelos estudiosos do segundo. 
B) não se concretiza, uma vez que a primeira não é considerada ciência, ao contrário do segundo. 
C) comprova-se, por exemplo, pelo caráter crítico que a primeira desenvolve em relação ao segundo. 
D) não se vislumbra na prática, uma vez que todos os conceitos da primeira são emprestados do segundo. 
E) não se efetiva, uma vez que ambos têm o mesmo objeto e são concretizados pelo mesmo método de estudo, 
qual seja, o empírico. 
 
Gabarito: letra C. 
 
OS OBJETOS DA CRIMINOLOGIA 
 
DELITO 
Num sentido não apenas jurídico, mas social. 
 
DELINQUENTE 
Até hoje importante na abordagem criminológica, mas que teve seu protagonismo durante o positivismo. 
 
VÍTIMA 
a) idade de ouro da vítima: período da vingança privada (até a idade média). A vítima era o elemento mais impor-
tante do crime. Permitia-se a vingança como meio de justiça. 
b) neutralização da vítima: o fim da idade de ouro ocorre com o monopólio da justiça pelo Estado. Dá-se primazia 
às ações públicas em detrimento das privadas. (ex.: atual CPP e CP). A vítima é subtraída do sistema criminal. 
c) a VITIMOLOGIA e o redescobrimento da vítima (meados do século XX) 
 
A partir da década de 1940, ressurge a importância da vítima, com base em duas vertentes: 
1ª) político-social: macrovitimização gerada pela Segunda Guerra + pulverização da criminalidade + criação asso-
ciações de interesses coletivos. 
2ª) acadêmica: simpósios e publicações acadêmicas de Vitimologia ocorridos na década de 70. 
DIREITO PENAL E 
CRIMINOLOGIA
O Direito Penal estuda o 
crime do ponto de vista 
jurídico, como norma.
A criminologia tem como 
base a explicação do delito 
com bases antropológicas , 
sociológicas etc., realizando 
a crítica do Direito Penal.
 
 
 
 
 
 
 
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Vitimização primária, secundária e terciária 
A vitimização refere-se aos prejuízos adicionais derivados da experiência do fenômeno do crime. 
a) Vitimização primária: efeitos físicos, materiais e psíquicos derivados DIRETAMENTE do fato traumático. 
b) Vitimização secundária (sobrevitimização, revitimização ou vitimização processual): efeitos adicionais causa-
dos à vitima pela interferência das agências formais de persecução (polícia, MP, judiciário etc.), por ter de ser 
ouvida e reviver o episódio na frente de estranhos. 
c) Vitimização terciária: efeitos do crime na fama social da vítima (principalmente de estupro). Também, quando o 
delinquente é vítima de abusos e torturas. 
 
Risco de vitimização, delitos sem vítima, cifras negras e douradas 
a) Risco de vitimização ou vulnerabilidade: risco que correm determinadas pessoais de serem vítimas de crimes 
(raça, cor, sexo, opção sexual etc.) 
b) Delitos sem vítima (vitimização difusa ou crimes vagos): a vítima é toda a coletividade (ex.: porte de arma). 
c) Cifra oculta (negra e dourada): cifra negra é a diferença entre a criminalidade real e aquela formalizada pelas 
agências de controle. As cifras douradas representa a criminalidade de colarinho branco que ficariam impunes. 
OS OBJETOS DA 
CRIMINOLOGIA
delito
delinquente
controle social
formal
informal
vítima (vitimização)
Vitimização primária, 
secundária e terciária
Vitimização primária
Vitimização secundária 
(sobrevitimização, 
revitimização ou 
vitimização processual)
Vitimização terciária
 
 
 
 
 
 
 
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CONTROLE SOCIAL 
O controle social representa os mecanismos idôneos a produzir no indivíduo um padrão de conduta que não con-
trarie o padrão das relações sociais; constitui-se de mecanismos destinados ao comando e regulamento das rela-
ções sociais. 
 
Controle social formal (ou controle regulativo) são as instâncias estatais de controle da criminalidade (polícia, 
justiça, MP etc.). 
 
Controle social informal são os valores morais e éticos da sociedade, que geram sanções sociais (exclusão do 
grupo, uma repreensão moral do chefe religioso, do pai etc.). 
 
Risco de vitimização, 
delitos sem vítima, 
cifras negras e 
douradas
Risco de vitimização ou 
vulnerabilidade
Delitos sem vítima 
(vitimização difusa ou 
crimes vagos)
Cifra oculta
negra
dourada
 
 
 
 
 
 
 
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SISTEMA DA CRIMINOLOGIA 
 
Disciplinas abrangidas pelo estudo da criminologia: 
a) Fenomenologia criminal: surgimento e descrição do crime; 
b) Etiologia criminal: causas da criminalidade; 
c) Biologia criminal: análise da personalidade criminosa; 
d) Geografia criminal: estuda o crime em sua divisão no espaço; 
e) Ecologia criminal: influência do meio no crime. 
 
Disciplinas relacionadas com a investigação: 
a) Criminalística (ou ciência policial): ciência que estuda os métodos adequados para determinar a existência do 
crime e indícios de autoria. 
 
Disciplinas relacionadas com a prevenção e repressão do delito: 
a) Penologia: se ocupa da execução das penas; 
b) Profilaxia: se preocupa com a prevenção do delito. 
 
TIPOLOGIAS 
a) Criminologia científica : complexo de saberes que se referem à criminalidade como fenômeno individual e soci-
al, ao delinquente, à vítima, à sociedade e ao sistema penal; 
b) Criminologia aplicada: conjunto de criminologias científicas e empíricas criadas por aqueles que fazem parte do 
sistema penal; 
c) Criminologia acadêmica: sistematização e ensino; 
d) Criminologia analítica: análise dos desdobramentos da criminologia; 
e) Criminologia clínica: forma de criminologia aplicada que se baseia na análise do fenômeno criminoso a partir 
de casos individuais, com vistas à prognose e terapia (readaptação e ressocialização do delinquente). 
f) Criminologia crítica (Nova Criminologia, Radical ou Moderna): de inspiração marxista, propõe a mudança do 
método de compreender a análise da sociedade como um todo, e não apenas do indivíduo. Sua tarefa é mudar o 
sistema penal. 
 
AS VERTENTES SOCIOLÓGICAS DA CRIMINOLOGIA 
 
1. CRIMINOLOGIA DO CONSENSO E CRIMINOLOGIA DO CONFLITO 
Com o fenômeno migratório e com o êxodo rural, o Estados Unidos viveu no início do século XX uma explosão da 
criminalidade, fazendo-se com que o crime fosse enfrentando agora como um fenômeno social, afastando os es-
tudiosos dos critérios puramente biológicos. 
 
Com o descrédito das teorias que se baseiam apenas no determinismo, percebe-se que a criminologia se subor-
dina mais ao modelo da probalidade do que da previsibilidade. 
 
As vertentes sociológicas busca explicar o crime a partir das relações e interações do indivíduo com a sociedade. 
A sociedade é elevada ao patamar de fator criminógeno. 
 
São sociológicas todas aquelas estruturações que não têm como paradigma etiológico fatores patológicos indivi-
duais. 
 
Dividem-se em dois grandes subgrupos: teorias do consenso CRIMINOLOGIA DO CONSENSO E CRIMINO-
LOGIA DO CONFLITO 
 
 
 
 
 
 
 
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AS VERTENTES 
SOCIOLÓGICAS DA 
CRIMINOLOGIA
CRIMINOLOGIA DO 
CONSENSO
os setores sociais 
são frutos da 
cooperação entre 
seus membros
influência 
funcionalista
o crime é uma 
desarmonia 
anormal entre os 
membros
CRIMINOLOGIA DO 
CONFLITO
Influência Marxista 
aplicada na 
Criminologia por 
W.Bonger
a sociedade é fruto 
da luta de classes
o crime é apenas o 
resultado desse 
conflito
TEORIAS DO 
CONSENSO
Escola de 
Chicago
a teoria da 
associação 
diferencial
a teoria da 
anomia
A teora da 
subcultura 
delinquente
Teoriasdo Conflito
Labelling
teoria crítica
 
 
 
 
 
 
 
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A ESCOLA DE CHICAGO E A EXPLICAÇÃO ECOLÓGICA DO CRIME 
 
INTRODUÇÃO 
Deriva dos estudos da explosão demográfica na cidade de Chicago. A compreensão do crime relacionava-se 
diretamente com o conglomerado urbano estruturado de forma desorganizada, o que favoreceria a criminalidade. 
 
A principal tese diz respeito às ZONAS DE DELINQUÊNCIA, ou seja, locais com determinadas características que 
favoreceriam a presença do crime. 
 
OBJETO E MÉTODO 
Concentra os estudos nas distribuições das cidades e as condições sociais dos indivíduos. O método é o empíri-
co, com recurso de técnicas estatísticas. 
 
PRINCIPAIS REPRESENTANTES 
 
Willian I. Thomas cria o conceito de desorganização social, que representa ausência de limites ao indivíduo. 
Robert Park entendia a cidade como um organismo vivo, fazendo um paralelo da cidade com a ecologia. 
 
Com a ideia de Park, Burgess cria a teoria das ZONAS CONCÊNTRICAS. O centro da cidade seria sua força eco-
nômica, seguida de uma área degradada (zona de transição), seguida de zonas de classe média, média alta e 
alta. 
 
Escola de Chicago (Teoria 
da Ecologia ou da 
desorganização social)
nasce com a explosão 
demográfica ocorrida em 
cidades americanas no 
início do séc. XX
Departamento de Sociologia 
da Univ. de Chicago
Willian Thomas e Robert 
Park
método empírico com 
extensivo uso da estatística 
e pesquisas sociais para 
mapear o crime
relação do crime com a 
desorganização social.
afasta critérios estiológicos 
da escola positiva e adota 
perspectiva 
macrossociológica
 
 
 
 
 
 
 
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Shaw e Makay estabeleceu relação entre a delinquência juvenil e a zona da cidade, indicando que as zonas com 
menor IDH possuíam maior criminalidade. 
 
CONSEQUÊNCIAS POLÍTICO-CRIMINAIS 
A Escola de Chicago coloca maior relevância no controle social informal, apontando que a participação da igreja, 
escola, família, políticas públicas, saneamento, infraestrutura etc. são essenciais para o sucesso do enfrentamen-
to do crime. 
 
TEORIAS ESTRUTURAL-FUNCIONALISTAS 
 
TEORIA DA ANOMIA DE DURKHEIM 
Émile Durkhien foi o primeiro sociólogo a criar métodos na sociologia e foi criador da sociologia de base funciona-
lista. 
 
Seus estudos têm como fundo a Revolução Francesa, no fim do século XIX. Os pensamentos fundamentais são 
solidariedade social e consciência coletiva. 
 
Pra ele há dois tipos de sociedade: a) sociedade primitiva (solidariedade é mecânica, como nas tribos); b) socie-
dade contemporânea (solidariedade orgânica). Nesta última, a divisão de trabalho leva à desintegração dos valo-
res e um enfraquecimento da consciência coletiva, levando à perda das referências coletivas normativas que ori-
entam a vida em sociedade, o que é de denominado ESTADO DE ANOMIA. 
1.1 A normalidade do crime: o crime, dentro de certos limites, é normal (no sentida o estatístico) em todas as soci-
edades. 
1.2 A utilidade do crime: a sociedade que não possui crime é pouco evoluída. O crime é útil, pois contribuem para 
a evolução da moral e do direito. O delito provoca a reação social, que estabiliza e reforça os sentimentos coleti-
vos, proporcionando a transformação social. 
1.3 A função da pena: não é prevenir ou reprimir o crime, mas reafirmar a consciência coletiva sobre a norma. 
 
A ESTRUTURA SOCIAL DEFEITUOSA: MERTON 
Adapta a teoria da anomia ao modelo de vida americana da primeira metade do século XX. A conduta criminosa 
tem como fundo a necessidade de ganhos econômicos buscados de forma legítima ou ilegítima para atingir o so-
nho americano. O desvio reside na incongruência entre a estrutura social (condições de vida) e estrutura cultural 
(os fins desejados pelos membros da sociedade, no caso o ganho econômico). Se o indivíduo não atinge a meta 
cultural de forma lícita, pode buscar no crime um meio de atingi-la. 
 
Modelos de adaptação 
Ante a discrepância entre os fins econômicos buscados e a falta de oportunidade, o indivíduo pode se comportar 
(adaptar) da seguinte maneira: 
zona 5
zona 4
zona 3
zona 2
Centro
 
 
 
 
 
 
 
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a) Conformismo: o indivíduo aceita tal incongruência. 
b) Inovação: o indivíduo adere aos fins culturais (busca econômica) e tenta realizá-la através do crime. 
c) Ritualismo: o indivíduo renuncia às metas culturais, mas não condena que as perseguem. 
d) Evasão ou apatia: nega tanto as metas culturais, quanto os meios legítimos (vagabundos). 
e) Rebelião: buscam mudar as metas culturais e a estrutura social. 
 
 
Anomia (cont.)
Adapta a teoria da anomia ao 
modelo de vida americana da 
primeira metade do século 
XX. 
conduta criminosa tem como fundo a 
necessidade de ganhos econômicos 
buscados de forma legítima ou 
ilegítima para atingir o sonho 
americano
. O desvio reside na incongruência 
entre a estrutura social (condições de 
vida) e estrutura cultural (os fins 
desejados pelos membros da 
sociedade, no caso o ganho 
econômico). Se o indivíduo não 
atinge a meta cultural de forma lícita, 
pode buscar no crime um meio de 
atingi-la.
Contribuições de Robert 
Merton
 
 
 
 
 
 
 
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14 
TEORIAS SUBCULTURAIS 
 
INTRODUÇÃO 
A subcultura são as minorias culturais existentes na sociedade, que reagem contra a cultura das classes mais 
altas. Muito representando na violência juvenil em guetos empobrecidos. 
 
A TEORIA DE COHEN 
Tem como inspiração os trabalhos de Durkheim e Merton. 
 
Ao investigar a delinquência juvenil das classes pobres, indica que tais jovens criam uma subcultura com valores 
próprios. O comportamento criminal seria uma reação às normas e valores das classes mais altas. 
 
Possui as seguintes características: 
a) não utilitária (sem finalidade econômica); 
b) maldosa (há prazer pelo crime); 
c) negativista (é uma subversão da cultura dominante); 
d) flexível (não seguem um tipo de crime específico); 
e) short-run hedonismo (impulso de diversão). 
 
Os modelos de adaptação seriam: 
a) the college boy: aceita os valores da classe média; 
b) stable-corner boy response: aceitam sua condição e não rompem com a sociedade; 
c) deliquent response: rejeita o padrão estabelecida e escolhe o desvio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL 
 
 
 
Teoria da Associação 
Diferencial
Edwin Sutherland (1924) 
com base nos 
pensamentos de Gabriel 
Tarde
Momento histórico: 
Crack da Bolsa NY (1929) 
e política NEW DEAL 
(Franklin D. Roosevelt)
Premissas: o 
comportamento criminal 
é um comportamento 
aprendido
resultado da socialização 
incorreta
imitação 
começa nas relações 
sociais mais íntimas
cria o conceito de "crime 
de colarinho branco"

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