Buscar

Limites ao Poder de Tributar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

LIMITES AO PODER DE TRIBUTAR – (arts. 150 a 152, CF)
O limite ao poder de tributar é determinado pela Constituição Federal. Estas limitações se restringem, basicamente, aos princípios e as imunidades.
ATENÇÃO: A Constituição Federal apenas estabelece os limites. No que tange à instituição dos tributos, a mesma outorga esta competência tributária aos Entes Federados (diretos) para criá-los por meio de Leis Ordinárias (regra).
Diante desta assertiva, chega-se a seguinte conclusão, uma vez outorgando poderes aos entes federativos para que criação de tributos, estes não podem exceder este poder, pois estariam contrariando a hierarquia da Constituição Federal perante a Lei Ordinária. Ou seja, a instituição se dá por meio de Lei Ordinária por ser hierarquicamente inferior a Constituição, esta estabelecendo seus limites.
PRINCÍPIOS:
Princípio da Legalidade (art. 150, I, CF): todo e qualquer tributo deve ser instituído (criado) ou majorado através de lei.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Para que um tributo seja efetivamente obrigatório, ele só pode ser instituído por meio de lei (em regra, ordinária).
Art. 5º (...), CF:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Logo, caso seja criado um tributo por espécie normativa hierarquicamente inferior à Lei Ordinária, este tributo será inconstitucional, logo, não sendo passível de exigibilidade.
A regra é a instituição de tributos por meio de Lei Ordinária, mas nada obsta ser criada por Lei Complementar, porém está somente criará tributos quando for expressamente previsto na Constituição Federal.
Podem ser criados por Lei Complementar os seguintes tributos: 
Empréstimos compulsórios; 
Impostos sobre grandes fortunas;
Impostos residuais e; 
Contribuições sociais residuais. 
Exceção: uma vez criado um tributo por lei, em algumas situações, pode haver alteração de sua alíquota por meio de decreto (ato do poder executivo). Percebe-se esta exceção, especialmente em âmbito federal, v. g., impostos aduaneiros (importação e exportação), IPI e IOF. Estes podem ter suas alíquotas alteradas por decreto. 
Em suma, estes impostos são criados por lei, mas suas alíquotas podem ser alteradas por decreto.
Nota: Alíquota é o percentual ou valor fixo que será aplicado para o cálculo do valor de um tributo. A alíquota será um percentual quando a base de cálculo for um valor econômico, e será um valor determinado quando a base de cálculo for uma unidade não monetária. As alíquotas em percentual são mais comuns em impostos e as alíquotas em valor determinado ocorrem mais em tributos como empréstimo compulsório, taxas e contribuição de melhoria.
Outros impostos que podem ter suas alíquotas alteradas são a CIDE Combustível e o ICMS Combustível.
ATENÇÃO: a medida provisória também é um veículo hábil a instituição de tributos, logo, é mais uma exceção ao Princípio da Legalidade. Obviamente, desde que respeitados os seus próprios requisitos e fundamentos, como por exemplo, relevância e urgência. 
Ocorre que, para validar a sua exigência, sua compulsoriedade, sua produção de efeitos, há a necessidade de que esta MP seja convertida em lei. 
A MP pode criar qualquer tributo, exceto àqueles reservados à legislação complementar (empréstimos compulsórios, impostos sobre grandes fortunas, impostos residuais e contribuições sociais residuais). 
Com isso, consegue-se chegar ao seguinte raciocínio: os tributos capazes de serem criados por Lei Ordinária podem ser criados por Medida Provisória. Noutro giro, os destinados à criação por meio de Lei Complementar, NÃO.
Nota: Os serviços que sofrem incidência de ISS serão previstos em Lei Complementar (LC nº 116/03).
Princípio da Anterioridade (art. 150, III, “b” e “c”, CF):
Uma lei tributária, conforme disposto na Lei Introdução ao Código Civil, pode entrar em vigor a partir da data da sua publicação. Diferentemente no que concerne à produção de seus efeitos.
Uma lei pode entrar em vigor na data da sua publicação, porém terá seus efeitos suspensos até o ano fiscal seguinte.
O princípio da anterioridade se preocupa com a produção de efeitos da lei tributária, e deve ser observado sempre quando a lei estiver criando um tributo ou majorando a carga tributária de um já existente. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
Existem dois tipos de anterioridade, e as duas precisam ser observadas:
Anterioridade anual – indica a necessidade de se aguardar o exercício financeiro seguinte.
Anterioridade nonagesimal – além de observar o exercício financeiro subsequente, é preciso verificar também se da data da publicação da lei que criou ou majorou um tributo já se passaram 90 dias.
Exceção: existem alguns tributos, previstos constitucionalmente, que podem ser cobrados “da noite para o dia”, quais sejam: impostos aduaneiros, IOF, empréstimos compulsórios (decorrentes de calamidade pública ou guerra) e imposto extraordinário de guerra.
ATENÇÃO: é bom salientar que tais balizamentos, no plano dos princípios tributários, não se resumem aos princípios encontrados na seção constitucional intitulada “Das Limitações ao Poder de Tributar”. A Carta Magna, em toda a sua extensão, alberga normas que são tendentes a inibir o poder do Estado no campo da tributação.
IMUNIDADES:
 
Diferente dos princípios, que pelos quais informam como um tributo deve ser criado e cobrado, as imunidades, por sua vez, atuam de forma a afastar a incidência de tributos.
Conceito – são regras de não incidência constitucionalmente qualificadas. Portanto, posso admitir que todas as imunidades estão previstas no texto constitucional.
Vale ressaltar que esta imunidade não tem o condão de afastar todo e qualquer tributo de forma geral. O que se tem são imunidades específicas a cada espécie tributária, ou seja, há imunidades para tributos, há imunidade para taxas, assim como há imunidades para contribuição.
As mais conhecidas são as Imunidades de Impostos, previstos no art. 150, VI, CF.

Continue navegando