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3 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais 1 - INTRODUÇÃO A internacionalização das exigências ambientais serviu não somente como mecanismo para a classificação de padrão sustentável, mas também para que as empresas carreguem um lema de ecologicamente correta como tem sido um dos requisitos básicos para que essas permaneçam no mercado, atentando para o melhoramento da gestão de seus recursos. Ao longo dos anos, a sociedade tem acumulado consciência da importância da conservação dos ecossistemas, o que tem incentivado forças de maior pressão junto ao governo, a instituições públicas e a empresas a adotarem novas posturas. Neste sentido, a Educação Ambiental que tem início desde o ensino fundamental é uma forma crescente que desperta a massa crítica com a conscientização dos cidadãos em relação aos possíveis impactos provocados mediante a instalação de empreendimentos. O acesso a esse tipo de conhecimento é possível por meio dos Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA), uma linguagem mais informal do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O RIMA é o material ao qual o público terá acesso, numa linguagem mais informal e acessível, contendo quadros, mapas, gráficos e outras técnicas, necessárias ao entendimento das influências ambientais do projeto (impactos). Já o EIA é mais teórico, numa linguagem técnica e abrangente, com informações sigilosas a respeito da atividade a ser empreendida como um todo. Diante disso, esse se apresenta como o RIMA para o empreendimento de uma Barragem e a sua casa de força, com o objetivo de identificar as ações mitigatórias e compensatórias da atividade. Assim, reflete como cumprimento de uma obrigação legal aos trâmites da legislação vigente, sendo verificadas quais ações contempla o projeto e considerando as variáveis internas e externamente a serem afetadas, pois esse empreendimento gera impactos ao entorno. Cópias deste relatório permanecerão à disposição dos interessados. No âmbito, uma empresa precisa acreditar que suas ações não são apenas interesse de seus clientes, mas também de toda a comunidade que abriga o empreendimento, portanto, deve prever o quanto pode ser impactante. 4 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais 2 – DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO 2.1 - Identificação da Atividade/Empreendimento As barragens foram, desde o início da história da Humanidade, fundamentais ao desenvolvimento. A sua construção devia ser sobretudo à escassez de água no período seco e à consequente necessidade de armazenamento de água. Em nível mundial algumas das barragens mais antigas de que se tem conhecimento se situavam, por exemplo, no Egito, Médio Oriente e Índia. As Barragens tem como principais funções a produção de energia, sendo a energia hidroelétrica uma das energias renováveis de maior importância a nível mundial, também são de grande importância para o abastecimento de grandes áreas urbanas e industriais que têm grandes necessidades de água, assim como as barragens servem para o abastecimento de grandes áreas urbanas existem barragens para o abastecimento de áreas rurais e essa água vai ser utilizada posteriormente na irrigação dos campos agrícolas, existem também barragens que são construídas para minimizar o impacto de épocas com elevada precipitação e consequentemente combater as cheias que muitas vezes podem ser catastróficas. Contudo, as barragens possuem desvantagens por ocuparem uma longa extensão de terras habitáveis. Isso faz com que muitas pessoas sejam desalojadas, tribos indígenas, fauna e flora completamente dizimadas, por isso deve haver a discussão sobre a real necessidade de construção dessas barragens, e é por esse fato que antes de se construir uma barragem é necessário fazer os estudos de impacto ambiental. 2.1.1 Como funciona uma usina hidrelétrica As usinas hidrelétricas precisam de um desnível d’água natural ou criado por uma barragem porque aproveitam essa energia potencial, contida na altura d’água, para girar as turbinas (energia mecânica) e acionar os geradores, que produzem energia elétrica. Uma usina hidrelétrica é composta de diversas estruturas. O reservatório é formado pelo represamento das águas do rio, por meio da construção de uma barragem. Pelo vertedouro da barragem sai o excesso de água do reservatório na época das chuvas. A casa de força é o local onde são instalados os equipamentos que vão produzir a energia. Na subestação elevadora são instalados os transformadores onde a energia elétrica tem suas características modificadas 5 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais para ser transportada nas linhas de transmissão. Para produzir energia elétrica capta-se água do reservatório, conduzida sob pressão até a casa de máquinas, onde estão instaladas as turbinas e os geradores. A turbina parece uma roda d’água, formada por um rotor ligado a um eixo. A pressão da água sobre as pás do rotor da turbina produz um movimento giratório em seu eixo, que por sua vez aciona o gerador. O gerador é um equipamento composto por um eletroímã e por um fio bobinado. O movimento do eixo da turbina induz um campo eletromagnético dentro do gerador, produzindo, assim, a eletricidade, levada para o consumidor por meio das linhas de transmissão. A relação entre a área do reservatório e a potência instalada é um importante parâmetro para compararmos a eficiência energética da usina com os impactos ambientais que elas provocam, uma vez que grande parte dos impactos ambientais de obras dessa natureza é proporcional às áreas que seus reservatórios inundam. 2.1.2 - A empresa A empresa A.S. Soluções Ambientais é um grupo internacional – uma das dez maiores a nível mundial, cuja atividade, no final de 2000, se estendia a treze países de quatro continentes. No Brasil, a A.S. Soluções Ambientais é sem dúvida a solução para o empreendimento, diferenciadas pela excelência das relações construídas no mercado e pela inovação tecnológica. Preservar, melhorar e recuperar a qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente buscando sempre soluções sustentáveis no desenvolvimento de projetos ambientais com foco nos resultados, auxiliando todos clientes a se adequarem às normas e legislações. Atualmente tem ampliado seu leque de campos, com um gigantesco projeto de expansão de suas fronteiras para o interior do país; até 2016 mais 14 empreendimentos serão instalados somente na região sudeste. 6 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais 2.1.3 – Localização do Empreendimento A localização do projeto se insere na região Sul do Estado de Minas Gerais, na cidade Lavras. Figura 1 – Localização da cidade Lavras A área de referência é de aproximadamente 5ha, adjacente ao Campus Universitário da Universidade Federal de Lavras. Figura 2 – Localização do empreendimento: Universidade Federal de Lavras 7 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais 2.1.4 – O Projeto O projeto contempla a construção de uma barragem e a sua respectiva casa de máquinas em uma área de cerca de 5 hectares, adjacente ao Campus da UFLA, a barragem servirá para a geração de energia elétrica. O potencial hidrelétrico da área em questão, onde vai ser instalada a barragem é alto e resultará numa significativa contribuição para a expansão da oferta do setor elétrico na região e proximidades. 2.1.5 – Justificativa Tendo em vista o volume dos investimentos necessários e o longo tempo de maturação dos projetos, o planejamento assume um papel fundamental na hora de escolher o melhor local para a instalação de uma usina. A implantação de novos empreendimentos hidrelétricoscomeça com uma série de pesquisas desenvolvidas no chamado Estudo de Inventário. Esse estudo estabelece a melhor localização para a construção da barragem, conforme cálculos comparativos entre área alagada, nível d’água máximo normal alcançado pelo reservatório, altura da queda d’água a ser aproveitada na captação de energia, potência a ser instalada, custo final da energia ao consumidor e impactos ambientais previstos. De modo geral, são os Estudos de Inventário os responsáveis por estabelecer o local mais conveniente para a implantação de uma hidrelétrica. Dada a tipologia do projeto que se pretende implementar, é necessária a realização de um Estudo de Impacto Ambiental, conforme a Lei-Federal n.º 6938/1981, que versa sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental. Contudo, somente com a Resolução CONAMA 001/86, ficaram estabelecidos os critérios técnicos e as diretrizes gerais de elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Assim, a AIA passou a ser adotada em todos os Estados da Federação. Mas, o estabelecimento definitivo da Avaliação de Impacto Ambiental aconteceu somente em 1990, com o Decreto Federal nº 99.274/90; dessa forma, a AIA passou a ser procedimento integrante do licenciamento ambiental de atividades, que podem provocar significativos impactos sócio-ambientais (PRADO FILHO; SOUZA, 2004; citado por Trierweiller, 2011). 8 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais 2.2 – Caracterização do Empreendimento O empreendimento é composto por uma Barragem construída na área adjacente ao campus universitário, logo abaixo de umas de suas Avenidas principais, o local a ser instalado o empreendimento é conhecido como “trilha das lagoas”, essa barragem contará com uma tubulação que levará a água represada e terminará na casa de máquinas, o caminho que a tubulação vai percorrer bem como o local onde vai ser construída a casa de máquinas estarão inseridos em uma paisagem já degradada, que anteriormente era uma pastagem utilizada para aulas de campo da UFLA . A figura abaixa ilustra um esquema padrão de uma barragem utilizada para fins energéticos: Figura 3 – Esquema geral de uma Barragem 9 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais 3 – ÁREA DE INFLUÊNCIA 3.1 – Descrição da área A área que sofrerá influência do empreendimento é caracterizada por mata nativa em estágio avançado de regeneração (PEREIRA et al., 2010), sendo um tipo de vegetação secundária com uma grande chance de alcançar, novamente, o estágio primário da vegetação. Existe no entorno uma estrada que permite o acesso de toda a área do lago com as demais áreas. Porções que ainda possam sofrer influências diretas ou indiretas do empreendimento são um local de pastagem adjacente e alguns fragmentos de áreas de plantio próximos (ANEXO 1). 3.2 – Escolha da área O que determinou a escolha da área para execução da obra foi o fato desta apresentar um lago com nascente, que possibilitará o represamento da água para o empreendimento. 3.3 – Área diretamente afetada A construção da barragem, necessária para o represamento da água, ocasionará o alagamento de parte da mata nativa que se encontra ao redor do lago, o que afeta a fauna e a flora do local. Os peixes da região também serão afetados negativamente. Outra área que sofrerá alteração é a região de pastagens. Como as construções da tubulação e da casa de força serão feitas no local de uma estrada, essa será realocada para uma área de pastagem ao lado. Contrariamente, ao que sugere o projeto original o duto condutor de água até a casa de força necessita sofrer alteração quanto ao local de instalação. Assim, portanto, estudos observaram a presença de um remanescente de floresta e de forma a preservar a vegetação e toda biodiversidade envolvida com a área aconselha-se que seja feita tal alteração no projeto (Figuras 4). 10 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais Em nível de sociedade, o empreendimento pode atingir uma amplitude regional, por se constituir em usina hidrelétrica que poderá se estender ao abastecimento com energia para a comunidade Lavrense e comunidades havendo necessidade de expansão. 4 - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL O diagnóstico ambiental é um conjunto de estudos necessários à caracterização das áreas de influência do empreendimento e da área diretamente afetada pela barragem e seu reservatório. Antes da construção de um empreendimento é fundamental conhecer o meio ambiente local. Estas informações possibilitam que todos os envolvidos no projeto (empreendedor, população, órgão licenciador, poder público e associações) conheçam as condições naturais importantes. Além disso, o diagnóstico subsidia as previsões sobre os efeitos da construção da barragem e da formação do reservatório. Tais previsões, além de permitirem que se realize a avaliação do impacto ambiental do empreendimento, servirão para orientar a proposição das medidas de controle para neutralizar ou atenuar os efeitos indesejáveis. Para esse empreendimento o diagnóstico ambiental focou em descrever apenas os aspectos bióticos que dizem respeito à fauna local, identificando e classificando segundo as espécies encontradas, bem como determinando e apontando aquelas que apresentaram como endêmicas. A distribuição dos elementos florísticos e das comunidades vegetais é condicionada pelas características físicas do território (características edáficas e climáticas). 4.1 - Fauna Os estudos da fauna terrestre abrangem normalmente levantamento dos insetos, anfíbios, répteis, aves e mamíferos, contudo, este focou-se nesses primeiros com o intuito de avaliar a fauna presente no local de construção do empreendimento. Com base nos levantamentos das áreas – Lago, Mata, Pasto - estudadas houve ocorrências das seguintes espécies: 11 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais Figura 5 - Levantamento das espécies faunísticas encontradas nas três áreas estudadas Lago Mata Pasto Araneae sp1 7 Camponotus sp1 1 Camponotus sp2 3 2 16 Coleoptera sp1 2 Coleoptera sp2 1 1 Diplopoda sp 1 Diptera sp1 1 Diptera sp2 1 Diptera sp3 4 1 Diptera sp4 4 Elateridae sp 1 Ensifera sp1 1 4 Ensifera sp2 3 Formicidae sp1 7 3 2 Formicidae sp2 5 Gastropoda sp 1 Heteroptera sp 1 1 Homoptera sp 1 Isopoda sp 2 1 Isoptera sp 1 Odontomachus sp 3 Staphylinidae sp 2 12 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais Para a área da lagoa, local que receberá o empreendimento, foram identificadas as espécies listadas e obedecendo as respectivas proporções. Figura 6 - Espécies encontradas na área do lago e suas proporções. As identificadas como espécies exclusivas (endêmicas) são: Isoptera spOdontomachus sp Staphylinidae sp Camponotus sp * Imagens meramente ilustrativas Figura 7 - Espécies endêmicas encontradas no lago. Camponotus sp1 3% Camponotus sp2 9% Diptera sp3 13% Diptera sp4 13% Ensifera sp 3% Formicidae sp1 23% Heteroptera sp 3% Isopoda sp 6% Isoptera sp 3% Odontomachus sp 9% Staphylinidae sp 6% Coleoptera sp1 6% Coleoptera sp 3% Camponotus sp1 Camponotus sp2 Diptera sp3 Diptera sp4 Ensifera sp1 Formicidae sp1 Heteroptera sp Isopoda sp Isoptera sp Odontomachus sp Staphylinidae sp Coleoptera sp1 Coleoptera sp2 13 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais 5 – IMPACTOS A metodologia utilizada para a identificação e caracterização dos impactos envolvidos na implementação do empreendimento contempla a relação entre os estudos e as observações sobre o meio, expostos no diagnóstico, com ações previstas para cada uma das fases do projeto. Assim, esses impactos são analisados e avaliados de maneira tal que se compreenda a dinâmica de sua importância, bem como duração e abrangência de cada um deles. A partir de então é possível propor quais serão as medias mitagadoras e/ou compensatórias e de programas de monitoramento, indispensáveis para a viabilidade socioambiental do empreendimento. 5.1 – Meio físico 5.1.1 – Solo Estarão envolvidos processos de modificação topográfica, com remoção e/ou aterramento durante o processo de construção da barragem, bem como do canal de ligação que se estenderá até a casa de forças. Essas atividades também irão acarretar a compactação do solo no entorno; além do fator transporte efetuado para carregamento de terra por meio de máquinas e caminhões pesados, assim, ampliando o raio que sofrerá o impacto. Dos processos erosivos e instabilidade marginal resultantes do enchimento e manutenção do nível do reservatório e demais operações da usina – ondas formadas batendo nas margens, e da elevação para a superfície do lençol freático. A sismicidade (tremores) também pode ser observada pela manutenção do reservatório. Além disso, durante as obras o tráfego conduzirá a alguns efeitos de instabilidade do solo. 5.1.2 – Clima As regiões marginais do lago de inundação sentirão efeitos como aumento da humidade relativa. Essas alterações podem resultar na melhora dos índices pluviométricos 14 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais durante os meses mais secos, intensificação dos ventos, alterações de conforto térmico e algumas outras variações observadas quando o reservatório estiver com seu nível máximo. 5.1.3 – Água Os principais efeitos quanto aos recursos hídricos estarão voltados no sentido de assoreamento do rio, principal afluente da sub-bacia local; sobre a fonte d’água. Consoante isso, variações nos níveis de água subterrânea contribuindo para a elevação do nível freático local e até regionalmente devido interferências geradas sobre a movimentação das águas subterrâneas, novos afloramentos d’água e o aparecimento de áreas sujeitas a alagamentos periódicos. 5.2 – Meio Biótico 5.2.1 – Paisagem e cobertura vegetal Devido ao local de alagamento estar centrado numa região de vegetação característica densa, o reservatório irá alagar importantes áreas de mata atlântica sendo, dessa maneira, tido como um evento crítico para a flora e fauna existentes. Grande parte da vegetação será perdida pela demanda da abertura de picadas durante a fase inicial de levantamento planialtimétrico para marcação e demarcação dos limites de inundação e pontos de referência até a fase de inundação. Entretanto, o maior efeito será sentido durante a fase de enchimento do reservatório pela inundação de uma área que é basicamente tomada por um fragmento remanescente de mata atlântica. Devido as características da atividade, será inevitável a eliminação do coberto. 5.2.2 – Fauna Os impactos de hidrelétricas à fauna estão associados à fragmentação e à perda de ambientes naturais que abrigam a fauna. No caso Usina, a fragmentação de habitat ocorrerá principalmente na fase de obras e de enchimento do reservatório, sendo perceptível a nível local e regional, e repercutindo de forma regional. A inundação da vegetação trará 15 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais consequências à fauna local, uma vez que essas faixas de florestas podem ser utilizadas pela fauna terrestre como áreas de locomoção (corredores ecológicos) e pelos peixes como áreas de abrigo e reprodução durante as cheias. Os estudos apontaram para a presença de uma diversa ocorrência de espécies de insetos verificando-se a presença destes tanto na área de ocupação do reservatório quanto no entorno, em sua área de influência. Embora, esses mesmos estudos tem apontado para a presença de espécies endêmicas na área de alagamento, as porções adjacentes dispões de características bem parecidas no que diz respeito ao habitat desses organismos, o que pode oferecer suporte para a alocação das espécies. 5.3 – Impactos socioeconômicos Como a área de alagamento estará concentrada apenas em área de vegetação, poucos impactos serão sentidos por parte da população. Nesse caso, o maior impacto está voltado à perda de biodiversidade local. As obras de construção da Usina X irão gerar novos postos de trabalho, durante os XX anos de implantação do empreendimento. Quando as atividades de construção estiverem no auge, as obras darão grande suporte à mão de obra local e regional. Esses postos de trabalho, juntamente com os empregos indiretos que serão gerados, contribuição para o aumento do nível de emprego na região, bem como para o aumento da massa salarial, resultando em importante impacto positivo. Por outro lado, ao final das obras, a dispensa de mão-de-obra provocará o desaquecimento da economia local. No entanto, o município onde estará implantada a usina e seu reservatório passará a receber a compensação financeira pelo uso de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica, o que aumentará suas receitas. Certamente, as obras atrairão pessoas de outras regiões, e suas famílias. Parte dessas pessoas serão empregadas nas obras, outras trabalharão em atividades indiretamente relacionadas às obras e outras poderão permanecer desempregadas, subsistindo de atividades informais. De toda forma, aumentará a demanda por serviços de saúde, educação e saneamento nos municípios da região, principalmente Lavras, por alocar o empreendimento. Também será pressionado o setor habitacional, o que poderá resultar em aumento dos valores de imóveis e aluguéis. A presença de mosquitos transmissores de dengue, atualmente encontrados focos na área de influência, é um indicativo da possibilidade de ocorrência de surtos dessa doença nas 16 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais diversas fases do empreendimento. Contribuirão para essa possibilidade a remoção de áreas de vegetação, onde os insetos vivem, e a chegada de pessoas de outras regiões para trabalhar nas obras, podendo vir de áreas endêmicas, sobretudo, de grandes surtos. 6 - PROGNÓSTICO 6.1- Com a implantação do empreendimento A implantação do empreendimento trará vários impactos positivos para a cidade de Lavras e, principalmente, para a UFLA. Dentre os impactos positivos pode-se citar: Utilização de uma fonte renovável para produção de energia; A UFLA será autossustentável na produção de energia; Armazenamento de agua potável; Maior fluxo de pessoas e consequentemente maior intercâmbio cultural; Geração de empregos. E, é claro todo empreendimentotambém gera impactos negativos os quais estarão ligados ao ambiente em que está inserido. Nesse sentido, o mais importante é ter comprometimento com um plano de gestão integrada para o uso mais sustentável possível, com investimentos setoriais e rigor efetivo para a execução dos planos de mitigação e compensação dos impactos gerados. 6.2 -Prognóstico sem a construção do empreendimento: No caso da não implantação do empreendimento o que possivelmente poderia vir a ocorrer com o local: Continuar sendo utilizado apenas para fins de coleta de agua; Poluição do lago, por dejetos oriundos da Universidade; Ampliação do Campus da Universidade com a construção de novos pavilhões no local do lago; Uso contínuo para desenvolvimento de outras pesquisas no Campus. 17 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais 7 – MEDIDAS MITAGADORAS E COMPENSATÓRIAS Tão importante quanto manter o empreendimento funcionando “bunitinho” é estar atento para mitigar ou compensar os impactos que esse venha a causar para o meio ambiente. Assim sendo, um plano de mitigação eficiente deve contemplar todos os aspectos que proporcione ao empreendimento funcionamento ecologicamente correto e atentamdo para o uso sustentável dos recursos, sejam eles bióticos ou abióticos. As medidas mitigatórias e compensatórias para os impactos provocados da implementação da Usina contemplam: Figura 8 – Medidas mitigatórias. DISPERSÃO DE POEIRA: Um dos grandes problemas gerado na etapa da construção é a dispersão de poeira. A movimentação do solo e a atividade da construção faz com que haja grande movimentação de partículas pequenas no ar, onde seu baixo peso molecular torna fácil essa dispersão por grandes distâncias. Ao entrar em contato com o meio ambiente essas partículas podem obstruir poros ou até mesmo tornar ineficiente o processo de fotossíntese e respiração celular, dificultando, assim, a sobrevivência de muitas espécies florísticas e consequentemente da fauna. Pode dessa forma causar problemas respiratórios em animais e até mesmo nos seres humanos; um dos impactos mais relevantes que muitas vezes passa despercebido. Como solução para este problema aconselha-se a umidificação do solo e do 18 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais ar proporcionando, assim, uma contenção no fluxo de dispersão e diminuindo o efeito de deriva para garantir o bem estar das populações próximas. ATROPELAMENTO DE ESPÉCIES: O atropelamento de espécies é um tipo de acidente rodoviário recorrente em diversas partes do mundo. Como forma de mitigação será realizada a construção de redutores de velocidade, tais como lombadas e também placas para sinalização. Para controle de espécies será feito um monitoramento anual. E para as medidas de compensação: Figura 9 – Medidas compensatórias A reserva legal é a área do imóvel que, fica destinada à cobertura por vegetação natural, podendo ser explorada com o manejo florestal sustentável. Sendo assim, será destinado uma porcentagem da área adjacente para a preservação da vegetação natural, aonde serão realocadas espécies e realizado o monitoramento destas espécies. O monitoramento das espécies será feito com o controle periódico das espécies, de forma quantitativa e qualitativa, realizando coletas e contagem, se houve ou não extinção e se houve equilíbrio na situação ecológica. 19 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais Em complemento ao plano de medidas compensatórias deve ser elaborado um Programa para a Educação Ambiental voltado para a conscientização nas escolas do nível básico ao médio, incorporando dias de campo para ressaltar a importância de se preservar e uso sustentável do meio ambiente. Além disso, no âmbito social, existirá um plano que visa parcerias com as Universidades locais e regionais para incorporar a geração consciente de energia pelo uso de hidrelétricas, assim, funcionando como um objeto didático em complemento aos cursos que tratam das questões. Paralelamente, será elaborado um Programa de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos gerados na fase de implementação e manutenção do empreendimento. 8 - PLANO DE MONITORAMENTO O objetivo do plano de monitoramento é apresentar a evolução do nosso empreendimento, durante a fase de planejamento, de implementação, funcionamento até o fim das operações. A avaliação da estabilidade das condições e possíveis alterações durante o funcionamento são necessárias, pois permitirá agir localmente e de forma integral para controlar a alteração da maneira mais eficiente possível. Alguns parâmetros foram selecionados para a avaliação. A periodicidade das amostragens para cada parâmetro será de acordo com os fatores ambientais, sendo os métodos a serem empregados para o armazenamento e tratamento dos dados. Serão analisadas a qualidade da água e do ar, o monitoramento sonoro, monitoramento da fauna e flora e um programa de comunicação e educação ambiental. 8.1 - Qualidade do ar O uso de máquinas, equipamentos e operações como a terraplanagem e escavações poderão promover a poluição no ar. As alterações da qualidade do ar podem gerar reflexos na saúde, por isso a necessidade de monitoramento constante para assegurar a qualidade adequada do ar de acordo com as normas do CONAMA. As análises serão feitas por equipamento portátil de medição da qualidade do ar e podem ser comparados aos monitoramentos da CETESB. As emissões referentes à implantação são de fácil identificação visual, se comparadas às emissões das fontes locais já 20 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais existentes. Durante a fase de implantação do empreendimento propõe-se que seja realizada uma campanha de monitoramento, enfocando os principais poluentes, prioritariamente naquelas frentes de serviços onde haja demanda para serviços de terraplanagens, escavações; ou, uma concentração de veículos, máquinas e equipamentos operantes. 8.2 - Qualidade da água Deverá será concebido em função das atuais condições do corpo hídrico e das previsões de alteração da qualidade da água com a formação do lago. Deverão ser planejadas e efetuadas campanhas de medição, coleta e análise da água nos pontos escolhidos, com frequência, a princípio, trimestral, passando a semestral no caso de não serem verificadas alterações significativas nos parâmetros, no período de três meses. Deverão ser medidos os seguintes parâmetros: DBO/DQO (demanda bioquímica de oxigênio/demanda química de oxigênio); OD (oxigênio dissolvido); coliformes fecais e totais; Turbidez; Cor; Fósforo e Nitrogênio total; Amônia, nitrito e nitrato; pH; Cloretos; Íons e pesticidas organoclorados e fosforados (frequência semestral). 8.3 - Monitoramento sonoro Durante a implantação do projeto poderão emitir ruídos em diferentes graus de intensidade, que podem causar perturbação às pessoas e aos animais. Serão feitas medições dos níveis de ruídos durante as obras, a fim de verificar a importância dos impactos. As medições utilizarão um medidor de nível sonoro, com análise de dados, com certificado de calibração em laboratório credenciado pelo INMETRO. 8.4 -Monitoramento da fauna e flora O monitoramento da fauna e flora tem como objetivo verificar as possíveis alterações na abundância e riqueza de espécies locais durante a implementação do projeto. Um dos objetivos será acompanhar a eficácia dos corredores para fluxo de animais sobre estrada, bem como caracterizar as espécies locais. 21 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais Os levantamentos florísticos aplicamo conceito de bioindicação para plantas e quais informações podem ser obtidas. A relação entre a descrição de fitofisionomias e o processo de sucessão ecológica também serão avaliados. Figura 10 – Programa de monitoramento de fauna terrestre 8.5 - Programa de comunicação e educação ambiental. As informações das ações envolvidas nas etapas do empreendimento pretendem ser compartilhada com a população e instituições envolvidas afim da promoção participação da população por meio de reuniões e consultas em locais acessíveis a todos seguras sobre das obras e outra durante a implantação. A empresa já desenvolve projetos de educação ambiental junto a escolas de outros municípios, inicialmente iremos desenvolver programas de educação ambiental em bairros próximos a localidade na empresa. Serão realizadas visitas a aterros sanitários, palestras nas escolas além de gincanas com materiais recicláveis. 8.6 - Programa de gestão de resíduos sólidos: 22 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais A gestão sustentável de resíduos é um dos principais desafios da atualidade. A hierarquia de gestão sustentável de resíduos refere - se às opções de lidar com esses materiais, de modo a prevenir problemas ambientais e de saúde pública a eles relacionada. Como auxílio a todas as ferramentas, será feito um programa na gestão de resíduos sólidos gerados na fase de implementação, de modo a obter dados específicos de todos os resíduos gerados no empreendimento, tais como suas especificações e composições. A ideia é disponibilizar estes dados como forma de conscientização ambiental e controle para futuros problemas. Avaliação estratégica com metas para serem alcançadas a fim de reduzir todos os tipos de impactos de maneira eficaz. 23 EIA/RIMA – A.S. Soluções Ambientais ANEXO 1
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