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TRABALHO DA MATÉRIA DE PRÁTICA SIMULADA V Elaboração e Postagem no Sia da Peça do Caso Concreto 2. PROFESSOR: Thiago Novaes Sahib ACADÊMICO: Marcos Josué Duarte dos Santos RA: 201403471592 PERÍODO: 10º Semestre Noturno PRÁTICA SIMULADA V (CÍVEL) - CCJ0049 Título Caso Concreto 2 Descrição CASO CONCRETO Teresa é funcionária do município de Y, Estado de São Paulo, e exerce, há 16 anos, atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo-se à exposição constante a agentes nocivos à saúde. Recebe, assim como todos aqueles que trabalham nesta função, adicional por insalubridade. Caio, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y, afirma que segundo a lei orgânica do município, compete ao prefeito apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos municipais, efetivando-se, assim, o direito previsto na constituição estadual a tal benefício: Lei orgânica do Município Y. Art. 51 - Compete, exclusivamente, ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que disponham sobre: (...) III - regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores. Constituição do Estado de São Paulo. Artigo 126 - Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (...) § 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I- portadores de deficiência; II - que exerçam atividades de risco; III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Com base na hipotética situação e, considerando que a Constituição Paulista atribui competência ao Tribunal de Justiça para julgar ações que visem combater a inexistência de norma regulamentadora estadual ou municipal de qualquer dos Poderes, inclusive da Administração Indireta, que torne inviável o exercício de direitos assegurados na Constituição da República e na Constituição Estadual, atue na qualidade de advogado contratado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y promova a medida judicial cabível para atender aos interesses de Teresa e demais associados, atentando-se para os requisitos formais da medida judicial a ser elaborada. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o número..., com sede à rua..., número..., bairro, Município Y, São Paulo SP, CEP..., representado por seu Presidente CAIO, nacionalidade..., estado civil..., Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Município Y, portador da identidade número..., inscrito no CPF sob o número..., residente e domiciliado à rua..., número..., bairro, São Paulo - SP, CEP..., endereço eletrônico..., por meio de seu procurador que esta subscreve, inscrito regularmente na OAB sob o número..., com endereço profissional à rua..., número..., bairro..., cidade..., Estado..., CEP..., endereço eletrônico..., para cumprir o que prevê o artigo 106, I do CPC e, com base no artigo 5º, inciso LXXI da Constituição Federal vem perante Vossa Excelência, impetrar MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO I – D OS F ATOS Os Servidores Públicos Municipais do Município Y, filiados da Impetrante exercem atividade profissional em estação de tratamento de esgoto, submetendo-se à exposição constante a agentes nocivos à saúde. Recebem, assim como todos aqueles que trabalham nesta função, adicional por insalubridade. A lei orgânica do município Y dispõe que é de competência do impetrado apresentar proposta de Lei Complementar para regular o exercício do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos do referido município, em cumprimento ao previsto na Constituição Estadual do Município Y. O Chefe do Executivo do município Y deve garantir o exercício do direito previsto na Constituição Estadual, propondo projeto de lei complementar ao Legislativo municipal do município Y, a fim de regular a matéria. II – DOS FUNDAMENTOS A Constituição Federal em seu Capítulo I estabelece Direitos e Garantias Fundamentais, dispondo em seu artigo 5º que: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; Dessa forma, Teresa e os demais servidores Públicos Municipais do Município Y, que trabalham na estação de tratamento de esgoto e que se submetem à exposição constante a agentes nocivos à saúde e recebem adicional por insalubridade, tem direito de aposentadoria especial. A Constituição Estadual do Estado de São Paulo, em seu artigo 126, parágrafo 4º, alínea 3, estabelece que a lei complementar disporá sobre aposentadoria aos servidores que exerçam atividades de risco e condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Vejamos: Artigo 126 – Aos servidores titulares de cargos efetivos do Estado, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. § 4º - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: 2 - que exerçam atividades de risco; 3 - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. Na falta de lei complementar municipal que institui direito de aposentadoria especial a servidores públicos municipais que trabalham em atividades insalubres, o mandado de injunção coletivo é o remédio jurídico adequado para a satisfação dessa pretensão. Tal afirmativa decorre do artigo 5º, inciso LXXI da Constituição Federal dispõe que: “Art. 5º - LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;” A Lei 13.300/2016, que disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo, em seu artigo 12, inciso III, autoriza organização sindical legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, reivindicar direitos e prerrogativas em favor seus filiados através de mandado de injunção. Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: III - por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na formade seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial; No caso em questão, o Prefeito do município Y tem autonomia para legislar sobre a aposentadoria especial dos servidores municipais no exercício da sua competência suplementar, conforme dispõe os artigos 24, parágrafo 3º combinado com o artigo 30, inciso II, da Constituição Federal que assim dispõe: “Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.” “Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;” Portanto, a competência legislativa para editar normas sobre previdência social, em especial a cerca do regime jurídico dos servidores públicos municipais do Município Y, é do Chefe do Executivo local. III- DOS PEDIDOS Diante de todo exposto, requer: 1. Seja notificada a autoridade coatora omissa, para que, querendo preste informações pertinentes ao caso, no prazo legal de 10 (dez) dias, como prevê o inciso I do artigo 5º da Lei 13.300/2016; 2. Seja dada ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, conforme dispõe o inciso II do artigo 5º da Lei 13.300/2016; 3. Seja intimado o Ministério Público para emitir parecer no prazo de 10 (dez) dias, conforme dispõe o artigo 7º da Lei 13.300/2016; 4. Seja dada a ciência do ajuizamento da ação à Procuradoria do Município Y; 5. Seja julgado o pedido procedente para que o Tribunal estabeleça prazo para que o impetrado promova a edição de projeto de Lei Complementar e norma regulamentadora ao caso; 6. Sejam Juntados documentos ao caso. IV – DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 para efeitos meramente procedimentais, conforme preconiza o artigo 291 do Código de Processo Civil. Termos em que Pede de ferimento Local e data Advogado... OAB nº...
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