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OTORRINOLARINGOLOGIA – 2º BIMESTRE AULA 12 – MEDICAMENTOS BASEADOS EM EVIDÊNCIAS II DR. GABRIEL RAMALHO Não precisa se preocupar com a prova, mas no final ele disse que cai (???) Antimicrobianos Paradoxos em relação ao tratamento de doenças infecciosas: Avanços tecnológicos contrastam com falta de itens básicos de prevenção A imunossupressão, induzida ou não, traz o surgimento de doenças infecciosas raras. Preocupante resistência bacteriana, oriunda do uso indiscriminado de antibiótico Qual tratamento será necessário? Quando terei que usar antibiótico? Febre – febre alta, de difícil controle Dor e suas características Tempo de evolução Estado geral do paciente Características físicas Acometimento de outros órgãos e estruturas – prestar atenção no paciente como um todo Ouvido: Aspergillus (fungo) tem a formação algodonosa. As vezes pode confundir com a placa que é uma calcificação da membrana timpânica. A placa fica dentro da membrana timpânica; no caso de Aspergillus normalmente fica no conduto auditivo externo que pode se propagar para a membrana timpânica. Otite média aguda – congestão do martelo, abaulamento da membrana timpânica, perda da transparência. Otite média secretora – acúmulo de secreção, começa a ter um processo de retração da membrana timpânica. Leva a perfuração por implosão (denota problema de tuba auditiva) Obs: perfuração central é mais fácil de pegar o enxerto do que a perfuração periférica. Otomastoidite – pavilhão auricular lateralizado, flutuação, hiperemia, dor Nariz: Avalia o nariz com rinoscopia anterior = observa cabeça da concha inferior, septo nasal (tempo I), após elevar a cabeça 30 graus (tempo II) observa cabeça da concha média, corpo de concha inferior e começo do meato médio. Sinusite é uma infecção específica de uma das cavidades paranasais, normalmente é um quadro odontogênico. Rinossinusite é do nariz para as cavidades paranasais. Faringe: Faringotonsilite: placas, hiperemia, aumento de volume. Normalmente causada pelo Streptococcus. Sempre que houver infecções recorrentes é por Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A. Gengivoestomatite herpética: é um quadro de aftas que se propagam para todos os lados. Abscesso periamigdaliano: medianização do palato mole e amígdala, hiperemia da região palatal, dificuldade da abertura bucal, voz abafada, abaulamento importante do palato. Angina de Plaut-Vincent: geralmente causada por anaeróbio, é extremamente fétida, forma uma placa amarelada com destruição tecidual. Mononucleose: amarelo, enfaratamento ganglionar, pode ter quadro de esplenomegalia, linfócitos atípicos, insuficiência respiratória alta Herpangina: mimetiza a gengivoestomatite herpética, mas o estado geral do paciente é bom Ca de boca: paciente em 4ª/5ª década de vida, com dor de ouvido, etilista, tabagista, etc.. Obs: massa cervical com evolução de dias é massa infecciosa até que prove o contrário; massa com evolução de meses é massa tumoral, até que prove o contrário; massa cervical com evolução de anos é processo congênito Diagnóstico é a base do tratamento Indícios clínicos de infecção bacteriana Diagnóstico presuntivo Impacto na evolução do paciente Eficácia bacteriológica Capacidade do antibiótico de eliminar ou inibir o processo bacteriano Melhor pelo fármaco x história natural da doença Eficácia depende da concentração inibitória mínima (MIC) – método microbiológico Ideal é sempre colher material para avaliação etiológica e eficácia dos diferentes antibióticos. Não dá pra colher cultura de tudo, mas se eu vejo que o paciente não está respondendo ao tratamento ou tem uma evolução diferente é bom colher. Agentes mais comuns nas IVAS Otite média aguda e rinossinusite: S. pneumoniae e H. influenzae. Amoxilina Amoxilina com clavulanato Amoxilina dose dobrada com ou sem clavulanato Alérgicos: macrolídeos Cefalosporinas e macrolídeos tem forte indução de resistência cruzada a outras bactérias Tonsilite: Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A Amoxilina nos mesmos moldes Penicilina: casos leves à moderados e controle de febre reumática Antitussígenos Efeito mucolítico e inibidor da tosse Reduzir a frequência e intensidade da tosse Etiologia é fundamental Tosse participa da defesa e clearance das vias aéreas Uso de antitussígeno deve ser excepcional Vias aferentes e eferentes Receptores próprios localizados em nasofaringe, seios da face, ouvidos, traqueia, laringe, brônquios, esôfago, fundo gástrico, pleura, pericárdio e diafragma Via aferente: Glossofaríngeo e vago Via eferente: Laríngeo inferior Frênico Nervos dos músculos respiratórios Classificação temporal Aguda: menor de 3 semanas Subaguda: 3 a 4 semanas Crônica: maior que 4 semanas Causas da tosse aguda Resfriado comum Faringite Laringite Sinusite aguda Bronquite aguda Rinite alérgica/irritativa Pneumonia Insuficiência cardíaca esquerda Embolia pulmonar Causas de tosse subaguda Pós infecciosa Mycoplasma pneumoniae Coqueluche – está havendo aumento dos casos – tosse paroxística Tuberculose: tosse mais de 2 semanas sem causa aparente. Solicitar raio-x de tórax e baciloscopia do escarro Causas da tose crônica IVAS Doença do refluxo gastroesofágico Bronquite crônica Uso de IECAs Tuberculose Bronquiectasia Bronquite eosinofílica Câncer de pulmão Pneumonia intersticial difusa – comum em trabalhadores que inalam poeira Anamnese Uso de IECA/beta-bloqueadores Exposição ambiental a irritantes, alérgenos, tabaco Uso de drogas ilícitas Tosse ladrante em lactente – traqueomalácia Tosse produtiva crônica – sinusite; bronquite crônica Fibrose cística – tosse produtiva sinal de comprometimento pulmonar e/ou exacerbação pulmonar Tosse seca- rinite alérgica, asma, doença intersticial pulmonar Asma piora com exercício Tosse noturna crônica – gotejamento pós-nasala – rinossinusite Tosse psicogênica – cessa com sono Exame físico Nariz: olhar prega nasal, olheira, pólipos e gotejamento nasal Orelhas: afastar afecções – estimulação vagal Faringe: gotejamento posterior, padrão em pedras de calçamento Tórax: Doenças obstrutivas: aumento do diâmetro antero-posterior, sibilos Comprometimento alveolar: crepitação Exames complementares Raio X de tórax: fazer em toda tosse crônica; tosse aguda e subaguda vai depender da evolução do paciente, apenas quando anamnese e exame físico sugerem doença pulmonar específica Espirometria: fazer em toda tosse crônica; tosse aguda ou subaguda nas suspeitas de asma TC: tosse crônica atípica; auxilia no diagnóstico de bronquiectasia e doença pulmonar difusa Broncoscopia: suspeita de aspiração de corpo estranho (criança começa com tosse sem causa aparente), tumores brônquicos, tosse crônica sem diagnóstico Videonasofaringolaringoscopia: sinais de rinite, rinossinusite, distúrbios da deglutição, sinais sugestivos de DRGE, laringites atípicas, malformações das vias aéreas Endoscopia digestiva alta: DRGE, hérnia de hiato, lesões esofagianas e do fundo gástrico Phmetria: padrão ouro para DRGE Medicamentos antitussígenos Mel – apenas para crianças acima de 1 ano Anti-histamínicos Codeína Dextrometorfano Fendizoato de cloperatina Dropropizina e levodropropizina Cloridrato de clobutinol Guaifenesina Antivertiginosos Diagnóstico: topográfico (central ou periférico), sindrômico e etiológico Avaliação otoneruológica Equilíbrio estático Equilíbrio dinâmico Pares cranianos Pesquisa de nistagmo Avaliar se o paciente tem problema cerebelar ou vestibular. VERTIGEM PERIFÉRICA (labirinto) Intensa Sinais neurovegetativos: náusea, palidez, sudorese Sintomas auditivos: zumbido, plenitude aural, perda auditiva (flutuante – inicial; permanente – tardio) Três manifestações clínicas da vertigem periférica Osciloscopia Sensação de oscilação do horizonte ao movimentar a cabeça Instabilidade de marcha e postura Decorre da perda da função vestibular bilateral Vertigem rotatória intensa e desequilíbrio Perda súbita da função vestibular unilateral. Ex: neuritevestibular Vertigem rotatória episódica Estimulação ou inibição inadequada do sistema vestibular periférico. Ex: vertigem paroxística posicional benigna e doença de Menière VERTIGEM CENTRAL Mais branda, gradual com desequilíbrio Sem sintomas auditivos e neurovegetativos Associado a manifestações neurológicas: cefaleia, diplopia, parestesia, disartria, hemiplegia, perda da consciência Nistagmo na crise Hipofunção vestibular periférica unilateral Nistagmo espontâneo ausente ou com fase rápida em direção ao lado sadio Nistagmo semiespontâneo, cuja fase rápida se acentua ao convergir o olhar para o lado sadio Head Impulse Test (HIT) com sacada corretiva ao girar a cabeça em direção ao lado lesado Presença de efeito inibitório da fixação (EIFO) Hipofunção vestibular periférica bilateral Nistagmo espontâneo e semi-espontâneo ausente Head Impulse Test (HIT) com sacada corretiva ao rotacionar a cabeça para os dois lados Presença de EIFO Vestibulopatias centrais Nistagmo espontâneo e semi-espontâneo uni, bi, multidirecional, direção horizontal, vertical e obliqua, alternante e dissociada HIT sem sacada corretiva Possível ausência de EIFO Provas cerebelares Index-nariz e diadococinesia: avaliam a coordenação motora Alterações de marcha Vermis cerebelar = pende para ambos os lados Hemisférica = pende para o lado lesado Avaliação do equilíbrio estático Romberg e Romberg-Barré - inespecífico Afecções centrais: queda para frente e para trás Afecções periféricas: queda para o lado hipofuncionante Lesões cerebelares: base de sustentação alargada Avaliação do equilíbrio dinâmico Afecções periféricas unilaterais Desvio da marcha para o lado lesado Unterberger-Fukuda: rotação do corpo maior que 30º para o lado acometido Afecções centrais Marcha ebriosa – cerebelar Marça talonante – lesões no funículo posterior Tratamento das vestibulopatias Vertigem paroxística posicional benigna: manobras de reposição otolítica Neurite vestibular: supressores labirínticos por curto período Doença de Menière Supressores por tempo prolongado Controle dos hábitos Exercícios de reabilitação labiríntica Medicamentos intratimpânicos Cirurgia de descompressão do saco endolinfático Hipofunção bilateral: supressores labirínticos são contraindicados. Exercício de reabilitação vestibular Principais classes de medicamentos Anti-histamínicos H3 Antagonistas dos canais de cálcio Anticolinérgicos Benzodiazepínicos – ação sedante Substâncias vasoativas Efeitos colaterais Sonolência Depressão Tremores Aumento de peso Pode piorar o risco de queda Deve ser evitado na gravidez Uso de diversos antivertiginosos da mesma classe potencializam os efeitos adversos
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