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Diagnostico por Imagem Nathaly Moss Parte 1

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
CENTRO DE CIENCIAS DA VIDA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
NATHALY CUNHA LINS MOSS
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM EM MEDICINA VETERINÁRIA
REVISAO BIBLIOGRÁFICA
CURITIBA 2018
NATHALY CUNHA LINS MOSS
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM EM MEDICINA VETERINÁRIA
REVISAO BIBLIOGRÁFICA
Trabalho apresentado como obtenção integral de nota, a disciplina de Diagnostico po Imagem em Medicina Veterinaria da Universidade Pontificia Catolica do Parana, Curso de Medicina Veterinaria.
Professor Orientador: Ubirajara
CURITIBA 2018
INTRODUÇÃO A ULTRASSONOGRAFIA EM REPRODUCAO E OBSTETRICIA 
A utilização da ultra-sonografia na medicina veterinária foi introduzida a partir de 1950, entretanto, somente no final da década de 70 é que a qualidade desta tecnologia sofreu grande impulso com a possibilidade da obtenção de imagens em tempo real.
A ultra-sonografia é um método diagnóstico importante e muito utilizado em pequenos animais. Diversas anormalidades podem ser diagnosticadas com o auxílio do exame ultra- sonográfico do aparelho reprodutor feminino e masculino dos cães e outras espécies. Em fêmeas o exame ultra-sonográfico é de grande auxílio para avaliação gestacional e afecções reprodutivas como hiperplasia endometrial cística. A ultra- sonografia atua com papel importante para avaliação de patologias relacionadas ao macho, pois a glândula prostática é fonte comum de moléstias significativas ao cão.
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REVISÃO DE BIBLIOGRÁFICA
US DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
A ultra-sonografia é um método diagnóstico importante e muito utilizado em pequenos animais, o sistema reprodutor feminino é um dos mais avaliados, principalmente para avaliação gestacional e afecções reprodutivas. É considerada uma técnica superior ao exame radiográfico para avaliação de estruturas internas como os ovários e útero.
A avaliação por ultra-som pode ser usada para prognosticar as datas dos partos, proporcionar uma estimativa do número fetal e avaliar o estresse fetal. Porém, problemas reprodutivos que envolvem fêmeas caninas e felinas são muito comuns, como alterações no ciclo e no comportamento causadas por cistos ovarianos, piometra, abscessos ovarianos. metrite, endometrite, hiperplasia endometrial cística, retenção fetal, retenção de placenta, hemorragia, maceração e malformação fetal são alterações detectadas pelo exame ultra-sonográfico .
TÉCNICAS PARA AVALIAÇÃO ULTRA-SONOGRÁFICA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
Transdutores de alta freqüência como de 7,5 MHz e 10,0 MHz são ideais para avaliação de ovários e útero descrevem que para a avaliação ultra-sonográfica do sistema genital feminino, o animal deve ser posicionado em decúbito dorsal, laterais direito e esquerdo. A avaliação dos ovários e útero é feita na região abdominal ventral, deve- se fazer tricotomia do abdome e aplicação de gel para evitar interferência e artefatos ao transdutor e a imagem reproduzida ao monitor.
OVÁRIOS
ANATOMIA OVARIANA
Os ovários dos carnívoros domésticos são pequenos de contornos definidos, parênquima homogêneo e hipoecogênico, variam quanto sua forma, apresentando-se de ovais a achatados. O comprimento médio dos ovários nos cães é de aproximadamente 2 cm ,0,7cm de largura e o,5cm de espessura.
As medidas por ultra-som dos ovários caninos são similares, embora cães grandes apresentam ovários um pouco maiores que os cães pequenos, em média de 0,2cm. Cada ovário situa-se cerca de 1 a 2 cm do pólo caudal dos rins. Respectivamente, o ovário direito localiza-se entre o duodeno e a parede abdominal lateral. O ovário esquerdo relaciona-se lateralmente ao baço. A superfície ovariana pode apresentar uma saliência, caracterizada como folículos, na dependência da fase do ciclo estral em que a fêmea se encontra.
US OVARIANA
O aspecto ultra-sonográfico é variável durante o ciclo estral. Durante o anestro e o proestro precoce, eles são pequenos, ovais e com formato de feijão e ecogenicidade homogênea similar a do córtex renal, á vezes com margens indistintas. O córtex e a medula geralmente não são diferenciados em cadelas e gatas, o desenvolvimento folicular começa no proestro, atingindo a maturação durante o estro, quando ocorre ovulação. A ovulação ocorre de 24 a 48 horas após um pico do hormônio luteinizante (LH) ao mesmo tempo em que há uma elevação da progesterona acima dos níveis basais do anestro. Os folículos preenchidos por fluido anecoecogênica tornam-se corpos lúteos sólidos e hipoecogênicos, secretando altos níveis de progesterona.Durante a fase de crescimento folicular, os folículos podem ser visualizados ultrasonograficamente e caracterizam-se como estruturas anecogênicas que crescem lentamente no início do proestro e na maioria dos casos, começam a ser observados com evidência no 3º e 4º dia de proestro descrevem que à medida que os folículos crescem, os ovários são mais visíveis, os folículos podem chegar a medir 13 mm de diâmetro, observa um crescimento folicular de 3,7 a 6,9mm entre o pico de LH e cinco dias antes, sendo que essa estrutura cresceu em média 7,5mm em dois dias após o pico de LH.Na maioria das vezes, o que pode ser observado com a realização do exame ultra-sonográfico diário, é que a ovulação é detectada pela diminuição do número e tamanho dos folículos de um dia para o outro Alguns autores, relatam que o ovário normal não é detectado ao ultra-som em cães durante a fase de anestro do ciclo reprodutivo devido ao seu pequeno tamanho e sua ecogenicidade similar ao tecido adjacente. A dificuldade em se detectar a ovulação por meio da ultra-sonografia em cadelas esta no fato dos folículos pré e pós-ovulatórios serem muito semelhantes em suas características ultra-sonográficas.
ALTERAÇÕES OVARIANAS
Os vários normalmente não são visualizados. Os cistos são causas comuns de aumento dos ovários. Porém, hemorragias e neoplasias também podem ser consideradas causas de aumento ovariano. Muitos sinais clínicos são indicativos de doenças ovarianas, mas necessitam de exames específicos, como a ultra-sonografia que auxilia na avaliação do formato, tamanho, textura e outras alterações ovarianas. 
DOENÇA CISTICA OVARIANA
Ao o ultra-som, os cistos são estruturas esféricas, anecogênicas, paredes finas e com reforço acústico posterior. Eles podem ser unilaterais ou bilaterais e únicos ou múltiplos. O tamanho do cisto varia de pequeno a grande, causando um aumento generalizado do ovário.
A ultra-sonografia não pode distinguir os vários tipos de cistos ovarianos, mas cistos luteinizantes únicos possuem uma parede mais espessa que cistos foliculares grosseiros. Ovários não neoplásicos policísticos podem apresentar cistos bem definidos, paredes finas, não septado, anecogênico, com reforço distal ou um número de cistos de tamanhos reduzidos, ecogenicidadde homogênea e isoecogênica em relação ao córtex renal As neoplasias que contêm cistos normalmente são septadas e possuem paredes espessadas, irregulares e ecogenicidade hiperecogênica.
ABCESSO OVARIANO
Os abscessos ovarianos podem ocorrem associados a neoplasias ovarianas (RAMIREZ et al., 1998), o abscesso primário é incomum em fêmeas (ADAMS, 1981). Eles podem variar conforme o tempo de evolução do processo, apresentando vários graus de ecogenicidade, de anecóico a hiperecóico, de homogêneo a heterogêneo. Parece que a ecogenicidade aumenta quanto maior for a celularidade da lesão. Podem apresentar tecido de granulação adjacente, calcificação e até mesmo ar na lesão. Em alguns casos os abscessos não podem ser diferenciados dos cistos.
HEMATONA OVARIANO
Os hematomas ovarianos podem ter aparência variável. Os hematomas recentes apresentam grandes folículos com fluidos e pontos ecogênicos flutuantes (fibrina). Os hemotomas geralmente são grandes, podem ter margem ecogênica, massas esféricas hipoecogênicas (septações) contendo pequenos pontos hiperecogênicosaumentando gradualmente com o tempo da hemorragia. O aspecto do hematoma pode variar de homogêneo a heterogêneo, em geral bem delimitado com formato oval ou circular, tempo de evolução do hematoma não pode ser determinado pelo exame ultra-sonográfico.
NEOPLASIA
Os tumores ovarianos não são comuns em cães, incluindo de 0,5% para 1,2% de todos os tumores caninos. A incidência é maior em cães idosos, sem predisposição racial os principais tumores ovarianos possuem três categorias: tumores epiteliais, tumores de células germinativas, tumores de cordão sexual e estroma gonodal.
Os tumores epiteliais incluem adenomas, adenocarcinomas, cistadenomas e carcinomas indiferenciados. Os adenomas papilares e adenocarcinomas ocorrem cerca 40 a 50% das neoplasias ovarianas. O mais comum tumor do cordão sexual e estroma gonodal são os tumores de células granulosas, cerca de 50% das neoplasias ovarianas. Outros tumores de estromal gonodal são relatados em cadelas, como os tecomas e luteomas considerados benignos. Os tumores de células germinativas incluem os disgerminomas e teratomas incluindo cerca de 6 a 12% dos tumores ovarianos .
Os tumores ovarianos podem ser reconhecidos pelo exame ultra-sonográfico como uma massa intra-abdominal, localizada em um ou ambos os ovários. Os tumores podem ser predominantemente sólidos, sólidos císticos e complexos, podem disseminar – se por metástase ou causar distúrbios hormonais. A maioria dos tumores ovarianos é unilateral, sendo o ovário esquerdo o mais acometido, porém massas tumorais epiteliais e adenocarcinomas podem acometer ambos ovários. 
Entretanto, a ascite é um achado clínico comum em cães com tumores ovarianos. A formação de ascite é atribuída por metástase em vaso linfático peritoneal na qual causa obstrução linfática. Efusões associadas com carcinoma abdominal são produzidas por secreções de células glandulares neoplásicas, obstruções linfáticas e inflamação da superfície serosa .
GRANULOMA DE COTO OVARIANO
O exame ultra-sonógrafico pode detectar massas ou formações císticas, decorrente de porção de estroma ovariano não retirado e granulomas por reação ao fio de sutura na topografia de um ou ambos pedículos ovarianos. Outras alterações podem ser detectadas à ultra-sonografia após a ovariectomia, como a oclusão do ureter adjacente, que pode desencadear uma hidronefrose secúndaria, os granulomas podem variar em tamanho, forma e ecotextura, normalmente são heterogêneos, com contornos irregulares e até mesmo pouco definidos.
ANATOMIA UTERINA
ÚTERO
O útero é formado pela cérvix, tem um corpo pequeno e dois cornos longos e estreitos. Na cadela o cérvix apresenta de 1,5 a 2 cm de comprimento e 0,8 cm de comprimento, em cadelas de tamanho médio o corpo uterino tem aproximadamente 2 a 3 cm e os cornos aproximadamente 12 a 15 cm de comprimento. O diâmetro dos cornos é uniforme. Eles divergem do corpo na forma de “V”, na direção de cada rim , o útero é composto por três camadas: mucosa, muscular e serosa. Ele se localiza entre a vesícula urinária, ventralmente, e o cólon descendente, dorsalmente.
US UTERINA
A ultra-sonografia é superior a imagem radiográfica na avaliação de estruturas internas, como o útero , sonográfica. O útero dentro de sua normalidade caracteriza-se como uma estrutura homogênea hipoecogênica. A camada serosa pode ser evidenciada como uma linha fina hiperecogênica. O lúmen uterino não costuma ser visualizado, embora possa ser caracterizado como uma área central hiperecogênica, com uma pequena quantidade de muco intra- luminal, ou como uma área hipoecogênica a anecogênica. O miométrio e endométrio geralmente não podem ser diferenciados .Porém, quando visualizado o endométrio é hiperecogênico, circundado pelo miométrio que é hipoecogênico, a cérvix é observada em cães e gatos, quando uma visualização satisfatória do corpo do útero é obtida. Será identificada como uma estrutura oblíqua, hiperogênica e linear no plano sagital. A parte proximal da vagina também pode ser identificada.
durante o proestro e estro, o diâmetro uterino aumenta, podendo ser bem visualizado no corte transversal. Sua ecogenicidade se altera, tornando-se hipoecogênico com áreas hiperecogênicas centrais, representando edema uterino.
ALTERAÇÕES UTERINAS
Inúmeras complicações uterinas são diagnosticadas pelo exame ultra-sonográfico, tais como, hiperplasia endometrial cística, piometra, endometrite, morte fetal, retenção fetal, retenção placentária, metrite pós-parto. Outras afecções podem ser avaliadas, como as neoplasias, granulomas, piometra de coto uterino secundário à ovário-histerectomia, subinvolução do sítio placentário, abscessos, tecido cicatricial, aderências, pólipos e hematomas.
HIPERPLASIA ENDOMETRIAL CÍSTICA
A hiperplasia endometrial cística e a piometra são doenças uterinas que ocorrem frequentemente na fase lútea do ciclo estral (metaestro). A ausência do uso de hormônios esteréidos exógenos, predispõem a cadelas desenvolverem doenças associadas útero e ovário com ou sem infecção bacteriana secundária. descrevem que a hiperplasia endometrial cística se inicia com uma resposta exacerbada do endométrio à prostaglandina, que ocorre após a ovulação durante o diestro. O útero responde ao aumento da secreção de prostaglandina com uma hipertrofia glandular e aumento da atividade secretora do endométrio. Ao exame ultra-sonográfico observa-se um aumento do diâmetro uterino, edemaciação, espessamento da parede uterina com múltiplos cistos irregulares, de tamanho variado aderidos a parede uterina. Também é possível detectar aumento dos linfonodos ilíacos medias, caracterizados, como estruturas alongadas hipoecogênicas adjacentes aos vasos ilíacos .
ENDOMETRITE
A endometrite caracteriza-se por uma infecção bacteriana uterina que ocorre, na maioria das vezes, após o parto. Mas também pode ocorrer por inseminação artificial, cobertura natural e aborto. A endometrite pode evoluir rapidamente para uma septicemia e toxemia.
Ao exame ultra-sonográfico observa-se um aumento do corno uterino, espessamento de parede, mucosa com contorno irregular e uma pequena quantidade de conteúdo anecogênico pode ser visto em seu lúmen .
PIOMETRA
A piometra é uma infecção uterina secundária a alterações hormonais. Geralmente acomete animais mais velhos. Os sinais normalmente aparecem de um a dois meses após o estro ou a administração exógena de prostaglandina. a piometra pode ocorrer com a cérvix fechada ou aberta e os sinais clínicos incluem: anorexia, depressão, letargia, poliúria, polidipsia e secreção vaginal (na piometra aberta). O exame ultra-sonográfico é o método diagnóstico mais utilizado para avaliação de piometra aberta ou fechada. Os achados ultra-sonográficos de piometra, incluem aumento dos cornos uterinos, caracterizado como estruturas tubulares de lineares a tortuosas, com lúmen de ecotextura homogênea e ecogenicidade de hipoecogênico a anecogênico com reforço acústico distal, parede uterina espessada e irregular com ecos luminais de acordo com a quantidade de debris celulares. o diagnóstico de piometra é satisfatório pelo exame ultra-sonográfico, mas torna- se difícil quando o diâmetro uterino é menor que o diâmetro do intestino delgado.
PIOMETRA DE COTO
As imagens ultra-sonográficas da piometra de coto caracterizam-se pela presença de uma massa entre a vesícula urinária e o cólon, podendo ser heterogênea ou cística.
GRANULOMA DE COTO
Ao exame ultra-sonográfico o granuloma de coto são estruturas pouco definidas, com ecotextura heterogênea e ecogenicidade mista, hipoecogênico e hiperecogênica, localizadas dorso- caudalmente à vesícula urinária. Os granulomas não possuem características específicas, tendo como diagnóstico diferencial os abscessos, cistos e neoplasias .
NEOPLASIA
Os tumores uterinos são raros em cães e gatos. Os mais comuns são os leiomiomas (tumores benignos) caracterizados por massas homogêneas isoecogênicas à parede uterina, que se projetam para o lúmen anecogênico. Podem terecotextura heterogênea, quando ocorrer uma necrose ou fibrose, ficando difícil diferenciá-lo de granuloma. Outros tumores podem ser encontrados no útero, como o adenocarcima. hemangiossarcoma, adenoma, leiomiossarcoma, miossarcoma e tumores venéreos transmissíveis.
GESTAÇÃO ANORMAL
A ultra-sonografia é utilizada para detectar várias condições que podem ocorrer durante as gestações. As alterações incluem reabsorção fetal, aborto, retenção fetal, desenvolvimento embrionário retardado, morte fetal e outras complicações gestacionais e pós-parto.
ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOS MASCULINO
O sistema reprodutor masculino consiste em escroto, testículos, epidídimo e próstata .
US DO SISTEMA REPRODUTOS MASCULINO
Diversas afecções podem ser diagnosticadas com o auxílio do exame ultra-sonográfico do aparelho reprodutor masculino de cães e gatos. Porém, recomenda-se uma radiografia abdominal caudal associada à ultra-sonografia para avaliação do tamanho prostático e opacidade, já que a maioria das doenças causam prostatomegalia.
PRÓSTATA
As doenças prostáticas caninas incluem inflamação aguda e crônica, neoplasia e hiperplasia prostática crônica, prostatite que podem ter aparências sonográficas similares e o diagnóstico definitivo necessita de outras técnicas, com o exame citológico. Porém, o ultra-som color Doppler é uma não-invasiva que potencializa distinguir processos benignos de neoplásicos, benificiando a avaliação clínica e um tratamento adequado .
as doenças prostáticas afetam 80% dos cães machos, com mais de 10 anos de idade. Sendo os problemas mais comuns de doenças prostáticas os cistos e abscessos.
ANATOMIA DA PRÓSTATA
A glândula prostática é um órgão musculoglandular, bilobado que circunda a uretra pélvica, localiza-se no espaço retroperitoneal, caudal à vesícula urinária e ventral ao reto e sínfise púbica um proeminente septo fibroso divide a próstata em dois lobos ovóides. Os lobos são divididos em lóbulos por septos de tecido conjuntivo que são compostos por glândulas túbulo-alveolares, formando numerosos ductos prostáticos, que se localizam ao redor da uretra, desembocando nos ductos deferentes e formando canalículos seminais. A próstata normal não deve ser maior que 70% da distância do púbis promontório fatores podem influenciar o tamanho da próstata como, a idade, a raça e o peso do animal. A próstata pode ser localizada na região abdominal quando há aumento do volume prostático ou pelo grau de repleção da bexiga. Em animais castrados a próstata encontra-se diminuída, com formado arredondado e sem definição dos lobos.
US DA PRÓSTATA
O animal deve ser posicionado em decúbito dorsal, tricotomizado e feita aplicação de gel próprio. O exame ultra-sonográfico é feito transabdominal e um transdutor setorial de 7,5 MHz deve ser utilizado para avaliação prostática. Devem ser realizadas imagens nos planos sagital e transversal da próstata. Ao plano sagital, a medida crânio-caudal se refere ao comprimento e a dorso-ventral, à altura; a medida no plano transversal se refere à largura,a determinação do tamanho da próstata é obtida pela mensuração do comprimento (C), altura (A) e largura (L) utilizando a equação (Volume = 0,524 x C x L x A). Em estudo feito por Kamolpatana et al. (2000) utilizaram animais com menos de 5 anos de idade e com peso entre 11 e 30 Kg e obtiveram as seguintes medidas prostáticas: comprimento = 3,15 +/- 0,83cm; largura = 3,15 +/- 0,9cm; altura = 2,83 +/- 0,60cm. Atalan et al. (1999) descrevem que o parênquima prostático tem ecogenicidade homogênea hipoecogênica em relação aos tecidos adjacentes. A região hilar é hiperecogênica em relação ao pa
Pórem, os cistos paraprostáticos devem ser incluídos como diagnóstico diferencial de aumento perineal e outras afecções perineais 
PROSTATITE BACTERIANA
As prostatites são processos inflamatórios da próstata. Afetam cães machos sexualmente maduros. As prostatites bacterianas podem ser agudas ou crônica. As prostatites bacterianas agudas, geralmente são desencadeadas por infecção ascendente, porém podem ocorrer por via hematógena e infecções anaeróbicas. A Escherichia coli é a bactéria mais freqüentemente isolada (PETER et al., 1995). Embora, a infecção por outras bactérias gram-positivas e gram-negativas é possível como, o Staphylococcus spp., Streptococcus ssp, Proteus spp., Pseudomonas, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Mycoplasma spp., Pasteurella spp. A infecção por Brucella canis é incomum e a prostatite fúngica é rara, pode ser causada por Blastomyces e Cryptococcus o exame ultra-sonográfico da prostatite bacteriana aguda apresenta um discreto aumento prostático, diminuição da ecogenicidade, pode também revelar espaços intraparenquimatosos, maiores que 1,5 a 2cm, preenchidos por líquido, compatíveis com abscesso por imagem hipoecogênica difusa ou focal. O abscesso causa uma imagem da glândula de margem interna irregular, cavidade lobulada e lúmen ocasionalmente septado. Johnson (2001) descreve que a prostatite bacteriana crônica pode ser assintomática, o tamanho e a forma podem ser simétricas ou assimétricas, podendo ou não ter sensibilidade dolorosa à palpação. Ao exame ultra-sonográfico a próstata pode ter diâmetro normal ou aumentado, ecogenicidade aumentada heterogênea discretamente hiperecogênea, pode apresentar áreas hipoecogênicas a anecogênicas representando tecido inflamatório ou abscessos e focos hiperecogênicos produtores de reforço acústico posterior (calcificações) ou presença de ar.
ABCESSO PROSTÁTICO
Os sinais clínicos de abscessos e cistos prostáticos resultam de compressões de estruturas adjacentes, devido ao aumento prostático, por complicações no local ou por infecção bacteriana sistêmica as recomendações para o tratamento de cistos e abscessos em cães incluem procedimentos cirúrgicos invasivos, como, prostatectomia subtotal. A drenagem prostática é eficaz, embora, complicações pós-operatórias e hospitalização prolongada, podem desencadear alterações secundárias, como incontinência urinária, peritonite, recidiva de abscesso, sepse, entre outras.
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NEOPLASIA
A neoplasia prostática ocorre em cães idosos não castrados, raças de médio a grande porte. O adenocarcinoma prostático é o tipo de tumor mais freqüente em cães alguns estudos sugerem que a castração dos animais pode ser um fator predisponente ao aparecimento do adenocarcinoma prostático. Ao exame ultra-sonográfico a neoplasia prostática apresenta um aumento e assimetria da glândula, ecotextura heterogênea, contornos irregulares, áreas focais hiperecogênicas produtoras de sombra acústica podem estar dispersas em parênquima ou restrita em uma área focal, sugestiva de mineralização O diagnóstico diferencial entre prostatite e neoplasia é difícil. Portanto, a biópsia prostática é recomendada para confirmação do diagnóstico de neoplasia. A biópsia da glândula prostática canina inclui aspiração por agulha fina trans-abdominal e biópsia durante a laparotomia. A incidência de complicações decorrentes de biópsia é baixa 
ESCROTO
ESCROTO
O escroto dos cães é perpendicular e globoso, está situado aproximadamente na metade do trajeto entre a região inguinal e o ânus. É uma bolsa membranosa dividida por um septo mediano em duas cavidades, cada uma é ocupada por um testículo, epidídimo e a parte distal do funículo espermático (GETTY & GROSMANN, 1975).A avaliação do escroto é útil para observar dermatites escrotais, feridas penetrantes, corpos estranhos, edema, neoplasia, hérnias e na diferenciação de doenças escrotais testiculares. Para avaliação ultra-sonográfica do escroto devem ser feitos cortes tranversais, sagitais e dorsal com angulações complementares, crânio-caudal, caudo-cranial e látero- medial. A cabeça deve ser percorrida pelo plano caudo-caudal. A cauda do epidídimo é medida pela imagem no plano dorsal com angulação crânio-caudal geralmente as doenças escrotais se manifestam com espessamento do escroto, que está isoecogênico a hiperecogênico, comparado aos testículos, em casos deedema e tumores vasculares. Sendo as principais enfermidades relacionadas ao escroto são: hérnia escrotal, varicocele, hidrocele e não tão freqüente neoplasias.
HÉRNIA ESCROTAL
Ao exame ultra-sonográfico pode ser identificado presença de outros órgãos no interior do escroto .
VARICOCELE
 A varicocele como um aumento dos vasos circulatórios do escroto ou como dilatação dos vasos do plexo pampiniforme responsáveis pela irrigação do testículo. À imagem ultra-sonográfica pode observa-se a dilatação dos vasos.
HIDROCELE
A hidrocele é o acúmulo de líquido ao longo do cordão espermático. As causas primárias em cães, são o comprometimento da drenagem linfática, hérnia inguinal e orquite. O exame ultra- sonográfico apresenta uma imagem isoecogênica e difusa .
TESTÍCULOS
ANATOMIA TESTÍCULAR
Os testículos são relativamente pequenos e possuem formato redondo-ovalado. O eixo longo é oblíquo e está direcionado dorsal e caudalmente. O mediastino do testículo é central, emite septos de tecido conjuntivo que dividem o testículo em lóbulos incompletos. Nestes lóbulos estão os túbulos seminíferos que contêm células de Sertoli e vários outros tipos celulares envolvidos na produção de espermatozóides. A rede do testículo drena nos ductos eferentes, que se unem para formarem a cabeça do epidídimo. O tamanho médio dos testículos é 3,63cm de comprimento, 2,67cm de diâmetro dorsoventral e 2,67cm de diâmetro látero-medial .
US DO TESTÍCULOS
O testículo é ecogênico, possui textura homogênea hipoecogênica ou isoecogênica em relação à próstata. As túnicas parietal e visceral formam um eco periférico fino e hiperecogênico. O mediastino testicular é de aproximadamente 2mm de diâmetro, tanto no plano sagital e transversal. É visualizado como uma estrutura ecogênica linear central. A cápsula testicular possui contornos regulares e bem definidos. O ultra-som color Doppler nos testículos caninos detectam a presença de uma artéria localizada dorsalmente entre o testículo e o epidídimo .). O ultra-som Doppler Duplex e Doppler colorido são incapazes de detectar o pequeno fluxo sanguíneo no parênquima testicular e epididimal. Porém, o power Doppler é útil na avaliação do fluxo sanguíneo. O uso do Doppler em testículo espermático ou epidídimo lesionados apresentam fluxo sanguíneo diminuído quando comparado ao contra-lateral .
ALTERAÇÕES TESTICULARES
NEOPLASIAS
As neoplasias testiculares são o segundo tipo mais comum de tumor em cães e são importantes causa de aumento testicular. Em geral acometem cães entre 9 e 10 anos de idade. Normalmente, esses tumores são benignos, bilaterais em 50% dos casos a neoplasia testicular é uma importante causa de aumento testicular. Três tipos comuns de neoplasias testiculares são: tumores de células intersticiais ou leydigoma, seminomas, tumores de células de Sertoli ou sertolinoma. descrevem que os tumores de células intersticiais (Leydigoma) são mais comum em cães, compostos de pequenos nódulos que podem ser únicos ou tornarem-se confluentes formando uma grande massa nodular mal encapsulada. Podem ser bilaterais e associados com anormalidades hormonais, não são tumores invasivos e não causam metástase. Entretanto, os seminomas são tumores das células germinativas do testículo, são o segundo tipo mais comum em cães, acometem animais com aproximadamente 10 anos de idade, são grandes, podem variar de 1 a 10cm de diâmetro, geralmente são lesões unilaterais homogêneas hipoecogênicas, bem circunscritas, e podem ser focais ou multifocais, com ou sem calcificações..Os tumores de células de Sertoli são o terceiro tumor mais comum em cães. Freqüentemente, afeta cães com 9 anos de idade é comum em testículos ectópicos cerca de 60% dos casos. As principais complicações do tumor das células de Sertoli são o hiperestrogenismo e a hiperprogesteronemia,
associados a síndrome feminizante e a supressão da medula óssea por causa da alta produção de estrógeno, atrofia muscular, ginecomastia, aumento prostático e prepúcio penduloso). A imagem ultra-sonográfica visualiza-se uma estrutura hipoecogênica, bem definida, apresentando margem hiperecogênica, pode apresentar em seu interior áreas anecogênicas e o testículo se encontra aumentado 
CRIPTORQUIDISMO
O criptorquidismo é uma patologia comum em cães, com incidência de 1% a 15%. O cão da raça Boxer é considerado o mais predisponente ao criptorquidismo As causas são de origem congênita, na qual não ocorre a descida do testículo para o escroto até os 6 meses de idade, quando ocorre a oclusão do anel inguinal. Possíveis complicações podem desencadear-se ao criptorquida como, infertilidade, atrofia do epitélio testicular, torção testicular. Os testículos ectópicos predispõem ao risco de neoplasias, principalmente quando localizados na cavidade abdominal Ao exame ultra-sonográfico da região inguinal ou abdominal, pode ser visualizado a presença de uma estrutura arredondada e de contornos bem definidos, imagens compatíveis com testículo 
ORQUITE
A orquite é a inflamação dos testículos rara em humanos. Em cães, a orquite normalmente está associada a epididimite (OYEN, 2002). A orquite pode resultar de traumas, agentes infecciosos, granulomas, espermáticos ou compor extensão de cistites, uretrites, prostatites e epididimites .Porém, essas enfermidades podem ter característica aguda ou crônica. O processo agudo caracteriza-se por hipertermia, edema escrotal e descarga prepucial purulenta. O processo crônico em geral não apresenta edema escrotal e é acompanhado por atrofia do testículo atrofiado o aspecto ultra-sonográfico da doença testicular infecciosa aguda observa-se aumento do tamanho testicular e do epidídimo, ecogenicidade hipoecogênica, perda da arquitetura interna e da definição da linha mediastinal, podendo apresentar pequenos abscessos, de conteúdo hipoecogênico a anecogênico, com paredes hiperecogênicas. As infecções crônica podem revelar um parênquima com ecogenicidade hiperecogênica ou mista e o testículo pode estar diminuído, um importante diagnóstico diferencial da orquite é a torção testicular.
ATROFIA E HIPOPLASIA TESTICULAR
A atrofia testicular pode decorrer de influências sistêmicas ou ambientais o testículo normal, pode encontrar-se pequeno e possuir ecotextura de hipoecogênica a isoegonênica. Porém, o testículo atrofiado pode apresentar-se difusamente hiperecogênico. A atrofia dos testículos pode ter uma mudança senil, normalmente localiza-se no escroto, também pode estar presente com criptorquidismo ou unilateralmente, como resultado de uma neoplasia no testículo contralateral, a hipoplasia testicular é um processo congênito, possivelmente de caráter hereditário, que resulta em redução acentuada das espermatogônias e, conseqüentemente, dos testículos.
TORÇÃO TESTICULAR
A torção testicular é mais comum em testículos localizados na região abdominal, mas pode ocorrer no escroto .Animais com torção testicular apresentam sintomatologia de abdome agudo, com dor abdominal, vômito, distensão abdominal, letargia, anorexia, disúria, hematúria e hipertermia. Ocorrerá oclusão venosa, edema e inflamação testicular, podendo ocorrer necrose isquêmica, hemorragia intra-testicular e edema do epidídimo .A torção testicular comprime o suprimento sanguíneo do testículo, resultando em infarto testicular ao exame ultra- sonográfico pode ser observado aumento de volume, ecogenicidade do parênquima difusamente diminuída, acúmulo de líquido peri-testicular, contornos irregulares e a linha mediastinal bem definida. Entretanto, a ultra-sonografia de torção testicular demonstra alterações similares a orquite, para o diagnóstico preciso de torção é necessário o uso do ultra-som Doppler.Portanto, é essencial o uso do ultra-som Doppler, pois, quando ocorre a torção à uma perda do sinal Doppler, devido a ausência de fluxo sanquíneo. Dentro de 4 a 6 horas o testículo se torna aumentado e o parênquima torna-se difusamente hipoecogênico. Com aumento da cronicidade da torção o testículo torna-se heterogêneohipoecogênico e diminui de tamanho.
EPIDIDIMO
ANATOMIA DO EPIDIDIMO
A cabeça do epidídimo está situada na porção cranial do testículo; o corpo situa-se na porção dorso-lateral e a cauda está acoplada à porção caudal do testículo pelo ligamento do testículo. As medidas do epidídimo são, em média, 0,67cm de cabeça; 0,39cm de corpo e 0,88cm de cauda 
U.S DO EPIDIDIMO
Ao exame ultra-sonográfico o epidídimo normal, apresenta ecotextura que varia de anecogênico para hipoecogênica, relativamente ao parênquima testicular.
EPIDIDIMITE
A orquite e a epididimite ocorrem com freqüência na maioria das espécies animais epididimite é uma inflamação no epidídimo e causa comum de inchaço e sensibilidade dolorosa nos homens e nos cães .A epididimite aguda se mostra geralmente com aumento do epidídimo, apresenta ecotextura heterogênea comáreas hipoecogênicas e hiperecogênicas. Já a epididimite crônica pode ser acompanhada de pequenas áreas hiperecôgenicas de calcificações .
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ultra-sonografia é usada amplamente na rotina veterinária de pequenos animais, para o diagnóstico de diversas patologias. Assim como, identificar alterações no sistema reprodutor canino. Proporcionando uma avaliação detalhada do tamaho, contornos, forma e parênquina de determinada estrutura em tempo real e baixo custo econômico.
INTRODUCAO A ULTRASSONOGRAFIA EM NEFROLOGIA E UROLOGIA
O exame ultrassonográfico é um dos primeiros exames realizados na avaliação renal por ser uma ferramenta diagnóstica que entrega ao ultrassonografista informações importantes sobre os aspectos anatômicos do órgão, como a topografia, dimensão, forma, contornos e arquitetura interna, além de ser uma técnica não invasiva, não ionizante e, relativamente, indolor. Quando comparado a outras modalidades de diagnóstico por imagem, como a radiografia, o ultrassom apresenta vantagens por permitir a visualização dos rins em animais edemaciados, com fluido retroperitoneal, subcapsular, perirrenal, com massas perirrenais ou renais moderadas e também a visualização de dilatações pélvicas e ureterais, além de ser mais acessível e dispensar a realização de anestesia geral como quando comparado a tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética. O objetivo desta revisão de literatura é abordar o exame ultrassonográfico abdominal como uma importante técnica para diagnóstico e auxílio no tratamento das diferentes afecções renais e demais afecções do trato urinário. Sinais clínicos de anorexia, perda de peso, letargia, edema, ascite, poliúria, polidipsia, náuseas e vômitos podem indicar alterações funcionais dos rins. Fatores como a idade avançada, alterações congênitas, alimentação inadequada, intoxicação, doenças infecciosas e drogas nefrotóxicas estão no rol de predisponentes a lesões renais em cães e gatos. Os rins são revestidos por uma cápsula fibrosa rígida que limita a expansão do tecido renal. Algumas doenças renais tendem a provocar aumento de volume do órgão causando compressão do tecido, estreitamento do fluxo urinário ou sanguíneo renal e, até mesmo, dor. Além disso, o equilíbrio entre a ingesta, produção metabólica de água e eletrólitos e a eliminação dessas substâncias é mantido pelos rins. Esta atividade reguladora mantém o ambiente estável adequado às diversas funções celulares.Descobrir métodos de avaliação precoce para doenças renais é o desafio enfrentado pela medicina veterinária diagnóstica. Neste quesito, a ultrassonografia é um dos exames auxiliares de escolha para avaliação da condição renal. Na lista de vantagens desse método estão: as informações que ele fornece a respeito da topografia, dimensões, contornos e arquitetura interna; a ausência de radiação ionizante; a independência da função renal; o fato de não ser um método invasivo; não apresentar efeitos adversos sobre o paciente e a opção de salvar imagens para comparação posterior possibilitando a monitoração.
Inicialmente utilizados com finalidades obstétricas, os exames ultrassonográficos rapidamente foram incorporados à clínica médica veterinária como importante ferramenta diagnóstica de diversas afecções, inclusive aquelas relacionadas ao trato urinário. O uso dessa técnica tornou-se
parte integral e indispensável do diagnóstico na clínica de pequenos animais. Consequentemente, procedimentos invasivos, mais complexos e relativamente mais onerosos como radiografias invasivas, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas, têm sido preteridos em detrimento aos exames ultrassonográficos para avaliação das condições renais.’
O exame ultrassonográfico dos rins permite fazer a determinação da distribuição das lesões dentro do rim, a diferenciação entre estruturas sólidas e estruturas preenchidas por líquido, sendo útil na detecção de lesões tumorais mais precocemente, mesmo em pacientes assintomáticos e é a modalidade de escolha para guiar aspirados por agulha fina das lesões renais ou perirrenais Equipamentos modernos de ultrassom permitem também fazer avaliação do fluxo, velocidade, perfusão e resistividade sanguínea renal com o recurso do power doppler indicando alterações funcionais nos rins como a insuficiência renal aguda .Apesar de ser considerado um bom método de investigação do trato urinário, o ultrassom não é o procedimento mais adequado para o estadiamento do carcinoma de células renais e outras neoplasias, tendo nesses casos, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética melhor aplicação; tem baixa sensibilidade para cálculos renais, exceto aqueles situados na pelve ou na transição uretrovesical, além de apresentar limitações pelos gases do trato digestório, e em animais muito grandes ou obesos. Além disso, o laudo ultrassonográfico renal normal não descarta a possibilidade de haver doença renal. No entanto, quando comparado com outras modalidades de diagnóstico por imagens como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, a ultrassonografia destaca-se por ser uma técnica mais acessível, mais barata, não necessitar de anestesia geral e produzir resultado em tempo real. O objetivo desta revisão bibliográfica é destacar a importância do exame ultrassonográfico na investigação das principais afecções do trato urinário.
REVISÃO DE BIBLIOGRÁFICA
TECNICAS DE VARREDURA
Conhecimento da anatomia e fisiologia animal, domínio das funções do equipamento de ultrassom e habilidade nas mãos e nos olhos do ultrassonografista são fundamentais para um bom exame ultrassonográfico. Uma consideração importante, muitas vezes negligenciada, é o posicionamento adequado do paciente e do equipamento de ultrassom em relação ao ultrassonografista.
Após ampla tricotomia do abdome, deve-se aplicar sobre a pele grande quantidade de gel para otimizar o contato do transdutor com a pele, anulando a camada de ar e melhorando a qualidade da imagem. Raramente o paciente precisa de sedação ou anestesia prévia, porém, deve ser realizada quando necessário para a melhor imobilização do animal ou em virtude de algum sinal clínico que possa incomoda-lo quando posicionado para o exame. É recomendável que o paciente esteja em jejum para evitar a distensão do estômago e a formação de gases nas alças intestinais que produzem sombra acústica, artefato que atrapalha a visualização dos órgãos em investigação clínica. Além disso, quando o sistema urinário é o foco do exame, o paciente não deve urinar por até uma hora antes do exame. Posicionar o animal em decúbito dorsal e realizar o acesso ventral é a maneira mais adequada para a avaliação ultrassonográfica renal, no entanto, imagens dos rins podem ser feitas com relativa qualidade em decúbitos laterais e a partir da região paralombar dorsal com o animal em estação ou decúbito esternal.
MODOS
Existem três modos de decodificação para os ecos de retorno: modo-A, modo-B e modo-M. O modo-A (modo amplitude) utiliza um sistema de coordenadas para medir distâncias percorridas pelo som. Este modo tem sido pouco utilizado em medicina veterinária estandomais limitado às avaliações ultrassonográficas oculares e do encéfalo. No modo-B (modo brilho) a intensidade do eco é visualizada como um ponto brilhoso na tela do aparelho formando imagens com diferentes intensidades de brilho em escala de cinza e com diversas ecogenicidades. É o método mais utilizado, pois possibilita a formação de imagens ultrassonográficas renais com ótima visualização da dimensão, forma, arquitetura e contornos. O modo-M (modo movimento) constrói imagem gráfica de estruturas em movimento, sendo amplamente utilizado em medicina veterinária para avaliações cardíacas.
 A imagem colorida do power doppler é bastante sensível à detecção de baixo fluxo sanguíneo, permitindo visualização de vasos de pequeno calibre e perfusões teciduais que não seriam percebidos em outras técnicas. Esse tipo de exame permite calcular o índice de resistividade e sugerir a presença de doenças renais e extra renais que interferem na hemodinâmica renal como nefrite intersticial, necrose tubular aguda, pielonefrite, insuficiência renal aguda, obstrução do trato urinário, neoplasias renais, cardiomiopatia hipertrófica e hipertensão arterial sistêmica . Pode-se conseguir bom contraste para formação de imagens ultrassonográficas com a injeção intravenosa da suspensão de microbolhas estáveis capazes de atravessar para o leito capilar, sem obstruí-lo, pois, estas funcionam como refletoras na formação da imagem.
TRANSDUTORES
 O transdutor de 5 MHz é adequado para a maioria dos cães e o de 7,5 MHz para gatos e cães de pequeno porte. Eventualmente, pode-se lançar mão de transdutores de menor frequência para avaliações ultrassonográficas do rim esquerdo de cães maiores.
US INTERVENCIONAL
Devido ao avanço no desenvolvimento das tecnologias, técnicas complementares ao ultrassom têm sido usadas com propósito de melhorias no diagnóstico das diferentes afecções do trato urinário. A pielocentese percutânea guiada por ultrassom, por exemplo, é uma técnica estéril que pode ser aplicada em animais com suspeita de pielonefrite para coleta de urina para análise microbiológica. A punção aspirativa da vesícula urinária ou de massas uretrais combinada ao uso do ultrassom aumenta o sucesso na coleta de material, pois guia o cateter corretamente até os locais de lesão.Para minimizar complicações associadas à biópsia renal como hemorragias, hematúria ou hidronefrose, recomenda-se verificar o hematócrito, as concentrações de proteínas plasmáticas, hemograma com contagem de plaquetas e um coagulograma do paciente antes de acessar o rim com agulha fina ou do tipo Tru-Cut .
ANATOMIA US NORMAL
O rim esquerdo faz contato cranialmente com o estômago na curvatura maior, com o baço e com o lobo esquerdo do pâncreas, e medialmente faz contato com a glândula adrenal esquerda. É menos aderido à parede dorsal do abdome, portanto, sua posição é mais variável que a do rim direito. Este, por sua vez, tem sua extremidade cranial em contato com a fossa renal do lobo caudato hepático. A borda medial fica próxima à veia cava caudal, além do contato mediocranial com a glândula adrenal direita e ventralmente com a porção descendente do duodeno e ao lobo direito do pâncreas. Em cães, o rim esquerdo é mais visualizável em função da posição mais caudal se comparada à posição cranial, sob os últimos pares do gradil costal, do rim direito, o que exige certa destreza do ultrassonografista em obter janela acústica apropriada. 
ECOGENICIDADE 
Em um exame ultrassonográfico de abdome, é importante ter conhecimento da relação de ecogenicidade entre rim, fígado e baço, pois desvios nessa relação indicam alterações morfofisiológicas em um ou alguns desses órgãos. A ecogenicidade comparativa é ferramenta importante na avaliação renal. Desta forma, a região medular renal possui menor ecogenicidade em relação a região cortical, que por sua vez, apresenta ecogenicidade ligeiramente menor quando comparado ao parênquima hepático, sendo o tecido esplênico o de maior ecogenicidade dentre eles.
DIMENSOES 
 Não há nenhum método confiável para determinação do tamanho do rim por medições ultrassonográficas nos cães, pois existe considerável variação de tamanho do rim em cães com pesos equivalentes.Nos gatos, como a variação de tamanho é menor, as medidas são mais confiáveis. Neste caso, o comprimento varia de 3,8 a 4,4 cm, com largura de 2,7 a 3,1 cm, e espessura de 2 a 2,5 cm.
ARQUITETURA
 Pode-se reconhecer três regiões nas imagens ultrassonográficas renais: uma região central hiperecoica, denominada de complexo ecogênico central correspondente à pelve renal e a gordura peripélvica; uma região hipoecoica em volta da pelve constituída de túbulos coletores que corresponde à medula, e uma região externa a esta que apresenta maior concentração celular, formada pelos glomérulos e por isso, de maior ecogenicidade, correspondendo ao córtex renal. Observa-se, nas imagens ultrassonográficas renais de arquitetura interna normal, um limite entre as porções cortical e medular, denominada junção córtico-medular, evidenciando uma relação de 1:1 de espessura para as regiões do córtex e da medula renal.
RINS AUSENTE OU ECTOPICOS
 De maneira complementar à urografia excretora convencional, na qual não se consegue determinar com segurança a causa da não visualização de um rim, pois pode ser devido a agenesia, hipoplasia, nefrectomia e/ou alguma doença renal cujas funções renais tenham sido severamente afetadas, preconiza-se sempre a utilização do exame ultrassonográfico para auxiliar a determinação de situações de ausência renal ou ectopia.Rins ectópicos encontram-se deslocados de sua posição sublombar normal por causa da migração anormal durante o período de desenvolvimento fetal. Geralmente, rins ectópicos se acomodam na cavidade pélvica ou em posição inguinal. Embora os rins ectópicos sejam usualmente normais, estrutural e funcionalmente, o mau posicionamento dos ureteres predispõe à obstrução do fluxo urinário, uni ou bilateral, provocando dilatação da pelve renal causando a hidronefrose secundária. Ausência de formação de ureter, denominada aplasia ureteral e ureteres ectópicos, embora sejam de ocorrência rara na clínica de cães e gatos, são condições que provocam interrupção do fluxo urinário do rim para a vesícula urinária resultando em doenças obstrutivas como hidronefrose, hidroureter, pielectasia, pielonefrite, além de esvaziamento de conteúdo direto na uretra ou outros locais como vagina e ducto deferente o que leva ao gotejamento por incontinência urinária.Rim diminuído ou com formas irregulares é compatível com insuficiência renal crônica, no entanto, o tamanho renal normal não exclui essa condição .
DESORDENS RENAIS DIFUSAS
 O aumento da ecogenicidade do córtex renal é um dos achados ultrassonográficos mais comuns em cães e gatos com alguma insuficiência renal. É um achado não específico que pode cursar com diversas afecções renais, tais como: nefrite glomerular ou intersticial, necrose tubular aguda como consequência de intoxicação ou toxicose com etilenoglicol, amiloidose, doença renal em estágio final e calcificações parenquimais renais, como a nefrocalcinose, embora o aumento da ecogenicidade seja inespecífico, é uma importante ferramenta no auxílio do diagnóstico precoce de doenças renais em cães e gatos. Nos gatos, peritonite infecciosa dos felinos (PIF) e linfossarcoma difuso geralmente resultam em aumento da ecogenicidade cortico. No entanto, é importante salientar que o aumento da ecogenicidade pode ser notado também em gatos hígidos. Isso ocorre por depósitos de gordura na região cortical, especialmente em machos idosos e castrados, além de ser observado também em fêmeas prenhes. Uma banda hiperecogênica, denominada sinal da medular, surge na junção córtico-medular em cães com nefropatia hipercalcêmica e também em gatos na necrose tubular aguda, na vasculite piogranulomatosa devido à PIF, na nefrite intersticial crônica, leptospirose e, eventualmente nota-se essa linhahiperecoica em gatos normais. Essa banda hiperecogênica está associada ao depósito de cálcio no lúmen dos túbulos renais proximais ,animais que apresentam sinal da medular, no entanto, sem alguma outra evidência ultrassonográfica de doença renal, podem não ter disfunções renais .
 Se o aumento da ecogenicidade é percebido também na região medular, provocando perda de definição córtico-medular, deve-se considerar os seguintes diferenciais: displasia renal congestiva, doença inflamatória crônica e doença renal terminal. Nesta, os rins apresentam-se ainda pequenos, irregulares, difusamente hiperecoicos, com perda de definição da arquitetura interna e dos limites córticos-medulares. A displasia renal se dá por desordem na nefrogênese causando desenvolvimento desorganizado do parênquima renal. Os aspectos ultrassonográficos renais, nesse caso, incluem uma diversidade de características como a hipotrofia renal com perda de definição córtico-medular e hiperecogenicidade do parênquima renal dependentes do grau de comprometimento renal pelos processos inflamatório e fibrótico.A diminuição da ecogenicidade da região cortical é um achado sonográfico não específico tendo sido relacionada à necrose, linfossarcoma, doença renal crônica, displasia, policistos, nódulos e massas,embora menos frequente que o aumento, a redução da ecogenicidade pode ser notada tanto em cães quanto em gatos, especialmente, apresentando relação com o linfossarcoma e também sendo associada ao edema por doenças agudas .
PIELONEFRITE
Caracterizada por uma inflamação tubulointersticial supurativa de sinais clínicos indefinidos esta pode ser unilateral ou bilateral e normalmente ocorre por extensão da infecção bacteriana por via ascendente. As lesões crônicas formam tecidos cicatriciais e fibrose intensa .O aumento do volume dos rins, da ecogenicidade do córtex e da medula renal, a redução da definição córtico-medular, a formação de imagens com manchas hiperecoicas ou manchas hipoecoicas, aliados à dilatação da pelve e/ou com presença de debris celulares ecogênicos são indícios ultrassonográficos de inflamação da pelve que pode estar relacionada a infecção ascendente .
DOENCAS PARASITARIAS (Dioctophyma renale)
 O parasito renal D. renale tem sido descrito como endêmico no Canadá e regiões ao norte dos Estados Unidos, embora seja um parasita de distribuição mundial, inclusive com alguma prevalência no Brasil em regiões de clima temperado similar ao daqueles países . Os ovos do nematódeo saem na urina do hospedeiro infectado e as suas larvas se desenvolvem em peixes ou anfíbios. Animais carnívoros e o homem podem adquirir o verme parasita a partir da ingestão da carne daqueles animais aquáticos). Ao ultrassom, pode-se deparar com imagem formada apenas pela cápsula renal, e, em substituição ao parênquima renal, vê- se somente o corpo cilíndrico do parasito mergulhado em substância fluida .
CISTOS RENAIS
Esta condição é caracterizada por causar volume no parênquima renal e alterar o contorno do rim, assim como as massas o fazem. Os cistos apresentam contorno arredondado ou ovalado, paredes finas, bem delimitadas e hiperecoicas, conteúdo anecogêncio, com presença de reforço acústico posterior e sombra lateral, artefatos estes que contribuem com a identificação destacondição ao ultrassom. Podem ser visualizados de forma individualizada ou em múltiplos cistos, uni ou bilateral, podendo ser de natureza congênita ou adquirida alguns animais como os gatos de pelos longos e cães Cairn Terrier parecem ter predisposição hereditária para o desenvolvimento de policistos. De um modo geral, os cistos renais podem causar deslocamento, distorção e/ou dilatação do sistema coletor levando a obstrução mecânica parcial. Em cães jovens da raça Cairn Terrier a doença renal policística (DRP) autossômica recessiva é caracterizada pela presença de múltiplos cistos nos rins. Nos gatos Persas, os cistos podem ser detectados por exames ultrassonográficos em filhotes afetados com idade entre seis a oito semanas aparecendo no córtex ou na medula renal, aumentando em quantidade e diâmetro ao longo da vida. A DRP parece acometer um terço da população mundial dos gatos Persas Abcessos sem debris celulares, coágulos sanguíneos, sangue não coagulado, tumores, hematomas e cistos complexos, necrose associada a tumores, massas linfomatosas e cistoadenocarcinoma são alterações que devem ser consideradas na lista de diferenciais dos cistos.
PSEUDO CISTOS PERRIRENAIS
Por definição, são grandes áreas anecoicas repletas de fluido que circundam um ou ambos os rins .ocorre quando há acúmulo de fluido entre o rim e a cápsula renal, porém, não há proteção por camada de epitélio Embora o tamanho, arquitetura e as funções renais possam estar preservadas, o pseudocisto deve estar relacionado à hidronefrose e/ou hidroureter . Pseudocistos têm sido associados com a insuficiência renal crônica e também à infecção do trato urinário. Neste caso, o seu tratamento pode incluir a drenagem guiada por ultrassom.
FLUIDO SUBCAPSULAR
 Urina,	sangue,	transudato	ou	exsudato	secundários	a	traumas, infecções, obstrução aguda, toxicidade ou neoplasias renais podem formar pequenos acúmulos fluidos na região subcapsular visíveis ao ultrassom provocando irregularidades no contorno renal VAC,. Fluido com ausência de debris, baixa celularidade ou sangue são vistos como acúmulos hipoecoicos ao passo que fluidos com viscosidade devido à presença de proteínas, células ou debris aparecem hiperecoicos ao ultrassom. A recidiva do processo deve ser considerada, embora, provavelmente, seja menos frequente em processos de natureza traumática . Em gatos, a presença de fluido subcapsular tem sido relacionada à PIF e linfossarcoma. A aspiração do fluido pode ser guiada pelo ultrassom, sendo importante para a correta avaliação da etiologia .
MASSAS COMPLEXAS
São aquelas que apresentam mistura de componentes anecoicos, hipoecoicos e hiperecoicos tendo suas formações atribuídas a hematomas, granulomas, abcessos, infartos agudos e neoplasias . As áreas anecoicas e hipoecoicas frequentemente representam regiões de hemorragia, de abcessos ou de necrose. O padrão ecogênico pode tornar-se variável conforme a idade da lesão e grau de retração do coágulo . Exames físicos, provas laboratoriais, aspiração por agulha fina ou com agulha do tipo Tru-Cut para investigação citológica e de cultura e a idade do animal auxiliam no diagnóstico das massas.
MASSAS SOLIDAS
 As massas sólidas geralmente são neoplásicas. Exige-se habilidade do operador do ultrassom para diferir, por exemplo, massas sólidas hipoecogênicas de cistos verdadeiros. Se a massa apresentar diâmetro com menos de 1 cm, a não ser que cause alguma distorção no contorno renal, pode passar despercebida ao exame ultrassonográfico. Além disso,calcificações internas ao hematoma, abcessos ou parede cística podem levar a um diagnóstico errôneo de massa sólida. O ultrassom não é suficiente para identificar o tipo de tumor, porém, segundo massas uniformemente hipoecogênicas têm sido associadas com linfomas. Já para as massas hiperecogênicas, os diferenciais incluem condrossarcoma, hemangioma metastático e osteossarcoma. Em gatos, o linfossarcoma renal acontece com relativa frequência, sendo secundário à infecção por retrovírus, e apresenta focos neoplásicos nodulares únicos ou múltiplos, que causam aumento e distorção dos rins.
AREAS HIPERECOICAS DA CORTEX RENAL
Diferentes desordens renais podem aparecer com padrões hiperecoicos nas imagens ultrassonográficas tais como: infecção na região cortical e a consequente presença de gás residual do metabolismo de bactérias formadoras de gás, calcificação, fibrose, infartos renais e neoplasias. Assim como nas demais alterações focais, a diferenciação e o diagnóstico definitivo são difíceis, havendo a necessidade de complementar o laudo ultrassonográfico com demais exames discutidos nas seçõesanteriores .
DESORDENS DA PELVE RENAL DILATACAO
 A urina dos animais saudáveis dificilmente é observada na pelve renal bem como o ureter não é visualizado entre o rim e a vesícula urinária. Entretanto, a dilatação pélvica é visualizada em exames de ultrassom como uma separação dos ecos do complexo ecogênico central por um espaço anecogênico caso a dilatação seja maior que 3 a 4 mm faz-se necessário uma investigação para descartar a doença. Dilatações mais evidentes, em estágios mais avançados, são facilmente notadas ao ultrassom, no entanto, dilatações pélvicas e ureterais mais sutis passam despercebidas ao exame ultrassonográfico e a ausência de dilatação não descarta a afecção. 
HIDRONEFROSE
É uma dilatação do sistema coletor secundária à obstrução do ureter, ocasionando aumento lento ou intermitente da pressão e dilatação da pelve renal, caracterizada por várias faixas ecogênicas lineares dispostas do hilo em direção à capsula renal. As alterações do parênquima renal notadas ao ultrassom têm relação com o tempo e o tipo de obstrução, se completa ou parcial.
CALCULOS
Doenças causadas pelos cálculos estão entre os problemas mais importantes do trato urinário de cães e gatos. Os urólitos podem ser lisos, ásperos, sólidos, macios, friáveis e de composição e medidas variáveis. Apresentam superfície hiperecogênica e formam forte sombreamento acústico. A intensidade da sombra acústica varia de acordo com a composição e compactação dos cálculos . Calcificações com pequenas dimensões podem ser difíceis de diferenciar da pelve hiperecogênica ou serem ocultados por conteúdo intestinal. Nesses casos, e nas situações de cálculos radiopacos, a radiografia é a técnica mais recomendável.
CONSIDERACOES FINAIS
A ultrassonografia vem se consolidando como uma importante ferramenta diagnóstica na clínica médica veterinária. Exames e técnicas que há pouco tempo estavam restritos à medicina humana, têm sido incorporados com sucesso à rotina da clínica veterinária. Ademais, o ultrassom destaca-se por ser uma modalidade diagnóstica segura, indolor, não invasiva, não ionizante e de baixo custo. Nas afecções do rim de cães e gatos, a ultrassonografia é um exame complementar importante para auxiliar no diagnóstico, tratamento e monitoramento de diversas doenças relativamente comuns a essas espécies, sobretudo em animais idosos, além de ser útil também para guiar técnicas intervencionistas seguras como a cistocentese e o aspirado por agulha fina.
INTRODUCAO TRANSTORNOS DOS HORMÔNIOS ADRENAIS E TIREOIDE
As glândulas adrenais são estruturas bilaterais situadas cranial e medialmente aos rins. Cada adrenal é composta de medula e córtex. A medula secreta adrenalina e noradrenalina em resposta a estimulação simpática. O córtex adrenal secreta um grupo de hormônios chamados de corticosteróides (mineralocorticóides e glicocorticóides) e também hormônios sexuais (esteróides androgênios), e pode ser dividido histologicamente em três zonas: glomerulosa, fasciculada e reticular. Cada zona do córtex é responsável pela produção dos diferentes tipos de hormônios. A zona glomerulosa produz mineralocortióides (aldosterona e desoxicorticosterona), responsáveis pelo equilíbrio do sal no organismo. As células da zona fasciculada secretam glicocorticóides (cortisol e corticosterona), que estão envolvidos no metabolismo dos carboidratos. A zona reticular produz hormônios androgênios, e também, em menor escala, produz glicocorticóides e outros hormônios como progesterona e estrógeno. Os principais hormônios secretados pelo córtex adrenal são o cortisol e a aldosterona A maioria dos mamíferos, incluindo o cão, secreta cortisol como o glicocorticóide predominante.
REVISAO BIBLIOGRAFICA
CATECOLAMINAS
 
A adrenalina e a noradrenalina são catecolaminas derivadas do aminoácido tirosina, e o núcleo catecol constitui a parte cíclica da molécula. A medula é estimulada pela acetilcolina na dependência do sistema nervoso central e libera adrenalina e noradrenalina, sendo que a noradrenalina atua mais como neurotransmissor que propriamente como hormônio. A adrenalina, assim como as outras catecolaminas, é metabolizada por duas vias enzimáticas: COMT (catecol orto metil transferase) e MAO (monoaminooxidase). Os produtos finais encontrados na urina são principalmente a metanefrina e ácido vanilmandélico. Os efeitos das catecolaminas do sistema simpatoadrenal são mediados por receptores  e  da membrana plasmática das células alvo. As catecolaminas regulam a função de muitos tecidos, porém as respostas metabólicas resultantes não são devidas apenas a ação direta das catecolaminas (produção rápida de substratos energéticos), mas também pela participação delas na secreção de hormônios envolvidos na homeostase metabólica. As catecolaminas são secretadas após estímulos como hipoglicemia, frio, exercício muscular, estresse.
CORTICOSTEROIDES
A estrutura básica dos esteróides adrenais é formada por um núcleo ciclopentano-peridrofenantreno que consiste em três anéis de seis carbonos e um anel único de cinco carbonos.
A principal substância que inicia a esteroidogênese é o colesterol, derivado do alimento e da síntese endógena via acetato. A maior parte do colesterol livre usado para a síntese dos esteróides no córtex é derivada dos ésteres de colesterol das lipoproteínas plasmáticas. O mecanismo de captação pelos receptores da glândula aumenta quando a adrenal é estimulada. A diferença na produção dos hormônios adrenocorticais nas zonas é devido a dois sistemas enzimáticos esteroidogênicos. O citocromo P450CMO mitocondrial (corticosterona metiloxidase), que converte corticosterona em aldosterona, é encontrado apenas na zona glomerulosa. A zona glomerulosa é deficiente na atividade da 17- hidroxilase, tornando esta zona incapaz de sintetizar cortisol ou androgênios. As células da zona glomerulosa têm capacidade para desidrogenar a 18-hidroxicorticosterona, permitindo a síntese de aldosterona. A secreção de aldosterona é regulada primariamente pelas concentrações de renina, angiotensina e potássio sérico. Já nas zonas reticular e fasciculada a enzima é o citocromo P45017(17-hidroxilase), que catalisa a 17-hidroxilação da pregnenolona e progesterona, sendo a 17- hidroxiprogesterona precursora do cortisol. Outras enzimas esteroidogênicas ocorrem nas três zonas do córtex adrenal.
TRANSPORTE DE GLICOCORTICOIDES 
Em concentrações normais, apenas 10% do cortisol e corticosterona séricos estão em sua forma livre, isto é, suscetível a ultrafiltração. Na temperatura corporal, 70% do cortisol plasmático é ligado a uma globulina chamada transcortina ou globulina ligante de corticosteróide. A transcortina tem uma alta afinidade por cortisol e corticosterona, mas sua capacidade de ligação é limitada. Outros 20% do cortisol plasmático são ligados a albumina, apesar de que sua afinidade por cortisol é bem menor que a da transcortina. A transcortina mantém o cortisol ativo até atingir o órgão alvo e também o protege da rápida inativação pelo fígado e excreção pelos rins.
REGULACAO DA SECRECAO DE GLICORTICOIDE
O hipotálamo libera o hormônio liberador de corticotrofina (CRH), também chamado de fator regulador de corticotrofina, que controla a secreção pela hipófise anterior do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH, por sua vez, se liga a receptores específicos na membrana plasmática das células do córtex adrenal e exerce controle sobre a secreção do cortisol, estimulando a conversão do colesterol em pregnenolona, a etapa limitante da esteroidogênese adrenal. A CRH é um polipeptídeo que contém 41 resíduos de aminoácidos, enquanto que o ACTH é um hormônio peptídeo com 39 aminoácidos (peso molecular 4.700) processado a partir de uma grande molécula precursora, a pro-opiomelanocortina (POMC) (peso molecular 28.500). O cortisol, de certa forma, completa o ciclo, pois o hipotálamo e a hipófise possuem receptores para glicocorticóides, para que estes hormônios possam inibir por feedback a sua própria secreção,quando a concentração deles aumenta no sangue. O mecanismo mais provável pelo qual o ACTH estimula a esteroidogênese é via ativação da adenilciclase na dependência de Ca2+, aumentando o nível de adenosina-3,5- monofosfato cíclico (AMPc), que ativa as proteína-quinases adrenocorticais. O resultado é a fosforilação de enzimas que aumentam a taxa de conversão de colesterol a pregnenolona. A ação do ACTH na glândula adrenal é rápida, dentro de minutos após sua liberação há um aumento da concentração de esteróides no sangue venoso da adrenal, sendo o cortisol detectável em 2-3 minutos após a administração de ACTH, e apenas 5% dos receptores precisam ser acionados para a resposta máxima.
MECANISMO DE ACAO E FUNCOES METABOLICAS DOS GLICORTICOIDES
Há dois tipos de receptores para corticosteróides em nível do citoplasma das células alvo: um que é especifico para glicocorticóides e outro que é especifico para mineralocortióides. Dentre as enzimas induzidas por glicocorticóides tem-se as enzimas da gliconeogênese e enzimas do metabolismo dos aminoácidos como as transaminases. O efeito global dos glicocorticóides no metabolismo é de fornecer glicose ao organismo através da transformação de proteínas. Isto ocorre via indução das enzimas da gliconeogênese no fígado. Dessa forma, os glicocorticóides desviam o metabolismo de uma fase de produção e armazenamento, para um aumento da atividade física e consumo de energia, considerando que o excesso crônico leva aos efeitos catabólicos como enfraquecimento muscular, atrofia da pele, e osteoporose. Os glicocorticóides diminuem a sensibilidade a insulina, causando uma tendência a hiperglicemia, e facilita a lipólise no tecido adiposo. O efeito geral dos glicocorticóides é catabólico. Dentre os glicocorticóides de ocorrência natural (cortisol, cortisona e corticosterona), o cortisol é o mais potente. Vários análogos sintéticos do cortisol são mais potentes que o próprio.’
VARIACOES FISIOLOGICAS DOS GLICORTICOIDES
Na ausência de estresse exagerado, a concentração plasmática de cortisol em animais saudáveis varia dentro de certos limites, apesar de que a secreção adrenocortical não ocorre de forma constante durante todo o dia, mas sim em picos. No cão, a secreção é episódica sem evidência de um ritmo diurno como em humanos.Independente das variações fisiológicas está claro que o estresse pode ativar o sistema hipofisário-adrenocortical. Fatores como lactação, exercício, anestesia, calor, alterações psicológicas, traumas físicos e hipoglicemia podem aumentar a secreção de corticosteróides, pois desencadeiam a liberação de CRH do hipotálamo sob o estímulo de vias nervosas que nele convergem. Os corticosteróides são necessários para a reação de defesa.
SINTESE DOS MINERALOCORTICOIDES
A aldosterona é regulada pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona e pelos níveis de potássio sérico.
TRANSTORNOS HORMONAIS DA ADRENAIS
FEOCROMOCITOMA
São tumores benignos derivados das células cromafins da medula adrenal, que secretam excesso de catecolaminas. São pouco diagnosticados e geralmente são achados de necropsia. As alterações clínicas são inespecíficas incluem taquicardia, cardiomegalia, hipertensão. Como exames diagnósticos deveria ser mensurada a pressão arterial, que estaria alta, juntamente com a mensuração da concentração dos metabólitos das catecolaminas na urina. O tratamento é realizado com a extirpação do tumor ou com a administração de -bloqueadores. 
HIPERADRENOCORTICISMO
O hiperadrenocorticismo ou síndrome de Cushing é uma das endocrinopatias mais comuns no cão, e se refere ao conjunto de anormalidades clínicas e químicas que resultam da exposição crônica a concentrações excessivas de glicocorticóides. Os níveis elevados de cortisol sérico causam os sinais clínicos, mas a anormalidade primária pode estar nas glândulas adrenais ou hipófise, ou o distúrbio pode ter sido causado de forma iatrogênica pela administração de glicocorticoides. No hiperadrenocorticismo hipófise-dependente, responsável por aproximadamente 85% dos casos, um tumor hipofisário secreta ACTH, que por sua vez estimula a secreção de cortisol pelas glândulas adrenais. Nos casos de tumores adrenais, que correspondem a 15% dos casos, ocorre a secreção do cortisol independentemente do estímulo pelo ACTH. Metade dos tumores são benignos.
HIPERADRENOCORTICISMO HIPOFISE - DEPENDENTE
As causas incluem micro ou macroadenomas hipofisários, que sintetizam e secretam excesso de ACTH. Excessos crônicos na secreção de ACTH resultam em excesso de secreção de cortisol e, eventualmente, em hiperplasia adrenocortical secundária. A inibição normal por feedback da secreção de ACTH por níveis fisiológicos de cortisol não ocorre.Além dos efeitos sistêmicos do excesso de glicocorticóides, eles inibem outras funções hipofisárias e hipotalâmicas, resultando em hipotireoidismo secundário reversível (por inibição da secreção do TSH – tirotropina), anestro nas fêmeas ou atrofia testicular nos machos (por inibição do FSH - hormônio folículo estimulante e LH - hormônio luteinizante) e baixa estatura em cães em crescimento (inibição do GH – hormônio do crescimento).
HIPERADRENOCORTICISMO POR TUMOR ADRENOCORTICAL
O carcinoma e o adenoma adrenocortical aparecem em igual freqüência. Tumores bilaterais são raros. O tumor produz cortisol em excesso, que suprime a secreção de CRH e ACTH, provocando atrofia da adrenal não comprometida.
HIPERADRENOCORTICISMO IATROGENICO
É o resultado da administração excessiva de glicocorticóides, geralmente usados no controle de doenças alérgicas ou imunomediadas. A administração crônica de glicocorticóides em excesso inibe o CRH e o ACTH, provocando atrofia adrenocortical bilateral.
EXAMES COMPLEMENTARES
Radiografias abdominais: achados comuns são hepatomegalia e distensão vesical. O achado mais importante, embora menos comum, é a visão da massa adrenal. A identificação é rara porque apenas 10-20% dos cães com hiperadrenocorticismo possuem tumor adrenocortical e desses, apenas 50% estarão calcificados, permitindo visão radiográfica. Radiografias também podem mostrar diminuição da densidade óssea e calcificação de tecidos moles devido aos efeitos do cortisol.
Radiografias torácicas: podem avaliar possível metástase pulmonar de um carcinoma adrenocortical.
Ultra-sonografia: o comprimento e largura máxima das adrenais esquerda e direita são, respectivamente, 33x7,5mm e 31x7mm. A massa adrenal unilateralmente aumentada e a massa adrenal contralateral anormalmente pequena ou não visível é evidência de tumor adrenocortical. Por outro lado, sem ambas as adrenais estiverem relativamente igual em tamanho (normal ou grande) em um animal com suspeita de síndrome de Cushing, isso será considerado uma forte evidência em favor da hiperplasia adrenal devida a doença dependente da hipófise.
HIPOADRENOCORTICISMO 
O hipoadrenocorticismo é uma doença rara no cão, causada pela produção adrenal deficiente de glicocorticóides e/ou mineralocorticóides. A hipofunção pode ser primária (também chamada doença de Addison) ou secundária, causada pela deficiência da secreção de ACTH pela hipófise.
Radiografia torácica: microcardia, veia cava caudal e aorta descendente estreitadas e hipoperfusão dos campos pulmonares. A gravidade desses achados em geral correlaciona-se com o grau da hipovolemia. O megaesôfago é um achado raro.
HIPOTIREODISMO
O hipotireoidismo primário, uma das endocrinopatias mais comuns da espécie canina1, resulta, em mais de 95% dos casos, da perda progressiva de tecido tireoidiano funcional, devido à disfunção primária da glândula com consequente redução dos níveis séricos do hormônio circulante. Tal destruição do parênquima parece advir de dois mecanismos etiopatogênicos distintos, quais sejam, a tireoidite linfocítica ou a atrofia idiopática. Essa disfunção hormonal acomete, principalmente, cães de médio ou grande porte, entre 4 e 8 anos de idade. As raças mais predispostas são: Golden Retriever, Labrador, Dobberman, Cocker Spaniel, Poodle, Beagle, Chow chowDachshund e Airedale6. Fêmeas castradas apresentam maior risco de acometimento. Dentre os sintomas clínicos manifestados, destacam-se: termofilia, intolerância a exercícios, ganho de peso, letargia, depressão, alterações tegumentares reprodutivas, cardiovasculares, neurológicas e musculares, além do mixedema facial, caracterizado pela facies tragica. Para a consecução do correto diagnóstico do hipotireoidismo, é necessário que se alie os dados anamnésticos, aos achados dos exames físicos e laboratoriais. Dentre estes últimos, incluem-se: as dosagens séricas de colesterol e de triglicérides e, principalmente, as mensurações dos hormônios tireoidianos. A determinação da relação recíproca das concentrações baixas de T4 total, T4 livre e altos níveis séricos de TSH aumenta significantemente a acurácia do diagnóstico. Com relação às modalidades de diagnóstico por imagem que podem ser utilizadas para acessar a glândula tireóide, no que diz respeito ao tamanho, à forma, à presença de lesões císticas, sólidas e calcificações, o exame ultra-sonográfico é um meio diagnóstico bastante explorado, porém, apenas, em medicina humana. Em medicina veterinária, seu uso restringe-se à pesquisa de eventuais presenças de formações neoplásicas tireoidianas, porém pode também propiciar importantes elementos anátomo-topográficos, empregados para a elucidação diagnóstica do hipotireoidismo, bem como auxiliar no diagnóstico diferencial da síndrome.
 US CERVICAL DO HIPOTIREOIDISMO
A ultra-sonografia cervical não é, rotineiramente, executada no Brasil, em cães com suspeita de hipotireoidismo, além do que, as anormalidades ultra-sonográficas da glândula tireóide não têm sido estudadas na sua plenitude 15. No seu maior eixo (plano longitudinal), cada glândula tireóide foi visualizada como uma estrutura fusiforme, homogênea, bem delimitada, medial à artéria carótida comum, na região cervical ventro- cranial. Sua ecogenicidade mostrou-se inferior àquela da musculatura cervical na totalidade dos animais com hipotireoidismo porém superior em todos os animais controle como é o de se esperar em animais eutireoideos. No plano transversal, a glândula tireóide mostrou-se com formato triangular, situando-se medialmente à artéria carótida comum e lateralmente à traquéia no cão, conforme descrições previamente relatadas.
 CONSIDERACOES FINAIS
A ultra-sonografia cervical possibilitou evidenciar a presença de atrofia da glândula tireóide na totalidade dos casos de hipotireoidismo; a ultra-sonografia das glândulas tireóides mostrou-se exequível, provando ser meio semiológico indireto de grande valia no auxílio do diagnóstico de tireoidepatias caninas. Em relação ao hiperadrenocorticismo a radiografia ajuda mais o fator determinates para diasnostico vai ser o exame laboratorial.
INTRODUCAO AS ENFERMIDADES DO TRATO DIGESTORIO
Falaremos sobre as enfermidades do trato digestório sendo elas as afecções dentárias e orais, faríngeas, esofágicas, gástricas, intestinais, hepáticas e do pâncreas exócrino. E como a radiografia e ultrassonografia são essencial para diagnostico dessas enfermidades.
REVISÃO DE BIBLIOGRÁFICA
DISTURBIOS GASTROINSTINAIS
DISFAGIA: Dificuldade em deglutição.
Sinais Clínicos: estiramento de pescoço, esforços repetidos de deglutição e alimentos caem da boca.
Causas:Dor (periodontite, abscessos e traumas),Massas, anormalidades anatômicas, tumor, granuloma eosinofílico, corpos estranhos, sialocele e doenças neuromusculares (Ex.: miosite mastigatória).
HALITOSE: Presença de odor desagradável na cavidade bucal.
Causas:Bacterianas: por retenção de alimentos na boca ou esôfago, cálculos dentários e periodontites, Alimentares: Alimentos necrosantes, odoríficos e fezes, Outras: diabetes e pacientes nefropatas.
SIALORRÉIA: Perda de saliva pela cavidade bucal.
Causas: Náuseas, encefalopatia hepática, convulsão, produtos químicos (Ex.: organofosforados), hipertermia, hipersecreção da glândula salivar (não é freqüente).
PSEUDOPTIALIASMO: Ocorre quando animal não consegue deglutir e há acúmulo de saliva na cavidade bucal.
Causas: Dor, estomatite ou glossite, Disfagia oral ou faríngea,Paralisia do nervo facial;
REGURGITACAO: Expulsão de material (alimento, água ou saliva) da boca, faringe ou estômago, com ausência de ânsia (mímica do vômito), o pH é geralmente próximo a 7 e não tem-se atividade muscular abdominal (processo passivo)
Causas:Disfunção esofágica, Obstrução: por neoplasia, corpo estranho ou persistência do arco aórtico, Fraqueza esofágica: congênita ou adquirida;
ÊMESE: Expulsão de material do estômago e/ou intestino, com presença de ânsia (mímica do vômito), náusea prodrômica, o pH varia entre 5 e 8 dependendo do local de origem e tem-se atividade muscular abdominal (processo ativo).
Causas: Doença do movimento, substâncias eméticas, obstrução, inflamação e doenças de origem não gastrointestinal (uremia, doença hepática, diabetes, piometra, hipertireoidismo felino, superalimentação, comportamental e parvovirose).
HEMATESE: Vomito com presença de sangue.
Causas: Gastrites, doenças esofágicas ou orais, coagulopatias, administração de AINEs e antiinflamatórios esteroidais e neoplasias.
*Hemoptise: Expectoração com sangue, através da tosse de origem na árvore brônquica.
DIARRÉIA: Aumento anormal do volume fecal, da freqüência de defecação e do conteúdo líquido nas fezes.
Causas: Aguda: mudanças na dieta, parasitas, doenças infecciosas,Crônica: má absorção, parasitas e intolerância alimentar.
TENESMO: Esforços improdutivos e repetidos de defecação, animal assume a postura característica para defecar e, após eliminar pequena quantidade de fezes, permanece nessa posição.
DISQUEZIA: Defecação dolorosa.
Causas (tenesmo e disquezia): processos obstrutivos ou inflamatórios da porção distal (colite, constipação ou hérnia perineal.
CONSTIPACAO: Passagem de fezes dificultada, infreqüente ou ausente, caracterizada pelo esforço ao defecar e retenção de fezes secas e endurecidas no cólon e reto.
Causas: problemas dietéticos, ambientais, obstrutivos e fraqueza de cólon.
OBSTIPACAO: Constipação refratária a tratamentos.
ANOREXIA e INAPETECIA: Pode ser por origem psicológica, fisiológica ou patológica.
 
EFERMIDADES DO SISTEMA GASTRO INTESTINAL.
SIALOCELE
É o acúmulo de saliva no subcutâneo causado por obstrução e/ou ruptura do ducto
salivar, tem como causa traumática ou idiopática, tem como sinais clínicos edema volumoso e em geral indolor, sob a mandíbula, língua ou laringe.
Sao as maiores glândulas salivares do cão e do gato são as parótidas (pares), a mandibular, a sublingual e a zigomática. A saliva do cão e do gato não possui atividade enzimática, a saliva apenas amolece e lubrifica o alimento para o estômago. A saliva também funciona no umedecimento da membrana da mucosa oral, que é de importância para a perda de calor no cão.
Exames Complementares: Aspiração por agulha fina e radiografia (sialografia contratada).
PERIODONPATIA
A periodontopatia é a causa mais comum de infecções oral e perda de dentes em cães. A gengivite é uma inflamação reversível da gengiva e a periodontite envolve uma inflamação mais profunda, com perda da sustentação dentária e danificação permanente. Seus agentes comuns sao Bacterioides asaccharolyticus, Fusobacterium nucleatum, Actinomyces viscosus e Actinomyces odontolyticus, a periodopatia tem como sinais clínicos, mudança na coloração da gengiva (hiperemia) e pode-se ter hiperplasia gengival, dentes móveis, abscessos periodontais, inchaço facial, halitose, disfagia, sialorréia e perda de dentes.
Exames Complementares: Radiografia.
ESTOMATITE
Úlceras ou erosões presentes na cavidade oral. Causada por lesão física (corpos estranhos),lesão química (bases fortes, ácidos, destilados de petróleo e fenóis), lesão induzida por drogas ou toxinas (envenenamento com metal pesado e ingestão de Dieffenbachia – comigo ninguém pode), Infecção (herpesvírus e calicivírus felino, estomatite necrosante ulcerativa

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