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Resumo para AV1

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Resumo de TSP I
André Vizzoni
23 de abril de 2018
1
Resumo
Resumo da matéria de Teorias e Sistemas Psicológicos I.
Sumário
Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2 Origem histórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3 Posicionamento filosófico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3.1 Behaviorismo metodológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3.2 Behaviorismo radical . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.2.1 Comportamento e ambiente . . . . . . . . . . . . . 5
4 Tipos de evento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
5 Reflexos inatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
5.1 Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
6 Condicionamento clássico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
6.1 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6.2 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
6.3 Condicionamento de ordem superior . . . . . . . . . . . . . . 9
7 Condicionamento operante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
7.1 Lei do efeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
7.2 Reforço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
7.3 Extinção operante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
7.3.1 Resistência à extinção . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7.3.2 Recuperação espontânea . . . . . . . . . . . . . . . 11
7.3.3 Outros efeitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7.4 Modelagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
7.4.1 Esquemas de reforçamento . . . . . . . . . . . . . . 12
7.4.2 Controle aversivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
8 Bandura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
8.1 Autoeficácia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
8.2 Outros conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1 Introdução
O behaviorismo é um sistema psicológico que tem como objeto de estudo o compor-
tamento, e deseja estudá-lo via métodos científicos. Ele busca observar o comportamento
humano - e o animal, às vezes, quando se julga que as inferências feitas também se aplicam
a humanos - e, a partir dessa observação, analisar objetivamente as relações entre fatores
ambientais e individuais relacionados ao comportamento.
Poucos são, na atualidade, os terapeutas que utilizam exclusivamente a terapia
comportamental, entretanto ela, é parte integrante da terapia cognitivo comportamental,
uma área da psicologia clínica que vem se desenvolvendo rapidamente, e com eficácia
comprovada por várias pesquisas científicas.
2 Origem histórica
Em 1913, Watson publica o artigo “A Psicologia como um behaviorista a vê” (2008),
no qual expõe os principais posicionamentos científicos da nascente Psicologia Compor-
tamental. Ele define como seu objeto de estudo o comportamento, por ser fisicamente
observável (pode-se ver as pessoas andarem, comerem, conversarem, mas é difícil observar
seus pensamentos e sentimentos).
Watson não está propondo a criação de uma nova psicologia, mas sim a redefinição
do objeto de estudo da psicologia para algo que seja objetivo, observável e mensurável: o
comportamento, uma posição que não obteve muita aceitação, na época.
3 Posicionamento filosófico
Ao definir o comportamento como objeto de estudo científico, fica implícito que ele
é um fenômeno ordenado, e que pode ser explicado por leis simples, podendo ser previsto
a partir das mesmas.
O que se percebe, com isso, é que o comportamento - caso se tenha os meios
necessários - pode ser controlado. Essa visão é conhecida como determinismo. No caso do
behaviorismo, o que determina o comportamento é, por um lado, a hereditariedade e, por
outro, o meio ambiente.
A principal diferença entre os primeiros behavioristas, como Watson, e aqueles que
seguiram as posições skinnerianas, está na tradição filosófica que cada grupo assume ao
definir o que consideram ser uma ciência. Skinner chamou os primeiros behavioristas de
behavioristas metodológicos, enquanto chamou a sua posição de Behaviorismo radical.
Dessa forma, ao pensarmos no behaviorismo, é importante identificarmos que,
embora todos se dediquem ao estudo do comportamento, existem dois tipos diferentes de
behaviorismo.
3.1 Behaviorismo metodológico
Para Watson, o behaviorismo devia seguir os seguintes postulados:
• O comportamento é composto por elementos, ou respostas, e pode ser analisado por
métodos científicos, naturais e objetivos.
3
• O comportamento é composto por secreções glandulares e movimentos musculares.
• Todo estímulo físico elicia uma resposta. Assim, todo comportamento segue um
determinismo causa-efeito.
• Os processos conscientes se existem, não podem ser estudados cientificamente e,
portanto, devem ser ignorados.
Imagine uma pessoa que diz que está comendo porque sente fome. Pense atentamente nessa
experiência, que, com certeza, você já passou inúmeras vezes e na sequência de eventos
envolvidos na mesma:
• Em primeiro lugar, pode-se dizer que há um período de privação de comida.
• Durante a privação, os processos fisiológicos do corpo começam, a partir de um
determinado limiar, a despertar uma sensação de fome.
• Ao se deparar com essa sensação, você vai direto para sua geladeira, procura algum
alimento de sua preferência e o come.
O primeiro e o terceiro momentos são objetivamente observáveis, enquanto o segundo
não. É comum que as pessoas tratem o fato 2, a sensação de fome, como a causa do fato
3, o comportamento de comer. Para essa corrente do Behaviorismo, esse pensamento é
um mentalismo ingênuo, porque, se a fome é resultado da privação de comida, pode-se
desconsiderar a causa mental, a sensação, e preocupar-se somente com os fatos naturais,
facilmente mensuráveis.
É importante registrar aqui que o behaviorismo metodológico não nega a existência
da mente, mas sim a sua cientificidade, afirmando, dessa forma, não ser possível o estudo
dos eventos mentais.
3.2 Behaviorismo radical
O behaviorismo radical pode ser considerado uma filosofia da ciência do comporta-
mento humano que busca compreender questões humanas - como comportamento, cultura,
e outros - dentro do modelo de aprendizagem por consequências, e rejeita o uso de variáveis
não físicas.
Um behaviorista radical defende que as diferentes explicações sobre o comporta-
mento humano deveriam ser estabelecidas com base em evidências refutáveis, e não em
especulações abstratas. O behaviorismo radical foi concebido em experimentos realizados
sob o rigor da produção de conhecimento científico. Desenvolvido dentro de um laboratório,
em condições controladas, é um método passível de replicação.
Entretanto, o behaviorismo radical não nega veemente a possibilidade da auto-
observação, apenas questiona a natureza do que está sendo observado.
4
3.2.1 Comportamento e ambiente
Skinner propõe a existência de dois tipos de relações entre o comportamento e o
ambiente:
• Consequências seletivas que ocorrem após o comportamento e modificam a probabili-
dade futura de ocorrerem comportamentos equivalentes, isto é, da mesma classe.
• Contextos que estabelecem a ocasião para o comportamento ser afetado por suas
consequências (e que, portanto, ocorreriam antes do comportamento e que igualmente
afetariam a probabilidade desse comportamento).
Essas duas formas de interações são denominadas contingências, sendo conceitos de extrema
importância para a análise comportamental proposta por Skinner.
4 Tipos de evento
As duas classes mais amplas de eventos de interesse da análise do comportamento
são as classes de eventos ambientais e comportamentais.Os eventos ambientais são al-
terações que ocorrem no ambiente, como o escurecimento de uma sala, o som de uma
campainha, o cheiro de uma flor, etc. Já os comportamentais são ações promovidas pelo
organismo cujo comportamento está sendo estudado, são os eventos que se quer explicar.
Um mesmo evento pode ser considerado ambiental ou comportamental, dependendo
de qual sujeito está sob análise. Considere o seguinte exemplo: “um grupo de colegas de
classe estava reunido em frente ao Laboratório de Psicologia. Pedro contou uma piada.
Todos riram ruidosamente”.
Se o comportamento de Pedro estiver sendo estudaddo, pode-se dizer que o grupo
reunido é um evento ambiental (antecedente) ao evento comportamental “contar uma
piada”, e que os risos são um evento ambiental (consequente) ao evento comportamental
promovido por Pedro.
Se resolvermos analisar o comportamento de outro membro do grupo, a piada
contada por Pedro passa a ser um evento ambiental antecedente ao evento comportamental
“rir”, promovido por todos os membros do grupo.
Perceba, contudo, que há uma parte dos eventos ambientais que afetam o com-
portamento do sujeito que estamos analisando, e outra parte que não afeta. Os eventos
ambientais que efetivamente influenciam o comportamento do sujeito estudado são chama-
dos de “estímulos”.
Para a análise científica do comportamento, eventos podem ser classificados em
função de: sua localização, sua disponibilidade à observação e sua natureza. Quanto à sua
localização, os eventos podem ser externos ou internos, conforme ocorram dentro ou fora
do corpo do indivíduo cujo comportamento está em estudo.
É possível que um exemplo seja esclarecedor. Mariana está tomando remédios para
gastrite, de acordo com uma receita médica. Quando toma seus remédios na hora certa,
sua mãe a elogia pelo autocuidado (evento ambiental consequente externo). Quando não os
toma, consegue detectar excesso de acidez no seu estômago (evento ambiental antecedente
interno).
Quanto ao acesso à observação, os eventos podem ser públicos, quando mais de
um observador pode ter acesso a eles, ou privados, quando não podem ser observados por
5
outros. Eventos comportamentais podem ser públicos e privados, também. Podemos, por
exemplo, falar em silêncio de tal maneira que ninguém possa ter acesso a essa nossa ação
(evento comportamental privado), ou falar alto o suficiente para que outros nos ouçam.
Quanto à natureza, os eventos podem ser físicos ou sociais. Ser atingido por um
golpe, por exemplo, leva a reações relacionadas às características fiscas do golpe (sente-se
dor, pode-se ser derrubado pela força do golpe, etc.). Mas, também é possível que o efeito
dos eventos sobre o comportamento resulte não apenas de suas propriedades físicas, mas
também do “significado” que esse evento tem num contexto histórico e cultural (parar num
semáforo porque sua luz está vermelha é um exemplo).
5 Reflexos inatos
Os reflexos inatos possuem uma relação determinada com o ambiente, de forma
que cada vez que o estímulo aparece, o comportamento é semelhante. Eles fazem parte de
um conjunto de comportamentos transmitidos geneticamente, e que variam conforme as
espécies. Essas são sempre o produto de uma longa seleção natural, que atuou nos diversos
seres vivos selecionando os comportamentos mais adaptados ao ambiente no qual vivem.
Há uma classe de comportamentos que são compreendidos como uma “preparação
mínima” para o organismo interagir com seu ambiente, e que possuem um papel importante
na sobrevivência da espécie.
Um bebê, desde o nascimento, necessita mamar ao peito. Há uma série de movi-
mentos de sucção importantes, e imagine ter que ensiná-lo a fazer isso, como seria difícil.
Porém, logo que se leva o bebê ao mamilo, ele inicia os reflexos de sucção.
Imagine, por outro lado, que você tivesse que aprender a retirar o braço toda vez
que sente a espetada de um prego. Isso também ocorre automaticamente, sem que você
precise aprender. São justamente esses comportamentos, que fazem parte do repertório
inato do ser humano e de outras espécies animais, que são chamados de reflexos.
5.1 Características
Para compreender o fenômeno reflexo, é importante observar as mudanças possíveis
entre a intensidade do estímulo e a magnitude da resposta. No exemplo do reflexo pupilar,
a intensidade do estímulo é a intensidade de luz projetada sobre o olho, e a magnitude da
resposta é o tamanho da contração obtida (diâmetro antes da apresentação da luz menos
diâmetro depois da apresentação da luz).
Ao se observar um comportamento reflexo, discriminando suas variações quanti-
tativas, é possível buscar verificar se há relações que seguem um determinado padrão, e
tais padrões podem ser estabelecidos e descritos por meio de leis ou propriedades, que
possibilitam compreender e mesmo prever o exato funcionamento reflexo:
• Lei da intensidade-magnitude: Ela demonstra que, quanto maior é a intensidade do
estímulo, maior será a magnitude da resposta. Deve-se levar em conta que há uma
intensidade máxima do estímulo que provoca essa relação. Estímulos muito fortes
podem, na realidade, comprometer o organismo em vez de eliciar uma resposta reflexa.
• Lei do limiar: Toda resposta reflexa só é eliciada frente a uma intensidade mínima
do estímulo. Entretanto, o valor do limiar não é um valor exato, mas uma faixa de
6
intensidade, na qual a resposta pode ou não ocorrer.
• Lei da Latência e da duração: Essa lei descreve que quanto maior for a intensidade
do estímulo, menor será a latência, ou seja, o tempo que vai desde a estimulação até
a ocorrência da resposta. Imagine que você leve um susto devido a um barulho. Se
alguém medir a altura do som e as contrações musculares associadas a seu susto,
poderá perceber que, quando o som for mais alto, mais rápido seu corpo se contrairá.
Essa regra não só vale para a latência, mas também para a duração da resposta:
quanto mais intenso o estímulo, maior a duração da resposta eliciada.
• Força do reflexo: Ela representa uma relação entre a latência, a magnitude e a duração
da resposta. Ou seja, a força do reflexo será considerada fraca se sua latência for
longa, a magnitude pequena e a duração curta, e será considerada forte se a latência
for curta, a magnitude for grande e a duração longa.
• Efeito das eliciações sucessivas: Deve-se considerar que, após sucessivas apresentações
do mesmo estímulo, na mesma intensidade, há uma mudança na relação dele com as
respostas. Conforme se corta muitas cebolas, por exemplo, a quantidade de lágrimas
tende a diminuir. Esse fenômeno se chama habituação do reflexo. Em outros casos,
há a potenciação do reflexo, como no caso de uma goteira, que - depois de muito
tempo - passa a produzir um som considerado insuportável.
6 Condicionamento clássico
De acordo com a teoria evolutiva, é muito importante aos seres vivos não só terem
reflexos inatos, pois estes só os auxiliam em situações específicas do ambiente. É necessário
também que ele aprenda novos reflexos, para podem lidar com situações que se modificaram,
que estão fora do previsto biologicamente por seu organismo.
O reflexo aprendido, ou condicionado, foi descoberto e estudado pelo fisiologista
russo Ivan Petrovich Pavlov. Em seu laboratório, ele realizava diversos estudos fisiológicos,
com o objetivo de estudar o funcionamento do sistema digestório utilizando, para tanto, o
reflexo salivar, ou seja, a secreção de saliva por um organismo, eliciado pela apresentação
de alimento.
Em seu experimento, ele fazia uma pequena fístula próximo às glândulas de saliva
do cão, na qual introduzia uma cânula, de forma a captar a quantidade de saliva produzida,
podendo mensurar sua quantidade. O que percebeu foi que, quando ele mostrava o alimento
ao cão, a produção de saliva aumentava. Esse é o reflexo inato alimentar: alimento elicia
saliva.
Ele buscava verificar a variação da magnitude da resposta (quantidadede saliva)
frente à variação da intensidade do estímulo (quantidade de alimento). Entretanto, acabou
fazendo novas descobertas acidentais. Percebeu que a magnitude da resposta do reflexo
salivar, após algumas repetições, variava mesmo antes da apresentação do alimento: ao
ouvir os passos ou mesmo ao ver Pavlov chegando ao laboratório. Mesmo a proximidade
do horário costumeiro de realização dos experimentos já parecia levar a um aumento da
salivação.
Um rápido glossário:
7
• Estímulo incondicionado (Ei ou Si) – estímulo que naturalmente elicia uma resposta
incondicionada.
• Resposta incondicionada (Ri) – resposta involuntária eliciada pelo estímulo incondi-
cionado.
• Estímulo neutro (En ou Sn) – estímulo que não mantém relação com o reflexo inato
em questão.
• Estímulo condicionado (Ec ou Sc)– nova denominação do estímulo neutro após seu
pareamento com o estímulo incondicionado. Em função deste pareamento, o estímulo
neutro assume as propriedades do estímulo incondicionado, passando a eliciar a
mesma resposta.
• Resposta condicionada (Rc) – resposta eliciada pelo estímulo condicionado. A relação
estabelecida entre o estímulo condicionado e a resposta condicionada caracteriza o
reflexo aprendido.
O emparelhamento de um estímulo neutro e de um estímulo incondicionado não é garantia
de que o condicionamento ocorra. Alguns fatores são importantes para aumentar a chance
de que o emparelhamento estabeleça o condicionamento:
• Frequência de emparelhamentos: quanto maior a frequência de emparelhamento,
mais forte será a resposta condicionada. Entretanto, é importante considerar que um
único emparelhamento, de alta intensidade, pode provocar um condicionamento forte
o suficiente para durar toda a vida, mesmo sem a presença posterior do estímulo
incondicionado.
• Tipo de emparelhamento: quando o estímulo neutro aparece antes do estímulo
incondicionado, e permanece durante sua apresentação, maior será a eficácia do
emparelhamento.
• Intensidade do estímulo incondicionado: quanto mais forte o estímulo incondicionado,
mais facilmente ocorrerá o condicionamento.
• Grau de predição do estímulo condicionado: para que o condicionamento ocorra, não
é necessário somente que o emparelhamento seja frequente, mas a apresentação do
estímulo neutro deve ser previsível.
6.1 Propriedades
O condicionamento clássico não se restringe especificamente ao estímulo apresen-
tado no processo de emparelhamento. Portanto, quando se cria um reflexo salivar no cão por
meio da sineta, isso não significa que ele responderá somente àquele som específico. Após o
8
processo de condicionamento, estímulos semelhantes fisicamente conseguem eliciar a mesma
resposta. Assim, sons parecidos com a sineta também eliciarão o reflexo salivar, e
esse fenômeno chama-se generalização respondente. Porém,esses estímulos semelhantes não
produzem a mesma magnitude da resposta eliciada pelo estímulo condicionado original,
e há um gradiente de generalização, ou seja, uma relação direta entre a semelhança do
estímulo condicionado e a magnitude da resposta eliciada.
Outra propriedade importante do reflexo condicionado diz respeito à sua perma-
nência ou ausência quando não há mais emparelhamento dos estímulos. Quando o Sc é
apresentado várias vezes sem estar emparelhado com o Sii, o que ocorre é uma gradual
perda do seu poder de eliciação. Por exemplo, a campainha não causa mais a salivação do
cão, se depois de sucessivas apresentações não houver alimento. Esse fenômeno é chamado
de extinção respondente.
A extinção respondente é importante, por exemplo, para a eliminação de fobias. Da
mesma forma que se pode aprender a sentir medo, pode-se também aprender a não mais
sentir medo, com o processo de extinção. Entretanto, para isso, é importante que o indivíduo
se exponha ao estímulo condicionado algumas vezes, sem que haja o emparelhamento com
o estímulo incondicionado.
Deve-se salientar que o processo de extinção de um reflexo condicionado, por meio
da apresentação sucessiva do Sc sem o Si, não é contínuo, podendo haver momentos no
qual o reflexo é recuperado. Esse fenômeno é conhecido como recuperação espontânea:
Após a realização de um processo de extinção, é possível que haja uma recuperação da
força do reflexo condicionado, mas não com a mesma força que antes.
Retome, por exemplo, o medo de cachorro. Após um período de tempo no qual a
pessoa passa ao lado de um cachorro manso, o reflexo de medo desaparece. Entretanto,
após um período no qual ela não entra mais em contato com outros cães, ao avistar
um atravessando seu caminho na rua, ela sente reavivar uma sensação de medo. Tais
recuperações espontâneas vão se tornando cada vez mais raras conforme se continua o
processo de extinção respondente.
6.2 Aplicações
Duas técnicas foram consideradas como forma de amenizar o sofrimento do paciente
fóbico:
• Contracondicionamento - consiste em se realizar o condicionamento de uma resposta
contrária àquela que é produzida pelo estímulo condicionado (Sc).
• Dessensibilização sistemática - baseia-se na generalização respondente e no mapea-
mento do gradiente de generalização, realizando, por meio dele, um processo gradual
de extinção.
6.3 Condicionamento de ordem superior
Ocorre em função do emparelhamento de um Sc com um novo Sn, o que é chamado
de condicionamento de ordem superior. Os condicionamentos de ordem superior permitem
compreender contextos mais complexos de reações reflexas e emocionais.
9
7 Condicionamento operante
Entretanto, como foi discutida já na seção anterior, a teoria do condicionamento
reflexo permite compreender somente parte do comportamento, aquele que é eliciado por
estímulos, internos e externos. Ela não explica os comportamentos emitidos, aqueles que o
sujeito realiza independentemente do estímulo anterior. Por exemplo, não existe o reflexo
de falar sobre futebol, ou de dançar na boate.
Embora o conceito de comportamento operante seja atribuído a Skinner, Thorndike
(1911) já mencionava a importância de se considerar as consequências na explicação do
comportamento. E isso fica mais claro com sua lei do efeito.
7.1 Lei do efeito
Em sua Lei do Efeito, Thorndike teorizou que as respostas que produziam con-
sequências mais satisfatórias, foram escolhidas pela experiência e portanto, aumentaram de
frequência. Algumas consequências reforçavam o comportamento, outras o enfraqueciam.
Tais efeitos eram por ele explicados, inicialmente, por duas leis opostas, uma positiva, a
da recompensa, relacionada à satisfação do organismo e ao fortalecimento de conexões
entre situação e respostas; outra negativa, a da punição, relacionada ao desconforto e ao
enfraquecimento de tais conexões.
7.2 Reforço
Consequências que aumentam a probabilidade de um comportamento voltar a
ocorrer são chamadas de reforçadoras do comportamento. A relação entre esses reforços e o
comportamento é chamada de contingência de reforço, e pode ser expressa pela expressão
“se R, então C”.
O conceito de reforço é descritivo, ou seja, ele nomeia a relação estabelecida entre
o comportamento e o ambiente no qual ele ocorre. E, para se identificar uma relação de
reforço é necessário que essa inclua três componentes: as respostas devem ter consequências;
sua probabilidade deve aumentar (isto é, as respostas devem-se tornar mais prováveis do
que quando não tinham essas consequências); o aumento da probabilidade deve ocorrer
porque a resposta tem essa consequência e não por outra razão qualquer.
Acerca dos efeitos reforçadores de determinadas consequências, uma distinção
importante é feita entre reforçadores naturais e arbitrários, que também podem ser deno-
minados reforçadores primários e secundários. Um dos mais importantes reforços primários
do ser humano é a atenção, enquanto um dos mais importantes reforços secundários do ser
humano é o dinheiro.
7.3 Extinção operante
Ao se estabelecer umarelação de reforço, a frequência de um comportamento
aumenta. Entretanto, se o efeito reforçador é eliminado, o que se observa é que, aos poucos,
o nível do comportamento reforçado retorna a seus níveis anteriores. Esse processo é
chamado de extinção operante.
Se, por exemplo, o ratinho reforçado a pressionar a barra para obter comida deixa
de obtê-la, diminui a frequência de pressionar a barra para o mesmo nível que tinha antes
do reforçamento. O processo de extinção operante mostra que os efeitos do reforçamento
10
no comportamento não são permanentes, e só são mantidos frente à manutenção da relação
reforçadora.
7.3.1 Resistência à extinção
É na história de aprendizagem que se pode compreender tal fenômeno. Essa história
se refere aos reforçamentos que foram se estabelecendo ao longo da vida do organismo. O
que se percebe é que três fatores são importantes para se entender a resistência à extinção
de um determinado comportamento:
• Número de reforçamentos anteriores: quanto mais um comportamento for reforçado,
até o momento da suspensão do reforçador, mais difícil será sua extinção.
• Custo da resposta: Quanto maior o esforço necessário para se emitir um comporta-
mento, mais fácil ele é extinto.
• Esquemas de reforçamento: Existem diferentes formas de se realizar um reforçamento
operante.
7.3.2 Recuperação espontânea
O processo de extinção também não é contínuo. Há que se considerar um fenômeno
chamado recuperação espontânea. Após um tempo depois da realização do processo de
extinção, a emissão do comportamento pode retornar em uma frequência mais alta que
anteriormente.
7.3.3 Outros efeitos
Além da recuperação espontânea, outros efeitos podem ser notados em um processo
de extinção:
• Aumento da frequência da resposta no início da extinção (jorro de resposta): Quando
se retira o reforçador, a frequência da resposta emitida aumenta rapidamente, antes
de diminuir.
• Aumento da variabilidade topográfica: durante o reforçamento, a variabilidade da
forma na qual o organismo responde (topografia) tende a diminuir. Já no início do
processo extinção ocorre o oposto. Imagine que, ao apertar a campainha, ninguém
atendesse a porta. Você começa a apertar mais forte, a bater na porta, e a chamar o
nome do morador.
• Eliciação de respostas emocionais: Retome o exemplo da campainha. Além de você
apertar mais vezes, e tentar chamar a pessoa de outras formas, você pode começar
a se sentir irritado ou mesmo frustrado por ninguém lhe atender. O processo de
extinção provavelmente elicia diversas respostas emocionais.
11
7.4 Modelagem
A partir do reforçamento e da extinção, dois tipos de consequências do responder,
é possível compreender o processo de aprendizagem de um novo comportamento, conhecido
como modelagem. Para compreender como ela ocorre, é importante salientar primeiramente
que todo organismo parte do que se chama repertório comportamental, ou seja, um conjunto
de comportamentos que já estão presentes no sujeito, e cuja frequência é controlada por
meio de processos de reforço e extinção.
7.4.1 Esquemas de reforçamento
Ao se programar o reforçamento de um determinado comportamento pode-se utili-
zar um determinado esquema de reforçamento, ou seja, programar a forma como o reforço
será liberado no processo de aquisição do comportamento desejado.
Existem basicamente dois esquemas de reforçamento:
• Esquema de reforçamento contínuo – toda a emissão do comportamento desejado é se-
guida do reforço. Esse esquema de reforçamento consegue estabelecer a aprendizagem
muito rapidamente, visto que o sujeito com facilidade associa que o comportamento
está sendo reforçado, entretanto é frágil à extinção já que a associação estreita entre
comportamento e reforço permite que o sujeito perceba imediatamente quando este
foi retirado.
• Esquema de reforçamento parcial – apenas algumas emissões do comportamento-alvo
são reforçadas. Esse tipo de reforçamento produz uma aprendizagem mais lenta, uma
vez que o sujeito demora mais a estabelecer a relação entre o comportamento e o
reforço, já que nem todos os comportamento emitidos são reforçados, entretanto, uma
vez estabelecida a aprendizagem, ela é muito mais resistente à extinção exatamente
porque o sujeito não espera que o reforço seja emitido sempre.
O esquema de reforçamento parcial pode ser ainda por ritmo (ou razão) ou por intervalo
(ou tempo), dependendo do critério utilizado para a liberação dos reforços.
No reforçamento parcial por ritmo, o critério utilizado é o número de comportamen-
tos emitidos, podendo ser sempre o mesmo número de comportamentos, o que caracterizaria
o reforçamento parcial por razão fixa. Ou o número de comportamentos exigidos para a
liberação do reforço pode variar ao redor de uma média, o que caracterizaria o esquema
parcial por razão variável.
No reforçamento parcial por intervalo, o critério utilizado para a liberação dos
reforços é o tempo transcorrido entre a emissão do comportamento-alvo, podendo ser
sempre o mesmo tempo, o que caracterizaria o reforçamento parcial por intervalo fixo ou
intervalos de tempo que variem ao redor de uma média, o que significaria o esquema de
reforçamento parcial por intervalo variável.
7.4.2 Controle aversivo
Há estímulos que modificam o comportamento não pela sua apresentação, mas
por sua retirada. Por exemplo, quando a luz do sol está forte, geralmente você coloca uns
óculos de sol, um chapéu ou mesmo procura ficar sob uma sombra. Tais comportamentos
eliminam o estímulo (luz do sol). Por outro lado, quando uma criança faz algo que a mãe
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considera errado, ela pode lhe dar um tapa.A apresentação do estímulo (tapa) leva, então,
a uma diminuição da frequência do comportamento.
O controle aversivo inclui três casos de controle do comportamento:
• Aumento da frequência pela retirada do estímulo aversivo.
• Diminuição do comportamento pela apresentação de um estímulo aversivo.
• Diminuição do comportamento pela retirada de um estímulo reforçador.
No primeiro caso, fala-se em reforço negativo (em contraposição ao reforço positivo); no
segundo em punição positiva; e por último em punição negativa. No caso do reforço, a
probabilidade do comportamento tende a aumentar devido à relação com a consequência,
e no da punição tende a diminuir. Já ação positiva do comportamento sobre o estímulo
consiste em levar à apresentação de um estímulo, enquanto a negativa leva à eliminação ou
não-apresentação.
O reforço negativo mantém dois tipos de comportamento. O primeiro deles é a fuga,
no qual um estímulo aversivo é apresentado ao sujeito, que exibe um comportamento com
a finalidade de suprimi-lo. O segundo é a esquiva, no qual ele evita ou atrasa o contato com
um determinado estímulo aversivo, que, portanto, ainda não está presente no ambiente.
Um dos efeitos colaterais do controle aversivo é a eliciação de respostas emocionais.
Muitos estímulos aversivos e mesmo a retirada de estímulos reforçadores podem gerar uma
série de respondentes, como choro, palpitações, tremores, sudorese. Esse fenômeno pode
gerar algumas consequências. Uma delas é a eliciação de respostas emocionais também na
pessoa que aplica a contingência punitiva, como comportamentos relacionados a culpa ou
pena, e que são marcados pela liberação de estímulos reforçadores.
Outro efeito é a emissão de respostas incompatíveis com o comportamento punido.
Nota-se que após a punição de um determinado comportamento, o organismo emite
uma série de respostas que dificultam a repetição do comportamento punido, chamada de
resposta incompatível ou controladora. Tal resposta termina sendo negativamente reforçada,
pois ela é uma forma de fuga do estímulo aversivo.
Finalmente, o efeito mais indesejado do controle aversivo talvez seja o contracontrole,
por indicar que o organismo sob controle da contingência aversiva, em vez de emitir o
comportamento adequado esperado peloagente controlador, emite outro que impede a
manutenção desse controle sobre si.
8 Bandura
A Teoria Social Cognitiva (TSC) explica o comportamento humano mediante um
modelo de reciprocidade triádica. Nesse modelo, a conduta, os fatores pessoais internos
(eventos cognitivos, afetivos e biológicos) e o ambiente externo atuam entre si como
determinantes interativos e recíprocos.
Dessa forma, o indivíduo cria, modifica e destrói o seu entorno. O indivíduo se
torna agente e receptor de situações que se produzem, e ao mesmo tempo essas situações
determinarão seus pensamentos, emoções e comportamento futuros.
Para Bandura, o princípio básico que fundamenta a TSC é a perspectiva da agência,
13
a qual se contrapõe aos princípios behavioristas que baseavam os processos de aprendizagem
na associação entre os estímulos ambientais e as respostas individuais.
A agência humana possui, de acordo com ele, quatro características fundamentais:
intencionalidade (é possível escolher e planejar suas ações), antecipação (de resultados
esperados), autorreatividade (as reações do agente, e a forma como ele as percebe, regulam
seu comportamento) e autorreflexão (os agentes examinam seu próprio funcionamento).
8.1 Autoeficácia
A autoeficácia é tida como a percepção do indivíduo a respeito de suas capacidades
no exercício de determinada atividade. Com as mesmas capacidades, pessoas com diferentes
percepções podem obter êxitos ou fracassos em função dessas diferenças de percepção. Para
a elaboração desses julgamentos acerca da própria capacidade, o indivíduo poderá levar
em conta diversos fatores. Além disso, as crenças podem estar relacionadas a domínios
específicos, podendo haver percepção de elevada autoeficácia em determinado domínio e
baixa autoeficácia em outros.
As crenças de eficácia podem ser desenvolvidas a partir de quatro principais fontes
de informação: experiência direta, experiência vicária, persuasão social, e estados físicos
e emocionais. A experiência direta diz respeito às experiências vividas pelo indivíduo, e
os sucessos (ou fracassos) obtidos contribuem para a construção de uma forte (ou fraca)
crença na eficácia pessoal.
A segunda fonte são as experiências vicárias, fornecidas por modelos sociais. Na
experiência vicária, o impacto da modelagem na percepção de autoeficácia é influenciado
pela semelhança percebida em relação aos modelos. Se as pessoas vêem os modelos como
muito diferentes de si mesmos, sua autoeficácia percebida não é muito influenciada pelo
comportamento dos modelos, ou pelos resultados que ele produz.
A persuasão social é tida como a terceira forma de reforçar as crenças das pessoas
em suas capacidades. Persuasores desempenham um papel importante no desenvolvimento
das crenças de eficácia. Persuasões positivas podem encorajar e empoderar, enquanto que
as negativas podem enfraquecer essas crenças.
A quarta fonte geradora de autoeficácia é o conjunto dos estados emocionais
e somáticos. As pessoas dependem, em parte, destes estados no julgamento de suas
capacidades. Em atividades que envolvem força e resistência, as pessoas julgam sua fadiga,
dores e sofrimentos como sinais de debilidade física, por exemplo. Contudo, não é o grau
de intensidade das reações físicas e emocionais que é importante, mas como elas são
interpretadas. As pessoas que têm um alto senso de eficácia podem ver seus estados
de excitação como facilitador energizante do desempenho, enquanto que outras, com
autodúvidas, consideram sua excitação como um debilitador.
Todas essas informações proporcionadas pelas fontes de eficácia passam por um
processamento cognitivo, no qual os indivíduos selecionam, avaliam, integram e interpretam
tais informações.
8.2 Outros conceitos
Há conceitos conceitos correlatos à autoeficácia que podem, a princípio, ser vistos
como sinônimos. No entanto, uma análise mais profunda revela diferenças importantes.
São eles:
• Autoconceito - visão que o indivíduo tem de si, formada através da experiência e do
feedback recebido de pessoas consideradas importantes. Assim, crenças de eficácia
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são mais complexas que o autoconceito, já que variam de acordo com diferentes
níveis e circunstâncias distintas. As crenças de autoeficácia são avaliadas por meio
de perguntas do tipo “posso”, enquanto que o autoconceito é avaliado por meio de
perguntas do tipo “sou” e “sinto”.
• Auto-estima - um julgamento do amor-próprio, que depende da valorização cultural
a respeito das capacidades que uma pessoa possui. Dado o foco da autoeficácia na
capacidade, entende-se que a autoestima e a autoeficácia estejam relacionadas, mas
não significam a mesma coisa uma vez que a auto-estima está mais relacionada a
sentimentos de aceitação.
• Lócus de controle - é entendido como a percepção das pessoas sobre quem ou o
que detém o controle sobre sua vida. Quando o indivíduo percebe os eventos de
sua vida como controlados por si mesmo, se teria o lócus interno, mas, se os per-
cebe como controlados por outros fatores, haveria o lócus externo. Desse modo, a
autoeficácia determina em grande medida o lócus de controle interno, ou seja, se
uma pessoa se sente eficaz e acredita possuir as habilidades necessárias, estabelecerá
relações entre suas ações e os resultados. E de outro modo, o lócus de controle
determina a autoeficácia: diante de uma tarefa, as pessoas com lócus de controle
interno que crêem estarem desprovidas das habilidades necessárias desenvolvem um
limitado sentido de autoeficácia e enfrentam a situação com um sentido de inutilidade.
• Resiliência - capacidade do indivíduo em resistir às dificuldades encontradas em
sua vida, perseverando e enfrentando tais dificuldades de forma positiva. resiliência.
Enquanto a autoeficácia residiria na percepção, na decisão, a resiliência permitiria o
recuo no sentido de alcançar um determinado objetivo de conduta.
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	Resumo
	Sumário
	Introdução
	Origem histórica
	Posicionamento filosófico
	Behaviorismo metodológico
	Behaviorismo radical
	Comportamento e ambiente
	Tipos de evento
	Reflexos inatos
	Características
	Condicionamento clássico
	Propriedades
	Aplicações
	Condicionamento de ordem superior
	Condicionamento operante
	Lei do efeito
	Reforço
	Extinção operante
	Resistência à extinção
	Recuperação espontânea
	Outros efeitos
	Modelagem
	Esquemas de reforçamento
	Controle aversivo
	Bandura
	Autoeficácia
	Outros conceitos

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