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Açafrão Flor de açafrão, ao anoitecer, com carpelos vermelhos visíveis. Classificação científica Reino: Plantae Divisão: Magnoliophyta Classe: Liliopsida Ordem: Asparagales Família: Iridaceae Género: Crocus Espécie: C. sativus Nome binomial Crocus sativus REFERENCIAL TEÓRICO O açafrão é extraído dos estigmas de flores de Crocus sativus, uma planta da família das Iridáceas. É utilizado desde a Antiguidade como especiaria, principalmente na culinária do Mediterrâneo — região de onde a variedade é originária — no preparo de risotos, aves, caldos, massas e doces. É um ingrediente essencial à paelha espanhola. É tida como uma das especiarias mais caras do mundo uma vez que, para se obter um quilograma de açafrão seco, são processadas, manualmente, cerca de 150 000 flores, e é preciso cultivar uma área de aproximadamente 2 000m².[1] Quando seca, a flor desprende de seus órgãos um pigmento amarelo e um óleo volátil, tradicionalmente usado como corante de tecidos. Há séculos é também empregado para fins medicinais. Historicamente foi utilizado no tratamento do câncer e de estados depressivos. Tais aplicações têm sido pesquisadas atualmente. Efeitos promissores e seletivos contra o câncer têm sido observados in vitro e in vivo, mas não ainda em testes clínicos. Efeitos antidepressivos também foram encontrados in vivo e em estudos clínicos preliminares. Há portanto interessantes perspectivas de uso dos extratos de açafrão na fitoterapia racional.[2] Açafrão iraniano: filamentos (estigmas) vermelhos misturados com pistilos amarelos. Não deve ser confundindo com o açafrão-da-terra, também chamado de cúrcuma. BOTÂNICA Morfologia da Crocus sativus: corola estames cormo estigma A Crocus doméstica, C. sativus L., é uma planta perene, de floração outonal, inexistente em estado selvagem. Seria originária da Ásia central[3] ou de Creta [4]. A espécie Crocus sativus teria resultado de uma seleção intensiva de Crocus cartwrightianus, um crocus de floração outonal originário da porção oriental do mediterrâneo[5] por produtores que desejavam estigmas mais longos. CULTIVO A Crocus sativus prospera em climas semelhantes ao dos maquis mediterrâneos ou do chaparral norte-americano, onde a brisa seca e quente do verão sopram sobre as terras semi-áridas ou áridas. Todavia, a planta pode tolerar invernos rigorosos, sobrevivendo a temperaturas de até -10°C e mesmo a curtos períodos sob neve.[5][6] Mas, embora não sobreviva em ambientes úmidos como o da Cachemira, onde as precipitações são, em média, de 1000 a 1500 milímetros por ano, o açafrão precisa ser irrigado. Isto é particularmente verdadeiro na Grécia (500 mm por ano) e na Espanha (400 mm por ano). A frequência das precipitações é também um fator importante. O ideal é que haja chuvas abundantes na primavera, seguidas de verões secos. Precipitações pouco antes da floração aumentam a produção da planta. Já o tempo frio e chuvoso durante a floração favorece a incidência de doenças e reduz a produção. Em média, uma flor fresca fornece 0,03 g de açafrão fresco ou 0,007 g de açafrão seco.[7] REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Spice pages. Saffron (Crocus sativus L.) (em inglês). 2. Saffron in phytotherapy: pharmacology and clinical uses, por Schmidt M, Betti G, Hensel A. Wien Med Wochenschr. 2007;157(13-14):315-9. 3. Saffron is a monomorphic species as revealed by RAPD, ISSR and microsatellite analyses, por Angela Rubio-Moraga, Raquel Castillo-López, Lourdes Gómez-Gómez e Oussama Ahrazem. 4. Gernot Katzer's Spice Pages. "Saffron (Crocus sativus L.)" 5. B. Deo (2003), "Growing Saffron – The World's Most Expensive Spice", Crop & Food Research (New Zealand Institute for Crop & Food Research), n° 20, p. 1. 6. WILLARD, P. Secrets of Saffron , p. 2–3 7. B. Deo, op. cit., p. 2
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