Buscar

Engenharia Economica_2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

26 
ESTUDOS DE VIABILIDADE 
PARTE II - Avaliação de Projetos 
A avaliação de um projeto envolve os seguintes aspectos. 
·- Tecnológicos: tratam principalmente dos processos técnicos da construção do projeto, e da 
sua operação após, bem como das estimativas de custos de capital e de operação. 
·- Administrativos: referem-se aos inúmeros problemas de gerência e pessoal que surgem na 
construção e na operação do projeto. 
·- Financeiros: a análise financeira é o processo onde se busca verificar se o capital investido 
receberá uma remuneração adequada ao longo de determinado período de tempo. A Análise 
Financeira determina se e como o capital de risco ou de qualquer outra natureza investido no projeto 
retorna ao investidor. Nesse caso acha-se obviamente em pauta quem paga as despesas e quem aufere 
as receitas do projeto. 
·- Econômicos: a avaliação econômica de um projeto visa medir seus custos e benefícios 
econômicos, sob um determinado ponto de vista, isto é, determinar o retorno econômico de um projeto 
para o grupo social cujo ponto de vista é adotado. Não vem ao caso que parte do grupo social aludido 
participa dos custos e que parte aufere os benefícios. 
 
As principais etapas da avaliação financeira e econômica de um projeto podem ser, de maneira 
geral, identificadas como: a) identificação e delimitação do projeto; b) estimativa dos custos financeiros 
e econômicos do projeto; c) previsões de demanda; d) estimativa dos benefícios financeiros e 
econômicos do projeto; e d)Comparação de custos e benefícios. 
2.1- Identificação e Delimitação do Projeto 
Nesta fase, o projeto deve ser definido em seus aspectos técnicos e operacionais, bem como ter 
definida a sua vida útil. 
Uma das preocupações fundamentais nesta fase é a correta delimitação do projeto. Um projeto 
pode ser definido como o menor investimento que seja econômica e tecnicamente viável. A divisão 
certa de um futuro investimento em projetos específicos terá que depender muito da experiência prática 
e do discernimento. No desdobramento insuficiente de um investimento em projetos específicos, os 
grandes benefícios derivados de um projeto podem ocultar a insuficiência de benefícios de outro. 
2.2- Estimativa de Custos 
Para que os custos, assim como os benefícios dos projetos possam ser medidos e comparados 
com outras oportunidades de investimento, deverão eles ser expressos em unidades monetárias. A 
despeito de todas as dificuldades existentes para sua obtenção, os termos monetários constituem o 
único denominador comum prático. 
Os custo financeiros de um projeto são os custos estimados com base nos preços de mercado. 
O investimento de um projeto a nível financeiro, pode ser aqui entendido como sendo o seu próprio 
orçamento. 
27 
Preços Econômicos 
Tendo-se em vista que os preços de mercado nem sempre traduzem os seus reais valores para a 
sociedade como um todo, é necessário a introdução de ajustes nos mesmos a fim de que estes possam 
refletir o seu real valor econômico. 
Apresenta-se a seguir quatro classes de custos nos quais algumas vezes é necessário aplicar 
aqueles ajustes, isto é, para os quais é necessário determinar "preços econômicos". 
Moeda Estrangeira - Em muitos países em desenvolvimento as taxas de câmbio não traduzem o 
valor da escassez de divisas, fazendo com que o custo das importações se mantenha artificialmente 
baixo. Desta forma, no cálculo de despesas que envolvem moeda estrangeira, aplica-se um coeficiente 
sobre a taxa de câmbio oficial para todos os custos incorridos no exterior, não só aos itens importados 
como também ao componente em moeda estrangeira dos itens adquiridos no país, obtendo-se assim o 
seu preço econômico. 
Se o projeto produzir receita em moeda estrangeira, o mesmo coeficiente de ajuste usado nos 
custos deverá ser a ela aplicado. 
Impostos - O imposto sobre um bem é um custo para quem paga, mas não reflete 
necessariamente custos econômicos para o país como um todo, pois um aumento nesse imposto não 
significará que mais recursos econômicos se tornem necessários para produzir um determinado volume 
desse bem. Assim, no cálculo dos preços econômicos todos os impostos devem ser excluídos, bem 
como quaisquer taxas e direitos que representem meras transferências. 
Salários - Em muitos países, as leis do salário mínimo e outros regulamentos rígidos fazem com 
que os salários efetivamente pagos não traduzam fielmente os reais custos da mão-de-obra. Quando 
uma economia se caracteriza por acentuado desemprego ou subemprego, os custos reais da mão-de-
obra da categoria empregada poderão ser inferiores aos níveis salariais. Quando esta situação 
prevalecer, o custo da mão-de-obra não especializada deverá ser calculado em base inferior à dos 
salários pagos. Por outro lado é possível que os custos reais do pessoal especializado sejam maiores 
que o dos seus salários. 
As mesmas considerações são aplicáveis aos benefícios. No cálculo dos benefícios produzidos 
por equipamento que economiza mão-de-obra, por exemplo, o benefício real será muito menor se o 
pessoal substituído permanecer desempregado por um período apreciável durante a vida útil do 
equipamento. O preço econômico da mão-de-obra no cálculo dos benefícios não tem nenhuma relação 
necessária com o preço econômico aplicado aos custos, pois custos e benefícios podem se referir a 
categorias inteiramente diferentes de mão-de-obra em diferentes ocasiões. 
Juros - Os juros efetivamente pagos não constituem um custo financeiro do capital, o qual muitas 
vezes não tem relação com o seu custo econômico, isto é, com o custo de oportunidade do capital. Os 
recursos governamentais para investimentos muitas vezes são proporcionados a taxas inferiores ao seu 
custo para o governo, este custo não deve ser considerado quando se calcular os preços econômicos. 
28 
Outros Ajustes 
Além dos preços econômicos, há ajustes de outros tipos que muitas vezes se fazem necessários 
na avaliação econômica. Alguns destes ajustes são: 
Juros Durante a Construção - Os juros são geralmente incluídos nos custos daqueles projetos 
financiados por empréstimos, mas frequentemente são excluídos quando o projeto é financiado por 
verbas correntes. Esta importante distinção financeira não tem significação no que se refere aos custos 
econômicos do projeto, pois os recursos econômicos serão os mesmos qualquer que seja a fonte de 
financiamento, portanto os juros deverão ser excluídos nos custos econômicos do projeto. 
Extensão do Projeto - Um outro engano, resulta da falta de definição correta da extensão do 
projeto, devendo-se levar em consideração todos os seus custos finais. Por exemplo, na análise 
econômica de um novo porto, a administração portuária deverá incluir os custos incorridos nos 
melhoramentos dos acessos ao novo porto, embora estes não sejam de sua responsabilidade. Por 
outro lado estes podem ser desprezados numa análise da situação financeira do projeto. 
O exemplo a seguir mostra como os custos econômicos podem ser obtidos a partir dos seus 
respectivos custos financeiros. 
Um projeto rodoviário apresenta um custo de investimento da ordem de $2.800.000,00. 
Estudos realizados com base na composição de custos do referido projeto indicaram que: 
a) o mesmo apresenta uma componente importada equivalente a $950.000,00; 
b) $700.000,00 são destinados ao pagamento de mão de obra não especializada; e 
c) 19% do custo total corresponde a impostos indiretos. 
Sabendo-se que: 
a) o custo econômico das divisas são aproximadamente 135% do valor correspondente no 
câmbio oficial (isto significa que há um custo social da divisa igual a 35%); e 
b) o custo econômico do salário para a mão de obra não especializada representa 45% do 
valor oficial do salário mínimo, tendo-se em vista o desemprego existente na região para 
este tipo de mão de obra. 
Com base nas informaçõesfornecidas, calcular o correspondente custo econômico. 
 
Componente Custo Financeiro Fator de Ajuste Custo Econômico 
Importação $950.000,00 1,35 $1.282.500,00 
Mão de Obra não esp. $700.000,00 0,45 $315.000,00 
Impostos Indiretos $532.000,00 0,00 $0,00 
Outros Custos $618.000,00 1,00 $618.000,00 
Total $2.800.000,00 $2.215.500,00 
29 
2.3- Comparação de Custos e Benefícios 
Fundamentos Analíticos 
Expressar as alternativas em uma base comum de valores. 
Não se pode comparar dois produtos de natureza distintas, trigo e soja, por exemplo, em termos 
de suas próprias unidades. A situação pode ficar ainda mais complexa se forem comparados controle 
de cheias com produção agrícola. Para possibilitar essa comparação, as alternativas devem ser 
expressas em uma base comum de valores, geralmente unidades monetárias. Existirão algumas 
dificuldades para isso quando os produtos de um projeto não são transacionados em mercados e por 
isso não tiverem valor estabelecido em unidades monetárias. Esse é o caso de controle de cheias e da 
poluição. Dificuldades ainda existirão quando os produtos forem transacionados em mercado mas esse 
mercado tiver seus preços alterados no futuro. Em ambos os casos deverão ser estabelecidas 
abordagens alternativas que permitam hipotetizar um mercado para avaliar o valor presente ou futuro 
dos produtos do projeto. No caso da Análise Econômica existirá a verificação adicional sobre se o 
preço de mercado reflete valores sociais e, se não, a cogitação sobre como alterá-los para que o 
façam. 
Expressar as alternativas em uma base comum de tempo. 
Essa necessidade vem da constatação que um mesmo produto tem valores sociais distintos caso 
ele esteja disponível hoje ou daqui a 10 anos, por exemplo. Uma das informações principais para 
avaliação de projeto é a estimativa dessa depreciação temporal de valores dada pela taxa de desconto. 
Quando a Análise Econômica for realizada de um ponto de vista privado a taxa de desconto a ser 
utilizada é a maior rentabilidade alternativa em investimentos com mesmo nível de risco, disponível ao 
interessado. Quando o ponto de vista público estiver em pauta usa-se a taxa social de desconto obtida 
por decisão política ou imposição da entidade financiadora. 
Expressar as alternativas em uma base comum de certeza. 
Esse passo se refere à constatação que dois projetos com méritos idênticos, expressos em bases 
equivalentes de valores e de tempo, não serão realmente idênticos se um deles tiver maior 
probabilidade de que seus resultados ocorram como planejado que o outro. Esse problema, contém 
algumas das principais dificuldades na avaliação de projetos. Para resolvê-lo há necessidade de se 
expressar os valores dos projetos através de uma Função de Utilidade que teoricamente estabeleceria 
uma base equivalente de certeza para comparação dos projetos. Em certos casos essa Função de 
Utilidade poderá ser obtida pelo Valor Esperado (ou Esperança Matemática) dos resultados de um 
projeto. Entretanto, existem condições bastante específicas que validam a utilização de Valores 
Esperados na avaliação de projetos e que nem sempre são encontradas. 
Estabelecer o ponto de vista adequado de análise. 
Uma constatação simples na avaliação de valores é que pessoas distintas atribuem valores 
distintos às mesmas coisas. Como já foi comentado anteriormente, um extrato abastado da sociedade 
valorizará menos um projeto cujo objetivo é o incremento da produção de alimentos populares que um 
extrato economicamente menos privilegiado. Essa constatação remete à preocupação de qual o ponto 
de vista deverá ser adotado para as avaliações de projetos. Alguns pontos de vista válidos seriam: 
· ponto de vista da sociedade como um todo; 
30 
· ponto de vista da sociedade que vive na região a ser afetada pelo projeto; 
· ponto de vista de grupo social carente economicamente. 
Dependendo do ponto de vista da avaliação poderão ser estabelecidas ordens distintas de 
prioridades. A adoção do ponto de vista adequado depende tanto das metas de planejamento quanto 
do propósito da análise a ser realizada. Se a meta de planejamento é o Desenvolvimento Econômico 
Nacional o ponto de vista será o da sociedade do país. Se a meta é o Desenvolvimento Econômico 
Regional, o ponto de vista se limita à sociedade da região afetada pelo projeto. Se o objetivo do 
projeto é privilegiar determinado grupo social a avaliação deverá ser realizada sob o ponto de vista 
desse grupo. Portanto, dentro do escopo da Análise Econômica, poderão haver diversos tipos de 
avaliação de projetos. 
Estabelecer critérios adequados de análise. 
A questão que se coloca é como comparar, selecionar e hierarquizar projetos que já hajam 
passado pelas adequações dos passos anteriores. Isso remete o avaliador a critérios de análise custo-
benefício que serão considerados inicialmente. 
Conceitos relevantes 
Os conceitos apresentados a seguir devem ser adequadamente entendidos para uma aplicação 
correta da Análise Econômica. 
Análise Com e Sem Projeto. 
Existe um erro analítico comum em se avaliar as vantagens de um projeto pela situação antes e 
após sua implantação. Trata-se de um erro porque a situação evoluirá com ou sem o projeto. Por 
exemplo, um projeto agrícola pode ser justificado pelo aumento da oferta de alimentos que acarretará. 
Se esse aumento for quantificado em relação à situação antes da sua implementação, estar-se-á 
necessariamente supondo que a produção de alimentos permanecerá estagnada na região. Se isso for 
falso, a avaliação estará introduzindo uma tendenciosidade que favorecerá a aprovação do projeto. O 
correto é comparar a situação com e sem o projeto para poder avaliar as suas reais contribuições. 
Custo de Oportunidade. 
Um projeto será viável economicamente quando seus benefícios superarem seus custos. Ele terá 
méritos econômicos se for a opção mais eficiente de investimento, do ponto de vista econômico. Essa 
questão de eficiência econômica remete à consideração de custo de oportunidade. Custo de 
oportunidade é o benefício que é perdido pela utilização dos recursos no projeto e não em outra 
alternativa na qual, sem o projeto aludido, eles seriam aplicados. Por exemplo, a inundação de uma 
área para criação de um reservatório fluvial priva a sociedade da utilização agrícola dessa área. O custo 
de oportunidade nesse caso será o benefício líquido de exploração agrícola da área inundada na 
situação sem projeto. Isso mostra que a consideração de custo de oportunidade é outra faceta da 
análise com e sem projeto. A consideração do custo de oportunidade dos recursos investidos em um 
projeto visa, portanto, assegurar que esse projeto é a opção mais eficiente do ponto de vista 
econômico para a inversão desses recursos. 
Desconsideração de custos investidos. 
Muitas vezes a seguinte justificativa é aplicada para viabilizar a implantação de um projeto: "Já foi 
aplicado 90% do investimento total do projeto; logo é plenamente justificável a aplicação dos 10% 
31 
finais". Essa questão deve ser analisada criteriosamente. Inicialmente, se o projeto é viável, isso significa 
que mesmo que nada tivesse sido aplicado na sua implantação, os custos seriam plenamente justificados 
pelos benefícios. Logo, o mesmo ocorreria, e com muito mais razão, caso uma parcela dos 
investimentos já tenha sido realizada. Por outro lado, poderão existir projetos inviáveis ou que se 
tornem inviáveis por mudanças imprevistas na economia, sociedade, etc, que muitas vezes são levados 
adiante unicamente sob a alegação de que já havia sido aplicada uma parte relevante de seus 
investimentos. A posição correta a ser adotada é que em qualquer instante da implantação de um 
projeto o que falta a investir deve ser justificado pelo que se espera receber, não interessando o que já 
foi investido. A obviedade dessa afirmação, no entanto, não émuitas vezes acatada devido ao 
constrangimento político que pode ser causado pelo fato de obras ficarem inacabadas. Por outro lado, 
essa desconsideração dos custos investidos tem outro aspecto: na medida que se inicie a implantação 
de um projeto inviável poderá haver um determinado instante a partir do qual ele se tornará viável, se o 
custo dos recursos adicionais a serem investidos forem superados pelos benefícios. Isso mostra a 
necessidade de uma avaliação criteriosa previamente ao início da implantação do projeto para 
descartar aqueles inviáveis e direcionar os investimentos para alternativas economicamente eficientes. 
Valores intangíveis. 
Na Análise Econômica são considerados os valores que possam ser expressos de forma 
econômica, através de unidades monetárias. Existem alguns valores no mundo real, porém, que não 
podem ser quantificados nesses termos. Por exemplo, existem restrições filosóficas e ideológicas para 
que a vida humana seja quantificada economicamente. Contudo ela poderá ser quantificada em seus 
próprios termos: um projeto que preserve mais vidas humanas é superior àquele que preserve menos. 
Esses valores são denominados valores intangíveis comensuráveis. Existem outros valores no mundo 
real que nem podem ser quantificados em termos de unidades monetárias e tão pouco em seus próprios 
termos, já que não são divisíveis. Por exemplo, a preservação de espécies em extinção ou de um local 
de valor cênico, histórico ou arqueológico. Esses valores são denominados intangíveis não-
comensuráveis. O fato de existirem valores intangíveis no mundo real não deve ser entendido que eles 
não devam ou não possam ser considerados na avaliação de projetos. Nesse ponto, o próprio nome 
com que são tradicionalmente referidos pode dar uma idéia errônea de suas naturezas. Eles apenas não 
podem ser avaliados de forma direta em Análise Econômica. Mas deverão ser avaliados em outros 
tipos de análise. Por exemplo, na Avaliação do Impacto Social ou Ambiental do Projeto. 
Intervalos temporais de interesse. 
Existem alguns intervalos temporais que medem períodos de interesse em Análise Econômica. 
Alguns deles são: 
Vida útil ou econômica de um projeto. 
Trata-se do intervalo de tempo que vai do início da operação do projeto até o instante em que 
essa operação se realiza de forma não econômica. Isso pode ser aplicado tanto ao projeto como um 
todo como a componentes. Em outros termos, trata-se do período de operação até a obsolescência do 
projeto ou de seu componente. 
Vida física. 
32 
A vida física se refere ao período em que é possível a operação, sob qualquer condição, mesmo 
não-econômica, de um projeto ou componente de projeto. Logo, a vida física é pelo menos igual, e 
normalmente maior, que a vida útil ou econômica. 
Período de análise. 
Como o próprio nome diz, esse período é aquele selecionado para realização de uma análise 
dentro do escopo da Engenharia Econômica. A avaliação do projeto é realizada dentro desse período. 
Ele deverá ser geralmente menor que a vida útil quando a viabilidade econômica do projeto estiver em 
pauta e deverá ser certamente menor que a vida física do projeto. 
Horizonte de construção. 
Quando se diz que um projeto de abastecimento de água suprirá plenamente a demanda até 
determinado ano, esse ano é o horizonte de construção. Logo esse período se refere ao período no 
qual é esperado que o projeto atenda em suas plenitudes as demandas que supre. 
Critérios de Comparação 
A comparação de custos e benefícios deve ser feita com base em métodos que levem em conta o 
valor tempo do dinheiro. Para isso, deverá ser considerada uma taxa de desconto apropriada, 
especialmente escolhida para tal fim, conforme o tipo de avaliação, se financeira ou econômica, a qual 
denomina-se Taxa Mínima de Atratividade (TMA). 
Os principais Critérios usados na comparação de Custos e Benefícios, são o do Valor Presente 
Líquido do projeto (VPL), isto é , a diferença entre seus custos e benefícios descontados à TMA; da 
Taxa Interna de Retorno (TIR), que é a taxa à qual os custos e os benefícios descontados se igualam; 
do Índice Benefício / Custo (IBC), que representa a relação Benefício/Custo, descontados à TMA; do 
Valor Presente Líquido Anualizado (VPLA), representado pelo Valor Anual equivalente ao Valor 
Presente Líquido do projeto. 
Para se chegar ao fluxo de caixa do projeto, poderá ser adotada a seguinte abordagem. Levanta-
se todos os custos futuros, dentro do período de análise considerado, para as situações sem e com o 
projeto, resultando daí dois fluxos de caixa representando os custo futuros em cada uma destas 
situações. O fluxo que representará os custos e benefícios futuros do projeto resultará da diferença 
entre as situações fazer, o projeto, menos não fazer, isto é, a diferença entre os fluxos dos custos da 
situação com o projeto menos o da situação sem o projeto. 
33 
Riscos e Incertezas 
Como a avaliação de projetos exige previsões, os fatores que entram no cálculo dos custos e 
benefícios estão inevitavelmente sujeitos a vários graus de incerteza. 
Há dois métodos básicos para compensar as incertezas de um projeto. No mais simples, valores 
diversos são atribuídos a alguns fatores principais, aplicando-se um critério de avaliação para os 
diferentes valores, pode-se avaliar a sensibilidade da conclusão a esses fatores. Este método não 
esclarece quanto à probabilidade de ocorrência dos vários resultados. O outro método, de aplicação 
mais complexa, baseia-se na análise de probabilidades das várias previsões, indicando as 
probabilidades de alcançar resultados específicos. Para isso, é necessário estabelecer a distinção entre 
risco, que é o caso onde a distribuição probabilística dos resultados é conhecida; e a incerteza, onde 
não se conhece essa probalidade de ocorrência. 
Época Ótima para os Projetos 
Embora o fato de os benefícios descontados serem maiores que os custos descontados indicar 
que o projeto é justificado, isto não significa, necessariamente, que o projeto deva ser iniciado 
imediatamente. A época mais adequada para implantar um projeto é aquela em que a diferença entre a 
perda de benefícios resultante de um adiamento seja mínima em relação à respectiva redução nos 
custos, ambas calculadas à taxa mínima de atratividade. 
Na estimativa da época ótima para início de um projeto é preciso distinguir três situações 
diversas, que dependem do que acontecerá ao fim da vida do projeto. 
Uma das situações é considerar o projeto com um tempo de vida útil determinado e sem valor de 
reposição após o final. Neste caso, o adiamento de um ano reduziria os custos descontados, mas em 
compensação os benefícios do primeiro ano ficariam perdidos e substituídos por um ano de outros 
benefícios ao final. 
Numa segunda situação, um ano de adiamento simplesmente encurtaria a vida do projeto em um 
ano. Neste caso, a redução dos custos descontados deverá ser compensada com a perda dos 
benefícios do mesmo ano. 
Finalmente há a situação em que o projeto será reposto indefinidamente. Neste caso, a redução 
dos custo descontados do primeiro ano se repetirá ao final da vida útil do projeto e assim 
periodicamente, pois as reposições poderão também ser retardadas de um ano. Os únicos benefícios 
perdidos serão aqueles do primeiro ano. 
Referências Bibliográficas 
ADLER, Hans A. - Avaliação Econômica dos Projetos de Transportes: 
Metodologia e Exemplos - Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos 
Editora S/A, 1978. 
LANNA, Antonio Eduardo - Planejamento Ambiental - IPH, UFRGS, 1999.

Outros materiais