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AULA 1 – Capítulo 2: Estrutura Atômica e Ligação Interatômica Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Disciplina: Introdução à Ciência dos Materiais Professora: Bruna Vieira Cabral UFTM Capítulo 2: Estrutura Atômica e Ligação Interatômica Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 2 Referências Bibliográficas: CALLISTER JR., W.D. Ciência e Engenharia de Materiais: Uma Introdução. 9.ed. LTC. 2008. SMITH, W. Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais. 3.ed. McGraw-Hill, Lisboa. 1998. Sólidos iônicos : • Sólidos cristalinos à temperatura ambiente; • Duros e frágeis; • Baixa condutividade térmica e elétrica; • Apresentam altos pontos de fusão e ebulição; • Baixo coeficiente de expansão térmica; • Exemplo: Cloreto de Sódio Capítulo 2: Estrutura Atômica e Ligação Interatômica 4 Sólidos covalentes : • Duros ou frágeis dependendo de suas estruturas de empacotamento e da natureza dos átomos envolvidos; • Isolantes térmicos e elétricos; • Apresentam pontos de fusão e ebulição inferiores aos pontos dos sólidos iônicos; • Baixo coeficiente de expansão térmica; • Exemplos: Diamante, grafite, quartzo Capítulo 2: Estrutura Atômica e Ligação Interatômica 5 Sólidos Moleculares: • Constituídos por moléculas ligadas entre si através de ligações intermoleculares. Exemplos: gelo, iodo e enxofre. • Os sólidos moleculares apresentam pontos de fusão e pontos de ebulição relativamente baixos, já que as ligações intermoleculares que unem as suas moléculas são relativamente frágeis. • São pouco duros, muito quebradiços, não se deformam nem se laminam e são maus condutores. Capítulo 2: Estrutura Atômica e Ligação Interatômica 6 Sólidos metálicos: • Bons condutores elétricos e térmicos devido aos elétrons livres; • Ruptura dúctil, ou seja, a fratura só ocorre após os materiais terem sofrido significativos níveis de deformação permanente; • A ligação pode ser fraca ou forte e consequentemente seus pontos de fusão e ebulição podem ser altos ou baixos; • Alto coeficiente de expansão térmica. • Exemplo: Ferro, Mercúrio Capítulo 2: Estrutura Atômica e Ligação Interatômica 7 Estrutura dos Sólidos Por quê estudar ? Além dos tipos de ligações químicas, muitas das propriedades dos materiais estão diretamente relacionadas com suas estruturas cristalinas ou não-cristalinas ! Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 8 Estrutura dos Sólidos • Material cristalino: material em que seus átomos estão posicionados em um arranjo repetitivo ou periódico ao longo de grandes distâncias atômicas; • Estrutura cristalina: forma pela qual os átomos, íons ou moléculas do material estão espacialmente arranjados. • Rede cristalina: um arranjo tridimensional de pontos que coincidem com as posições dos átomos, íons ou moléculas centrais do material. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 9 Estrutura dos Sólidos • Células unitárias: é a menor estrutura repetitiva da rede ou estrutura cristalina e define a estrutura em termos de sua geometria. • Retículo Cristalino: matriz tridimensional de pontos que coincidem com as posições dos átomos (ou centros das esferas). Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 10 Estrutura dos Sólidos Segundo a distribuição espacial dos átomos, moléculas ou íons, os sólidos podem ser classificados em: • Cristalinos: compostos por átomos, moléculas ou íons arranjados de uma forma periódica em três dimensões. As posições ocupadas seguem uma ordenação que se repete para grandes distâncias atômicas (de longo alcance). • Amorfos: compostos por átomos, moléculas ou íons que não apresentam uma ordenação de longo alcance. Podem apresentar ordenação de curto alcance. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 11 Quais as características principais de uma rede cristalina? • Geometria da rede • Número de átomos na célula cristalina • Relação entre o parâmetro de rede e o raio do átomo • Número de coordenação atômico • Fator de Empacotamento Atômico (FEA) • Densidade teórica Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 12 Retículo Cristalino Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 13 Célula Unitária •O conceito de célula unitária é usado para representar a simetria de uma determinada estrutura cristalina. •Qualquer ponto da célula unitária que for transladado de um múltiplo inteiro de parâmetros de rede ocupará uma posição equivalente em outra célula unitária. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 14 Parâmetros de Rede Geometricamente uma célula unitária pode ser representada por um paralelepípedo. A geometria da célula unitária é descrita em termos de seis parâmetros: o comprimento das três arestas do paralelepípedo (a, b e c) e os três ângulos entre as arestas (α, β, γ). Esses parâmetros são chamados parâmetros de rede. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 15 Como os átomos se arranjam no espaço tridimensional? Estrutura Cristalina (principais): - Cúbica simples; - Cúbica de face centrada; - Cúbica de corpo centrado; - Hexagonal compacta. Aula 1 – Vídeo 1 Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 16 Estrutura Cristalina Cúbica Simples • Apesar cúbicas, de pertencer não permite as estruturas alto grau de empacotamento; um átomo em cada• Existe apenas vértice do cubo. • O parâmetro de rede a corresponde ao tamanho da aresta do cubo, ou seja: a 2R Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 17 Estrutura Cristalina Cúbica Simples Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 18 Estrutura Cristalina Cúbica de Face Centrada (CFC) Possui célula unitária com geometria cúbica, com os átomos localizados em cada um dos vértices e nos centros de todas as faces do cubo; O número de coordenação corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos. Número de coordenação é 12. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 19 Estrutura Cristalina Cúbica de Face Centrada (CFC) a 2 2R Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 20 Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado (CCC) Outra estrutura muito comum entre os metais: a chamada cúbica de corpo centrado, ccc. Consiste em um cubo unitário com átomos em seus vértices e um átomo em seu centro. A estrutura ccc é ligeiramente menos compacta que as estruturas cfc e hc. Existem metais, como o ferro, que mudam de estrutura cristalina com o aumento da temperatura: o ferro é ccc desde a temperatura ambiente até 910°C, quando então passa a ser cfc. Se continuarmos a aquecer, o ferro novamente muda de estrutura cristalina voltando a ser ccc a partir de 1396°C e mantém esta estrutura até sua fusão (~ 1536°C). Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 21 Estrutura Cristalina Cúbica de Corpo Centrado (CCC) a 4 3R 3 Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 22 Estrutura Hexagonal Compacta (HC) • Ela contém um átomo em cada vértice dos hexágonos das bases (superior e inferior) e três átomos em seu centro. • A célula unitária de uma estrutura hc pode ser visualizada como um hexágono regular cujos planos superior e inferior contém 7 átomos. Entre estes planos está um meio-hexágono de 3 átomos. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 23 Estrutura Hexagonal Compacta (HC) 3 a c 1,633 c 8 .2R a 2R Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 24 Estrutura Cristalina de alguns Metais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 25 Sete Sistemas Cristalinos Cúbico Hexagonal Tetragonal Trigonal a=b=c a=b#c a=b#c a=b=c Ortorrômbicoa#b#c Monoclínico Triclínico a#b#c a#b#c α=β=γ=90o α=β=90o γ=120o α=β=γ=90o α=β=γ#90o α=β=γ=90o α=γ=90o#β α#β#γ#90o Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 27 Número de Coordenação: Número de átomos que tocam um átomo em particular. Ele indica quão próximos os atómos estão dentro de uma célula unitária. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 28 Fator de empacotamente atômico: Fração de espaço da célula unitária ocupada por átomos. FEA = Volume de átomos por célula unitária / Volume total da célula unitária FEA= Vatómo / Vcélula unitára Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 29 FEA para estrutura Cúbica Simples como a=2R FEA=0,52 Volume 1 átomo = (4/3) π R3 Volume célula unitária = a3 FEA = 4 πR³ 3. a³ N = N i+ N f + N v N = 0+ 0+ 8 8 N =1 Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 30 FEA para estrutura Cúbica de Face Centrada FEA= 4 X volume de 1 átomo / volume da célula unitária Pode-se correlacionar o parâmetro da rede a, com o raio metálico, r. Uma vez que os átomos dos vértices estão em contato pontual com o átomo central de cada face, a diagonal da face (a hipotenusa de um triângulo retângulo em que os catetos são as arestas) é igual a 4r . Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 31 FEA para estrutura Cúbica de Face Centrada FEA= 0,74 16 2R³ πR³ FEA= 3 16 πR³ FEA= 3 16 2 2R ³ N =4 N = 0 + + N = N + N +Nv 6 8 2 8 i Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos f 32 8 N =2 N =1+0+ 8 FEA para estrutura Cúbica de Corpo Centrado Esta estrutura contém um átomo em cada vértice do cubo e um átomo em seu centro. N = Ni + N f + Nv Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 33 4R 4 3R 3 3 =a= 3 FEA= 0,68 FEA= ³ 3 4R 3 2. 4πR³ FEA para estrutura Cúbica de Corpo Centrado • Pode-se correlacionar o parâmetro da célula unitária a, com o raio atômico R. • Uma vez que os átomos que estão em contato pontual são aqueles ao longo das diagonais do cubo, tem-se para a estrutura de corpo centrado: Diagonal do cubo= 3a 4R= 3a Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 34 FEA para estrutura Hexagonal Compacta 2 Vhexágono= 3a² 3 .h N = 3+ 2 + 12 2 6 N = 6 vN = Ni + N f + N a = 2 R Número de átomos por célula 3 h= c = 8 .2R 8 3 1,633 c a .2Rc a 2R Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 35 FEA para estrutura hexagonal compacta 2 Vhexágono= 3a² 3 .h 3 8 .2Rh= c= FEA= 0,74 3 8 .2.R 2 3.( 2R )² 3. FEA= 3 6.4 πR³ FEA= 3 3.( 2R )² 3.h 2 4 6. πR³ Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 36 2 FEA para estrutura de raio R Cúbico simples: a= 2R FEA=0,52 Cúbico de Corpo Centrado: a= 4√3R/3 FEA=0,68 Cúbico de Face Centrada: a= 2√2R FEA=0,74 4 Hexagonal compacta: a= 2R FEA=0,74 6 No de átomos por célula 1 Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 37 n : número de átomos associados a cada célula unitária A: massa atômica (g/mol) Vc: volume da célula unitária (cm³ ou m³) NA: número de Avogadro (6,023 × 1023 átomos/mol) Cálculo da densidade teórica de um sólido nA N Am nA ρ= v = V = V N C C A Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos n = número de átomos associados a cada célula unitária A = massa atômica Vc = Volume da célula unitária Na = número de Avogadro (6,02.1023 átomos/mol) 1) Exercício 3.8 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed. O estrôncio possui uma estrutura cristalina CFC, um raio atômico de 0,215 nm e um peso atômico de 87,62 g/mol. Calcule a massa específica teórica para o estrôncio. VC NA nA ρ= Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos n = número de átomos associados a cada célula unitária A = massa atômica (24,3 g/mol) Vc = Volume da célula unitária Na = número de Avogadro (6,02.1023 átomos/mol) 2) Exercício 3.13 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed. O magnésio possui uma estrutura cristalina HC e uma massa específica de 1,74 g/cm³. VC NA nA ρ= Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos a) Qual é o volume da sua célula unitária em metros cúbicos? b) Se a razão c/a é de 1,624, calcule os valores de c e de a. 3) Exercício 3.17 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed. A célula unitária para o Urânio (U) possui uma simetria ortorrômbica, com os parâmetros da rede a, b, c iguais, respectivamente, a 0,286, 0,587 e 0,495 nm. Se sua massa específica, seu peso atômico e seu raio atômico são de 19,05 g/cm³, 238,03 g/mol e 0,1385 nm, respectivamente, calcule o valor de empacotamento atômico. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos VC NA nA ρ= n = número de átomos associados a cada célula unitária A = massa atômica Vc = Volume da célula unitária Na = número de Avogadro (6,02.1023 átomos/mol) 4) Exercício 3.15 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed. O nióbio possui um raio atômico de 0,1430 nm e uma massa específica de 8,57 g/cm³. A massa atômica é igual a 92,91 g/mol. Determine se ele possui uma estrutura cristalina CFC ou CCC. VC NA nA ρ= Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 39 Densidade Atômica Linear (DL) Látomos DL= L linha Corresponde a fração do comprimento da linha ocupada com átomos LA- comprimento linear que intercepta as esferas (átomos) LL – comprimento linear dentro da célula unitária = a 3 L =aresta= 4 3R L LA =2R Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 40 Densidade Atômica Linear (DL) (4R 3)3 2R LA DL= 0,866 DL= LC = Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 41 8R² 2Ap DP = 0,555 =8R² 2 Densidade Atômica Planar (DP) DP = áreaátomosnopal no =Ac áreaplano = Ap DP= Ac = 2R² Ap =( AC )( AD )= (4R ) 2( 2R) Ac = 2R² Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 5) Adaptação do Exercício 3.59 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Calcule a densidade planar, no plano (1 1 0) do ferro-α cuja rede é CCC. O parâmetro de rede a é igual a 0,287 nm. DP= áreaátomosnopal no = Ac áreaplano = Ap 6) Adaptação do Exercício 3.59 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed Calcule a densidade planar no plano (1 1 1) de um elemento qualquer cuja rede é CFC. DP= áreaátomosnopal no = Ac áreaplano = Ap Polimorfismo ou alotropia Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina em função das condições de temperatura e pressão. Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo. Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Exemplos de Materiais que exibem Polimorfismo • Ferro • Titânio • Carbono (grafite e diamante) Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Alotropia do titânio FASE α • Existe até 883ºC; • Apresenta estrutura hexagonal compacta; • É macia. FASE β • Existe a partir de 883ºC; • Apresenta estrutura cúbica de corpo centrado; • É dura. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Alotropia do ferro Na temperatura ambiente, o Ferro têm estrutura ccc, número de coordenação 8, fator de empacotamento de 0,68. A 910°C, o Ferro passa para estruturacfc, número de coordenação 12, fator de empacotamento de 0,74. A 1394°C o ferro passa novamente para ccc.ccc cfc ccc Até 910°C De 910-1394°C De 1394°C-PF Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 7) Exercício 3.22 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed. O ferro (55,85 g/mol) passa por uma transformação alotrópica a 912°C: com o aquecimento, passa de uma estrutura CCC (fase α) a uma estrutura CFC (fase γ). Essa transformação vem acompanhada de uma mudança no raio atômico do Fe, de Rccc=0,12584 nm para Rcfc=0,12894 nm, e, ainda, de uma alteração na massa específica (e no volume). Calcule a variação percentual no volume a qual está associada a essa reação. O volume aumenta ou diminui? Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos VC NA nA ρ= Pontos, Direções e Planos em Cristais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Pontos em Cristais A posição de qualquer ponto localizado no interior de uma célula unitária pode ser especificada em termos de sua coordenada, calculada como múltiplos fracionários dos comprimentos das arestas das células unitárias, ou seja, dos parâmetros de rede. As coordenadas dos pontos têm como origem, a origem do sistema cartesiano. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Direções em cristais Uma direção cristalográfica é definida como um vetor entre dois pontos na célula cristalina. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 54 Direções em cristais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 55 Direções em cristais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Direções em cristais 1) Um vetor com comprimento conveniente é posicionado de tal modo que passe através da origem; 2) O comprimento da projeção de vetor é medido em termos das dimensões da célula unitária a, b e c; 3) Estes 3 números são multiplicados ou divididos por um fator comum, para serem reduzidas ao menor conjunto de números inteiros possíveis; 4) Os 3 índices, não separados por vírgulas, são colocados entre colchetes [u v w]; 5) Os índices negativos são representados por uma barra sobre os mesmos; Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos • São representadas entre colchetes [u v w] Direções em cristais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Índice negativo, coloca-se uma barra sobre o número Direções em cristais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Os números devem ser divididos ou multiplicados por um fator comum para obtenção de números inteiros Direções em cristais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Para algumas estruturas cristalinas, várias direções paralelas apresentam o mesmo índice, são, na realidade, equivalentes; isto significa que o espaçamento entre os átomos ao longo de cada direção é o mesmo. Em cristais, uma família de direções está associada a um conjunto de direções com características equivalentes. A notação empregada para representar uma família de direções é < u v w >, que contém as direções: Família de direções [uvw],[uvw],[uvw],[uvw] Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos A simetria desta estrutura permite que as direções sejam agrupadas para formar uma família deequivalentes direções: <100> para as faces <110> para as diagonais das faces <111> para a diagonal do cubo Direções em cristais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos No sistema CCC os átomos se tocam ao longo da diagonal do cubo, que corresponde a família de direções <111>. Então, a família de direções <111> é a de maior empacotamento atômico para o sistema ccc. Direções em cristais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos No sistema CFC os átomos se tocam ao longo da diagonal da face, que corresponde a família de direções <110> Então, a família de direções <110> é a de maior empacotamento atômico para o sistema CFC. Direções em cristais Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 8) Exercício 3.34 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed. No interior de uma célula unitária cúbica, esboce as seguintes direções: a) [1 0 1] b) [2 1 1] c) [1 0 2] Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Planos cristalinos - São representados de maneira similar às direções; - São representados pelos índices de Miller = (h k l); - Planos paralelos são equivalentes, apresentando os mesmos índices de Miller. Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Planos cristalinos Regras para representação dos Índices de Miller = (h k l) 1) Se o plano passa pela origem selecionada, um outro plano paralelo deve ser construído no interior da célula unitária mediante uma translação apropriada ou uma nova origem deve ser estabelecida no vértice de uma outra célula unitária adjacente. Plano equivalente Regras para representação dos índices de Miller = (h k l) 2) O plano, agora, intercepta cada um dos três eixos ou será paralelo a algum deles. O comprimento da interseção do plano com cada eixo é determinado em termos dos parâmetros de rede cristalina a,b e c. Interseções: Eixo x = Eixo y = Eixo z = 1 Regras para representação dos índices de Miller = (h k l) 3) Os valores inversos desses números são calculados. Interseções: Eixo x = Eixo y = Eixo z = 1 Inversos: Regras para representação dos índices de Miller = (h k l) 4) Finalmente, os índices inteiros, não separados por vírgulas, são colocados entre parênteses, obtendo-se (h k l). Interseções: Inversos: Eixo x = Eixo y = Eixo z = 1 (0 0 1) – Índices de Miller Planos cristalinos Planos (0 1 0) •São paralelos aos eixos x e z (paralelo à face). •Cortam o eixo y em 1 e os eixos x e z em . •1/ , 1/1, 1/ = (0 1 0) Planos (110) • São paralelos a um eixo (z) • Cortam dois eixos (x e y) • 1/ 1, 1/1, 1/ = (1 1 0) Planos cristalinos 3 eixos Planos (111) •Cortam os cristalográficos • 1/ 1, 1/1, 1/ 1 = (1 1 1) Planos Cristalinos Família de planos {110}: É paralelo à um eixo Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Planos de maior densidade atômica no sistema CCC • A família de planos {110} no sistema ccc é o de maior densidade atômica Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos Planos de maior densidade atômica no sistema CFC A família de planos {111} no sistema cfc é o de maior densidade atômica Capítulo 3: A Estrutura dos Sólidos Cristalinos 9) Exercício 3.46 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed. Desenhe os seguintes planos cristalográficos de células unitárias cúbicas: a) (1 0 1) b)(2 1 1) O fenômeno da Difração -O conhecimento das estruturas cristalinas foi obtido em grande parte por técnicas de difração de raios-X; -Raio-X: radiação eletromagnética de alta energia e de baixo comprimento de onda: 0,5 a 2,5 Å (6000 Å é comprimento de onda da luz visível); -Quando um alvo (sólido) é atingido por um feixe de Raios X, uma fração deste feixe será dispersa em todas as direções pelos elétrons que estão associados a cada átomo ou íon que se encontra na trajetória do feixe. - Considere dois planos paralelos 1-1’ e 2 - 2’ apresentados na figura, os quais possuem os mesmos índices de Miller h l k, e que estão separados por um espaçamento (distância) interplanar dhkl. 1 2 1’ 2’ - Suponha que um feixe de raios X paralelo monocromático e coerente, com comprimento de onda λ, esteja incidindo sobre estes dois planos segundo um ângulo θ. Dois raios (feixe difratado) são dispersos pelo átomos.- Se a diferença entre os comprimentos das trajetórias (AB + BC) for igual a um número inteiro n de comprimentos de onda, uma interferência construtiva dos raios dispersos difratados também irá ocorrer segundo um ângulo θ em relação aos planos. 1 2 1’ 2’ O fenômeno da Difração A condição para a difração é: nλ = AB + BC nλ = dhlksenθ + dhlksenθ nλ = 2dhlksenθ Conhecida como a Lei de Bragg, relaciona o comprimento de onda dos Raios X e o espaçamento interatômico com ângulo de incidência). A magnitude da distância entre dois planos de átomos adjacentes e paralelos, o espaçamento interplanar, é uma função dos índices de Miller (h l k), assim como dos parâmetros da rede cristalina. Difração de Raios X – Lei de Bragg λ comprimento de onda (m) a parâmetro da rede cristalina (m) n é um número inteiro de ondas (ordemde reflexão) dhkl : distância interplanar (m) θ: ângulo de incidência hkl a (h2 k2 l2 ) d n= 2 dhkl.sen Por exemplo as estruturas cristalinas cúbicas: O fenômeno da Difração -As técnicas de difração de raios-X exploram a difusão da radiação pelos cristais; -A difração pode ser implementada por várias técnicas e dela resultam diagramas de difração; destes podemos retirar informações como: - medida da distância média entre planos atômicos; - determinação da orientação de um grão; - identificação da estrutura cristalina de um material; - avaliação das tensões internas de uma região cristalina; Técnicas de Difração - Método do pó É uma técnica usual de difração em que o material a ser analisado encontra-se pulverizado (partículas finas orientadas ao acaso) sendo exposto à radiação X monocromática. O grande número de partículas com orientações diferentes assegura que a Lei de Bragg seja satisfeita para alguns planos cristalográficos. Técnicas de Difração - Método do pó O difratômetro é um aparelho utilizado para determinar ângulos nos quais ocorrem a difração de amostras pulverizadas. T= fonte de raio X S= amostra C= detector O= eixo no qual a amostra e o detector giram Difratômetro de Raio X - Uma amostra S no formato de uma chapa plana é posicionada de forma que são possíveis rotações ao redor do eixo identificado por O; - O feixe monocromático de raios X é gerado no ponto T e as intensidades dos feixes difratados são detectadas através de um contador, identificado pela letra C. A amostra, fonte de raios X e o contador estão sobre o mesmo plano. Difratômetro de Raio X O contador é montado sobre uma plataforma móvel que também pode ser girada ao redor do eixo O; a sua posição angular 2θ é marcada sobre uma escala graduada. Uma rotação da amostra de um ângulo θ é acompanhada de uma rotação de 2θ do contador. A medida que o contador se move a uma velocidade angular constante um registrador plota automaticamente a intensidade do feixe difratado em função de 2θ, o chamado ângulo de difração. As respostas são os difratogramas ou padrão de difração. Difratograma ou Padrão de Difração Difratograma ou Padrão de Difração 10) Exercício 3.69 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed O metal Ródio possui uma estrutura cristalina CFC. Se o ângulo de difração para o conjunto de plano (3 1 1) ocorre em 36,12° (reflexão de primeira ordem) quando é usada uma radiação X monocromática com comprimento de onda de 0,0711 nm, calcule o seguinte: a) Espaçamento interplanar para esse conjunto de planos b) O raio atômico para um átomo de ródio a hkl (h2 k2 l2) d hkln= 2 d .sen 11) Adaptação do Exercício 3.75 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed A seguinte tabela lista ângulos de difração para os três primeiros picos (primeira ordem) do difratograma de raios X de um dado metal. Radiação X monocromática com comprimento de onda de 0,1397 nm foi usada. a) Determine se a estrutura cristalina desse metal é CFC, CCC ou diferente, e explique a razão da sua escolha. CCC: (1 1 0); (2 0 0); (2 1 1); CFC: (1 1 1); (2 0 0); (2 2 0) b) Se a estrutura for CCC ou CFC identifique o metal Número do pico Ângulo de difração 1 34,51° 2 40,06° 3 57,95° 11) Adaptação do Exercício 3.75 – Livro Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução - 9ª Ed a hkl (h2 k2 l2) d hkln= 2 d .sen
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