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Unidade I FUNDAMENTOS DA GESTÃO SOCIAL Prof. Vanderlei da Silva A história da Administração Na Grécia antiga (400 a.C.), Sócrates e Platão colocam seus pontos de vista sobre a administração dos negócios públicos. Entre os grandes escritos de Platão, destacamos, em primeiro lugar, a classificação das formas de governo, que estão divididas em: Aristocracia: governo da nobreza ou da classe alta. Democracia: governo do povo. Tirania: governo de uma só pessoa. Administração pública na Grécia antiga Aristóteles (300 a.C.), em seu livro “A Política”, distingue três formas de administração pública: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Ele também classificou as formas de governo em: monarquia (governo de uma só pessoa); aristocracia (governo da classe alta); democracia (governo do povo). Administração e o Estado moderno O surgimento do Estado moderno, a centralização do poder político e a formação das monarquias europeias são indicadores da transição gradativa da Idade Média para a Idade Moderna. Mediante um processo lento, mas contínuo, durante os séculos XIV e XV, ocorreram a desagregação do sistema feudal e a formação dos Estados modernos. Maquiavel e o Estado moderno Maquiavel (1469-1527), ao refletir sobre a realidade de sua época, elaborou uma teoria de Estado. Para ele, o Estado passa a ter suas próprias características, faz política, segue suas técnicas, suas próprias leis. Em sua obra “O Príncipe”, faz recomendações sobre como um governante deve se comportar. Acreditava em trabalho em equipe, recomendava que o príncipe deveria procurar os colaboradores. A Administração na Revolução Industrial A Revolução Industrial é consequência e complemento da revolução capitalista. Prova disso é que as nações que conseguiram promover e completar sua revolução industrial também foram as primeiras que alcançaram o desenvolvimento econômico, como Inglaterra, EUA e França. As ideias de Adam Smith Os estudos de Adam Smith versam sobre a vantagem econômica que as organizações e a sociedade poderiam obter com a divisão de trabalho. As teorias administrativas também se preocuparam com o aumento da produção. Henry Ford adotou a linha de produção, em que a preocupação maior era a produtividade, sem considerar o homem e as suas necessidades. Implantou e desenvolveu a divisão de trabalho na linha de montagem. Princípios das Teorias Administrativas As Teorias Administrativas, em seus princípios, apresentam as seguintes características de um processo administrativo: Divisão de trabalho: resultando na especialização das funções e na separação dos poderes. Autoridade e responsabilidade: a primeira, o direito de mandar e o poder de se fazer obedecer; a segunda, a sanção – recompensa ou penalidade – que acompanha o exercício do poder. Princípios das Teorias Administrativas Disciplina: o respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa e os seus agentes. Unidade de comando: forma de cada indivíduo ter apenas um superior. Unidade de direção: um só chefe e um só programa para um conjunto de operações que visam ao mesmo objetivo. Princípios das Teorias Administrativas Subordinação do interesse individual ao interesse geral. Remuneração do pessoal: de forma equitativa e com base tanto em fatores externos quanto internos. Centralização: a concentração de poderes de decisão no chefe. Linha de autoridade ou hierarquia: a série dos chefes dando- se aos subordinados de chefes diferentes a autonomia para estabelecer relações diretas. Princípios das Teorias Administrativas Ordem: um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar. Equidade: o tratamento das pessoas com benevolência e justiça, não excluindo a energia e o rigor quando necessários. Estabilidade do pessoal. Iniciativa. Interatividade Complete a frase com uma das alternativas abaixo: Os estudos de Adam Smith versam sobre a vantagem econômica que as organizações e a sociedade poderiam obter com a ____________. a) Democracia. b) Divisão de trabalho. c) Revolução Industrial. d) Responsabilidade social. e) Globalização. Gestão de excelência A organização que deseja ser reconhecida como aquela que possui uma gestão de excelência deve colocar em prática na sua administração os “Fundamentos da Excelência” da FNQ, que são: 1. Pensamento sistêmico. 2. Aprendizado organizacional. 3. Cultura de inovação. 4. Liderança e constância de propósitos. Gestão de excelência 5. Orientação por processos e informações. 6. Visão de futuro. 7. Geração de valor. 8. Valorização das pessoas. 9. Conhecimento sobre o cliente e o mercado. 10. Desenvolvimento de parcerias. 11. Responsabilidade social. Princípios da administração pública Princípios da administração pública: O artigo 37, da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, cita alguns princípios que norteiam a gestão pública: Legalidade: está associada à gestão pública em toda a sua atividade. O gestor público está subordinado aos mandamentos da lei, deles não podendo se afastar, sob pena de invalidade do ato e responsabilização do seu autor. Princípios da administração pública Impessoalidade: qualquer atividade de gestão pública deve ser dirigida a todos os cidadãos, sem a determinação de pessoa ou discriminação de qualquer natureza. Moralidade: os atos e as atividades públicas devem obedecer aos princípios morais. Para Meirelles (1985), esses estão intimamente ligados ao conceito do bom administrador, ou seja, aquele que busca o melhor e mais útil para o interesse público. Princípios da administração pública Publicidade: esse princípio torna obrigatória a divulgação de todos os atos públicos, por intermédio de Diários Oficiais. Finalidade: impõe-se à administração pública a prática de atos voltados para o interesse público. Igualdade: todos os cidadãos são iguais perante a lei e, portanto, perante a administração pública. Princípios da administração pública Continuidade: os serviços públicos não podem parar, pois as necessidades da população não param. Existem dispositivos legais que dão direito ao consumidor de ser ressarcido por empresas e prestadores de serviços públicos na falta ou na inadequação dos serviços. Indisponibilidade: o detentor da disponibilidade dos bens e dos direitos públicos é o Estado e não seus servidores. Administração pública direta Administração direta: A característica determinante da administração direta é a sua composição: os órgãos públicos pertencentes a ela estão ligados diretamente ao Poder Executivo federal, estadual ou municipal. Nesse sentido, esses órgãos de fato integram essas pessoas federativas (Federação, Estados e Municípios) e são responsáveis imediatos pelas atividades administrativas do Estado. Administração pública indireta Administração indireta: É caracterizada por entidades que possuem personalidade jurídica própria, possuindo, portanto, patrimônio, autonomia administrativa e orçamento específico para seus fins e de responsabilidade de gestão. Os exemplos correntes são as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Cada uma dessas entidades, por sua vez, possui algumas características próprias. Autarquias e fundações públicas Autarquias: são serviços autônomos, instituídas por lei e portadoras de personalidade jurídica própria, bem como patrimônio e receita. Seu objetivo é executar atividades típicas da administraçãopública, que, por motivo de otimização da funcionalidade, requer uma descentralização da gestão administrativa e financeira. Fundações públicas: possuem personalidade jurídica de direito público, que não visam ao lucro e criadas para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público. Empresas públicas Empresas públicas: São entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio e capital exclusivo da União, criadas para a exploração de atividade econômicas que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Um exemplo de empresa pública é a Caixa Econômica Federal. Sociedades de economia mista Sociedades de economia mista: são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou à entidade da administração indireta. São, portanto, controladas pelo Poder Público. O Banco do Brasil e a Petrobras são, provavelmente, os maiores exemplos no caso brasileiro. Interatividade São exemplos de administração pública indireta, exceto: a) Prefeituras. b) Autarquias. c) Empresa pública. d) Sociedade de economia mista. e) Fundações. Agências reguladoras As agências reguladoras foram criadas para fiscalizar a prestação de serviços públicos praticados pela iniciativa privada. Além de controlar a qualidade na prestação do serviço, estabelecem regras para o setor. A regulação envolve medidas e ações do Governo que envolvem a criação de normas, o controle e a fiscalização de segmentos de mercado explorados por empresas para assegurar o interesse público. Delegação dos serviços públicos A delegação pode se dar por outorga ou por delegação. Na outorga, o Estado transfere a outra entidade a titularidade e a prestação do serviço. Só é admitida a outorga à pessoa jurídica de direito público, criada por meio de lei. Na delegação, o Estado mantém a titularidade e transfere apenas o poder de prestar o serviço. São feitas a qualquer entidade privada, seja da administração ou particular. Concessão de serviço público Concessão: Contrato administrativo de delegação de serviços ou obras públicas, por meio do qual a administração pública concede, por prazo determinado, a prestação ou a execução por meio de licitação à pessoa jurídica ou consórcio de empresas. Concessão patrocinada: Contrato administrativo que envolve adicionalmente à tarifa cobrada pelos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Permissão e autorização Permissão de serviço público: contrato administrativo formalizado por um contrato de adesão, por meio do qual a administração pública delega, a título precário e revogável, e mediante licitação, a prestação dos serviços públicos à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade de empenho, por sua conta e risco. Autorização de serviço público: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, por meio do qual a administração pública faculta ao terceiro interessado a prestação do serviço público. Contratos administrativos Sob aspecto legal, o contrato se caracteriza como uma convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas para construir, regular ou extinguir entre elas uma relação jurídica patrimonial. O contrato administrativo se caracteriza pela participação do Poder Público como parte predominante e pela finalidade de atender a interesses públicos. Licitação prévia: Em regra, o contrato administrativo é precedido de licitação, sob pena de nulidade. Licitação Licitação nada mais é que o conjunto de procedimentos administrativos para as compras ou os serviços contratados pelos Governos federal, estadual ou municipal, ou seja, todos os entes federativos. De forma mais simples, podemos dizer que o governo deve comprar e contratar serviços seguindo regras de lei, assim, a licitação é um processo formal em que há a competição entre os interessados. Modalidades de licitações Concorrência: Essa modalidade ocorre quando se trata de concessão de direito real de uso, de obras ou serviços públicos – de engenharia ou não –, na compra e na venda de imóveis, licitações internacionais. Tomada de preços: É a espécie que necessita de um Certificado do Registro Cadastral (CRC), ou seja, necessita comprovar os requisitos para participar da licitação até o terceiro dia anterior ao término do período de proposta. Modalidades de licitações Convite: trata-se de uma contratação mais célere. Os interessados, sejam cadastrados ou não, são escolhidos e convidados em número mínimo de três licitantes. Os demais interessados que não forem convidados poderão comparecer e demonstrar interesse com vinte e quatro horas de antecedência à apresentação das propostas. Pregão: versa sobre a aquisição de bens e serviços cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital. Modalidades de licitações Concurso: utilizado para a escolha de trabalho científico, artístico, ou técnico com prêmio ou remuneração aos vencedores. A escolha do vencedor será feita por uma comissão julgadora especializada na área. Leilão: essa espécie licitatória versa sobre a venda de bens inservíveis para a administração pública, de mercadorias legalmente apreendidas, de bens penhorados e de imóveis adquiridos pela administração por dação em pagamento ou por medida judicial. Edital O edital é o ato convocatório em que deverão estar estipuladas as regras que serão aplicadas no processo licitatório. Essas regras devem abranger desde os critérios de habilitação e classificação, quanto a preços, pagamentos, sanções, até outras regras referentes aos procedimentos. Segundo o artigo 41, da Lei no 8.666/93, todo e qualquer cidadão é parte legítima para poder impugnar um edital de licitação que apresente algum tipo de irregularidade em relação ao que prescreve a lei. Previsão orçamentária para licitações Algumas decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) afirmam a necessidade de a administração pública ter uma previsão orçamentária e o conhecimento definido de quanto pretende gastar com a contratação do bem ou do serviço para o qual está realizando o processo licitatório. Para isso, é necessário que seja realizada uma pesquisa de preços no mercado e, dessa forma, estabelecer uma correta estimativa de custos. Interatividade “Espécie de licitação que necessita de um Certificado do Registro Cadastral (CRC), ou seja, necessita comprovar os requisitos para participar da licitação até o terceiro dia anterior ao término do período de proposta.” A definição acima cuida da modalidade de licitação chamada: a) Concorrência. b) Tomada de preços. c) Leilão. d) Concurso. e) Convite. Administração do setor público e do setor privado O objetivo da administração pública é atender de forma continuada às necessidades essenciais da coletividade. A administração privada, por sua vez, trata de atender às necessidades individuais ou de um grupo de pessoas, sem a preocupação de atingir o conjunto da população. Tem por finalidade a aferição de lucro, que será revertido a fins pessoais e particulares dos proprietários. Previsão legal das administrações pública e privada A administração pública tem por finalidade ointeresse e os serviços públicos. Como a administração pública, em princípio, representa os interesses coletivos definidos na Constituição, a ela se submetem os próprios gestores públicos, a população e a iniciativa privada. Os meios para a administração privada estão previstos na legislação vigente e se caracterizam pela igualdade entre si e pelas regras que não podem ser impostas, a não ser em caso de acordos celebrados entre as partes. Características das administrações pública e privada As organizações públicas não concorrem entre si nem com as empresas privadas. A sua continuidade ou a sua sobrevivência depende apenas do poder político que as cria, mantém, modifica e extingue. Já as organizações privadas estão sujeitas às leis de mercado, sobrevivem em concorrência com outras organizações e podem falir. A administração pública gerencial A administração pública gerencial emerge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior. A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e da qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. Características da administração pública gerencial Na administração pública gerencial há uma busca para que haja: a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade; a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados; o controle ou a cobrança a posteriori dos resultados. Os setores do Estado Núcleo estratégico: Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define as leis e as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É, portanto, o setor onde as decisões estratégicas são tomadas. Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e, no Poder Executivo, ao Presidente da República, aos ministros, aos seus auxiliares e aos assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e pela formulação das políticas públicas. Os setores do Estado Atividades exclusivas: é o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado – o poder de regulamentar, fiscalizar e fomentar. Como exemplos, temos: a cobrança e a fiscalização dos impostos, a polícia, a Previdência Social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes etc. Os setores do Estado Serviços não exclusivos: correspondem ao setor em que o Estado atua simultaneamente com outras organizações públicas não estatais e privadas. As instituições desse setor não possuem o poder de Estado. As economias produzidas imediatamente se espalham para o resto da sociedade, não podendo ser lucrativas. São exemplos desse setor: as universidades, os hospitais, os centros de pesquisa e os museus. Os setores do Estado Produção de bens e serviços para o mercado: corresponde à área de atuação das empresas. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado, como as do setor de infraestrutura. Estão no Estado seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o investimento, seja porque são atividades naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não é possível, tornando-se necessária, no caso de privatização, a regulamentação rígida. Interatividade São princípios da administração pública, exceto: a) Moralidade. b) Legalidade. c) Impessoalidade. d) Publicidade. e) Convocação. ATÉ A PRÓXIMA!
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