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em relação ao leito vascular capilar. Figura 8.1 As molas de Gianturco-Wallace (coils) são espirais arama- das com uma lã acrílica, que se enovelam à medida que saem do cateter. Ivalon: este material atua como oclusor mecânico definitivo, por impactação distal no território vascular que está sendo embolizado. Na atualidade, o álcool po- livinílico (Ivalon) é utilizado principalmente na forma de microesferas de 600 ou 1000 micra. Balões destacáveis: foi principalmente na neuror- radiologia intervencionista que ocorreu o desenvolvi- mento dos balões destacáveis, cuja grande vantagem é a precisão com que podem ser posicionados. Esclerosantes: dentre os principais agentes escle- rosantes temos o álcool absoluto, o oleato de etanola- mina (Ethamolin) e a glicose a 50%. Estas substâncias são de fácil manuseio, provocando uma oclusão vascu- lar definitiva por lesão da íntima com posterior fibrose. Gelfoam: atua promovendo uma oclusão mecâni- ca distal, de forma temporária, no território vascular embolizado. O tempo médio de permanência das par- tículas de Gelfoam é de quatro semanas, provocando uma reação inflamatória local moderada, que poderá ou não deixar sequelas oclusivas permanentes no vaso. Coágulo autólogo: é um dos materiais de mais fácil obtenção, bastando retirar o sangue do próprio paciente e esperar poucos minutos até que ocorra a formação do coágulo, o qual pode ser injetado em fragmentos através do catéter, obtendo-se uma embo- lização distal de curta duração devido a sua rápida lise, em torno de 12 horas. Este material é compatível com o sistema vascular ocluído, não causando reação infla- matória no território vascular embolizado. A “quimioembolização” é um tipo muito especial de embolização, pois injeta-se um quimioterápico jun- to com o agente emboligênico, que atuará lentamen- te sobre o tecido que está sendo tratado. Este tipo de 8 Cirurgia endovascular 101 embolização encontra aplicação no tratamento dos tu- mores hepáticos, onde utilizamos como agente embo- ligênico um contraste lipossolúvel, o Lipiodol, ao qual adicionamos um agente farmacológico, geralmente a Mitomicina ou a Adriamicina. A mistura forma uma emulsão que, ao ser inje- tada dentro da artéria hepática cateterizada seletiva- mente, irá provocar uma embolia gordurosa do tumor, onde, além do efeito isquêmico, teremos um efeito farmacológico do agente quimioterápico. Terapia trombolítica intra -arterial Sem dúvida nenhuma a tromboembolectomia, segundo a técnica cirúrgica que utiliza o catéter de Fo- garty, é a mais utilizada mundialmente. No entanto, está bem estabelecido na literatura que, frequente- mente, este dispositivo cirúrgico é capaz de recanali- zar apenas um dos vasos arteriais distais, já que, por uma questão anatômica, o catéter de Fogarty penetra preferencialmente na artéria peroneira. Nos pacientes com doença arterial distal, é ne- cessário ressaltar a importância de conseguir deso- bstruir um segundo, ou até mesmo os três principais vasos arteriais da perna. Desta forma, surgiu a ideia de se utilizar a terapia trombolítica na tentativa de re- canalizar o máximo possível do leito arterial ocluído. A primeira aplicação clínica da estreptoquinase no ser humano foi realizada em 1949, por Tillett, injetan- do o medicamento no espaço pleural do paciente para tratar de um derrame pleural organizado. Este mesmo pesquisador utiliza, em 1955, a estreptoquinase por via intravenosa, sendo, desde então, o agente trombolítico mais extensamente estudado. Atualmente, ocorreu uma grande evolução com a disponibilidade de novos agentes trombolíticos, além de uma alteração nas técnicas de ad- ministração e mudança nas doses dos agentes líticos. A estreptoquinase e a uroquinase constituem os agentes líticos mais conhecidos na atualidade, cujos efeitos clínicos e farmacológicos foram razoavelmente bem estudados e estabelecidos. Devido a sua origem bacteriana, poderá existir uma sensibilização do paciente causada por infecções estreptocócicas prévias, possuindo os mesmos anti- corpos circulantes, observando-se uma atividade plas- mática antiestretoquinase, motivo pelo qual devemos administrar um “bolus” inicial para ocupar estes sítios antiestretoquinase e obter uma atividade trombolítica inicial eficaz. Tais pacientes podem apresentar respos- tas antigênicas causadas por anticorpos circulantes, variando desde reações menores, como febre e rush cutâneo, até reações anafiláticas graves. A uroquinase, inicialmente isolada a partir da urina, é produzida na atualidade mediante culturas de células de rim fetal, utilizando a tecnologia do DNA recombinante. Por não ser uma proteína estranha ao organismo, não estimula a formação de anticorpos, o que possibilita sua utilização várias vezes no mesmo paciente, representando uma vantagem terapêutica importante sobre a estreptoquinase. Por causa do efei- to específico da uroquinase sobre a fibrina, bem como por tratar-se de uma proteína endógena não antigêni- ca, este agente apresenta uma incidência mais baixa de complicações do que a estreptoquinase. Os pacientes que apresentam uma oclusão arte- rial aguda, seja de causa embólica ou trombótica, se- rão candidatos a terapia trombolítica, sempre que não exista um quadro de isquemia grave, com risco de perda da extremidade. Além desta, qualquer outra situação clínica que represente um potencial de complicações hemorrágicas graves deverá ser considerada como uma contraindicação ao tratamento trombolítico. Muito embora a técnica de trombólise sistêmica te- nha sido utilizada no passado nas oclusões arteriais dos membros, a técnica de eleição na atualidade é a cateteri- zação seletiva da artéria ou enxerto ocluído, realizando- -se uma infusão locorregional do agente lítico, capaz de recanalizar o leito vascular em 65 a 85% dos casos. No entanto, existem muitas variáveis, principalmente em relação à velocidade e concentração do agente lítico. O sucesso da terapia trombolítica na recanaliza- ção dos leitos arteriais ocluídos depende do retorno de um bom fluxo sanguíneo através da artéria ou en- xerto. Desta forma, após a recanalização do vaso ou enxerto, devemos tratar a lesão que acarretou a sua oclusão, já que a presença de um fluxo sanguíneo de- ficiente levaria à formação de um novo coágulo com reoclusão vascular. Uma vez cateterizado seletivamente o vaso aco- metido, iniciamos a infusão do agente fibrinolítico. No Brasil utilizamos a infusão de estreptoquinase em um “bolus” inicial de 50.000 U, seguido de uma infusão contínua de 5.000 a 10.000 U/hora. A cada seis horas de infusão deve ser realizado um controle angiográfi- co, para observar a evolução da lise do trombo ou para reposicionar o catéter, caso seja necessário. Após a lise total do trombo, observamos com frequência a lesão que causou a oclusão do vaso, a qual deverá ser tratada mediante angioplastia transluminal. Um sintoma que aparece com certa frequência durante a terapia trombolítica é a dor provocada por pequenas embolizações distais à medida que o trombo vai sendo usado, sendo um indicativo de que a tera- pia trombolítica está sendo efetiva. Este sintoma por vezes adquire uma intensidade severa, necessitando de analgesia com morfínicos. Normalmente a dor me- lhora com o evoluir da lise do trombo, indicando uma abertura do leito arterial distal. Clínica cirúrgica | Vascular SJT Residência Médica - 2015102 Apesar das dúvidas e discussões existentes sobre o uso da terapia trombolítica na tentativa de recanali- zar os enxertos arteriais ocluídos, esta técnica parece ser uma boa opção nesta situação clínica, já que os re- sultados obtidos com as técnicas cirúrgicas convencio- nais são bastante pobres. Outra vantagem importante é o fato da trombólise ser menos traumática para o endotélio vascular do que quando utilizamos o catéter balão de Fogarty. A mais importante, dentre as principais vantagens da terapia trombolítica nos enxertos arteriais ocluídos, é a possibilidade