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Aneurisma de Aorta Abdominal

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Clínica Cirúrgica III – Cirurgia Vascular 
Aneurisma de Aorta Abdominal 
❖ Consiste na dilatação focal e permanente das três camadas de uma artéria com um 
aumento de pelo menos 50% do diâmetro normal do vaso. O aneurisma de aorta 
abdominal (AAA) é definido se houver pelo menos 3 cm de diâmetro aórtico. 
Ectasia: dilatação menor que 50% da artéria. 
Megartéria: dilatação de pelo menos 50% de toda extensão arterial. 
PATOGENIA 
❖ Os aneurismas se originam de uma degeneração da parede arterial, que resulta no 
seu enfraquecimento e consequente dilatação por ação de pressão sanguínea. Ela é 
principalmente causada por processo degenerativo por doença aterosclerótica, bem 
como traumas, necrose cística de média e síndrome de Marfin. 
FATORES DE RISCO 
✓ Idade avançada; 
✓ Sexo masculino; 
✓ Tabagismo; 
✓ História familiar em parentes de 1° grau. 
HISTÓRIA NATURAL 
❖ O aneurisma é um processo contínuo até que ocorra a ruptura da parede (a não ser 
que haja intervenção cirúrgica). O tamanho tende a variar de 3 a 5 cm, com 
crescimento aneurismático de 0,2 a 0,3 cm por ano. 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
❖ Os aneurismas não rotos são identificados no exame físico como uma massa 
abdominal pulsátil, porém quase todos os casos são assintomáticos (diagnóstico 
incidental). Quanto maios for a dilatação, maior será a probabilidade de identificar 
no exame físico. Mesmo que não rotos, pode haver comprometimento de estruturas 
adjacentes. 
❖ Pode ser feita a manobra de DeBakey, isto é, com a palpação da região epigástrica 
não será possível identificar o limite superior dos aneurismas (no sinal de DeBakey sente-
se só a pulsatilidade do aneurisma – aneurisma supra renal). Se não sentir a 
pulsatilidade, define-se como aneurisma infra-renal. 
O crescimento do aneurisma é apenas antero-posteiror (não cresce para os lados). 
❖ Os aneurismas rotos cursam com dor abdominal intensa com irradiação para dorso e 
flancos, além de sudorese e sinais clínicos de choque. Apresenta uma massa 
abdominal pulsátil, dor abdominal e dor lombar em até 30% dos casos. A maioria das 
rupturas ocorre na parede lateral e posterior (favorável, pois o retroperitônio pode 
tamponar o sangramento e evitar o agravamento do quadro). 
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 
❖ O RX não é feito de eleição para aneurismas, sendo favoráveis para identificar 
aneurismas ao acaso. Já o US / ECO-Doppler são indicados para avaliarão do 
diâmetro e se há presença de trombo mural no vaso. 
❖ O exame padrão ouro e a angio-TC, podendo-se observar o diâmetro da aorta, 
presença de trombos murais e avaliação de prognóstico do paciente. A angio-RM 
pode ser usada se ainda houver dúvida, mas é pouco solicitado. 
❖ A aortografia é pouco utilizada, sendo indicado apenas quando irá ser feito o 
procedimento vascular. 
SEGUIMENTO CLÍNICO 
❖ Após a determinação do risco de AAA, deve-se encaminhá-lo para a realização de 
US de abdome. Esse seguimento é mais indicado para a população masculina acima 
de 65 anos, para redução de mortalidade (pois são fator de risco). 
❖ Se confirmado um aneurisma de 3 a 5,5 cm, deve-se avaliar seu RVC e reavaliar a 
cada 6 meses (se houver crescimento, reavalia-se em 6 meses novamente; se houver 
crescimento extremo, indica-se procedimento vascular). 
INDICAÇÃO CIRÚRGICA 
❖ Deve ser definida pelo risco de ruptura associado ao risco cirúrgico do paciente 
(fatores de mau prognóstico – ICC, problemas pulmonares, IAM prévio e sexo feminino) 
e expectativa de qualidade de vida do paciente. As possíveis complicações do 
paciente com AAA envolvem trombose aguda de aneurisma, corrosão vertebral e 
comprometimento de estruturas adjacentes. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
❖ O reparo aberto é indicado para correção do aneurisma, consistindo na incisão, 
exposição da aorta, abertura do aneurisma, clampeamento proximal e distal, criação 
de anastomose proximal e de anastomose distal com a prótese cirúrgica. 
❖ Os aneurismas inflamatórios devem ser acessados via retroperitoneal. 
❖ Os aneurismas rotos advém ser reparados com emergência via transperitoneal, porém 
com baixas taxas de correção cirúrgica se houver instabilidade hemodinâmica. 
TRATAMENTO ENDOVASCULAR 
❖ É feito com a colocação de um enxerto interposto endoluminal por incisões em regiões 
inguinais. Deve ser feito uma angioTC e angiografia prévios para análise das condições 
do paciente.

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