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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE FÍSICA LICENCIATURA EM FÍSICA DISCIPLINA DE ÓTICA CAMILA AGUIAR JANAYNA GOULART MARIA LUCIA LINHARES ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA – DISPERSÃO DA LUZ Trabalho apresentado à disciplina de Ótica, do 7º período do curso de licenciatura em física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Prof: José Luis Fabris Curitiba 2014 Conteúdo 1. Introdução ................................................................................................... 3 1.1. Dispersão .............................................................................................. 3 1.2. Ângulo de Desvio Mínimo ..................................................................... 4 2. Objetivos ..................................................................................................... 5 3. Materiais utilizados ...................................................................................... 5 4. Procedimentos experimentais ..................................................................... 6 5. Tratamento Estatístico .............................................................................. 10 6. Resultados e Análises ............................................................................... 11 7. Conclusões ............................................................................................... 15 1. Introdução 1.1. Dispersão É dado o nome de dispersão ao fenômeno no qual o índice de fração é dependente da frequência da onda. Todos os meios são dispersivos, com exceção do vácuo. Quando a luz passa do ar para o vidro há uma mudança na rapidez de propagação da luz facilmente perceptível se a incidência não é perpendicular à superfície de separação do vidro com o ar, neste caso nota-se a mudança na direção de propagação dos raios luminosos. Se uma luz branca atravessa um prisma, emerge como luz colorida devido ao fato que o vidro é um meio dispersivo. Figura 1 - Difração da luz branca em um prisma Porém, quando a luz branca se decompõe em varias cores ocorre a variação da velocidade de propagação (e, portanto do índice de refração de propagação), com o comprimento de onda de cada componente do feixe de luz policromático. A dispersão em cores da luz branca quando atravessa um prisma, é uma evidência direta da dependência de n, com o comprimento de onda (λ); assim, o índice de refração do prisma, depende não só do meio material que o constitui, mas também do comprimento de onda da luz incidente, como é mostrado segundo a relação equação de Cauchy: ( ) ( ), onde A e B são constantes que podem ser determinada a partir de gráficos. Por outro lado, sabe-se que o ângulo de desvio no prisma é função crescente de n, como será mostrado na figura 2. Assim, quando λ diminui, n aumenta e também. Ou seja, se incidir luz branca na face do prisma, vários feixes de luz monocromática serão emergentes, uma vez que, para cada radiação do feixe incidente com um dado comprimento de onda λi, existirá um índice de refração ni distinto. Logo, depois de refratado, o feixe incidente policromático apresenta-se decomposto nas radiações que o constituem. E, como indicado na figura1, a radiação violeta sofre um desvio superior ao da radiação vermelha, uma vez que o seu comprimento de onda é menor. 1.2. Ângulo de Desvio Mínimo Considere um prisma de ângulo de abertura A e um raio incidente sobre uma face com ângulo de incidência : seja o índice de refração do prisma. Chama-se desvio o ângulo entre as direções do raio emergente e do raio incidente, como mostra a figura: Figura 2 - Desvio mínimo em um prisma O ângulo de desvio do feixe de luz depende de n, que depende da velocidade com que a luz cruza o prisma, que depende do comprimento de onda da luz, que é diferente para cada cor. É possível se dizer então que cada cor de luz tem um desvio diferente. Assim, cada cor possui um ângulo de desvio mínimo que depende apenas de e n. Neste caso, o índice de refração em função do ângulo de desvio mínimo é dado pela equação: ( ( )) ( ) Onde: ângulo de abertura do prisma ângulo do desvio mínimo Dessa maneira, é possível plotar um gráfico do ângulo de desvio mínimo em função do comprimento de onda incidente e obter uma curva de interpolação. No relatório, utilizaremos a equação ( ), de Cauchy para a dispersão, para que seja possível ajustar a curva do gráfico para encontrar o valor experimental do índice refração de um prisma de quartzo. 2. Objetivos Determinar o índice de refração de um prisma de quartzo utilizando LEDs de alto brilho nas cores vermelha, amarela, azul, verde e violeta e construir o gráfico de em função do comprimento de onda . 3. Materiais utilizados LED alto brilho 5mm (violeta, azul, verde, amarelo e vermelho) Lente biconvexa com distância focal de 3cm Prisma de quartzo Folha guia Cap Roscável e cano, ambos de PVC 2 Suportes de pilha Resistor 580 Ω 4 Jacarés Isopor Folhas sulfite Transferidor Régua Fita isolante auto fusão Solda 2 pilhas 1,5V Cola para isopor 4. Procedimentos experimentais A fonte de luz foi montada com a lente sendo acoplada a um cano e ao Cap Roscável, ao centro do Cap Roscável foi furado com uma furadeira de 5mm. O LED alto brilho seria acoplado nesse Cap através do furo. Figura 3: Lente acoplada ao cano de PVC e ao Cap Figura 4: Furo central feito no Cap Para ligar os LED’s foram feitos dois suportes. Para os LED’s azul, verde, amarelo e vermelho: o fio vermelho de um suporte foi soldado com resistor de 580Ω (necessário para limitar a corrente e não queimar os LED’s) para ser soldado ao jacaré, o fio preto foi soldado diretamente ao outro jacaré. Para o LED violeta: os fios vermelho e preto foram soldados diretamente ao jacaré, não foi necessário um resistor pois sua potência é maior que a dos outros LED’s. Figura 5: Suporte com resistor e suporte sem resistor O isopor foi cortado em três partes em sua largura. Duas para serem o suporte e uma para ser o anteparo. O Cap com a lente foi preso a uma parte do isopor com um fio de solda, depois a segunda parte de isopor foi colada à primeira. Foi esperado a cola secar para fazer o experimento. Para realizar o experimento foi colocado o LED violeta no Cap e foi conectado ao suporte com as pilhas, em frente à lente foi situada uma folha sulfite paralelamente ao suporte, e perpendicularmente foi colocado o anteparo de isopor. Figura 6: Disposição do aparato experimental A fonte de luz foi para adaptada para ficar perpendicular com o anteparo, o prisma foi colocado em sua frente e foi girado no sentido horário até observar o movimento de volta (sentido anti-horário) do feixe de luz (desvio mínimo). Figura 7:Experimento com LED azul Figura 8: Experimento com LED vermelho As fotos do experimento ficaram estouradas para ficar visível a montagem, a foto abaixo é mais fiel com o que era possível observar com o experimento. O ângulo de desvio mínimo foi medido com a folha guia, mantendo o feixe de luz na parte onde tem a linha, foi possível traçar a continuidade da linha refratada até encontrar o feixe de incidência. E com o transferidor foi medido o ângulo entre os feixes deluz. Figura 9: Folha guia e marcações das cores azul e violeta Foram feitas 10 medidas do ângulo para cada LED. 5. Tratamento Estatístico Para o tratamento estatístico foram utilizadas, primeiramente, as equações da média e do desvio padrão. Média: ∑ ( ) Desvio padrão: √ ∑ ( ) ( ) Para calcular a incerteza final correspondente aos erros estatísticos nas medições: √ ( ) Considerando o número pequeno de medidas, é preciso inserir o coeficiente T-student para correção: √ ( ) O erro sistemático associado à menor graduação do equipamento de medida é dado por: √ ( ) Onde o limite de erro rL é estimado verificando o manual fornecido pelo fabricante dos equipamentos utilizados, representado pela menor divisão da escala. Assim, a incerteza padrão ( ) é dada pela equação √ ( ) A propagação de incertezas para é calculada a partir da equação (), assim: ( ) ( ) { * ( )+ ( ) } ( ) A incerteza padrão associada ao coeficiente angular foi calculado diretamente através do programa SciDAVis. 6. Resultados e Análises A tabela a seguir mostra os dados obtidos através das medidas dos ângulos de desvio mínimo, seguido do valor médio de cada desvio em graus e em radianos. Foram feitas dez medições para cada cor de LED. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Média graus Média rad Violeta 52 52,5 53 52 52,4 52,5 52 52,5 52 52 52,29 0,9126 Azul 49 49,5 49 49,9 49 50 50 49 49 50 49,44 0,8629 Verde 47 47,5 48 47 47 47,5 47 48 48 47 47,4 0,8273 Amarelo 46 46,5 46 46,5 47 46,5 46 46 47 46,5 46,4 0,8098 Vermelh o 45 45,5 45,5 45,1 45,5 46 45,5 45 45 45,5 45,36 0,7917 Tabela 1 - Medida dos ângulos de desvio mínimo e suas médias A seguir, temos os valores do desvio padrão, desvio padrão médio, corrigido com o coeficiente de t de student no valor de 2,262, o erro sistemático residual e o erro total associado ao valor do ângulo de desvio medido. m r p Violeta 0,326955654 0,233874 0,005038332 0,233928 Azul 0,460868745 0,329663 0,005038332 0,329701233 Verde 0,435889894 0,311795 0,005038332 0,311835888 Amarelo 0,374165739 0,267643 0,005038332 0,267690868 Vermelho 0,310483494 0,222091 0,005038332 0,222148223 Tabela 2 - Erros associados às medidas do ângulo de desvio A seguir foram calculados os índices de refração utilizando a equação (02), bem como seus erros associados. Violeta 1,6609 0,001061 Azul 1,6327 0,002266 Verde 1,6119 0,002131 Amarelo 1,6015 0,001607 Vermelho 1,5905 0,001134 Tabela 3 - Valores dos índices para cada cor e seus erros associados O comprimento de onda foi obtido através dos espectros de cada um dos LEDs. Assim, para cada um deles foi obtido um gráfico como o mostrado abaixo, referente ao LED de cor verde. Gráfico 10 – Espectro de emissão da Luz de um LED de cor verde. Dessa maneira, foi possível relacionar os dados que serão plotados no gráfico através da tabela seguinte, onde o comprimento de onda é dado através do espectro de emissão de cada um dos LEDs: Comprimento de onda (m) Violeta 1,6609 0,001061 Azul 1,6327 0,002266 Verde 1,6119 0,002131 Amarelo 1,6015 0,001607 Vermelho 1,5905 0,001134 Tabela 4 - Valores a serem plotados O ajuste do gráfico é feito através da equação de Cauchy para a dispersão: ( ) ( ) Assim, o gráfico é plotado na forma de por ficando como é mostrado abaixo. Gráfico 2 - Gráfico para determinação do valor do índice de refração do prisma de Quartzo. Obtemos assim, a análise gráfica dada pelo programa utilizado: O valor de intercessão com o eixo y é o valor experimental para o índice de refração do prisma de quartzo. Assim, o resultado encontrado foi de: n=1,547±0,004 7. Conclusões Algumas dificuldades foram encontradas durante a fabricação do experimento e depois, nas medidas realizadas. Durante a fabricação, alguns cuidados tiveram que ser tomados para que o experimento fosse possível: Descobrir a distância focal da lente biconvexa que estava sendo utilizada, para que o LED fosse posicionado sobre ela, e assim pudéssemos obter um resultado experimental mais preciso; Fabricar o aparato experimental em si, de forma a deixá-lo fixo para não atrapalhar ou causar erros grosseiros no resultado final; Utilizar um resistor com resistência adequada ao funcionamento dos LEDs de alto brilho, para que nenhum deles ficasse com intensidade luminosa muito baixa e, ao mesmo tempo, não queimassem com a tensão da pilha; Utilizar uma folha guia que proporcionasse uma diminuição em relação ao erro de paralaxe na hora de marcar os pontos de desvio de cada luz; A principal dificuldade encontrada no experimento foi em relação a forma de medição que teríamos que fazer para determinar o desvio de cada cor de LED, pois para determinar o ângulo de desvio mínimo é necessária uma precisão nos movimentos do prisma e como esse movimento era realizado com as mãos, era muito difícil de chegar exatamente no ângulo esperado. Dessa maneira, os erros no experimento podem ser advindos desses problemas citados acima, além da dúvida existente em relação ao material do prisma, que pode ser uma mistura de outros materiais. O resultado experimental encontrado para o índice de refração de um prisma de quartzo, através da análise gráfica, foi de 1,547±0,004. O valor é bem próximo ao encontrado na literatura, que mostra tal índice de refração com um valor entre 1,544 – 1,553. Assim, o resultado obtido é próximo do resultado esperado, o que mostra que o experimento foi válido. REFERENCIAS FABRIS, José L.; MULLER, M. Fundamentos da Física Experimental: Um Guia para as Atividades de Laboratório. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. – Curitiba, 2012. HECHT, Eugene. Optics. 4th ed. 2002. NUSSENZVEIG, H. M. Curso Básico de Física: Volume 4. EditoraBlücher, 2003. PEDROTTI, F.L.INTRODUCTION TO OPTICS. 2nd ed. 1993.