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Iluminação em Salas de Aula R02

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FIAM-FAAM – CENTRO UNIVERSITÁRIO
PIVIC – PROGRAMA INSTITUCIONAL VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
DESIGN DA SALA DE AULA: CONFORTO LUMÍNICO
AUTORA WALERIA OITTICA DE LIMA
ORIENTADORA PRISCILA AZZOLINI TROVO
TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES
DESIGN, LINGUAGENS E TECNOLOGIAS
2017
1- Introdução 
A construção de um ambiente escolar demanda planejamento e envolve os estudos de viabilidade, definição das características ambientais, elaboração do projeto arquitetônico e do projeto de interiores.
Questões como o bem-estar, saúde e conforto, além dos elementos físicos como mobiliários, cores, revestimentos, iluminação, conforto térmico e acústico, deve estar de acordo com as condições estruturais, e mais importante, devem contribuir de forma efetiva na relação do espaço, indivíduo e aprendizagem. 
Neste sentido, a sala de aula não deve ser vista somente como um espaço, tampouco somente como uma atividade, mas sim como uma convergência de vários elementos que se combinam em relações múltiplas, cuja dinâmica acontece a partir de um contexto particular (BURNS; KNOX, 2011). 
Uma vez que a função primordial de um edifício escolar é estimular o processo educacional no seu sentido mais amplo, todos os esforços deveriam ser feitos para fornecer aos estudantes um ambiente educacional adequado e estimulante (RENNHACKKAMP, 1964).
Figura 1 – Sala de aula em Americana, SP. Foto: Ciente Silvério, 2010. Fonte: http://jovempan.uol.com.br/noticias/professores-municipais-aceitam-proposta-e-encerram-greve-em-sao-paulo-2017-04-02.html. Acesso em: 19 de dezembro de 2017.
Burns e Knox (2011) categorizaram elementos que fazem parte do sistema complexo da sala de aula, observando este espaço como um organismo caracterizado por padrões emergentes de comportamento. Na figura 2 as setas indicam a dinâmica dos elementos e estes, por sua vez, só podem ser compreendidos a partir de suas interações e relações com outros elementos do sistema, nunca isoladamente.
Figura 2 – Sala de aula como sistema complexo adaptativo. BURNS; KNOX, 2011, p.13. Editado pela autora 
O ambiente físico, por sua vez, é subdividido pelos autores em outro sistema complexo, apresentado pelo infográfico da figura 3.
Figura 3 – Ambiente físico da sala de aula e os agentes componentes. BURNS; KNOX, 2011, p.13. Editado pela autora.
Nesta segunda imagem é possível compreender que um dos fatores que fazem parte do sistema do ambiente físico da sala de aula é a iluminação. Neste sentido a importância de uma boa iluminação para o desenvolvimento educacional de um indivíduo, preservando sua visão, não deve ser subestimado (RENNHACKKAMP, 1964). Dessa forma, um projeto luminotécnico adequado pode melhorar a qualidade do processo ensino aprendizagem (PLYMPTON, 2000).
O Ministério da Educação e Cultura (2006), compreende que para uma relação saudável entre o espaço da sala de aula e o indivíduo é preciso que seja realizado um projeto de iluminação adequado, que possa integrar e harmonizar a luz artificial e natural. Também aponta que a iluminação é um requerimento fundamental para a realização de tarefas visuais, pois os alunos devem ser capazes de distinguir cores e a aparência de objetos.
Para Rennhackkamp (1964), a luz não somente ajuda o individuo a ver e reconhecer objetos, mas também permite que seu corpo e mente sejam preparados para responder às ações do cotidiano, adaptando-se à realização das tarefas que este irá executar. Dessa forma, quanto melhor for a condição de iluminação, um menor esforço será exigido e, por sua vez, tarefas serão realizadas mais rapidamente.
2- Objetivos
O objetivo desta pesquisa é investigar a influência da iluminação no conforto, interação e realização de atividades na sala de aula e como essa deve adaptar-se as atividades e metodologias pedagógicas propostas. 
Referenciada nas teorias e bibliografias apresentadas, de que a iluminação, sob a perspectiva projetual do designer, pode promover diferentes comportamentos e proporcionar ambientes mais agradáveis e saudáveis, esta pesquisa busca analisar a contribuição e influência da luz no desenvolvimento, atenção e experiência do usuário, em uma sala de aula.
Está pesquisa levará em conta pensamentos e discussões de autores como Burns e Knox (2011), Plympton (2000), Rennhackkamp (1964), entre outros, discutindo a importância do conforto lumínico e sua relação para o desempenho, bem-estar e desenvolvimento efetivo do indivíduo. 
3- Metodologia
A pesquisa envolve um delineamento bibliográfico de caráter descritivo. Será proposta a seguinte metodologia:
Análise do espaço e sua importância na relação de interação de um usuário com seu meio.
Investigação do design dos ambientes de ensino existentes.
Análise da sala de aula como sistema complexo.
Levantamento de dados sobre teorias de iluminação e Luminotécnica.
Definição dos aspectos que serão observados no espaço.
Articulação do referencial teórico e estudos de caso, com o qual serão apontadas algumas possibilidades da iluminação da sala de aula que fomentam a relação entre usuários.
4- Bibliografia
BERTOLOTTI, Dimas. Iluminação natural em projetos de escola: uma proposta de metodologia para melhorar a qualidade de iluminação e conservar energia. 144 p. Dissertação (Mestrado – Tecnologia da Arquitetura) - FAUUSP, São Paulo, 2007
BURNS, Anne; KNOX, John. Classrooms as complex adaptive systems: A relational model. Tesl-Ej, v. 15, n. 1, p. 1-25, 2011.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Parâmetros básicos de infraestrutura para instituições de educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/miolo_infraestr.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2017
NOVELI, P. A sala de aula como espaço de comunicação: Reflexões em torno do tema. Interface — Comunicação, Saúde, Educação, v.1, n.1, 1997
OCHOA, Juliana Herlemann; ARAÚJO, Daniel Lima; SATTLER, Miguel Aloysio. Análise do conforto ambiental em salas de aula: comparação entre dados técnicos e a percepção do usuário. 2012. 114 p. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Geotécnica, Estruturas e Construção Civil) - Universidade Federal de Goiás, Goiânia - GO, 2012. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/index.php/ambienteconstruido/article/view/19439>. Acesso em: 19 dez. 2017.
PLYMPTON, Patricia et al. Daylighting in School: Improving Student Performance and Health ata a Price Schools can Afford (conference paper). Colorado: National Renewable Energy – U.S. Department of Energy, june of 2000
RENNHACKKAMP, WMH. School Lighting. Pretoria, South African: Council For Scientific And Industrial Research, 1964. 52 p

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