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Resenha: artigo científico sobre Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) Autoras: Fernanda Mendes Moraes, Carina Rau Título: Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS): impacto na saúde e desafios para seu controle e prevenção Publicado em <http://bit.ly/2HYAHKe>, 2013, Goiás. Com objetivo de revisar as infecções relacionadas à assistência da saúde (IRAS), com enfoque no impacto que as mesmas causam na área da saúde como um todo, Fernanda Mendes Moraes, pós-graduanda em Vigilância Sanitária pela IFAR, e Carina Rau, orientadora, redigiram um artigo científico chamando atenção para o problema de nível mundial causado pela alta ocorrência das IRAS. As autoras descrevem o problema desde seus primórdios, que datam do tempo mais remoto (325 d.C), quando foi documentada a existência dos primeiros hospitais. Durante vários séculos, serviços da saúde não se preocuparam em compartimentalizar as áreas do hospital em tipos específicos de doença; ou seja, pacientes com diferentes patologias, infectados ou em recuperação, ficavam instalados em um único lugar, sem nenhum tipo de diferenciação. Isso, juntamente com a falta de preocupação com higiene, saneamento, ventilação e cuidados dirigidos, causou um efeito muito comum: pacientes eram admitidos com uma infecção, porém muito provavelmente poderiam vir à óbito por outra totalmente diferente. O cenário começou a mudar no século XIX. Duas figuras importantes para a evolução no conhecimento das IRAS foram Ignaz Semmelweis, médico que chamou atenção para a importância da higienização das mãos, e Florence Nightingale, enfermeira notável por implantar um modelo de cuidado que, entre outras coisas, padronizou uma série de procedimentos e chamou atenção para a higiene e limpeza do ambiente em que a assistência é oferecida, além de um controle de mortalidade pelas enfermeiras, para avaliação do próprio trabalho. Tais métodos são comprovadamente grandes combatentes das IRAs até os dias de hoje, principalmente a higienização de mãos, método mais eficaz e prático na prevenção e controle de infecções. Durante o século 20, diversos foram os estudos e pesquisas em torno das chamadas IRAs pelos países europeus e norte-americanos. Após a descoberta dos antimicrobianos, era pensado que as infecções hospitalares haviam ficado no passado, mas, dez anos depois, elas voltaram agressivamente, fato atribuído a resistência fornecida pela rápida mutação e evolução das bactérias. Houve, então, grande preocupação em controlar este problema mundial e grande implantação de leis, projetos e diretrizes a fim de erradicar ou diminuir a incidência dessas infecções. No Brasil, portanto, o problema não se tornou notável até a década de 80, quando foi introduzida a primeira norma brasileira em relação às IRAs, que estabeleceu a obrigatoriedade de todo hospital possuir uma comissão de controle de infecções hospitalares (CCIH). Depois disso, aos poucos, fomos implementando novas leis, portarias e normas: como a criação do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), fundação da ANVISA e os Programas de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), todos esses embasados e garantidos por lei. Apesar de todos esses esforços, ainda possuímos taxas de incidência notáveis e estudos realizados com CCIHs comprovam que esses números se devem a alguns fatores importantes, como por exemplo: descomprometimento de profissionais da saúde, falta de investimento e postura de diretores e administradores, profissionais despreparados, rotatividade de funcionários, falta de recursos humanos, entre outros. Mesmo com todo o esforço da comissão de controle de infecções hospitalares em implementar novos padrões de procedimento, criar novas formas de isolamento e precaução e disseminar o conhecimento e prevenções para a ocorrência da IRAs, os membros da CCIH lembram que o combate às infecções hospitalares é tarefa de todos os funcionários da saúde, e só conseguirão resultado significativo com a conscientização e ajuda de todos. Vale ainda destacar que as principais infecções hospitalares ocorrentes são: infecção de corrente sanguínea associada a cateter vascular central (CVC), infecção do trato urinário (ITU) associada a cateter vesical de demora, infecção do sítio cirúrgico (ISC) e pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV). O local de maior ocorrência das IRAs é a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde pacientes que possuem situação mais delicada e com sistema imunológico em deficiência estão localizados, portanto estão mais propensos a serem contaminados e também sujeitos a maiores consequências, como até mesmo a morte. As autoras então concluem que as principais consequências das IRAs são o aumento de custo para o sistema de saúde, alta taxa de morbimortalidade, sofrimento e danos causados aos usuários dos serviços de saúde. Elas ainda apresentam algumas soluções, dentre elas maior ênfase da temática nos cursos de graduação da área da saúde e maior investimento do Estado em estudos, pesquisas e vigilância no meio hospitalar. IZABELLA A. OLIVEIRA ENFMA01B RA: 21076016
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