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Trabalho Previdencia Social

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE SERVIÇO SOCIAL
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL NITERÓI
Bianca Cristina dos Santos Pina 	– Matrícula 114006155
avaliação final
NITERÓI
2018
avaliação final
Trabalho final para a disciplina optativa “TÓPICOS ESPECIAIS EM POLÍTICA SOCIAL SETORIAL II - PREVIDÊNCIA SOCIAL” DO PERÍODO 2018.1
Docente: Luzia Helena
NITERÓI
2018
SUMÁRIO
Análise do SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL BRASILEIRO........................4
Início da PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL.................................................5
Relação PROTEÇÃO SOCIAL X DEENVOLVIMENTO ECONÔMICO.............6
1. A partir da leitura do texto indicado faça uma análise do Sistema de Proteção Social Brasileiro.
Em seu artigo “A previdência Social como direito fundamental” Ibrahim conta que o sistema de proteção social surge a partir das lutas da classe trabalhadora por melhores condições de trabalho na sociedade industrial, essa cobrança da classe trabalhadora resulta em diferentes sistemas protetivos com o objetivo principal de proteções necessárias para a sobrevivência do trabalhador , mas com variações estruturais, pois cada país vai adaptá-lo a sua situação política e econômica.
O autor conta que o primeiro modelo de proteção se dá, com a reforma de Bismarck na Alemanha, que com uma nova concepção de Estado que detinha a missão de promover o bem estar ainda que de modo limitado, pois o beneficio era apenas para os trabalhadores da indústria e com valores abaixo do piso. Já no plano de Beveridge, com uma tendência universalizadora do seguro social e que privilegia a solidariedade, as prestações pagas pelo sistema são desvinculadas da real remuneração do trabalhador. Segundo ele, atualmente em âmbito mundial está sendo adotada uma mescla dos sistemas bismarkiano e beveridgiano com a característica do modelo de seguro de Beveridge que fixa o calculo dos benefícios de acordo com as contribuições individuais.
O sistema de proteção social brasileiro também exerce essa configuração de proteção social mista entre os modelos de Bismarck e Beveridge, formada pelo Tripé Saúde, Previdência Social e Assistência, diferente da saúde e da assistência que não possuem caráter contributivo, a Previdência funciona sob a lógica de seguro, ou seja, a garantia ao seu direito a aposentadoria está diretamente relacionada as contribuições que o trabalhador realizou ao longo de sua vida.
Para Ibrahim, o Brasil e outros países com a tradição de seguro social, encontram dificuldade em migrar para um sistema capitalizado e individual de previdência, pois a que se considerarem os encargos das gerações passadas o que impossibilita se adequar as teorias do Banco Mundial, principalmente porque essa migração não daria suporte para imprevistos que demandam um grau maior de solidariedade do sistema como doenças e acidentes.
2. Como teve início a previdência Social no Brasil?
Segundo Meirelles, a primeira norma a instituir a previdência social no Brasil, foi o decreto Legislativo nº 4.682 de janeiro de 1923, conhecido como Lei Eloy Chaves, essa lei que determinava a aposentadoria e caixas de pensões para os empregados ferroviários foi um verdadeiro marco para a história da previdência social, tornando o dia 24 de janeiro o dia da Previdência Social.
O setor ferroviário era de grande importância na época e a Lei Eloy Chaves foi decretada no intuito de apaziguar as manifestações gerais dos trabalhadores. O decreto então autorizava cada empresa ferroviária existente no país a criar sua Caixa de aposentadoria e pensões e mesmo os empregados diaristas em execução de qualquer serviço para a empresa ferroviária e os professores de escolas mantidas por estas empresas foram beneficiados por esta Lei. 
A lei Eloy Chaves também concedia o direito a estabilidade no emprego aos ferroviários que tivessem dez anos de empresa, esses só poderiam ser demitidos caso cometesse alguma falta grave, mesmo assim era necessário que um inquérito fosse aberto por um engenheiro da estrada de ferro. Neste período o Estado não participa do custeio das aposentadorias, o custeio das caixas eram mantidas por meio do recolhimento de 3% do salário dos trabalhadores e 1,5 % recolhido pelos usuários dos transportes.
Somente na Constituição de 1946 é que surge a expressão “previdência social” ao invés de seguro social e consagrava a previdência mediante a contribuição da União, do empregador e do empregado, nesta época o Brasil foi considerado o país de maior proteção previdenciária. Em 1971 pela lei complementar nº 11 a proteção se estendeu aos trabalhadores rurais e em 1972 incluiu os funcionários domésticos. Em 1977 foi criado o SINPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social , que promoveu uma nova organização da Previdência Social. 
A Constituição de 1988, ficou conhecida como a Constituição da solidariedade e do bem estar social, manteve o custeio tripartite entre a união, estados, municípios e Distrito Federal e entre trabalhadores e empregados, nela um capítulo inteiro é direcionado a tratar da Seguridade Social brasileira.
Somente com a publicação das Leis 8.212 e 8.213 de 1191 que instituíram os planos de custeio e benefícios da previdência social é que ficou regulamentada a matéria constitucional que trata a Previdência, não mais distinguindo os regimes rural e urbano, sendo os dois tratados pelo Regime Geral de Previdência Social.
Segundo Ibrahim, atualmente o sistema previdenciário brasileiro possui dois regimes básicos de ingresso compulsórios, o primeiro que é o mais comum e regido pelo INSS atende a maioria da população brasileira é o RGPS – Regime Geral de Previdência Social , o segundo é o RPPS – Regimes Próprios de Previdência de Servidores Públicos e Privados, além destes também existem dois regimes complementares.
3. Fale sobre a relação Proteção social X Desenvolvimento econômico.
Segundo Ibrahim, a política de proteção social é um pré-requisito para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária bem como ao desenvolvimento econômico, pois o custo de não ter um sistema protetivo é muito mais grave do que o custo de se manter um sistema protetivo que é um custo social e administrável, o autor defende que a previdência social é necessária como instrumento de uma vida digna e por esse motivo jamais deve ser vista como um estorvo para o crescimento econômico.
O autor explica que o custo a falta de proteção social é bem maior para a sociedade e restringe muito mais o crescimento econômico, considerando que com a falta da proteção social em situações de maior desemprego, pobreza e vulnerabilidade da população gera a consequência da baixa do consumo no mercado o que a logo prazo significa maiores gastos para o Estado.
As afirmações de Ibrahim esclarecem que devemos considerar que toda pessoa tem o seu sustento e de sua família, por meio da venda de sua força de trabalho, ou seja, é o trabalho a solução encontrada para saída da extrema pobreza, tanto é que na própria Constituição Brasileira está escrito que a Ordem Social depende do primado do trabalho, pois as privações econômicas e sociais podem trazer graves consequências.
Se o desenvolvimento é encarado como processo de expansão das liberdades econômicas, sociais e políticas, a garantia ao trabalho também deveria ser considerado, mas infelizmente não é isso o que acontece, os governos tem falhado na manutenção deste direito básico e o que vemos hoje é um completo descaso com o trabalhador, onde um terço da população não consegue o mínimo para uma vida digna e as doenças matam dois milhões de pessoas por ano.
Na sociedade pós-moderna, não há como o individuo obter por si só a proteção necessária, nesta perspectiva a previdência social ampara a pessoa diante dos riscos individuais mas os riscos agregados devem ser repartidos na sociedade, o desafio que se coloca é atuar de modo que se consiga a amparartodas as pessoas que estão nesta situação de maior vulnerabilidade.
Apesar das visíveis vantagens da globalização esta não causou a redução das desigualdades sociais, pelo contrário, contribuiu para que as desigualdades atingissem patamares extremos, nesse sentido, a proteção social tem o papel de atender as pessoas que afetadas pelo mercado global e sem amparo do estados se encontram em situação de vulnerabilidade e risco.
Segundo o autor para um desenvolvimento econômico é necessária a cobertura dos riscos sociais mais elementares, pois somente com essas condições atingiremos a realidade de um desenvolvimento sustentável. 
4. Referência Bibliográficas
Ibrahim, Fábio Zambitte. A previdência Social como direito fundamental.
Meirelles, Mario Antônio. A evolução histórica da seguridade Social – Aspectos históricos da previdência Social no Brasil.

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