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Instalações para Gado Leiteiro

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IFMA-INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO
CAMPUS SÃO LUÍS-MARACANÃ
COORDENAÇÃO DE CURSOS SUPERIORES – CCS
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS – LCA
DISCIPLINA: CONSTRUÇÕES E INSTALAÇÕES RURAIS – Prof.ª LORAINE
INGRIDI ANTONIA M. SOUZA
VANESSA CRISTINA MACÊDO REIS
INSTALAÇÕES PARA GADO DE LEITE
São Luís
2018
INGRIDI ANTONIA M. SOUZA
VANESSA CRISTINA MACÊDO REIS
São Luís
2018
1 – INSTALAÇÕES RURAIS
	Dentre os problemas ligados à produção animal, destaca-se as instalações, que quando mal planejadas podem resultar em prejuízos para o criador. As instalações devem proporcionar aos animais e ao homem, abrigo que lhes proteja das interpéries climáticas, além de que, de uma forma racional e econômica, possa proporcionar um ambiente confortável, o que certamente influirá no manejo, movimentação dos animais, de máquinas e de equipamentos.
2 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO
	Para o manejo do gado leiteiro temos três maneiras distintas de trabalhar, podendo ser extensivo, semi-intensivo e intensivo, sendo que o mais utilizado é o semi-intensivo.
3 – INFRA-ESTRUTURA
	Funções básicas devem ser observadas tais como, o ambiente ser saudável e confortável tanto para os animais como para o ordenhador; uma perfeita integração com os sistemas de manejo, alimentação, ordenha e esterco; estar em conformidade com os códigos sanitários vigentes; mão de obra capacitada para o manejo e produção de leite que é o objeto da propriedade.
4 – LOCALIZAÇÃO
	As instalações devem estar localizadas em áreas amplas, devendo ser observados a temperatura, umidade relativa do ar, radiciação solar, ventos e pluviosidade, além de ter boa drenagem, acesso fácil, bem como estar distante de construções residenciais particulares para que problemas com doenças, moscas e odores, sejam evitados. Fatores como água de boa qualidade e energia elétrica são de grande importância para as instalações.
5 – SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO
	Para o sistema de alimentação, deve ser disponibilizado áreas para a construção de galpões para armazenamento de alimentos, e também para a instalação de moinho para a produção de ração, no caso desta ser preparada na propriedade. Os silos e depósitos de volumosos devem estar localizados o mais próximo do local de alimentação dos animais.
6 – ESTÁBULO
	Esse é setor mais dispendioso desse tipo de construção, pois necessita de área e boas características para um bom funcionamento.
	6.1. Ventilação
	 Em média, a renovação do ar, por cabeça, varia de 15 a 25 m3 por hora, sendo que essa renovação é indispensável para que sejam eliminados o excesso de anidrido carbônico e vapor d’água, o que permite manter sempre uma atmosfera renovável.
	6.2. Temperatura
	 A temperatura é fator determinante na produção de leite, principalmente nas raças mais exigentes. Quando a temperatura é muito baixa, as vacas consomem as suas reservas, que são transformadas em calorias necessárias ao seu organismo, o que prejudica o rendimento leiteiro, enquanto que quando a temperatura é alta são geradas perturbações na fisiologia do animal, que resulta na queda de produção do animal.
	 Portanto, a temperatura ideal e confortável para os animais no interior do estábulo, deve ser no intervalo de 15° a 22ºC.
	6.3. Tipos de estábulos
	 Os tipo de estábulos são determinados de acordo com o clima, podendo ser abertos ou fechados.
	 Os estábulos abertos são os mais utilizados em clima ameno, pois esse tipo de clima se faz presente em quase todas as regiões brasileiras. É recomendado o uso do “lanternim” para dar uma maior condição de entrada de ar no ambiente. Os estábulos fechados são usados onde o clima é mais rigoroso com a ocorrência de muita chuva, o que tende a tornar as instalações mais caras pois é necessário, além dos materiais convencionais, o uso de materiais isolantes, de ventilação forçada tais como condutos, exaustores e chaminés, de modo a dar aos animais um ambiente favorável.
	6.4. Piso
	 O piso deve ser de concreto simples, com traço de 1:3:5, e espessura 0,10 m, superfície um pouco áspera e declividade de 1,5 a 2,0% em relação às valetas coletoras, que possuem na parte de cima de 0,20 a 0,30 m, desprovidos de arestas a fim de não vir a ferir os pés das vacas. Manilhas de 3’’ devem ser conectados a ralos simples existentes em alguns pontos estratégicos das valetas, com a finalidade de dar escoamento à urina e águas de lavagem, sendo que estas podem ser direcionadas às estrumeiras.
	6.5. Paredes
	 As paredes, que são usadas em estábulos fechados, devem ser revestidos até 1,50 m de altura, por uma camada impermeabilizante, podendo ser uma argamassa feita de cimento e areia, com um traço de1:4, sendo alisada com cimento puro.
	6.6. Comedouros
 	 Devem ser de concreto, com ligeira armação de ferros ao piso, ter superfície lisa, com arestas e cantos vivos arredondados, a fim de evitar acumulo de sujeira.
	6.7. Bebedouros
	 Oferecem de 20 a 4 litros/animal/dia, podendo ser de concreto ou alvenaria de ½ tijolo maciço, com revestimento 1:3 ou 1:4. O piso pode ser em tijolo ou concreto, com aproximadamente 5 cm de espessura, largura de 0,70 m. A altura deve ser de 0,75 m para gado adulto e 0,50 m para os bezerros. Quando o bebedouro é do tipo único de água corrente, é construído junto com os comedouros, formando um conjunto de um. Quando existir corredor central, o bebedouro é somente de um lado e, no caso de não existir corredor central, o bebedouro ficará situado na parte de cima, o que permite aos animais acessá-lo pelos dois lados. Existem também bebedouros individuais do tipo LOUDEN, os quais são utilizados em estábulos americanos.
	6.8. Curral de Volumoso
	 Pode ser construído na forma quadrada, circular ou retangular, do lado do comedouro simples (acesso por um lado) ou duplo (acesso pelos dois lados). Á frente do comedouro, espaço de 1,80 a 2,00 m, suficiente para o corpo de uma vaca, assim como espaço de 0,70 a 2,00 m por vaca para circulação. As divisórias deverão ter altura variando entre 1,35 a 1,60 m compostas por esteios de madeira tratada, seção entre 15 a 20 cm, com espaço de 1,50 a 2,00 m entre si e tábuas de 15 x 3 cm ou 17 x 3,5 cm ou 20 x 4,00 cm.
	6.9. Curral de Espera ou de Acesso à Ordenha
	 Deve seguir as mesmas especificações técnicas usadas para o curral de volumoso, sendo acrescido de alguns detalhes especiais como: conter somente bebedouros, dotado de lava-pés (6,00 x 1,00 x ,20 m), pedilúvio coberto (2,50 x 1,00 x 0,20 m), contendo solução preventiva/curativa de cascos, tronco de vacinação de 1,50 m por cabeça, embarcadouro que é destinado para embarque na carroceria do caminhão para transporte.
7 – TIPO E TAMANHO DA SALA DE ORDENHA
	7.1. Sala de ordenha plana.
	 Projetada em função do espaço necessário no comedouro. Se a ordenha for realizada com bezerro ao pé, deverá ter a dimensão de 1,30 a 1,50 m por vaca; se a ordenha for sem bezerro, a dimensão será de 1,20 a 1,25 m por vaca. O espaço de circulação das vacas será um corredor de 1,80 a 2,80 m de largura. As divisórias serão de alvenaria com dimensões de 1,20 a 1,60 m; os pilares poderão ser de alvenaria ou concreto de 2,70 a 3,00 m dependendo o tipo da telha; um bom beiral e lanternim serão muito importante para a construção.
	7.2. Sala de ordenha em fosso
	 Consiste na construção de um fosso de 0,75 m de profundidade onde fica o ordenhador, composta por uma plataforma por onde circulam as vacas de 0,90 a 1,90 m dependendo do tipo de sala e espaço necessário para a vaca na plataforma variando de 1,50 m (espinha de peixe) a 2,30 (caminhando e portão).
8 – SALAS DE LEITE
	Deve ficar localizada junto à sala de ordenha para facilitar o transporte do leite para o tanque de expansão ou resfriador. Deve ser ampla, pés direito mínimo de 3,00 m, piso impermeabilizado, paredes revestidas até altura de 2,00 m com azulejos ou similares, alémde ser forrada.
9 – ÁREA DE ISOLAMENTO
	Construída para servir de isolamento de animais para tratamento ou cuidados especiais, sendo o cocho para alimentação e os bebedouros de fácil limpeza. Para um plantel de 100 vacas, uma baia de 15 m2 para 3 animais, é suficiente. Devem ser construídas afastadas das instalações, a fim de que animais sadios não sejam contaminados.
10 – BAIAS
	Localizam-se no interior de um galpão. Dotadas de divisórias externas de alvenaria com 15 cm de espessura, de placa pré-moldadas ou de madeiras com altura de 1,40 a 1,80 m. As divisórias internas são de alvenaria em cutelo, de madeira, de perfis ou de placas pré-moldadas com altura de 1,00 a 1,40 m. Para uma sala de ordena espinha de peixe 2x6 com 6 unidades, são necessárias 6 baias.
11 – ÁREA DE TRATAMENTO
	É usada para inseminação artificial, exames ginecológicos pós-parto e diagnóstico de gestação. Deve ficar localizada próximo e na saída da sala de ordenha.
12 – ÁREA DE MATERNIDADE
	Partindo do princípio de um plantel de 25 vacas, é necessário uma baia de 13 a 14 m2, dotada de piso cimentado e ranhurado.
13 – INSTALAÇÕES PARA BEZERROS (BEZERREIROS)
	Não pode ter umidade excessiva, tem que ser evitado mudanças bruscas de temperatura, devendo dentro da instalação as temperaturas serem as mesmas do lado de fora, devendo os bezerros ficarem em baias separadas (individuais) medindo aproximadamente 0,70 a 1,20 m2 por animal nos primeiros 6 a 7 semanas de vida. De 6 a 7 semanas até 8 meses, devem ser mantidos em grupo, em baias coletivas conntendo de 8 a 9 animais, com área de 2,00 a 2,5 m2 por anima.
14 – INSTALAÇÕES PARA NOVILHAS E VACAS SECAS
	Os animais podem repassar em baias individuais, sem contenção, ou em local coletivo coberto por cama, com área aproximada de 5 a 6 m2 por animal.
15 – BAIAS PARA TOUROS
	Esses touros são animais que estão na propriedade para repassar animais (vacas) que, por um motivo qualquer, não são fertilizadas pela inseminação artificial.
	Essa baia pode ser um piquete com cobertura, dotada de comedouro e bebedouro, com dimensão de 10 m2 para raças menores e 15 m2 para as raças de maior porte. Deverão ser dotadas de divisórias de madeira de lei ou de alvenaria de um tijolo com cintas e pilares de concreto armado, com 1,80 a 2,00 m de altura, pé direito de 2,70 a 3,00 metros, portões de madeira ou de chapa com ferragens reforçadas de 2,00 m de altura, piso concretado com declive de 2 a 3% no sentido das canaletas coletoras de águas de limpeza e resíduos orgânicos. Para que os animais se sintam bem, é necessário uma área adjacente à baia de 80 a 100 m2.
16 – CURRAIS
	Essa construção depende do tamanho do rebanho e do sistema de exploração, podendo ter uma área de 2 a 10 m2 por animal, dependendo do tempo em que o animal vai permanecer preso. Deve ter piso de concreto, calçado com pedra, para evitar a formação de lama no período das chuvas e poeira na época da seca. As divisórias devem ser construídas com réguas e mourões de madeira roliça ou serrada, muros de alvenaria, tubos galvanizados, trilhos de estrada de ferro, etc.
17 – MANEJO DOS DEJETOS
	O tratamento e reciclagem dos dejetos, contribuem para a redução da poluição do meio ambiente, assim como possibilita a reciclagem dos nutrientes da alimentação animal para produção de biomassa, que vão preservar e melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, mantendo um sistema bastante produtivo além de equilibrado. Soluções que podem ser colocadas em prática: prepara de compostos, incorporação ao solo através de gradagem e aração, utilizar como forma de energia, assim como armazenar em esterqueira para uso posterior.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Aloisio Torres de. – Instalações para gado de leite. São Paulo: Embrapa
PEREIRA Milton Fischer. - Construções rurais – São Paulo: Nobel, 1986

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