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Hepatites Epidemiologia: No Brasil, estimam-se 2 milhões de portadores do vírus B e 3 milhões do vírus C. Casos confirmados em Goiás (2005): B – 518, C – 137. Hepatite A é a mais prevalente, seguido pela hepatite B e C. OBS.: Hepatite pode evoluir para cirrose, devido à alta replicação viral, que provoca danos hepáticos. Definição: Inflamação do fígado em decorrência de etiologia e duração variáveis, que pode causar ou não sintomas e pode produzir ou não sequelas para o fígado. Etiologia: Uso abusivo de bebidas alcoólicas; Exposição a substâncias químicas agressivas ao fígado; Auto-imunidade; Esteato-hepatite não alcoólica; Hepatites virais. Hepatites Virais: São hepatites causadas em decorrência da infecção por alguns tipos de vírus; As hepatites mais importantes são as causadas pelos vírus hepatotrópicos; Principais Vírus: HAV: vírus da hepatite A; HBV: vírus da hepatite B; HCV: vírus da hepatite C; HDV: vírus da hepatite D; HEV: vírus da hepatite E. Hepatite A Família: Picornaviridae; Gênero: Hepatovirus; Período de incubação: 15 a 150 dias; Não cronifica; Pode ou não ser sintomática; Transmissão: oral-fecal, percutâneo (raro); Diagnóstico: é feito através de marcadores de anticorpos anti-HAV IgM; Prevenção: saneamento básico, medidas de higiene pessoal, beber água filtrada, vacinação; OBS.: Pode ou não ser sintomática e passando o período de aparecimento dos sintomas, o paciente se recupera bem. Adultos possuem a doença por um período mais ligeiro porém é mais grave. Hepatite E Família: Caliciviridae; Período de incubação: 15 a 60 dias; Não cronifica; Pode ou não ser sintomática; Transmissão: fecal-oral; Diagnóstico: anti-HEV IgM; Prevenção: saneamento básico, medidas de higiene pessoal, beber água filtrada. OBS.: Não é tão prevalente quando a hepatite A. Hepatite D Família: Deltaviridae; Gênero: Deltavirus; Período de incubação: 30 a 50 dias; Só acontece em indivíduos com o vírus da hepatite B (coinfecção, superinfecção); Transmissão: semelhante à hepatite B; Diagnóstico: marcadores sorológicos do HDV e HBV; Prevenção: a mesma da hepatite B. OBS.: O vírus da hepatite D necessita da presença do vírus da hepatite B para que possa se replicar. A infecção pode ser simultânea (B e D ao mesmo tempo) ou uma superinfecção (primeiro contrai a hepatite B e depois a D). A hepatite D é muito prevalente na região amazônica. Hepatite B Família: Hepadnaviridae; Gênero: Orthohepadnavirus; Período de incubação: 30 a 180 dias; 5 a 10% evolui para cronificação. OBS.: Geralmente os indivíduos que possuem a hepatite B podem evoluir para a cura, e uma pequena porcentagem (5-10%) podem evoluir para a fase crônica da doença (infecção por mais de 180 dias). Na maioria das vezes é assintomática. Os sintomas são semelhantes aos das demais hepatites (fadiga, mal-estar geral, sintomas digestivos como náuseas, vômitos e diarreia, icterícia, colúria e hipocolia fecal. Transmissão: Relação sexual desprotegida; Transfusão de sangue e derivados contaminados; Hemodiálise; Transplante de órgãos; Uso compartilhado de agulhas e seringas (UDI); Acidentes perfurocortantes; Transmissão vertical; Aleitamento materno; Procedimentos cirúrgicos e odontológicos com material não esterilizado; Fazer perfuração de orelhas, tatuagem ou piercing com instrumentos não esterilizados; Contato com portadores comunicantes domiciliares: toalhas, escovas de dente, barbeadores contaminados; Risco de transmissão sexual: HIV: 0,1 a 10%; VHB: 30 a 80%; HCV: raro. OBS.: paciente que já está vacinado e sofreu a exposição ao vírus, não há outros procedimentos que possam ser feitos. Já o paciente que não é vacinado, deve-se realizar tratamento com a imunoglobulina. Diagnóstico: Análise dos marcadores sorológicos do HBV para a confirmação diagnóstica: HBsAg, anti-HBc total e IgM, anti-HBs; O Anti-HBs presente na superfície garante a imunidade para hepatite B, o Anti-HBc IgM ou IgG não confere imunidade; Existem não-respondedores para vacina da hepatite B, portanto, após a vacinação, deve-se fazer o teste para avaliar a presença do Anti-HBs, se der reagente a pessoa está imune, e se não estiver, significa que não há imunidade e deve-se repetir o esquema de vacinação e repetir o teste novamente, se der negativo novamente, a pessoa não irá responder nunca a vacinação, logo é um não-respondedor e não se deve repetir o esquema de vacinação novamente); O Anti HBc IgM é marcador de infecção recente (aguda), o qual, tem sua concentração reduzida após 6 meses, e, o IgG é o marcador de infecção crônica; O Anti-HBe significa ausência de replicação viral; Na hepatite B crônica, o HBsAg e o anti-HBc IgG permanecem altos, e o Anti-HBc IgM decaí. A imunidade ocorre em decorrência da vacinação ou após recuperação da infecção passada. Prevenção: Uso de preservativos nas relações sexuais, testagem de gestantes no pré-natal, vacinação no recém-nascido, aleitamento apenas após a primeira dose da vacinação, utilizar apenas material descartável em procedimentos invasivos; O portador de hepatite B deve cobrir cortes ou arranhões, descartar curativos e absorventes adequadamente, lavar as mãos após contato com sangue e secreções, limpar superfícies que contenham gotas de sangue, contar para o parceiro sexual que é portador de hepatite B, orientar familiares sobre a vacinação. Vacinação: Realizada principalmente para usuários de hemodiálise, politransfundidos, hemofílicos, profissionais do sexo, populações indígenas, população carcerária, comunicantes domiciliares de portadores de hepatite B, portadores de Hepatite C de Neoplasias e de HIV; A imunoglobunina humana anti-HBV é indicada para: mães portadoras de HBV, pessoas que tiveram contatos sexuais com portadores da doença, vítimas de violência sexual e de acidentes ocupacionais com perfurocortantes. Hepatite B Aguda Pode ser sintomática ou assintomática. Sintomas: fadiga, mal-estar geral, sintomas digestivos, icterícia, colúria e hipocolia fecal. Curso sorológico da hepatite B aguda: Hepatite B Crônica Pode ser sintomática ou assintomática; Persistência de reação inflamatória do fígado por mais de 06 meses; Sintomas: fadiga, mal-estar geral, sintomas digestivos; Pode evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular. Curso sorológico da hepatite B crônica: Hepatite C Família: Flaviviridae; Gênero: Hepacivirus; Período de incubação: 15 a 150 dias; 80% evolui para cronificação Hepatite C Aguda: Pode ser sintomática ou assintomática; Os sintomas são raros, mas semelhantes ao das outras hepatites Hepatite C Crônica: Pode ser sintomática ou assintomática; Persistência de reação inflamatória do fígado por mais de 06 meses; Sintomas: fadiga, mal-estar geral, sintomas digestivos; Pode evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular. Transmissão: Transfusão de sangue e derivados contaminados; Hemodiálise; Transplante de órgãos; Uso compartilhado de drogas injetáveis e inaláveis; Acidente perfurocortante; Acupuntura, piercing, tatuagem, manicures, barbearia, instrumentos cirúrgicos não esterilizados; Relação sexual: raro; Transmissão vertical: baixa; Aleitamento materno? Diagnóstico: Realização de exames sorológicos (anti-HCV) e de biologia molecular Prevenção: Testagem em bancos de sangue; Não compartilhar objetos de uso pessoal; Uso de instrumentos estéreis na realização de tatuagens, piercing ou acupuntura; Não existe vacina; Não compartilhar agulhas, seringas e canudos; Uso de EPIs pelos profissionais da saúde; Uso de preservativo? Cirrose É o estágio final de uma agressão hepática; Há produção de colágeno (fibrose) que se deposita no fígado formando nódulos; Leva a insuficiência hepática. Carcinoma Hepatocelular A cirrose hepática é condição predisponente; Há uma forte associação entre carcinoma hepatocelular e infecção pelo VHB e VHC.
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