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BIOQUÍMICA II FUNÇÃO RENAL ÁCIDO ÚRICO Principal produto do catabolismo das bases purínicas (adenina e guanina) presentes nos ácidos nucleicos e outros compostos (ex ATP) Formado, principalmente no fígado, a partir da xantina, pela ação da enzima xantina oxidase O acido úrico no plasma esta quase todo na forma de urato monossódico Proteínas AA purinas xantina (xantina oxidase) urato de sódio ou acido úrico Purinas provem da dieta ou síntese endógena (síntese de novo e de salvação) Sintese de novo: A partir dos precursores = AA e acido fólico Feita pela enzima PRPP Fosforiliza a ribose, formando o anel de purina (requer ATP), assegurando, desse modo, uma fonte de nucleotídeos para os processos celulares ATP AMP, dando dois fosfatos para a ribose Ribose 5-fosfato 5-fosforribosil 1-pirofosfato Sintese da salvação: Não requer ATP (só transfere o fosfato por isso não usa o ATP) É a reutilização das purinas As bases purínicas libres formadas pela degradação hidrolitica dos ácidos nucleicos, e a hipoxantina derivada da adenina, podem ser reconvertidas em nucleotídeos por ezimas que evitam a degradação das purinas, reutilizando-as para formar novo composto (DNA) Enzima APRT (converte adenina livre em AMP): adenina + PRPP AMP + PPi Enzima HGPRT: hipoxantina + HGPRT IMP +PPi e guanina + PRPP GMP + PPi **hipoxantina xantina + xantina oxidase acido úrico Metabolismo do urato Quantidades constantes de acido úrico são formados e excretados como produto da renovação das substancias contendo purinas Teor de urato no plasma ao redor de 6mg/dL Quase todo o acido úrico excretado pelos glomérulos é reabsorvido nos túbulos proximais Pequenas quantidades são secretas pelos túbulos distais e excretadas na urina (500mg/dL) O urato excretado pelo sistema digestório é degradado pelas enzimas bacterianas (200mg/dL) Fatores que influenciam no acido úrico plasmático Sexo: maiores nos homens (estrógeno diminui quantidade de acido úrico) Obesidade e longos períodos de jejum: maior catabolismo celular mais quebra de RNA e DNA = mais purinas. Hipertensão Trauma das articulações Consumo de álcool (rico em purina) Grande ingestão de alimentos ricos em purina (ex peixes e frutos do mar) Uso de medicamentos que aumentam o acido úrico, como diuréticos (excreção seletiva de agua) Dietas: ricas em proteínas e ácidos nucleicos (ex carnes de porco, bacon e miudios) Hiperuricemia Aumento de acido úrico no plasma Aumento da síntese (hepática) ou defeito de eliminação (renal) do urato Supersaturados (=tipos) em concentrações acima de 0,42mmol/L Gota: desordem clinica deposição de cristais de uratos monossodicos (tofos) insolúveis nas juntas das extremidades ataques recorrentes de artrite inflamatória aguda: macrófagos tentam fagocitar os cristais, porem acabam morrendo, causado processo inflamatório (dor, calor, rubor, edema) nefropatia (cálculos renais de acido úrico) deformidades (ex joanetes nos pes) PRIMÁRIA: Supostamente genética (cromossomos X mais comum nos homens) Hiperprodução ou secreção deficiente de acido úrico, ou ambas Ocorre principalmente em homens Manifesta-se por hiperuricemia (>7mg/dL) e crises de artrite gotosa SECUNDÁRIA: Adquirida FISIOPATOLOGIA: Cristais são fagocitados pelos leucócitos e macrófagos Lesões nas membranas internas dos leucócitos Liberação do conteúdo lisossomal e outros mediadores inflamatórios agudos (citoquinas, protaglandinas, etc) Manifestação sistêmica em locais da gota DIAGNOSTICO CLINICO: Com base no envolvimento das juntas no processo inflamatório Historia de episódios similares (local inflamado) Presença de hiperuricemia, porem nem sempre a hiperuricemia é devido a gota ou o paciente apresenta aumento da uricemia só no momento da crina Nos casos duvidosos: aspirar o liquido sinovial durante o ataque e analisar no microscópio a presença de cristais de urato (forma de agulha, birefrigencia negativa) COMPLICAÇÕES EM CASOS NÃO TRATADOS: Urolitiase: 10-20% dos indivíduos gotosos Doença renal crônica: insuficiência renal crônica progressiva (deposição de cristais de uratos nos túbulos renais) ou insuficiência renal aguda (uropatia obstrutiva) Defeitos na eliminação de uratos Insuficiência renal crônica Salicilatos: afetam as vias de transporte do urato, diminuindo a excreção tubular distal em pequenas doses Redução da secreção tubular distal: o acido láctico, acido beta-hidrobutírico e algumas drogas (ex clorotiazina-diuretico) competem com o urato por esta via de excreção Doença metabólica inerente (erro inato do metabolismo): aquelas associadas a acidose láctica (ex doença do armazenamento do glicogênio tipo I) Hipertensão e doença cardíaca isquêmica: em 40% dos casos estão associados por diferentes causas (ex obesidade e drogas) Outras causas diversas (ex alcoolismo = tem purinas e é diurético, faz com que a concentração de cristais de urato nas articulações aumente) Aumento da renovação dos ácidos nucleicos (casos onde ocorre aumento da renovação ou destruição das células) Desordens mieloproliferativas: policitemia rubra vera, aumento da renovação dos precursores dos eritrócitos causando hiperuricemia Terapia com drogas citotóxicas: especialmente em leucemias e linfomas Psoríase: renovação das células da pele Estados hipercatabolicos e inanição: aumento da velocidade da destruição celular e redução da excreção de urato pela acidose láctica associada Defeitos enzimáticos específicos Defeito da HGPRT (xipoxantina-guanina fosforribosil transferase): bloqueio total ou parcial da via de salvação, as purinas não são reconvertidas Síndrome de Lesch-Nyahan: ligada ao cromosso X, com gene HGPRT-1 encontrado no sexo marculino Hiperatividade da fosforribosil pirofosfato sintetase: resulta no aumento da síntese de purinas com hiperuricemia intensa Deficiência de glicose 6-fosfatase: doença de Von-Gierke (hipoglicemia e acido láctico aumentado). Hiperuricemia provocada pelo aumento da síntese de novo (gliconeogênese) e redução da excreção de uratos. Hipouricemia Pouca importância clinica Teores reduzidos de acido úrico (abaixo de 2mg/dL) Doença hepatocelular severa com redução da síntese das purinas ou da xantina oxidase Defeitos na reabsorção do acido úrico: síndrome de Fanconin (aminoacidurica) e doença de Wilson (excesso de cobre no sangue=proteína que transporta cobre está no fígado) Administração de diurético associado com probenecida (uricosúrico) e fenilbutazona (uricosúrico e antinflamtório) pode aumentar a excreção de uratos Administração de alopurinol, 6-mercaptopurina ou azotioprina: inibidores da síntese de novo das purinas Colchicina inibe a migração celular e aumenta a excreção de uratos Ação dos medicamentos: atuam por antagonismo competitivo ou por bloquear o acesso de substratos (hipoxantina e xantina) ao sitio ativo da enzima Avaliar: filtração glomerular com creatina (porque é totalmente excretrada) e a reabsorção glomerular com a ureia (porque um pouco é reabsorvida) BIOQUÍMICA ÓSSEA Osso: Diáfise Epífise Metafise: area que converge da diáfise para a epífise Osso trabecular: homeostase mineral (cavidade do osso) Osso cortical: sustentação estrutural (parte dura do osso) Sais minerais inorgânicos cristalinas (75% do peso seco): Fosfato de cálcio Carbonato de cálcio Hidroxiapatia: com colágeno tipo I e cálcio Outros minerais (magnésio, potássio, zinco, flureto, radio, sulfato, cloreto) Matriz orgânica (25%): 94% de colágeno tipo I 5% de substancia básica (não-colagenosa). Ex: lipídios, glicoproteínas, proteoglicanas (condroitina e queratan sulfato) Células especializadas no osso (antagonistas = osteoblasto e osteoclasto) Osteoblasto: Células mesenquimais com intensa capacidade secretora (fatores de crescimento) localizadas nas lacunas osseas Produção de cadeias proteicas ricas em prolina e hidroxiprolina Remodelagem óssea: ricas em fosfatase alcalina (ALP), cuja a atividade é o índice de formação óssea Possuem receptores para o PTH (ativa a vitamina D), estrógenose vitamina D Osteoclastos: Células gigantes e multinucleadas relacionadas com a reabsorção óssea (lise óssea) PTH estimula a secreção de enzimas proteolíticas e ácidos orgânicos (lactato e cítrico) que digerem e solubilizam a matriz óssea calcificada Osteocitos: Estado de repouso das células osseas Derivam dos osteoclastos Podem diferenciar-se ruma a atividade blastica ou clástica/lítica Normalmente sintetizam pequenas quantidades de matriz para manter a integridade óssea, fatores de crescimento e o osteocalcina (proteína não colagenosa reguladora de cálcio) Remodelagem óssea: Reabsorção óssea: acao de osteoclastos na matriz mineralizada do osso (lacunas de Howship) Reabsorção óssea: atividade osteoclastica; liberação do N-telopeptídeo do colágeno tipo I (marcados de remodelação óssea/lise óssea, dosado no sangue quanto mais reabsorção óssea tiver, mais telopeptídeo tem no sangue) Formação óssea: ação de osteoblastos Osso mineralizado CÁLCIO Cátion de maior quantidade no osso Cálcio não ionizado (40-45%) ligado a albumina Cálcio ionizado livre (45-50%) forma ativa Cálcio complexado com anions como o citrato, fosfato, lactato (5-10%) Extracelular: Mineralização óssea Mecanismo de coagulação Manutenção do potencial de membrana Intracelular: Condução neuromuscular Manutenção do tono muscular Relaxamento do musculo Regulação da secreção exócrina das glândulas Preservação e integridade da membrana Esqueleto: principal local de armazenamento e mobilização (maior reserva) Órgãos envolvidos na homeostase do cálcio e fosforo: Osso Rins Intestino delgado Condições para absorção do cálcio: O cálcio somente é absorvido quando se encontra em sua forma iônica (ativo), permanecendo nesta forma até um pH de 5,5 (porções iniciais do intestino delgado), deste apenas 20 a 40% são absorvidos Deve-se evitar certas substancias que quando associadas ao cálcio formam produtos de baixa ionização, dificultando a dissociação e consequentemente sua absorção. Ex: oxálico + cálcio = oxalato de cálcio (pedra no rim) Deve-se estar presente o PTH (paratormônio) e a vitamina D obrigatoriamente para que ocorra a absorção do cálcio no intestino delgado Calcemia normal entre 9 a 11mg/dL HORMONIOS PTH: hipercalcemiante tira cálcio do osso. Quando a concentração de Ca2+ plasmático diminui, o PTH é liberado pelas glândulas paratireoides, estimulando a reabsorção óssea pelos osteoclastos, a reabsorção do cálcio pelos rins e a absorção de cálcio pelo intestino delgado (mediada por 1,25(OH)2D3). A secreção de PTH é regulada pelo cálcio, completando assim o ciclo da homeostase: um aumento dos níveis de cálcio diminui a secreção de PTH. A maioria das ações celulares clássicas do PTH é mediada pelo cAMP, que é gerado pela adenilato ciclase estimulada por proteína G (proteína acoplada ao receptor de cálcio) Sua secreção é estimulada pela baixa concentração de Ca2+ ionizado extracelular ou pela alta concentração de fosfato no soro. A carência de magnésio crônica pode inibir a liberação de PTH de suas vesículas secretoras, e baixas concentrações de 1,25(OH)2D3 interferem na sua síntese. Uma diminuição da concentração de cálcio ionizado no plasma estimula a liberação de PTH; isto promove a reabsorção de Ca2+ pelos rins, a reabsorção óssea, e a absorção pelo intestino pelo aumento da produção de 1,25 (OH)2D3. Como resultado, a concentração de cálcio no plasma aumenta. Por sua vez, um aumento da concentração de cálcio ionizado no plasma estimula a liberação de calcitonina, que inibe a reabsorção de cálcio pelos rins e a reabsorção óssea mediada pelos osteoclastos. Como age: No rim aumenta: a formação de vitamina D; reabsorção tubular de cálcio; excreção de fosforo e bicarbonato. Menor aumento do cálcio plasmático em relação a maior diminuição do fosforo plasmático. Influencia no intestino, aumentando o cálcio e o fosforo plasmático na mesma proporção No osso aumenta: numero de osteoblastos; síntese de colágeno; produção de fatores de crescimento; fatores de diferenciação de osteoclastos; interleucinas, OPG-L; numero de osteoclastos. Maior aumento do cálcio plasmático em relação ao menor aumento do fosforo plasmatico Promove síntese de vitamina D [1,5(OH)2)] no rim (derivada do colesterol): absorve o cálcio no intestino, também chamada de calcitriol ou colecalciferol, três formas de obtenção (luz solar produção nos rins, alimentação. No total: aumenta o cálcio e diminui o fosforo plasmático na mesma proporção. Ou seja, aumenta a calcemia e diminui o fosforo plasmático (tira fosfato do osso e elimina no rim) e aumenta a vitamina D. Redução da síntese de calcitriol diminuição da absorção intestinal do cálcio e da reabsorção óssea diminuição do cálcio sérico aumento da secreção do PTH aumento da síntese de calcitriol aumento da absorção intestinal do cálcio e da reabsorção óssea aumento do cálcio sérico diminuição da secreção do PTH redução da síntese de calcitriol Ação da vitamina D: Estimula a absorção de cálcio e fosforo no intestino delgado Aumenta a mobilização de cálcio no osso (junto com o PTH, efeito sinérgico) Eleva a reabsorção renal do cálcio e fosforo Eleva os teores de cálcio total e ionizado e fosforo plasmáticos É sintetizada na pele por radiação UV: transforma a pró-D3 em pré-D3 que vira vitamina D3, segue para o fígado, que recebe da dieta as vitaminas D3, de origem animal e luz solar, e D2, de origem vegetal, depois para o rim e dai pro intestino, onde vai fazer o aumento da absorção do cálcio e do fosforo, e pro osso, onde vai fazer a mobilização do cálcio armazenado, mantendo assim os níveis de cálcio sérico e fosforo, colaborando assim para funções metabólicas, saúde óssea e funções neuromusculares. Aumenta a calcemia e o fosforo plasmático Hipervitaminose D auxilia na osteoporose Estimulada por: PTH, baixa calcemia e baixa fosfatemia Obs: cálcio em excesso no sangue calcificação das artérias danos endoteliais trombose Faz a mineralização ossea Calcitonina (tireoide) Responde ao aumento do cálcio sérico Inibe a reabsorção óssea osteoclastica, reduzindo a perda de cálcio e fosforo do osso No rim inibe a reabsorção de cálcio e fosforo aumentando a sua excreção renal Antagonista ao PTH e a vitamina D Hipofosfatemiante e hipocalcemiante HIPERCALCEMIA Causas: Hiperparatireoidismo primário Hipervitaminose D Insuficiencia renal Outras desordens endócrinas: ex hipertireoidismo Aumento de proteínas plasmáticas Síndrome de leite-alcalis (NaHCO3) como antiácido para aliviar ulceras. O álcali reduz a excreção do cálcio urinário Manifestações clinicas: Maioria assintomáticos (>60%) A elevação do cálcio plasmático é um problema potencialmente serio que pode levar a enfermidades renais, arritmias cardíacas e mau estado geral Sistema neuromuscular: fadiga, fraqueza muscular, mal estar, depressão, apatia Cólica renal devido a cálculos renais (hipercalciuria) Aterosclerose Características bioquímicas associadas: Níveis elevados de PTH Hipercalcemia Hipofosfatemia Atividade aumentada da fosfatase alcalina Hiperparatireoidismo secundário na falha renal: Teoria do fosfato: diminuição do índice de filtração glomerular aumento da concentração do fosfato sérico decréscimo da síntese de calcitriol e aumento do PTH decréscimo da concentração do cálcio sérico pela baixa síntese de calcitriol aumento maior da secreção do hormônio da paratireoide Teoria da vitamina D: doença do parênquima renal decréscimo da síntese de calcitriol decréscimo da absorção de cálcio no intestino decréscimo da concentração do cálcio sérico com aumento de fosfato sérico (menor taxa de filtração glomerular) aumento do PTH HIPOCALCEMIA Causas: Vitamina D: Baixa exposição solar e síntese endógena Diminuição da captação intestinal (ma absorção ou dieta deficiente) Alteração do metabolismo hepático da vitamina D (doenças hepáticas e terapia anticonvulsionante aumentam o catabolismo de vitamina D) Diminuição da síntese renal de calcitriol (doença renal ou depedenciade vitamina D) Calcitonina: Infusão de calcitonina ou mitracinina (anti reabsortivo) Paratireoide: Hipoparatireoidismo (primário ou secundário) Pseudohipoparatireoidismo (PTH elevado apesar do cálcio reduzido) Cálcio: Ma reabsorção intestinal Pancreatite aguda (ocorre aumento da calcitonina) Infusão de agentes complexantes do cálcio (inativam o cálcio) Magnésio: Deficiência de magnésio (secreção reduzida PTH) Fosforo: Falha renal (teoria do fosfato) Infusão de fosfato (precipitação com cálcio) Manifestações clinicas: Geralmente assintomática Irritabilidade neuromuscular Tetania latente (espasmos) com flexão dos tornozelos e punhos, câimbras e convulsões Hipotensão e anormalidades eletrocardiográficas Hipocalcemia crônica: anormalidade nos dentes, cabelos, pele e unha FOSFATO Fosfato intracelular (15%) Fosfato extracelular (<0,1%) Fosfato no esqueleto (85%) FÓSFORO: Intracelular: Ligações de alta energia (ATP): contratilidade muscular, função neurológica, transporte eletrolítico Manutenção da integridade celular Regulação de enzimas Regulação do transporte de oxigênio através dos 2,3-difosfoglicerato (diminui a afinidade da hemoglobina pelo O2) Esqueleto: Resistência estrutural óssea Extracelular: Tampão no plasma e urina O fosfato também só é absoprvido quando em sua forma iônica, permanecendo nesta forma até um pH de 6,4. A presença de cálcio no intestino dificulta a absorlão de fosfato, pois quando a proporção de cálcio/fosfato for superior a 2/1 se tem a formação de fosfato de cálcio mais insoluvel (fezes) HIPERFOSFATEMIA Causas: Redução da excreção renal de fosfato Acromegalia (GH em excesso aumenta a reabsorção renal) Aumento da ingestão Hipervitaminose D Osteoporose Desidratação (ex exercícios intensos) Manifestações clinicas laboratoriais: Geralmente associado a hipocalcemia com tetania, convulsões e hipotensão Desencadeia um hiperparatireoidismo secundário com osteíte fibrosa (ma formação óssea) HIPOFOSFATEMIA Causas: Limiar renal de fosfato diminuído Redução da reabsorção renal (deficiência da vitamina D) Hiperparatireoidismo (hipofosfatemiante) Acidose (ex láctica e cetoacidose) Manifestações clinicas laboratoriais: Fraqueza muscular Necrose muscular Dor óssea Acidose metabólica Sintomas neurológicos variados MAGNÉSIO 55% nos ossos 45% nos tecidos moles 1% nos fluidos extracelular 75% livre ou iônica 30% ligado a proteínas, citrato, fosfato e outros anions Esqueleto: Associado com o cálcio e fosforo (55%) Extracelular: Estabilização dos axônios O magnésio e o cálcio são antagonistas fisiológicos no SNC Intracelular: Cofator em mais de 300 sistemas enzimáticos Ativador alosterico de enzimas (ex adenilato ciclase) Fundamental na glicólise, respiração celular, biossíntese proteica, coagulação sanguínea Manutenção da estrutura do DNA e RNA e ribossomos Balanço do magnésio O mecanismo de regulação do magnésio no plasma é pouco conhecido Proteínas, carboidratos, sódio, agua e vitamina D estimulam a absorção Fosfato inibe a absorção A fração ionizada é afetada pelo pH e pelas proteínas plasmáticas, citrato e fosfato O PTH e a aldosterona também controlam o Mg A avalição do estado do magnésio é difícil O magnésio excretado na urina é útil na distinção entre perdas renais de magnésio de outras causas de hipomagnesemia HIPERMAGNESEMIA Causas: Terapia com sulfato de magnésio Antiácido e purgativos com magnésio Falha renal (diminui a excreção) Manifestações clinicas: Desaparecimento dos reflexos dos tendões Depressão da respiração e apneia Sonolência Náusea e vomito HIPOMAGNESEMIA Causas: Redução na ingestão e absorção: Síndrome de ma absorção especifica de magnésio Esteatorreia Aumento na excreção ou diminuição na reabsorção: Perda tubular renal Alcoolismo e diabetes (diurese osmótica) Hipoparatireoidismo Manifestações clinicas: Tetania Irritabilidade neuromuscular Convulsão Arritmias cardíacas DOENÇAS ÓSSEAS Deficiencia de estrógenos (menos osteoblastos) maior reabsorção de osso com liberação de cálcio e fosforo decréscimo de hormônio da paratireoide decréscimo de 1-hidroxilação do calcitriol decréscimo do calcitriol decréscimo da absorção de cálcio Osteoporose tipo II Devido ao envelhecimento (senil) Perda óssea cortical e trabecular Doenças endócrinas (hipogonadismo) Doenças gastrointestinais (cirrose biliar) Distúrbios da medula óssea (leucemia) Doenças do tecido conjuntivo (artrite reumatoide) Drogas (álcool, ciclosporina e quimioterapia) Doença óssea de Paget Osteíte deformante (4% da população) Causa desconhecida Rápido comprometimento da remodelagem óssea Inicialmente aumento da atividade osteoclastica Segue-se fase de formação aumentada do osso Padrão desorganizado de áreas recém-formadas Osso mais frágil, sujeito a fraturas e deformidades MARCADORES BIOQUÍMICOS: ALTERAÇÕES DO METABOLISMO MINERAL E OSSEO Marcadores de formação: FAL e osteocalcina (atividade blastica) Marcadores de reabsorção: telo peptídeos e AA (atividade clástica) Fosfatase alcalina (FAL ou ALP) Fontes: Osteoblastos Células do canalículo biliar Placenta Leucócitos Células do túbulo proximal renal Glândula mamaria ativa Alteração: Aumento (sérico) Hiperparatireoidismo Doença de Paget Criança em fase de crescimento Sarcoma osteoblastico Osteomalacia Redução Hipofosfatasia Acondroplastia (nanismo) Ma nutrição Osteocalcina Maior componente não colágeno do osso formado por AA incluindo três resíduos carboxiglutamico Correlaciona positivamente histomorfometria Diminuição de PTH, hormônios da tireoide, ou GH esta associada a diminuição de osteocalcina Altera com o ciclo circadiano (valor máximo as 16 horas) Níveis maiores na infância e puberdade e menos na fase adulta aumentando o declínio após a menopausa Sua dosagem pode ser útil na classificação, escolha e monitoramento da osteoporose, doença de Paget e no hiperparatiroidismo Hidroxiprolina Aumento urinário em doenças relacionadas ao osso: Doença de Paget Artrite reumática Osteomalácia Osteoporose Doença neoplásica óssea Necrose asséptica óssea Em outras doenças: Acromegalia Queimadura Hipertireoidismo Falha renal crônica Osteomielite Peptídeos pré-colágenos C-terminal pré-peptídeo do colágeno tipo I Constitui 90% da matriz orgânica do osso Formado pelo precursor pré-colágeno que sofre clivagem na formação da fibra do colágeno I e na circulação plasmática Métodos por RIA na porção N terminal É um marcador ainda em avaliação mas é útil na osteoporose METABOLISMO DE LIPÍDIOS E LIPOPROTEÍNAS CLASSIFICAÇÃO DOS LIPÍDIOS Derivados esteróis Colesterol e seus esteres Hormônios esteróis Ácidos biliares Vitamina D Ácidos graxos Cadeia curta (2-4 C), média (6-10 C) e longa (12-26 C) Saturados (ligações simples): animal Insaturados (ligações duplas): vegetal Esteres do glicerol Triacilglicerídios (TG), fosfoglicerídios Derivados da esfingosina Esfingomielina (parte da bainha de miela, 1 acido graco +esfingosina + fosfato) Terpenos Vitamina A (retinol, fonte animal, e betacaroteno, fonte vegetal), E (antioxidante), e K (lipossolúveis) FUNÇÃO DOS LIPÍDIOS Combustível metabólico (TG – maior reserva energética) Componentes estruturais e funcionais das biomembranas (fosfolipídios) Isolante que permite a condução nervosa (esfingomielina) e previne a perda de calor (TG – gordura armazenada) Síntese de ácidos biliares e vitamina D (colesterol) Precursores de hormônios esteroides (colesterol, aldosterona...) TG: apolar (óleo de soja, azeite, carnes) Tem lipídios que não tem a ver com gordura, como o colesterol (precursor de hormônios) Anfipáticos: colesterol e AG (polar e apolat) Lipídio não vira gordura mas gordura pode virar lipídio Nem todos os lipídios são totalmente apolares COLESTEROL: Lipídio (componente essencial nas membranas celulares dos mamíferos é principalmente o colesterol livre encontrada nas membranas) Precursor: ácidos biliares, vitamina D, hormônios esteroidesMetabolismo é importante na etiologia das doenças cardiovasculares/principal componente dos cálculos biliares 30% a 60% = absorvido no intestino transportado para o fígado sob a forma de quilomicrons conteúdo dos quilomicrons remanescentes VLDL (lipoproteína) VLDL remanescente LDL = podem distribuir o colesterol aos tecidos através da ligação com o receptor da Apo B/E (receptor de LDL) Excreção: forma livre (como colesterol biliar) ou forma de ácidos biliares O colesterol não pode ser metabolizado pelas células dos mamíferos Colesterol livre x esterificado: 30% do colesterol circulante se encontra na forma livre maior parte esta esterificada em uma ampla variedade de ácidos graxos de cadeia longa Os esteres de colesterol são menos solúveis em agua do que o colesterol livre O colesterol da dieta chega no fígado colesterol livre O colesterol presente na VLDL e LDL esteres Esteres também constituem a forma de armazenamento do colesterol nos tecidos (gotas de lipídios) Ácidos biliares: O fígado secreta o colesterol como colesterol livre ou como ácidos biliares Quantitativamente os ácidos biliares são os produtos metabólicos mais importantes do colesterol Auxiliam na digestão das gorduras da dieta os ácidos biliares agem como detergentes, auxiliando a emulsificação dos lipídios ingeridos em partículas bem pequenas, isto auxilia a digestão enzimática e a absorção das gorduras da dieta Cálculos biliares: dor abdominar no quadrante superior direito/vomito após refeições gordurosas; esta condição resulta da formação de pedras ricas em colesterol na vesícula biliar Hormônios esteroides: O colesterol é o precursor de TODOS os hormônios esteroides A conversão do colesterol em hormônios esteroides ocorre somente em três órgãos: córtex supra-renal, testículos e ovários A maioria dos hormônios esteroides é excretada através dos rins SÍNTESE DE COLESTEROL As células humanas e animais possuem pelos menos dois mecanismos para obter o colesterol necessário na síntese de membranas, de hormônios esteroides, e de ácidos biliares Em termos quantitativos o fígado é o principal local Acetilcoenzima A: ponto de inicio B-oxidação de ácidos graxos de cadeia longa, desidrogenacao de piruvato e oxidação de aminoácidos cetogenicos Todas as reações biossinteticas ocorrem no citoplasma Regulação da biossíntese do colesterol: há uma reação inversa entre o consumo de colesterol proveniente da dieta e a biossíntese de colesterol Produzimos e comemos (25%) Todas as células sintetizam Dois mecanismos: Síntese: clássica via de síntese do colesterol endógeno Captação do colesterol exógeno: via endocitose da LDL Síntese de colesterol endógeno: Precursores: acetil CoA (provem da glicose, AA e acido graxo): pode gerar ATP ou colesterol Ocorre dentro das células, principalmente as hepáticas Colesterol dá origem as vitaminas D, homornios esteroides, ácidos biliares, lipoproteínas Duas enzimas do processo (enzimas chaves): HMG CoA Sintase ou Sintetase HMG CoA Redutase Via endocitose da LDL LDL para ser captado pela célula, deve-se ligar ao receptor de LDL LDL: lipoproteína carregadora de colesterol (de origem alimentar) ACAT: esterificação do colesterol (colesterol livre + ácidos graxos) LDL sofre endocitose pelo receptor de LDL dentro da célula sofre hidrólise lisossomal dando dois produtos: AA e colesterol o colesterol entra em contato com a HMG-CoA redutase no RER depois com ACAT = Colesterol esterificado Quando há muito colesterol no sangue (muito LDL): grande entrada de colesterol na célula feedback negativo sob o receptor de LDL é sob as enzimas Quando a pessoa para de comer colesterol (pouco LDL – pouco colesterol na célula): aumento na síntese de receptores de LDL e aumento da via clássica (maior trabalho da ACAT) LIPOPROTEÍNAS: proporcionam meios para o transporte de TG e colesterol entre os órgãos e os tecidos **desempenham um papel fundamental na aterosclerose (doença DCV) Os lipídios utilizados para a produção de energia são os ácidos graxos: Sintetizados no fígado e intestino Armazenados principalmente no tecido adiposo sob a forma de TG TG: são muito grandes e muito hidrofóbicos para serem transportados no plasma ligados a albumina, como ocorre com os ácidos graxos livres; em vez disso são acondicionados, juntamente com o colesterol, fosfolipídios e proteínas em lipoproteínas. Estrutura: Externo: polar; fosfolipídios anfipáticos e o colesterol livre, juntamente com as apoproteinas Dentro: apolar; hidrofóbilo; de esteres de colesterol e TG Colesterol livre (anfipático): parte polar – para fora, parte apolar – para dentro Fosfolipídios: interação da superfície com meios apolares (cabeça polar, cauda apolar) Apolipoproteina: proteínas que fazem parte das lipoproteínas Interagem com os receptores celulares e então determinam o destino metabólico das lipoproteínas Servem como ativadores ou inibidores de enzimas envolvidas no metabolismo as lipoproteínas Transportem lipídios no sangue Não absorvem TG TG devem ser hidrolizados (lipase pancreática = 3 AG + glicerol, vai para o intestino assim e vira TG novamente e é transportado pelo quilomicron, também vai para o sangue e dali para o fígado) antes da absorção. Classificação: Quilomicrons (QM) Transporta os TG da dieta do intestino para os tecidos perifericos Lipoproteína produzida pela célula do intestino Possui Apo B-48 (sintetizada pelo intestino; função estrutural); Apo C-I, C-II, C-III Transportam lipídios da dieta = TG Densidade baixa Lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) Transportam TG no fígado para a periferia Alguns remanescentes, em vez de serem reabsorvidos, transformam-se nas LDL Apo C-I, C-II, C-III; Apo B-100; Apo E Local de síntese: intestino, figado Mobilidade eletroforética: pré-B Lipoproteínas de densidade intermediaria (IDL) Local de síntese: intravascular Lipoproteínas de densidade baixa (LDL) Principais carreadores de colesterol no plasma Apo B-100, Apo E Local de síntese: intravascular Mobilidade eletroforética: B Lipoproteínas de densidade alta (HDL) Transporta o colesterol da periferia para o fígado (transporte reverso do colesterol) Apo A-I, A-II Local de síntese: Intestino, figado Mobilidade eletroforética: a Enzima lipase lipoproteica (LPL) = no endotélio Hidrolisa lipídios Quebra TG presente nos QM Precisa da ação das Apo: CI, CII = auxiliam a LPL CIII = inibe a LPL E Diminui o teor de TG nos QM (QM é produzido so quando comemos) TG vai diminuindo pela ação da LPL até o IDL, onde vira colesterol e ainda sob o uso das LPL, no HDL é encontrado colesterol e 50% proteínas (por isso a densidade é maior) QM remanescentes podem ser captados pelo fígado (receptores de QM) hidrolise síntese de gorduras produz VLDL (24h por dia – independe da alimentação) Metabolismo das lipoproteínas : Reunião das lipoproteínas Transferência dos AGs para as células (LPL); QM e VLDL se transformam em partículas remanescentes Partículas remanescentes receptores Algumas remanescentes se transformam em LDL Transporte reverso do colesterol = HDL remove o colesterol dos tecidos; LCAT esterefica-os; volta ao fígado ou é transferido pelo CETP para outras lipoproteínas Via exógena: TG alimentar lipase pancreática (quebrados) absorção (enterocitos) reagrupados em QM vao pro plasma (após refeições) LPL libera AG e glicerol que vao para o tecido muscular e adiposo QM remanescentes fígado Via endógena: TG sintetizados endogicamente VLDL plasma, recebe colesterol e Apo-E do HDL pela CEPT LPL VLDL remanescentes uns vao para o fígado, outros sofrem hidrolise LPL IDL LDL (Apo B -100) fígado ou tecidos periféricos (receptor B/E) na célula: ACAT esterifica colesterol liberado (regulam a síntese endógena) CETP HDL (LCAT esterificação) HDL-3 colesterol (CETP QM e VLDL) ou fígado (receptor Scarvergen- B-1) onde sofre transferência do colesterol do HDL para o fígado (sai em forma de esterol ou sal biliar) HDL inicianovo ciclo VLDL sai do fígado e vai para o sangue sofre ação da LPL (apo CII) TG vai para as células VLDL menor de tamanho IDL LDL que pode ir para o fígado pelo receptor LDL (B – apo b 100; E – apo E), pode ser “ruim”, pode se acumular nas artérias quando estão em excesso Fígado VLDL HDL-2 (manda pro fígado ou VLDL) IDL HDL-2 atraves do CETP LDL endotélio tecido extrahepatico HDL-3 (manda para a HDL-2 ou fígado através da LCAT) pela CERP AGL = ácidos graxos livres Transporte reverso do colesterol LCAT: esterifica o colesterol adquirido pelas HDL Ativado pelo Apo A-I Na célula, a esterificação ocorre pelo ACAT HDL CETP LDL (ACAT) Apo B-100 ( tecidos periféricos, acumulando em vasos sanguíneos = colesterol ruim) Apoliproteinas: Apo AI: HDL; ativa LCAT Apo AII: HDL; ativa LCAT Apo B-100: VLDL, LDL; ligação com o receptor LDL Apo B-48: QM Apo CI: ativa LPL Apo CII: ativa LPL e LCAT Apo CIII: inibe LPL, inibe receptor Apo E Apo E: ligação com o receptor LDL Todos com origem no fígado. Exceto: Apo B-48 = intestino HDL: pega o colesterol ester (cerp) para ele não se acumular nos tecidos, levando-o para o fígado (degradação) HDL-2: rica em colesterol e TG HDL-3: rica em colesterol Receptor para HDL: receptor Scarverger B1 (no fígado) Mensuração das lipoproteínas: difícil medir a concentração de partículas de lipoproteínas no plasma = composição heterógena A maior parte do colesterol esta presente no plasma nas LDL, e por esta razão a concentração do colesterol plasmático total é uma aproximação da concentração das LDL. De forma semelhante, a concentração do TG plasmáticos é o resultado da soma total das VLDL e IDL. Duas hidrolases, a LPL e a HTGL, removem os TG das partículas de lipoproteínas ricas nesses lipídios: LPL: digere os TG de QM e VLDL (e libera ácidos graxos e glicerol para o metabolismo celular ou para o armazenamento) HTGL: age nas partículas já digeridas pela LDL/ facilita a conversão da IDL em LDL Os receptores das lipoproteínas medeiam a internalização celular dessas partículas e permitem as células obter colesterol e outros lipídios do meio externo Principal: apo B/E (receptor de LDL) * receptores de LDL = receptores Apo B/E *colesterol bom: HDL-3 (rica em colesterol), HDL-2 (rica em colesterol e TG) *só se perde colesterol através do sistema biliar, pelo fígado DISLIPIDEMIAS Distúrbios de síntese, transporte ou catabolismo dos lipídios. Alterações dos valores séricos dos lipídeos ou lipoproteínas induzem e potencializam a aterosclerose Fatores de risco no desenvolvimento das doenças cardiovasculares Determinações laboratoriais: Perfil lipídico (lipidograma em jejum): Colesterol total (CT): não é necessário estar em jejum Triglicerídeos (TG) HDL-C LDL-C Hormônios sexuais femininos: aumentam o HDL LDL-C = CT – (HDL + TG/5): formula usada para exames onde o TG < 400 mg/dL VLDL: TG/5 Lipoproteína (a) – Lp (a) Associada a ocorrência de eventos cardiovasculares Não há provas de que a diminuição dos níveis diminui o risco de aterosclerose Homocisteina (HCY) AA formado do metabolismo da metionina (folato) Elevações associadas a disfunção endotelial, trombose e maior gravidade de aterosclerose (aumento da oxidação da LDL) Não há evidencias de que níveis elevados sejam fator de risco elevado Proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-as) Marcador do processo inflamatório em indivíduos sadios Não se aplica a fumantes, diabéticos, portadores de osteoartrose, mulheres sob TRH, no uso de AINES ou em infecções PCR ultrassensível = prevenção Orientações: 2 ou 3 dias diferentes, jejum de 12-14 horas Dieta habitual e peso mantido pelo menos duas semanas antes do exame Doenças e cirurgias em geral deve-se aguardar pelo menos 8 semanas Nenhuma atividade física vigorosa 24h antes do exame Evitar ingestão alcoólica 72h antes do exame Índice de Castelli I = CT/HDL Índice de Castelli II = LDL/HDL O risco de doença cardiaca esta aumentado quando: I: for maior que 4,4 II: maior que 2,9 Indicadores de risco de DAC (doença arterial coronariana): Aumento de LDL-C e apo-B Diminuição de HDL-C e de apo A-I TG/CT >5: aumento de VLDL e QM <5: aumento de VLDL e LDL Dosar: Apo AI = HDL (ativa LCAT; bom) Apo B = VLDL, LDL (ruim) Apo CII = LPL (se baixo ruim = aumenta VLDL e TG (não degrada) Eletroforese das proteínas: Dados mais precisos sobre o aumento de HDL e LDL Por densidade Quantificar as lipoproteínas (separar no campo magnético) Classificação: etiológica Primarias: causas genéticas Distúrbios genéticos hereditários Herança dominante, recessiva ou complexa Mutações em um ou mais genes envolvidos no metabolismo das lipoproteínas Secundarias: apresenta causa secundaria Distúrbios metabólicos ou hormonais Infecções, neoplasias Consumo de dieta rica em colesterol ou gordura saturada Uso do álcool ou drogas Classificação: laboratorial Hipercolesterolemia isolada: elevação isolada do CT, geralmente aumento do LDL-C >= 160mg/Dl Hipertrigliceridemia isolada: elevação isolada dos TG, por aumento do VLDL e/ou QM (TG >= 150mg/dL) Hiperlipidemia mista: valores aumentados de CT e TG HDL-C baixo (abaixo de 40): com ou sem aumento de LDL ou TG Hipotireoidismo: CT (muito alto) e TG altos Caracterizada pelo aumento das concentrações plasmáticas do LDL-C, consequente ao decréscimo dos números de receptores hepáticos para a remoção destas partículas Nos indivíduos com hipotireoidismo e obesidade observa-se hipertrigliceridemia em decorrência do aumento da produção hepática das partículas de VLDL, da lipólise diminuída dos TG séricos e, em alguns indivíduos com o genótipo E-2/E-2, da remoção lenta dos remanescentes de VLDL. Doença renal: CT e TG altos Estudos “in vitro” sugerem que pressão oncótica baixa no plasma, própria da síndrome nefrotica, estimula diretamente a transcrição do gene da Apo B100, aumentando a síntese das lipoproteínas que contem essa apolipoproteina (VLDL e LDL) Hepatopatias: CT muito alto e TG alto A cirrose biliar, a colangite esclerosante e outras hepatopatias que cursam com colestase, podem ser acompanhadas de hipercolesterolemia significativa Defeito no catabolismo ou lipoproteínas Síndrome metabólica Obesidade abdominal (>94cm homens e >80cm mulheres) Resistência à insulina (glicemia > 100mg/dL) Aumento dos triglicerídeos no sangue (>150 mg/dL) Aumento de LDL (>190mg/dL) **menor e densa Diminuição de HDL-c (<40 em homens e <50 em mulheres) Hipertensão arterial (>130 3 >85mmHg) Obs.: tecido adiposo: lipase = TG AG e glicerol AG transportado pela albumina fígado (VLDL) ou musculo (ATP) HIPERLIPOPROTEINEMIAS PRIMÁRIAS Classificação segundo: alterações laboratoriais; fredrickson Diagnostico laboratorial da deficiência de LPL e de apo C-II (Tipo I) Hipertrigliceridemia (QM e VLDL) Presença de QM – aspecto do soro (normal amarelo; branco/ turvo: gordura no sangue) Eletroforese – banda QL – origem: HDL mais rápida e QM mais lenta (densidades diferentes) Estudo das isoformas da apo E Focalização isoelétrica Genotipagem da apo E Pesquisa do genótipo apo E2/E2 Técnicas moleculares Defeito na LPL: muita Apo C-II Defeito no Apo C-II (coadjuvante do LPL): LPL também para de funcionar Muita Apo B-48 (dosado para saber os níveis de QM) Diagnostico da hipertrigliceridemia familiar (tipo IV e V) Hipertrigliceridemia acentuada (muito TG) Colesterol normal (IV) ou aumentado (V) Aumento de pré-betalipoproteina isolada (IV) Aumento de pré-betalipoproteina + QL (V) Tipo IV: aumento de VLDL e apo B-100 Tipo : aumento de QM e VLDL/ Apo B-48 e apo B-100 Problemas de síntese, não no receptor Risco de doenças cardiovasculares Diagnostico diferencial Deficiência de LPL ou apo C-II Diagnostico da hipercolesterolemia familiar (tipo IIa) Hipercolesterolemia Colesterol total >330mg/dL (normal: <200mg/dL) LDL-C Aumento da fração beta-liproteina Defeito no receptor para LDL Testes funcionais do receptor LDL (apo B-100 faz conexão com o receptor) Pesquisade mutações do gene do LDLR Sintomas: xantomas tendinosos e tuberosos Diagnostico da hiperlipidemia combinada familiar (IIb) Hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia Problemas na Apo B-100 Aumento das frações pre-beta, beta ou ambas Aumento de apo B Hiperapo B (LDL densa): síntese elevada com muito apo b-100 = mais aterogênica Relação apoB/colesterol da LDL aumentada Diagnostico da apo B defeituosa familiar Hipercolesterolemia moderada Problemas no receptor da apo B-100 Estado funcional da apo B: Ensaio de ligação da LDL isolada com fibroblastos em cultura Detecção da mutação da apo B: Técnicas moleculares Hipercolesterolemia poligênica Manifestação: interação complexa de fatores genéticos múltiplos e ambientais (multifatorial) Representa 50-70% dos casos de hipercolesterolemia observados que acometem 5% da população Polimorfismos genéticos Diabetes, hipertensão, síndrome metabólica, idade avançada FISIOPATOLOGIA DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES (DCV) Quanto maior o percentual de colesterol no sangue, maior o risco de uma DCV e mortalidade Hipótese da evolução da placa de ateroma Lesão do endotélio: por hiperlipidemia, hipertensão, fatores hemodinâmicos, tabagismo, radicais livres e infecção Placa de ateroma, formação da capa fibrosa (macrófagos, células T, colágeno, plaquetas, células musculares) com estrias de lipídios (LDL- entrada de lipídeos) Evolução progressiva e lenta Capa fibrosa com centro de lipídeos Controle inadequado (hipercolesterolemia) = trombo e obstrução: placa rica em lipídeos e instável Controle adequado: placa pobre em lipídeos e estável Aterogenese LDL na artéria Sofre ação de espécies ativas do oxigênio (H202 etc.) Mesmo sofrendo ação de vitaminas antioxidantes (E, C, A) acaba sendo oxidada Macrófago (atraídos pela lesão do vaso; possui receptor especifico para LDL-OX; não possuem feedback, isto é, não param) captam a LDL oxidada formando as células esponjosas Morte: forma tecido necrosado abaixo do endotélio Placa de ateroma: colesterol + células espumosas + células necróticas + cristais de colesterol + plaquetas Acumulo de lipídios modificados Ativação das células endoteliais Migração das células inflamatórias Ativação das células inflamatórias Recrutamento as células musculares lisas Proliferação e síntese da matriz Formação da capa fibrosa Ruptura da placa Fatores que desestabilizam a placa: cigarro, álcool, radicais livres, pressão arterial elevada Agregação das plaquetas Trombose Aterosclerose: Principal causa de morte em todo o mundo Evolução lenta e assintomática Vários fatores aceleram sua evolução – fatores de risco Os sintomas aparecem geralmente apenas quando ocorre importante obstrução do vaso Não existe terapêutica curativa A abordagem consiste na identificação e correção dos fatores de risco O tratamento invasivo é feito apenas quando a obstrução é severa, pois ele não impede a progressão da doença Manifestação clinica: Doença cardiovascular Angina Infarto do miocárdio (IAM) Doenças Cerebrovasculares Isquemia cerebral Derrame cerebral Doença vascular periférica Claudicação intermitente Gangrena Diagnostico clinico-laboratorial das DCV: Importância: Identificar as diversas etiologias que possam estar envolvidas na aterosclerose e nas DCV Determinar os fatores de risco Estabelecer um programa de prevenção primaria e secundaria Primaria (doença não se instalou ainda): modificação dos fatores de risco para retardar ou evitar o aparecimento da doença aterosclerótica hipertensão, álcool, tabagismo, sedentarismo, infecções, obesidade, estresse, dieta inadequada, diabetes, dislipidemias, idade, sexo e historio familiar Secundaria (tratamento): terapêutica para reduzir os eventos e diminuir a mortalidade em pacientes com doença aterosclerótica, terapêutica para evitar ruptura da placa, controle dos fatores de risco Estratificação do risco: A estratificação é feita com base no risco absoluto (CV global) O LDL-C é considerado fator casual e independente de aterosclerose e sobre o qual se deve agir a fim de diminuir a morbimortalidade O poder preditor de risco e a meta lipídica adotada para prevenção varia de acordo com os fatores de risco presentes Fatores que predispõe ao desenvolvimento da aterosclerose: Hipertensão Dislipidemias Disfunção da hemostasia Diabetes Dieta inadequada Idade Disfunção endotelial Sexo Estresse Obesidade Infecção Sedentarismo Histórico familiar Tabagismo Alcoolismo Fatores inflamatórios Associação dos fatores de risco: Hipertensão (>=195mmHg): x3 Valor de colesterol (8,5mmol/L, 330mg/dL): x4 Habito de fumar: x1,6 Hipertensão + colesterol: x9 Hipertensão + habito de fumar: x4,5 Habito de fumar + colesterol: x6 Todos juntos: x16 Valores de referencia do perfil lipídico adultos >20 anos Terapêutica: mudança no estilo de vida e medicamentos MEV: Tratamento dietético: Dieta pobre em gordura saturada e colesterol (hipercolesterolemia) Dieta hipocalórica e restrição a carboidratos (hipertrigliceridemia secundaria a DM) Exercício físico: 3x por semana 40 minutos (60 a 80% FCM) Tabagismo: abordagem cognitiva comportamental e farmacoterapia Colesterol alimentar: Influencia diretamente os níveis de colesterol Encontrado apenas em alimentos de origem animal Possui menor efeito sobre a colesterolemia, se comparado à gordura saturada Para reduzir, restringir: Consumo de vísceras Leite integral e seu derivados Biscoitos amanteigados, croissants, folhados Sorvetes cremosos, embutidos, frios, pele de aves, frutos do mar, gema de ovo (225mg/unidade) Ácidos graxos saturados: Elevam a colesterolemia por reduzirem receptores celulares B-E, inibindo a remoção do LDL-C pelo fígado Permite, ainda, maior entrada de colesterol nas partículas LDL Principal causa alimentar de elevação do colesterol plasmático Para reduzir, restringir: Gordura animal (carnes gordurosas, leites e derivados) Polpa de coco, óleo de dendê e coco no preparo de alimentos Ácidos graxos polinsaturados: Ômega 6 (linoleico e araquidônico) Soja, milho e girassol Reduz CT e LCL-C Ômega 3 (alfa-linolenico, EPA e DHA) Soja, canola e linhaça e peixas da agua fria (sardinha, salmao, cavala) Diminui síntese hepática de VLDL (menos TG) Diminui viscosidade do sangue Relaxamento do endotélio Desvantagens: diminui HDL-C e aumenta a oxidação lipica quando usados em grande quantidade Acido graxo monoinsaturado: Oleico: Mesmo efeito dos polinsaturados Vantagem: não diminui o HDL-C e não aumenta a oxidação lipídica Tratamento farmacológico: Vastatinas – mecanismo de ação: Estatinas ou vastatinas: Aumentam o numero de receptores para LDL no fígado Diminui: CT LDL Inibe: enzima HMG CoA redutase Fármaco Doses Δ LDL-C Sinvastatina 20 a 80mg - 27% a 42% Lovastatina 10 a 80mg - 21% a 41% Pravastatina 20 a 40mg - 20% a 33% Fluvastatina 20 a 80mg - 15% a 37% Atorvastatina 10 a 80mg - 37% a 55% Rosuvastatina 10 a 40mg - 43% a 55% Ezetimiba: Mecanismo de ação ezetrol é um composto de uma nova classe de redutores de colesterol que inibe seletivamente a absorção intestinal de colesterol e de fitosterois Recomendada adição quando a meta de LDL-C não é atingida com o tratamento de estatinas Fibratos: São fármacos derivados do acido fibrico que agem estimulando os receptores nucleares denominados “receptores alfa ativados de proliferação dos peroxissomas” (PPAR-a) Esse estimulo leva ao aumento da produção e ação da lipase lipoproteína (LPL), responsável pela hidrolise intravascular dos TG (diminuindo os níveis de TG e VLDL, ao aumentar sua eliminação) e redução da Apo C-III, responsável pela inibição da LPL O estimulo do PPAR-a pelos fibratos também leva a maior síntese da Apo A-I, e consequentemente, de HDL Medicamento Dose mg/dia Δ HDL-C Δ tG Bezafibrato 400 a 600 + 5 a 30% - 15 a 55% Ciprofibrato 100 + 5 a 30% - 15 a 45% Etofibrato 500 + 5 a 20% - 10 a 30% Fenofibrato250 + 5 a 30% - 10 a 30% Genfibrozil 600 a 1200 + 5 a 30% - 20 a 60% Sequestrantes de ácidos biliares (resinas) São fármacos que reduzem a absorção intestinal de ácidos biliares e, consequentemente, de colesterol (circulação enterro-hepática) Ex: colestipol, coleveselam e colestiramina Com a redução da absorção, reduz-se o colesterol intracelular no hepatócito e, por este motivo, aumenta-se o numero de receptores de LDL e a síntese de colesterol Esse efeito é potencializado pelo uso concomitante de estatinas Desvantagem: intolerância e esteatorreia Formam um complexo insolúvel com os ácidos e sais biliares, impedindo sua reabsorção no intestino. Apolipoproteínas Funções Origem Conc. Plasm. (mg/dL) Apo A-I Principal proteína estrutural da HDL Fígado e Intestino 100-200 Ativa a LCAT Ligação da HDL Apo A-II Principal proteína estrutural da HDL Fígado 20-50 Ativa a LCAT Aumenta a atividade da HTLP Apo A-IV Componente das Lipoproteínas Intestinais Intestino 10-20 Apo B-100 Principal proteína estrutural da VLDL e LDL Fígado 70-125 Ligação com o Receptor LDL Apo B-48 Principal proteína estrutural dos Quilomícrons Intestino <5 Apo C-I Ativa a Lipoproteína Lipase Fígado 5-8 Apo C-II Ativa a Lipoproteína Lipase Fígado 3-7 Ativa a LCAT Apo C-III Inibe a Lipoproteína Lipase Fígado 10-12 Inibe o receptor que reconhece apo E Apo E2,3,4 Liga-se ao Receptor LDL e Remanescente Fígado 3-15 Apo (a) Proteína estrutural da Lp(a) Fígado <30 Pode inibir a ligação do Plasminogênio
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