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Anhanguera Educacional
Unidade 1
Direito
	ATPS - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
George da Silva Alves – R.A: 8253805297
Jed Aparecido de Almeida – R.A: 8409138653
Marcio Pimenta – R.A: 8207957851
Roberto Eduardo Lopes de Souza – R.A: 8406125777
Campinas
2014
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George da Silva Alves – R.A: 8253805297
Jed Aparecido de Almeida – R.A: 8409138653
Marcio Pimenta – R.A: 8207957851
Roberto Eduardo Lopes de Souza – R.A: 8406125777
	ATPS - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
	Trabalho apresentado como exigência para obtenção de nota na matéria De Introdução ao Estudo do Direito da Universidade Anhanguera Educacional.
	Orientador: Professora Michely
Campinas
2014
NORMA JURÍDICA
Podemos entender como norma jurídica aquela que se encontra no ordenamento jurídico em forma de Lei, Decreto, Regulamento, Norma, etc... A norma jurídica tem como objetivo regular a vida em sociedade, impondo regras de conduta que se não cumpridas podem se tornar passiveis de sanções e penas. 
Para Gusmão (2013, p. 79), norma jurídica “É a proposição Normativa inserida em fórmula jurídica (lei, regulamento, tratado internacional, etc.) garantida pelo poder público ou pelas organizações internacionais (direito internacional)”. Podemos dizer que a definição dada por Gusmão é derivada do pensamento de Hans Kelsen, famoso jurista, filósofo e sociólogo austríaco que viveu entre os anos de 1881 e 1973 e dono de uma das obras mais estudadas no mundo do direito sob o título de Teoria Pura do Direito.
Segundo Kelsen (1999, p. 4) norma se define como “[...] algo deve ser ou acontecer, especialmente que um homem se deve conduzir de determinada maneira”. Para Kelsen uma norma surge e se torna algo obrigatório, algo que conduz o homem de determinada maneira, quando o homem vivendo em sociedade e diante de determinados costumes praticados pela maioria veem a necessidade de tornar tal costume obrigatório. Logo, quando alguém que vive naquela sociedade descumpre o que foi imposto pela norma, se torna passível de sanção prevista pela norma. 
	As normas através das quais uma conduta é determinada como obrigatória (como devendo ser) podem também ser estabelecidas por atos que constituem o fato do costume. Quando os indivíduos que vivem juntamente em sociedade se conduzem durante certo tempo, em iguais condições, de uma maneira igual, surge em cada indivíduo a vontade de se conduzir da mesma maneira por que os membros da comunidade habitualmente se conduzem. O sentido subjetivo dos atos que constituem a situação fática do costume não é logo e desde o início um dever-ser. Somente quando estes atos se repetiram durante um certo tempo surge no indivíduo a idéia de que se deve conduzir como costumam conduzir-se os membros da comunidade e a vontade de que também os outros membros da comunidade se comportem da mesma maneira. Se um membro da comunidade se não conduz pela forma como os outros membros da comunidade se costumam conduzir, a sua conduta é censurada por esses outros porque ele não se conduz como estes querem. Desta forma a situação fática do costume transforma-se numa vontade coletiva cujo sentido subjetivo é um dever-ser. (KELSEN, 1999, p. 7)
 Os estudos de Kelsen se aprofundam no que diz respeito à validade de uma norma. Para ele uma norma só é considerada válida se derivada de uma norma fundamental. 
Pode-se definir a norma fundamental como a que disciplina a criação de normas jurídicas, ou seja, a produção jurídica (criação de normas jurídicas, bem como estabelecem princípios fundamentais de ordem jurídica. É aquela que dá validade às normas criadas com observância das regras disciplinadoras da criação do direito por ela mesma estabelecidas. A norma fundamental é a norma primária por excelência. Em sentido restrito norma primária é a que estabelece modelo de conduta (lícita ou ilícita), de atos de organizações etc. Nesse sentido, direito civil, direito comercial, direito penal e direito administrativo são constituídos de normas primárias. Já a norma secundária dá os meios para a eficácia das demais normas jurídicas, tendo, geralmente, por destinatário o Poder Judiciário (GUSMÃO 2013, p. 94)
FUNÇÃO DA NORMA JURÍDICA 
A norma jurídica, diferente do que parece não tem apenas a função de aplicar sanções, impor regras e comportamentos coercitivos. Pelo contrário podemos encontrar na norma jurídica a função preventiva, que tem por objetivo prevenir através da imposição da lei a ocorrência de conflitos entre pessoas, por exemplo. 
Além disso, a norma jurídica tem função distributiva e atribui direitos e obrigações aos que integram determinada sociedade (Ex: direito de ir e vir, liberdade de expressão, direito da criança, obrigações tributárias, obrigações eleitorais, etc.), no direito público por exemplo, a norma pode atribuir poderes, competências, obrigações e funções. Ainda temos as funções de defesa social e função repressiva que discorrem sobre as normas penais, entre outras funções não menos importantes. (GUSMÃO, 2013, p.81)
Segundo Fernandez (2013, Online) entende-se como principal função da norma jurídica “[...] a de proporcionar estabilidade na forma de ordenar a convivência humana cada vez mais complexa”. 
Entendemos por função da norma a tarefa de fazer valer tudo o que ela mesma discorre em seu texto. A Constituição Federal, por exemplo, tem como função garantir aos brasileiro tudo o que nela está previsto como direito e obrigação. Obviamente que para que isso ocorra se faz necessário que haja uma estrutura capaz de fazer esses direitos e obrigações sejam cumpridos , mas esse assunto não é o caso deste estudo específico. 
NORMA GERAL 
Pode-se entender como norma geral aquela em que seu texto abrange várias pessoas. Podemos definir norma geral como a norma define deveres e obrigações a todos de uma população que se enquadre em uma situação jurídica igual. Por exemplo: A constituição Federal pode ser considerada como uma norma geral, pois sua redação se destina a todas as pessoas do país. A norma geral é a que trata dos aspectos mais amplos de determinado assunto e que na maioria das vezes contempla todo o território nacional.
Segundo Gusmão (2013, p. 81) “[...] a norma é geral quando tem por destinatário várias pessoas, [...] permite alcançar indeterminado número de ações, de atos e de pessoas”.
Para Carvalho (1999, p. 33) “As normas jurídicas gerais guardam relação com o receptor normativo, designando-se geral aquela significação que é dirigida a um conjunto de sujeitos indeterminados”.
NORMA ABSTRATA 
	Podemos entender como Norma Abstrata a norma que não está direcionada para um ato ou caso isolado. Exemplo: “Pena de 6 anos de reclusão se João da Silva, RG nº 10 matar José Soares RG nº 30 ”. Nesse caso se de fato João matar José e a pena for aplicada, esgota-se a eficácia da Lei, pois não haverá mais na relação o José Soares com o nº de RG nº 30 e a lei não mais terá mais qualquer hipótese de aplicação.
	Por outro lado quando em determinada lei geral está determinado: “ Fica determinado pena de 6 anos de reclusão para àquele que com ou sem motivo tirar a vida de alguém”. Nesse caso, se alguém de fato matar outra pessoa, a eficácia da lei não se esgotará porque a lei não estaria tratando de um caso específico. Portanto neste exemplo encontramos a forma abstrata da norma, que prevê uma determinada sanção para uma hipótese futura sem que sua vigência e eficácia sejam comprometidas caso o fato previsto ocorra. 
	Para Gusmão (2013, p.81) norma abstrata é aquela que “[...] prescreve ação ou ato típico. [...] pela abstração a norma pode prever ato, ação ou negócio típico, em suas características essenciais, por exemplo, ao definir o crime de furto”.
	Para Hans Kelsen (1999, p.172) a norma abstrata é aquela que não é destinada a um caso em concreto, mais sim a norma que trata do “dever ser”, “dever fazer” para situações diferente no futuro.A norma abstrata torna mais clara o que é ou não permitido, o que pode ou não ser feito , e se acontecer algo que nela esteja previsto determina as sanções cabíveis para o ocorrido.
IMPERATIVIDADE DA NORMA
Na formação do ordenamento jurídico de um país, são criadas diversas normas pelo sistema legislativo com o objetivo de regular a conduta humana em sociedade (KELSEN, 1998, p. 21). Porém apenas a criação das normas de conduta não são o suficientes para garantir que uma nação tenha um satisfatório desenvolvimento social.
Apesar das boas intenções das normas e de os preceitos nela constituídos serem para que a normas jurídicas realmente funcionem, muitas vezes os preceitos normativos não compreendem com exatidão a realidade social vivida, e a falta de cobrança por parte dos órgãos públicos constituídos para fiscalização das leis, faz com que vezes a norma não atinja o objetivo proposto pelo legislador. Ocorre que muitas leis não têm a devida respeitabilidade por parte da população, com isso, observa-se que o aspecto prático das normas é um objetivo a ser alcançado na aplicabilidade da lei de forma individual e coletiva para que o homem como um ser sociável tenha garantias mínimas de segurança e bom convívio social (BOBBIO, 1999).
Às normas são atribuídas diversas características para que efetivamente ela venha a atingir seu efeito. Entre as atribuições, esta o conceito da imperatividade da norma que nada mais é que a forma impositiva da lei vigente, sob forma de um comando, uma ordem a ser seguida (GUSMÃO, 2014, p. 82). Essa ordem não pode ser encarada como se seu cumprimento fosse meramente facultativo, mais sim o é de forma imperativa e impositiva, conforme diz (KELSEN, 1998, p. 81): “A conduta de um indivíduo prescrita por uma ordem social é aquela a que este indivíduo está obrigado. Por outras palavras: um indivíduo tem o dever de se conduzir de determinada maneira quando esta conduta é prescrita pela ordem social”. A sociedade deve sentir que esta obrigada a cumprir o relugamento jurídico, e um dos atributos necessário para que a lei abstrata seja cumprida é seu caráter imperativo. O aparelho público com seus órgãos de execução e fiscalização é novamente essencial na observância do cumprimento da lei por parte da população, onde o estado democrático de direito se utilizara se necessário até mesmo do uso da força para que a norma seja respeitada e cumprida. 
A imperatividade normativa está para por uma espécie de imposição psicológica nas pessoas através das sanções e penalidades. Apenas a garantia da aplicação das sansões e penalidades poderá trazer mais respeito e consequentemente o cumprimento da lei (KELSEN, 1998, p. 24). Se garantindo a real aplicação da norma se evitara o que acompanhamos em nossa atualidade: muitas leis sendo elaboradas, porém muitas também caindo em descrédito por parte da população.
Em suma o caráter imperativo da norma é essencial para que o homem em suas relações sociais e individuais obedeça aos preceitos elencados na legislação, assim a sociedade poderá evitar muitos conflitos e viver com mais harmonia. 
EXPLIQUE A COERCIBILIDADE DA NORMA 
Pela coercibilidade da norma entende-se a imposição do estado ou de órgãos internacionais de sanções e penas como uma forma de “forçar” à obediência de determinada lei. A coercibilidade se faz necessária, pois se não existisse não teria sentido a existência da norma, pois dificilmente ela seria obedecida por espontaneidade dos seus destinatários. GUSMÃO (2013, p.83) 
Como exemplo de coação da norma podemos citar o artigo 157 do Código Penal Brasileiro: “Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.”
A sansão de reclusão prevista no art. 157 tem força coercitiva pois tem como objetivo evitar o ato do roubo sob pena de prejuízo material e psicológico para os infratores.
Uma outra característica comum às ordens sociais a que chamamos Direito é que elas são ordens coativas, no sentido de que reagem contra as situações consideradas indesejáveis, por serem socialmente perniciosas - particularmente contra condutas humanas indesejáveis - com um ato de coação, isto é, com um mal - como a privação da vida, da saúde, da liberdade, de bens econômicos e outros -, um mal que é aplicado ao destinatário mesmo contra sua vontade, se necessário empregando até a força física -coativamente, portanto. (KELSEN, 1999, p. 23)
	
 DESTINATÁRIO DE UMA NORMA 
Podemos entender como destinatário da norma assim como o próprio nome já diz, àquele indivíduo à quem a norma se destina. A lei que discorre sobre o uso do cigarro em lugares fechados como bares, supermercados, farmácias, etc, por exemplo, se destina aos fumantes. Nesse caso o fumante tem como obrigação não fumar em lugares fechados. 
Kelsen (1999, p. 207) define como destinatário da norma àquele que é juridicamente obrigado à uma determinada conduta conforme um comando definido pela própria norma. Sendo assim, qualquer indivíduo de uma sociedade que se enquadre em determinada situação prevista em uma lei é definido como destinatário daquela norma. 
Gusmão (2013, p.87) faz distinção entre os destinatários de uma norma. Para o autor os destinatários de uma norma podem ser classificados como imediatos, que são todas as pessoas capazes e incapazes fisicamente dotadas de responsabilidades e obrigações e também os destinatários mediatos, que são os tribunais, órgãos estatais e organismos internacionais, estes somente quando acionados por ações judiciais ou quando houver transgressão da norma.
CONSTRUÇÃO DE UMA NORMA JURÍDICA PELA TEORIA PURA DO DIREITO
Segundo a Teoria Pura do Direito uma norma jurídica nasce de uma outra norma que a precede e trata do mesmo assunto. Para Kelsen toda norma existente é resultado de uma norma fundamental. Como exemplo podemos citar a Constituição Federal Brasileira de 1988. Através do texto dado pela CF muitas outras normas foram estabelecidas. O Código Civil, o Código Penal, o Estatuto da Criança e Adolescente, etc, são normas que nasceram da CF. 
Uma “ordem” e um sistema de normas cuja unidade é constituída pelo fato de todas elas terem o mesmo fundamento de validade. E o fundamento de validade de uma ordem normativa é - como veremos - uma norma fundamental da qual se retira a validade de todas as normas pertencentes a essa ordem. Uma norma singular é uma norma jurídica enquanto pertence a uma determinada ordem jurídica, e pertence a uma determinada ordem jurídica quando a sua validade se funda na norma fundamental dessa ordem. (KELSEN, 1999, p. 21)
REFERÊNCIAS
CARVALHO, P. B. Direito tributário fundamentos jurídicos da incidência tributária.. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. 33p.
GUSMÃO, P. D. Introdução ao Estudo do Direito. 46. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. 464p.
KELSEN, H. Teoria Pura do Direito. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes , 1999. 271p.. [tradução João Baptista Machado]
O sentido do direito e a função das normas jurídicas.. Marly Fernandez Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/24017/o-sentido-do-direito-e-a-funcao-das-normas-juridicas> Acesso em: 8 mai. 2014
BOBBIO, N. (1999). Teoria Geral do Direito (10ª ed.). Brasilia: UnB.

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