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Histologia do Fígado

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Histologia II
Aula 5 – 04/10/2018
Fígado
O fígado é o 2° maior órgão e é a maior glândula do corpo humano. Produz e secreta a bile. Pesa cerca de 1,5 kg e localiza-se na cavidade abdominal logo abaixo do diafragma.
Grande parte do sangue transportado para o fígado chega pela veia porta (70 a 80%); menor porcentagem é suprida pela artéria hepática (20 a 30%). Todos os nutrientes absorvidos pelo intestino chegam ao fígado pela veia porta, exceto os lipídios complexos (quilomícrons), que chegam pela artéria hepática. A posição do fígado no sistema circulatório é ideal para captar, transformar e acumular metabólitos (vitamina A e glicogênio) e para a neutralização e eliminação de substâncias tóxicas. A eliminação ocorre na bile, uma secreção exócrina do fígado, importante para a digestão de lipídios.
Produze algumas proteínas plasmáticas como a albumina e outras proteínas carreadoras.
O fígado é revestido por uma cápsula delgada de tecido conjuntivo denominada cápsula de Glisson que se torna mais espessa no hilo, por onde a veia porta e a artéria hepática penetram o fígado e por onde saem os ductos hepáticos direito e esquerdo, bem como os linfáticos. Esses vasos e ductos são circundados por tecido conjuntivo ao longo de toda a sua extensão, até o término (ou origem), nos espaços porta entre os lóbulos hepáticos. Neste ponto, forma-se uma delicada rede de fibras reticulares que suporta os hepatócitos (células do fígado) e células endoteliais dos capilares sinusoides.
É constituído por hepatócitos que são células epiteliais que estão organizadas em placas que se interconectam. Essas placas formam unidades estruturais denominadas lóbulos hepáticos.Coradas por nitrato de prata
LÓBULO HEPÁTICO: é formado por uma massa poligonal de tecido.
Nos porcos os lóbulos são separados por tecido conjuntivo. Já nos humanos os lóbulos estão em contato um com o outro.
Em algumas regiões da periferia dos lóbulos existe tecido conjuntivo contendo ductos biliares, vasos linfáticos, nervos e vasos sanguíneos. Essas regiões, os espaços porta, são encontradas nos cantos dos lóbulos. O fígado humano contém de 3 a 6 espaços porta por lóbulo, cada um contendo um ramo da veia porta, um ramo da artéria hepática, um dueto (parte do sistema de ductos biliares) e vasos linfáticos.
-Ramo veia porta: traz nutrientes que foram absorventes no trato digestivo, no pâncreas e no baço.
-Ramo artéria hepática: traz sangue do tronco celíaco da aorta abdominal.
-Ducto biliar: constituído por tecido epitelial simples cúbico (endotélio). Ele transporta a bile sintetizada pelos hepatócitos.
-Vasos linfáticos: responsável pela circulação linfática.
Observação: todas essas estruturas são revestidas por tecido conjuntivo.
Os hepatócitos estão organizados em placas celulares e se anastomosam. Essas células se distribuem radialmente e vão até o centro chegando em um ponto comum. Entre elas passam sinusóides hepáticos (capilares sanguíneos). 
Capilares sinusóides: são vasos irregularmente dilatados compostos por uma camada descontínua de células endoteliais fenestradas.
Os hepatócitos estão radialmente dispostos no lóbulo hepático, arranjados como os tijolos de uma parede. Essas placas celulares estão direcionadas da periferia do lóbulo para o seu centro e anastomosam-se livremente, formando um labirinto semelhante a uma esponja. Os espaços entre essas placas contêm capilares, os sinusóides. 
Espaço de Disse: espaço que separa os hepatócitos das células endoteliais. Contém microvilos dos hepatócitos. Nesse espaço também tem as fibras reticulares do tecido conjuntivo, ajudando na sustentação do lóbulo. 
No espaço de Disse (espaço perissinusoidal) células armazenadoras de lipídios, também denominadas células de Ito, contêm inclusões lipídicas ricas em vitamina A. No fígado saudável estas células desempenham várias funções, como captação, armazenamento e liberação de retinoides, síntese e secreção de várias proteínas da matriz extracelular e proteoglicanos, secreção de fatores de crescimento e citocinas e regulação do diâmetro do lúmen sinusoidal em resposta a diferentes fatores reguladores (prostaglandinas, tromboxano A2).
Os hepatócitos estão em contato íntimo com o sangue e isso facilita a troca de macromoléculas (lipoproteínas, albumina e fibrinogênio).
Nesses capilares encontramos macrófagos típicos do fígado que são denominados células de Kupffer. Geralmente elas ficam na parede interior do sinusóide. Essas células têm função de defesa, de metabolizar eritrócitos velhos, digerir hemoglobina, de secretar proteínas relacionadas com processos imunológicos e destruir bactérias que penetram no sangue portal a partir do intestino grosso.
SISTEMA PORTAL VENOSO: 
A veia porta se ramifica em vênulas portais que se ramificam em vênulas distribuidoras que se ramificam em pequenas vênulas que adentram nas placas desembocando nos capilares sinusóides. Tudo isso desemboca na veia centrolobular/central.
A veia centrolobular é mais fina no ápice do lóbulo e vai ficando mais espessa conforme chega na base porque ela recebe todo o sangue do lóbulo. Essa veia se funde com a veia sublobular que está abaixo do lóbulo, convergindo nos outros lóbulos formando assim as veias hepáticas que desembocam na veia cava inferior.
O sistema portal contém sangue proveniente do pâncreas, baço e intestino. Os nutrientes absorvidos no intestino são acumulados e transformados no fígado, no qual substâncias tóxicas são também neutralizadas e eliminadas.
SISTEMA ARTERIAL: 
A artéria hepática se ramifica ao redor do lóbulo adentrando-o formando as arteríolas interlobulares irrigando estruturas do espaço porta e desembocando no espaço porta, ocorrendo assim a mistura do sangue venoso e arterial nos sinusóides.
A principal função do sistema arterial é suprir os hepatócitos com uma quantidade adequada de oxigênio. O sangue flui da periferia para o centro do lóbulo hepático. Consequentemente, oxigênio e metabólitos, assim como todas as substâncias tóxicas e não tóxicas absorvidas no intestino, alcançam primeiro as células periféricas e posteriormente as células centrais dos lóbulos. Esta direção do fluxo sanguíneo explica parcialmente por que o comportamento das células mais periféricas (perilobulares) difere daquele das células mais centrais (centrolobulares).
HEPATÓCITOS: são células poliédricas com seis ou mais superfícies.
Geralmente quando coradas com HE elas se coram de rosa pois seu citoplasma é eosinofílico, principalmente devido ao grande número de mitocôndrias e algum retículo endoplasmático liso.
A superfície de cada hepatócito está em contato com a parede do capilar sinusoide, através do espaço de Disse, e com a superfície de outros hepatócitos. Sempre que dois hepatócitos se encontram, eles delimitam um espaço tubular entre si conhecido como canalículo biliar.
Os canalículos, que constituem a primeira porção do sistema de ductos biliares. Eles são delimitados apenas pela membrana plasmática de dois hepatócitos e contêm poucos microvilos em seu interior. 
Os canalículos biliares formam uma rede complexa que se anastomosa progressivamente ao longo das placas do lóbulo hepático, terminando na região do espaço porta. Sendo assim, a bile flui progressivamente na direção contrária do sangue, do centro do lóbulo para a sua periferia. Na periferia, a bile adentra os dúctulos biliares (canais de Hering), constituídos por células cuboidais. Após uma curta distância, esses canais terminam nos ductos biliares localizados no espaço porta. Ductos biliares são formados por epitélio cuboide ou colunar e contêm uma bainha distinta de tecido conjuntivo. Esses ductos gradualmente aumentam e se fundem, formando o ducto hepático, que subsequentemente deixa o fígado.
Em suma, a bile é produzida pelo hepatócito e ela se dirige do centro para a periferia do lóbulo e desemboca no canal de Hering. Esse canal desemboca no dúctulo biliar localizado no espaço portal (espaço de Mall). Esse dúctulo desemboca no ducto biliar.
Canalículos biliares → Canais de Hering (nichode células tronco hepáticas) → Dúctulos biliares (espaço de Mall) → Ductos biliares → Ductos hepáticos direito e esquerdo → Ducto hepático comum → Ducto cístico → Ducto colédoco.
O hepatócito também é responsável pela conversão de aminoácidos em glicose, por meio de um processo enzimático complexo denominado gliconeogênese e é também o principal sítio de desaminação de aminoácidos, processo que resulta na produção de ureia.
REGENERAÇÃO HEPÁTICA: apesar de ter um ritmo lento de renovação celular, o fígado apresenta uma capacidade de regeneração extraordinária. Em alguns animais, a perda de tecido hepático por remoção cirúrgica ou pela ação de substâncias tóxicas dispara um mecanismo pelo qual os hepatócitos começam a se multiplicar, continuando até que a massa original de tecido tenha sido restaurada. Em humanos, essa capacidade é consideravelmente restrita, mas sua importância reside no fato de que partes de um fígado podem ser utilizadas em transplantes cirúrgicos.

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