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Direito Empresarial Aula 01

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Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ 
 Professor Gabriel Rabelo �
www.pontodosconcursos.com.br���������������������������������������������������1�
 
Aula 1: Institutos Fundamentais e Direito Societário. 
 
 
Olá, meus amigos! Como estão? 
Satisfação em revê-los. Espero que tenham gostado da 
primeira aula. Resolveremos hoje a maior quantidade possível de 
exercícios ESAF (e também de outras bancas). Não vamos dar 
moleza para o examinador neste certame! 
Estamos à disposição para sanar as perguntas através do 
Fórum de dúvidas. Fiquem à vontade! 
Trataremos os tópicos 2 e 3 do edital nesta aula de hoje. 
Vamos lá? 
 
2. Institutos fundamentais do direito empresarial: atividade 
empresarial, empresário (individual e sociedade empresária) e 
estabelecimento empresarial. 
 
1. (ESAF/AFTM/Recife/2003) Nos termos do Código Civil, as 
sociedades são classificadas: 
a) empresárias e simples. 
b) de pessoas e de capitais. 
c) unipessoais e pluripessoais. 
d) grupadas e isoladas. 
e) com finalidade econômica e com finalidade religiosa ou cultural. 
Comentários 
Dissemos na aula 1 que o empresário pode ser pessoa 
física, quando figurará como empresário individual, ou pessoa 
jurídica, quando será sociedade empresária. 
Falemos um pouco agora sobre as pessoas jurídicas... 
No Brasil, as pessoas jurídicas podem se encontrar sob 
o manto de dois regimes jurídicos: 
1) Regime jurídico de direito público: nele se 
encontram, quase que sempre, a União, Estados, Distrito Federal, 
Municípios, Territórios e autarquias. 
Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ 
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2) Regime jurídico de direito privado: compreende 
todas as outras pessoas. 
A diferença entre os regimes reside justamente no 
tratamento jurídico que lhes são conferidos. As pessoas jurídicas de 
direito público, em virtude de zelarem pelo interesse coletivo, se 
situam quase sempre em posição de superioridade, de supremacia, 
sobre as pessoas privadas. 
Ao revés, as pessoas jurídicas de direito privado se 
respaldam no princípio da isonomia, inexistindo, entre elas, 
valoração diferenciada de seus interesses. 
Continuando, as pessoas jurídicas de direito privado 
podem se constituir sob duas formas: 
a) pessoas jurídicas de direito privado estatais: que 
compreende as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista; 
b) pessoas jurídicas de direito privado não-estatais: 
abarcando este conceito as fundações, associações e sociedades. 
Nesta esteira, distinguem-se as fundações e 
associações das sociedades pelo escopo negocial das sociedades. 
Portanto, ficamos assim: 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda, as sociedades podem se subdividir em simples 
e empresárias. Ok? Fácil, não? 
Agora, vamos lá! A distinção entre uma sociedade 
simples e uma sociedade empresária reside em que? Quem acha que 
é no lucro, levanta a mão! Bem, quem acha que é isso errou, meus 
amigos. Esse é um critério insuficiente para separar os dois 
institutos. 
Pessoas�
jurídicas�
PJ�de�direito�
público�
PJ�de�direito�
privado�
União,�Estados,�DF,�Município,�
Territórios�e�autarquias�
Estatais:�Empresas�púb.�e�SEMs��
Não�estatais:�Fundações,�
associações�e�sociedades�
Sociedades:�
simples�e�
empresárias�
Direito Empresarial em Exercícios para o ISS RJ 
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Por exemplo, por força de disposição legal, as sociedades 
de advogados são sempre sociedades simples, mas, ora, como um 
advogado viveria sem a remuneração de sua profissão? Percebam, 
pois, que não podemos separar uma sociedade simples e empresária 
pelo critério lucro, uma vez que as simples também podem possuir 
fins lucrativos. 
A diferença, então, entre uma sociedade simples e 
uma sociedade empresária reside na exploração de seu objeto de 
forma profissional e organizada, como propõe o artigo 966 do 
Código Civil. 
A FGV explorou este assunto na prova para Fiscal de 
Rendas do Estado do RJ, 2008, com o seguinte enunciado: Tanto as 
sociedades simples quanto as sociedades empresárias exercem 
atividade econômica. Ora, o item está correto. 
Sem embargo do expendido, as sociedades por ações 
(que compreendem as sociedades anônimas e sociedades em 
comanditas por ações) são sempre sociedades empresárias, ainda 
que possuam fins pios. Ao revés, as cooperativas são sempre 
sociedades simples. É este o comando do artigo 982, par. único do 
CC. 
Face o exposto, temos que as sociedades podem ser 
classificadas em simples e empresárias. 
Gabarito, letra A. 
Esse é o “basicão” sobre as sociedades. Devemos 
conhecê-lo para a prova tal como nosso próprio nome e CPF. 
 
2. (ESAF/Procurador do DF/2004) A alienação do estabelecimento 
empresarial: 
a) transfere automaticamente ao adquirente as obrigações 
regularmente contabilizadas, exonerando o alienante de qualquer 
responsabilidade. 
b) impede o alienante de exercer a mesma atividade que exercia 
anteriormente pelo prazo de cinco anos, em qualquer ponto do 
território nacional. 
c) não importa sub-rogação no contrato de locação comercial. 
d) não implica a cessão dos créditos relativos à atividade exercida no 
estabelecimento. 
e) equivale à alienação do imóvel utilizado para o exercício de 
atividade empresarial. 
Comentários 
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Vamos falar agora sobre o estabelecimento empresarial. 
O que vem a ser? Segundo a definição legal (e essa é a mais 
importante): 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens 
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por 
sociedade empresária. 
Trata-se de elemento indispensável ao exercício da 
empresa. Todo empresário deve possuí-lo. Os bens que o integram 
podem ser corpóreos (ex: móveis) ou incorpóreos (ex: marca, título 
do estabelecimento). 
Seguindo no assunto, há grande discussão doutrinária 
sobre a natureza jurídica do estabelecimento empresarial. A FCC e 
CESPE consideram que é a de universalidade de fato. A ESAF 
também o considerou como universalidade de fato, como se vê na 
questão a seguir, cobrada no concurso para PFN, nos idos de 1998, 
item correto: 
3. (ESAF/PFN/1998) O estabelecimento, local em que se exerce a 
atividade, é coisa móvel, universalidade de fato. 
Universalidade de fato é um conjunto de bens que pode 
ser destinado de acordo com a vontade do particular. Universalidade 
de direito é um conjunto de bens a que a lei atribui determinada 
forma (por exemplo, a herança), imodificável por vontade própria. 
Portanto, se cair em provas, talvez o posicionamento 
mais seguro, seguindo as grandes bancas, seria tratá-lo como 
universalidade de fato. Por quê? Observe o que diz o artigo 1.143 
do Código: 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de 
negócios jurídicos, translativos (que produz mudança) ou 
constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
Assim, é livre a alienação do estabelecimento, dos bens 
que o compõem, transferência, arrendamento. 
Levem isto para a prova: o estabelecimento 
empresarial pode ser objeto de direito e negócios jurídicos, 
compatíveis com a sua natureza. 
Diferentemente do nome empresarial, cuja regra veda a 
sua alienação. 
PARA A PROVA 
Estabelecimento å Pode ser alienado. 
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Nome empresarial å Via de regra, nãopode ser alienado. 
Todos os artigos que versem sobre estabelecimento 
empresarial devem ser levados na “ponta da língua” para a prova 
(CC, 1.142 a 1.149). Ok? Por isso, vamos transcrevê-los: 
TÍTULO III 
Do Estabelecimento 
CAPÍTULO ÚNICO 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens 
organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por 
sociedade empresária. 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e 
de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam 
compatíveis com a sua natureza. 
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto 
ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a 
terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, 
ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas 
Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para 
solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento 
depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento 
destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua 
notificação. 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos 
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento. 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do 
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos 
cinco anos subseqüentes à transferência. 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do 
estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante 
o prazo do contrato. 
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a 
sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para 
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exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, 
podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar 
da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, 
neste caso, a responsabilidade do alienante. 
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento 
transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, 
desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor 
ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente. 
Continuando... 
O estabelecimento pode ser alienado. Essa alienação 
recebe o nome de trespasse. 
O que devemos saber sobre o trespasse? 
1) Só produz efeito frente a terceiros quando averbado no Registro 
de Empresas Mercantis. 
2) Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu 
passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do 
pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de 
modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua 
notificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos 
débitos anteriores à transferência, desde que regularmente 
contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente 
obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos 
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento. 
Alienante� Tem�bens�para�
pagar�o�passivo?�
SIM�
Eficácia�independe�
do�consentimento�
dos�credores.�
NÃO�
Eficácia�depende�
do�consentimento�
dos�credores.�
Tácito:�decurso�de�
30�dias�da�
notificação�
Expresso�
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Atente-se para o fato de que a responsabilidade é 
solidária. Não é subsidiária como já proposto em algumas questões 
de concursos. 
Outrossim, cumpre ressaltar que o trespasse não se 
confunde com a cessão de quotas sociais de sociedade limitada 
ou a alienação de controle da sociedade anônima. Na transferência 
da participação societária o estabelecimento empresarial não muda 
de titular, tanto antes como após a transação ele pertencia e 
continua a pertencer à sociedade empresária, à mesma pessoa 
jurídica, que apenas tem a sua composição de sócios alterada. Na 
cessão de quotas ou alienação de controle, o objeto da venda é a 
participação societária, ou seja, as quotas ou as ações, conforme a 
espécie societária. 
Não havendo autorização expressa, o alienante do 
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos 
cinco anos subseqüentes à transferência. 
Ok? É o suficiente. Vamos às questões? 
2. (ESAF/Procurador do DF/2004) A alienação do estabelecimento 
empresarial: 
a) transfere automaticamente ao adquirente as obrigações 
regularmente contabilizadas, exonerando o alienante de qualquer 
responsabilidade. 
A transferência dos créditos (e débitos) nos contratos de 
trespasse é automática! 
Segundo o artigo 1.146 do CC: 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos 
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento. 
A transferência dessas dívidas tem natureza cogente. 
Cláusula no contrato de trespasse que disponha de forma contrária 
(que o empresário não responderá pelas dívidas) não produzirá 
efeito. Diferente é a regra do artigo 1.148 do Código, que trata dos 
contratos do empresário (energia elétrica, água, luz, etc.). 
Vemos também que o devedor primitivo continuará a 
responder pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos 
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento. 
O item, portanto, está incorreto. 
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2. (ESAF/Procurador do DF/2004) A alienação do estabelecimento 
empresarial: 
b) impede o alienante de exercer a mesma atividade que exercia 
anteriormente pelo prazo de cinco anos, em qualquer ponto do 
território nacional. 
O artigo 1.147 estabelece que, não havendo autorização 
expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer 
concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à 
transferência. 
É conhecida esta cláusula nos contratos de trespasse 
como cláusula de não restabelecimento. 
Imagine-se que hoje A vende a empresa X, que já possui 
um imenso público, a B. Amanhã A abre outra loja no mesmo ramo 
ao lado da loja de B. Seria justo? Não! Por isso a disposição no 
Código Civil neste sentido. 
Em razão do art. 170, Constituição Federal de 1988, a 
cláusula de não restabelecimento deve apresentar limites materiais 
(ramo de atividade), territoriais (âmbito geográfico) e temporais 
(prazo de não concorrência) para não ofender os princípios 
constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência. 
A cláusula de não restabelecimento que vede a 
exploração de qualquer atividade econômica ou não estipule 
restrições temporais ou territoriais não gera o efeito pretendido 
pelas partes. 
Portanto, o item também está incorreto. 
Vamos à próxima alternativa... 
2. (ESAF/Procurador do DF/2004) A alienação do estabelecimento 
empresarial: 
c) não importa sub-rogação no contrato de locação comercial. 
 
Essa é a alternativa considerada correta. Todavia, vai de 
encontro à regra disposta no artigo 1.148 do Código Civil, in fine: 
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário,a transferência importa 
a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para 
exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, 
podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da 
publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste 
caso, a responsabilidade do alienante. 
São contratos exploracionais os contratos de 
fornecimento de energia elétrica, embalagens e matéria-prima; 
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prestação de serviços de telefonia; contratos de locação; de franquia; 
de trabalho; de compra e venda empresarial, entre outros. 
A alternativa também vai na contra mão do que dispõe a 
Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91), em seu artigo 51, parágrafo 1º, 
que também prevê a sub-rogação do contrato de locação comercial 
na pessoa do adquirente. 
Se cair de forma semelhante na prova, parece ser o mais 
seguro marcar que não há sub-rogação no contrato de locação 
comercial. Nos outros, eu, enquanto candidato, marcaria que há 
sub-rogação sim! Se a banca der como errado, entramos como 
recurso, com fundamento no artigo 1.148 do Código Civil. Com a 
ESAF, é sempre bom ter uma solução rápida. 
Próxima! 
2. (ESAF/Procurador do DF/2004) A alienação do estabelecimento 
empresarial: 
d) não implica a cessão dos créditos relativos à atividade exercida no 
estabelecimento. 
Os créditos são transferidos ao adquirente, produzindo 
efeitos perante os devedores a partir da publicação do trespasse no 
órgão oficial, conforme reza o art. 1.149, CC 2002, a saber: 
Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento 
transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, 
desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor 
ficará exonerado de se boa-fé pagar ao cedente. 
O Código Civil estabelece a transmissão automática dos 
créditos no trespasse, transferindo-se de pleno direito ao empresário 
adquirente na forma correspondente à escrituração do empresário 
alienante, independente de qualquer notificação ao cedido. 
Alternativa d está incorreta! 
Por fim... 
e) equivale à alienação do imóvel utilizado para o exercício de 
atividade empresarial. 
O estabelecimento empresarial é composto por 
elementos corpóreos (ou materiais) e incorpóreos (ou imateriais). Os 
elementos materiais abrangem as mercadorias do estoque, 
utensílios, veículos, móveis, máquinas, edifícios, terrenos, matéria-
prima, dinheiro e títulos (atividades bancárias) e, também, todos os 
demais bens corpóreos utilizados pelo empresário na exploração de 
sua atividade econômica. 
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Por seu turno, os incorpóreos (ou imateriais) são, 
precipuamente, os bens industriais (patentes, registros de desenho 
industrial e marca), o nome empresarial, título de estabelecimento, 
sinais de publicidade, o ponto empresarial e o nome de domínio 
(endereço do empresário na Internet). 
Portanto, a ESAF “forçou a barra” ao equiparar a 
alienação de imóvel à alienação de um estabelecimento empresarial. 
Item incorreto. 
Atenção: Os contratos não integram o estabelecimento 
empresarial posto que não são bens!! 
Pronto, já sabemos tudo de estabelecimento 
empresarial. Vamos resolver outras questões sobre o assunto, mas 
de forma mais rápida. 
 
4. (ESAF/Analista Jurídico/SEFAZ/CE/2007) Se o empresário A 
cede seu estabelecimento a outrem, não empresário, pode-se afirmar 
que 
a) o cessionário será qualificado empresário. 
b) após a cessão, o cedente perde a qualidade de empresário de vez 
que não mais exercerá atividade de empresa por ter-se desfeito dos 
bens para tanto predispostos. 
c) o cessionário se desobriga em relação às dívidas anteriores à 
cessão que eram de responsabilidade do cedente. 
d) a transferência do estabelecimento não preserva contratos 
anteriormente firmados pelo cedente. 
e) a cessão dos créditos referidos ao estabelecimento cedido é 
automática. 
Comentários 
Letra a: quais são os requisitos previstos no art. 966 do 
CC para caracterizar uma pessoa como empresária: atividade 
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou 
serviços. Vimos também que o todo empresário deve possuir 
estabelecimento empresarial. Correto? 
Portanto, ao adquirir o estabelecimento empresarial de 
outrem, a pessoa não-empresária passará necessariamente a ser 
caracterízada como empresário? Não, amigos! Se não organizar uma 
atividade econômica para produção/circulação de bens/serviços 
não ostentará o status de empresário, uma vez que possuir 
estabelecimento empresarial é condição necessária, mas não 
suficiente para a caracterização. Item a incorreto. 
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Letra b: O empresário só perde sua condição com o 
cancelamento de seu registro na Junta Comercial. No nosso caso 
fictício, após a alienação, o empresário ganha o título de “empresário 
inativo”, pois continua sendo empresário, sem exercer a atividade na 
qual se registrou, podendo, a qualquer momento, voltar a exercer 
sua atividade. 
Letra c: Vejamos o artigo 1.146 do CC: 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos 
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento. 
Portanto, item incorreto! 
Letra d: Embora não integrem o estabelecimento, pois 
não são bens, o art. 1.148 do CC de 2002 estabelece que o trespasse 
importa a transferência dos contratos para o empresário adquirente, 
desde que não tenham caráter pessoal: 
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a 
sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para a 
exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, 
podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da 
publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste 
caso, a responsabilidade do alienante. 
O art. 1.148 do CC 2002, ao estabelecer que “a 
transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos 
estipulados para exploração do estabelecimento”, determina a 
substituição do empresário alienante pelo empresário adquirente 
nos contratos que não apresentam caráter pessoal. A sub-rogação 
prevista significa a substituição de uma pessoa por outra, no caso, o 
empresário alienante pelo empresário adquirente, mantendo-se a 
relação anteriormente existente. 
A lei não prevê a necessidade da anuência do 
contratante cedido, entretanto, havendo justa causa os terceiros 
podem rescindir o contrato no prazo de 90 dias da publicação do 
trespasse, ressalvada, nesse caso, a responsabilidade do alienante. 
Item também incorreto. 
Por fim, a letra e é o gabarito. Vimos que a cessão de 
créditos e dívidas é, sim, automática! Não podemos errar, ein. 
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Mais algumas questões sobre estabelecimentos, para 
encerrar... 
 
5. (ESAF/PFN/2006) Em regra, o trespasse importa em sub-rogação 
do adquirente nos contratos estipulados para exploração do 
estabelecimento, respondendo o adquirente também pelo pagamento 
dos débitos contabilizados anteriores à transferência. 
Comentários 
Novamente, vamos lá: a transferência dos créditos(e 
débitos) nos contratos de trespasse é automática! 
Segundo o artigo 1.146 do CC: 
Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos 
créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento. 
A transferência dessas dívidas tem natureza cogente. 
Cláusula no contrato de trespasse que disponha de forma contrária 
(que o empresário não responderá pelas dívidas) não produzirá 
efeito. Diferente é a regra do artigo 1.148 do Código, que trata dos 
contratos do empresário (energia elétrica, água, luz, etc.). 
Vemos também que o devedor primitivo continuará a 
responder pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos 
vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do 
vencimento. 
 
 
1 ano da publicação para 
os vencidos e do 
vencimento para os 
vincendos. 
 
Item, portanto, correto. 
 
6. (ESAF/PFN/2006) Com o trespasse, o alienante não pode fazer 
concorrência ao adquirente pelo prazo de três anos subseqüentes à 
transferência. 
Trespasse�
Adquirente:�responde�pelas�dívidas�(sub ?rogação)�
Alienante�
também�
responde
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Comentários 
O alienante do estabelecimento empresarial que se 
restabelece em concorrência com o adquirente do estabelecimento 
antigo, em geral, atrai para o novo local de seus negócios a clientela 
que formou no antigo. 
Fábio Ulhoa Coelho destaca que o desvio de clientela na 
atualidade deve-se menos ao contato pessoal entre o consumidor e o 
empresário e mais às informações que o empresário alienante detém 
sobre a realidade do mercado em que opera. 
Como o adquirente pagou ao alienante um valor 
baseado no aviamento (valor agregado) do estabelecimento, e não 
na simples soma dos bens que o compõem, o restabelecimento do 
alienante restará em prejuízo ao adquirente, podendo, inclusive, 
caracterizar enriquecimento indevido, daí a razão da já vista 
cláusula de não-restabelecimento, que tem por finalidade impedir 
que o empresário alienante se restabeleça em concorrência com o 
adquirente (na mesma atividade, em local que disputam a mesma 
clientela e nos 5 anos seguintes ao trespasse). 
Vejamos novamente o Código Civil: 
Art. 1.147 - Não havendo autorização expressa, o alienante do 
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos 
cinco anos subseqüentes à transferência. 
Item, portanto, incorreto, uma vez que o prazo é de 5 
anos. 
 
7. (ESAF/AFTM/Fortaleza/2003) Considera-se estabelecimento: 
a) o estúdio de um artista plástico desde que em local diferente do 
da residência. 
b) o consultório dentário em que são prestados serviços e oferecidos 
aos clientes, para venda, produtos para a higiene bucal. 
c) o escritório de advocacia de que são locatários, em conjunto, 
vários profissionais do direito que dividem tarefas conforme as 
diferentes especializações. 
d) os locais mantidos por fotógrafos amadores no qual são revelados 
os filmes. 
e) somente são estabelecimentos, sujeitos à disciplina do Código 
Civil, aqueles locais nos quais o titular for empresário. 
Comentários 
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Amigos, o estabelecimento empresarial é privativo de 
sociedades empresárias. Não o possuem as sociedades simples. 
Antes, lembremo-nos do seguinte: Empresários são as 
pessoas que organizam as atividades econômicas para a 
produção/circulação de bens/serviços, nos moldes do art. 966 do 
CC. Esses empresários podem ser pessoas físicas ou jurídicas 
(sociedades). São empresárias as sociedades que se organizam na 
forma do 966 e simples as demais sociedades. 
Lembremo-nos, outrossim, que os trabalhos artísticos, 
literários, científicos, intelectual não caracterizam, via de regra, 
exercício de empresa, mesmo que com o concurso de 
colaboradores/auxiliares, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento da empresa (lembrar o exemplo do hospital). 
Assim, antes de resolvermos definitivamente a questão 
classifiquemos as atividades trazidas nas alternativas em 
empresárias e simples. 
O estúdio de um artista plástico desde que em local 
diferente do da residência (alternativa a) e os locais mantidos por 
fotógrafos amadores no qual são revelados os filmes (alternativa d) 
não caracterizarão exercício da empresa (CC, art. 966, parágrafo 
único), por constituírem profissão de caráter artístico. O fato de o 
estabelecimento se encontrar ou não no ambiente da residência é 
irrelevante. 
O consultório dentário em que são prestados serviços e 
oferecidos aos clientes, para venda de produtos para a higiene bucal 
deverá, nesta hipótese, ser considerado como atividade empresária, 
uma vez que foi silente acerca do cunho pessoal da prestação de 
serviços, bem como há realização de venda de produtos. 
 O escritório de advocacia de que são locatários, em 
conjunto, vários profissionais do direito que dividem tarefas 
conforme as diferentes especializações é sempre sociedade simples, 
por disposição legal. Atente-se: sociedade de advogados sempre 
constituirá sociedade simples! 
 Assim, apenas a alternativa b caracteriza exercício da 
empresa e sabemos que o estabelecimento é privativo de empresário. 
Não os possuindo as sociedades simples e atividades não-
empresariais. Ficaríamos, portanto, com as letra b e e. 
Vamos comentar a alternativa e. 
O estabelecimento empresarial pode ser definido como o 
conjunto de bens corpóreos e incorpóreos organizados pelo 
empresário para a exploração da atividade econômica (empresa). 
Apresentando-se como um conjunto ou complexo de bens, não se 
F e r d i n a n d o d o s S a n t o s S i l v a , C P F : 7 8 0 8 4 8 1 8 4 0 6
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resume, conforme visto, ao local de desenvolvimento da empresa, 
tampouco aos bens de titularidade do empresário. 
Na exploração de uma atividade empresarial é 
necessária a organização de vários bens, sem a organização desses 
bens não é possível dar início à exploração da atividade econômica. 
O estabelecimento empresarial é essencial para o exercício da 
empresa, correspondendo a um dos elementos da empresarialidade. 
O empresário pode exercer sua atividade em mais de um 
estabelecimento, destacando-se o estabelecimento principal (sede ou 
matriz) e os secundários (filiais). 
Portanto, o gabarito da questão é a letra b. 
 
8. (ESAF/Advogado/IRB/2004) A recepção do instituto empresa 
pelo Código Civil resultará em: 
a) retornar a discussão sobre ato de comércio como intermediação 
na circulação de mercadorias. 
b) realçar a idéia de atividade sobre a de ato. 
c) incorporar novos ofícios e profissões ao campo do direito 
mercantil. 
d) extremar atividades empresariais e não empresariais. 
e) criar novo sistema de análise da atividade econômica. 
Comentários 
Até a entrada em vigor do Novo Código Civil, o critério 
adotado para identificar a natureza das sociedades e 
conseqüentemente o órgão em que deveriam ser registradas, era a 
realização ou não de atos de comércio, adotado no sistema francês. 
Quando se praticava atividade prevista como sujeita ao Direito 
Comercial, estaria ela amparada por regime jurídico distinto do 
comum. 
Assim, como regra geral, realizando a intermediação de 
produtos, a sociedade deveria ser registrada no RegistroPúblico de 
Empresas Mercantis (Junta Comercial). 
Por outro lado, quando a sociedade não era destinada à 
mercancia, mas à prestação de serviços, o órgão competente seria o 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas (Cartórios). 
Contudo, com a chegada do Novo Código Civil e 
revogação do Código Comercial de 1850, a nova sistemática afastou 
o critério da comercialidade, e consolidou o critério da 
empresariedade, inspirando-se no Código Civil italiano, de 1942, 
reformulando os tipos societários existentes que passaram a ser 
classificados como sociedades empresárias ou simples. 
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Vimos que a diferença entre elas não reside mais no 
objeto social, se se presta este ou aquele serviço, ou se comercializa 
esta ou aquela mercadoria, haja vista que ambas as sociedades 
realizam atividades econômicas. 
O novo elemento de diferenciação consiste na 
organização, a forma como a atividade econômica objeto da 
sociedade é explorada. Portanto, o foco passa a ser na organização e 
não mais em determinadas atividades. A FGV, como de praxe, no 
concurso para Agente Fiscal de Rendas do Estado do RJ, 2008, 
cobrou este assunto, como vimos na questão 1 da aula 0. 
 Como a empresa representa a “atividade econômica 
organizada de produção ou circulação de bens ou serviços”, 
consagrada no artigo 966 do CC, conclui-se que a sua idéia é 
reforçar a idéia de atividade em detrimento do ato, ou seja, a 
prevalência da teoria da empresa sobre a teoria dos atos do 
comércio. 
O gabarito é a letra b. 
 
9. (ESAF/Agente Fiscal de Tributos Estaduais/SEFAZ-PI/2001) Do 
ponto de vista do Direito Comercial, o conceito de empresa deve ser 
entendido como equivalente 
a) ao de empresário, ou seja, o sujeito da atividade mercantil, que 
assume os riscos do negócio. 
b) ao de estabelecimento, como tal o conjunto de bens utilizados 
para o exercício da atividade mercantil. 
c) ao de qualquer entidade de fins lucrativos, qualquer que seja a 
forma utilizada. 
d) ao de uma atividade organizada com o objetivo da obtenção de 
lucros. 
e) ao de empresário, de estabelecimento, ou de uma forma societária 
qualquer, não se tratando de conceito doutrinariamente unívoco. 
Comentários 
A letra “a”, “b” e “e” estão incorretas. Dissemos aqui que 
as figuras do empresário, da empresa e do estabelecimento 
empresarial são distintas. 
A letra “c” também peca ao equivaler a a empresa a uma 
entidade. Tal comparação é equivocada. 
A letra “d” é o gabarito da questão, uma vez que a 
empresa é uma atividade econômica organizada para a 
produção/circulação de bens/serviços, e, consequentemente, a 
obtenção de lucro. 
 
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10. (ESAF/PFN/2007) A classificação da Lei n. 10.406/2002, no que 
diz respeito às sociedades, em simples e empresárias, adota como 
fundamento: 
a) a antiga noção de sociedades civis e mercantis, com base na 
intermediação na circulação de mercadorias. 
b) a distinção tem que ver com ser a prestação de cunho 
personalíssimo. 
c) a colaboração de terceiros para a consecução da atividade é 
elemento principal para a qualificação como empresa, ou não. 
d) atividades cujo objeto sejam de natureza científica mas exercidas 
em conjunto, como no caso de laboratórios farmacêuticos, são 
empresariais por força da cooperação entre várias pessoas. 
e) o que importa, na qualificação de uma sociedade como 
empresária, ou não, é a opção pelo Registro Público de Empresas, 
ou o Registro de Pessoa Jurídica. 
Comentários 
O novo critério de identificação da natureza das 
sociedades faz com que a diferença entre elas (simples e 
empresárias) não resida mais no objeto social, pois ambas realizam 
atividades econômicas. O novo elemento de diferenciação é a 
organização, a forma como a atividade econômica objeto da 
sociedade é explorada, nos termos do já propalado art. 966 do CC. 
Desta forma, não procedem algumas orientações que 
surgiram após a edição do Novo Código Civil no sentido de que 
empresária seria a antiga sociedade civil, enquanto que a 
sociedade empresária seria a antiga sociedade comercial. 
Portanto, a letra a está incorreta. 
Letra b: Vamos simular uma situação em que uma 
sociedade simples formada por dois contadores, a partir de um 
determinado ponto, pode transformar-se em uma sociedade 
empresária em decorrência do surgimento posterior do chamado 
“elemento de empresa”. 
Dois contadores criaram uma sociedade simples para 
atuar de forma profissional na atividade de assessoria contábil. No 
início os clientes utilizavam os conhecimentos técnicos dos referidos 
sócios. 
A partir de determinado momento, em decorrência do 
aumento da clientela, contrataram estagiários e outros auxiliares. 
Com o passar do tempo o negócio foi evoluindo e o escritório, para 
atender a demanda, teve que contratar outros contadores e mais 
auxiliares. 
Diante desta nova realidade, e na hipótese dos sócios 
não mais participarem das atividades, atuando somente como 
administradores, gestores ou mesmo investidores no escritório sem 
assumir nenhuma responsabilidade técnica profissional prevista na 
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regulamentação da sua profissão, presente estaria o elemento de 
empresa. Nesse caso os clientes não mais tinham qualquer contato 
ou orientação dos sócios que fundaram o negócio, a maioria dos 
clientes nem mesmo os conhecem. Os sócios tornaram-se 
administradores de uma grande sociedade de prestação de serviços 
contábeis. Seus conhecimentos técnicos ou mesmo seus nomes não 
seriam mais referências que viessem gerar um diferencial 
relacionado a pessoalidade pelas suas qualidades como 
profissionais. 
Portanto, nesta sociedade está presente o elemento de 
empresa, haja vista que estão sendo articulados os fatores de 
produção na prestação de serviços. A sociedade, que no início era 
uma sociedade simples, tornou-se uma sociedade empresária do 
ramo de prestação de serviços contábeis. A distinção está 
justamente no cunho personalíssimo. Item b correto. 
O item c está incorreto também, uma vez que a 
colaboração de terceiros para a consecução da atividade não é 
elemento principal para a qualificação como empresa. O empresário 
pode exercer a atividade sem o concurso de auxiliares. 
A letra d está igualmente correta. Explique-se. O 
laboratório é atividade de caráter científico. Portanto, via, de regra, 
não será considerada empresária. A atividade é profissional, 
econômica, mas não necessariamente organizada. Entenda-se 
organizada por constituir elemento de empresa. Onde a figura do 
profissional não seja preponderante para o negócio. Por exemplo, 
talvez os clientes adquirirão seus serviços porque o grupo 
farmacêutico é muito conhecido e respeitado. É preponderante sua 
participação, o que descaracteriza o elemento de empresa. 
Por fim, a letra e também está incorreta. Vimos, na aula 
0, que o registro é obrigação legal a todos os empresários imposta. 
Não obstante, um empresário que não o faça não deixará de sê-lo 
por este motivo. Encontrar-se-á, tão-somente, em situação 
irregular. 
Assim, uma sociedade limitada que explore a atividade 
de circulação de determinada mercadoria de forma organizada, será 
considerada empresária, devendo-se registar na Junta Comercial 
compentente. Se se registrar no Registro de Pessoas Jurídicas, não 
deixará de ser empresária, mas, estará me situação irregular. 
Neste sentido foi elaborada uma questãopela FCC, cujo 
teor é o seguinte... 
11. (Procurador do Estado/SE/2005/FCC) Dois médicos 
constituíram uma sociedade, sob a forma limitada, para exercício 
conjunto da profissão em caráter não empresarial, e registraram-na 
na Junta Comercial. A sociedade não adquiriu personalidade 
jurídica, porque o registro é irregular, e os sócios são pessoalmente 
responsáveis pelas dívidas sociais. 
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O registro, neste caso, é tido por irregular, uma vez que 
as atividades de caráter não-empresarial não são registradas na 
Junta Comercial, mas no Cartório de Registro Civil de Pessoas 
Jurídicas. Haja vista que não há existência de pessoa jurídica, os 
sócios devem responder pessoalmente pelas dívidas contraídas. O 
item encontra-se correto, pois. 
 
12. (ESAF/AFTE/RN/2005) Os requisitos previstos em lei para que 
as pessoas naturais sejam qualificadas como empresários destinam- 
se a 
a) garantir o cumprimento de obrigações contraídas no exercício de 
atividade profissional. 
b) impedir, em face do registro obrigatório, que incapazes venham a 
ser considerados empresários. 
c) facilitar a aplicação da teoria da aparência. 
d) por conta da inscrição no Registro de Empresas, servirem para 
dar conhecimento a terceiros sobre os exercentes da profissão. 
e) facilitar o controle dos exercentes de atividades empresariais. 
Comentários 
Amigos, cumprir os requisitos para qualificação como 
empresário significa responder pelos atos praticados no exercício da 
empresa. Eis o motivo de o Código arrolar a capacidade civil e o não 
impedimento como condições para o exercício da empresa. A 
alternativa a, por este motivo, encontra-se correta. 
O que dissemos aqui sobre a obrigatoriedade do 
registro? Vamos relembrar? O registro é obrigação legal a todos os 
empresários imposta. Não obstante, um empresário que não o faça 
não deixará de sê-lo por este motivo. Encontrar-se-á, tão-somente, 
em situação irregular. Portanto, erram as assertivas b e d ao 
classificarem o registro como requisito, quando podemos considerá-
lo tão-somente como instrumento. 
A letra c também está incorreta. A teoria da aparência 
se manifesta quando, por exemplo, a lei atribui valor jurídico a 
determinados atos que, em princípio, não teriam validade, mas que 
devem ser considerados válidos para proteger a boa-fé e condução 
habitual dos negócios. Como exemplo clássico temos a aplicação da 
responsabilidade dos atos praticados por empresários impedidos, 
segundo o artigo 973 do Código Civil. Portanto, quando um 
empresário perfaz-se capaz e não impedido, não há que se falar em 
aplicação desta teoria, pelo que o gabarito da questão encontra-se 
igualmente incorreto. 
Ao fim, a letra e também se encontra incorreta. O 
requisitos previstos no Código Civil têm por escopo precípuo dar 
segurança jurídica aos atos praticados (como a celebração de um 
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contrato, a concessão de um empréstimo, etc) e não facilitar o 
controle dos exercentes de atividades empresariais. 
Ok? Fácil, não? Próxima! 
 
13. (ESAF/AFTM/Fortaleza/2003) Em vista de uma denúncia 
anônima, foi descoberto que um funcionário público era titular de 
um estabelecimento comercial. Como conseqüência desse fato, 
a) os negócios por ele feitos eram nulos de pleno direito. 
b) não haveria qualquer penalidade, desde que ele não tivesse se 
valido do cargo para conseguir algum favor. 
c) independentemente de efeitos na esfera administrativa, suas 
obrigações manter-se-iam válidas. 
d) ele não poderia ter a falência decretada. 
e) sua falência seria decretada de pleno direito. 
Comentários 
Com espeque no artigo 972 do CC, podem exercer a 
atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da 
capacidade civil e não forem legalmente impedidos. 
Já se falou que a atividade empresarial é exercida, como 
regra, por aqueles que estejam em pleno gozo da capacidade civil, 
aquisição que se dá aos 18 anos, quando a pessoa fica apta para 
todos os atos da vida civil. Veda-se, dessa forma, o exercício da 
atividade empresarial aos absolutamente e relativamente incapazes 
(ressalvada a continuidade do negócio quando adquirido como 
herança ou em caso de incapacidade superveniente). 
Sobre o impedimento, há uma série de pessoas que 
estão impedidas de exercer a atividade empresarial, como os 
militares, juízes, servidores públicos federais. A proibição vige para 
que os impedidos não figurem como empresário individual. A 
depender do permissivo legal, poderão figurar como sócio de 
sociedade empresária, uma vez que neste caso não estão (os 
impedidos) atuando em nome próprio. 
Citemos a Lei 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores 
Públicos Civis da União): 
Art. 117. Ao servidor é proibido: 
X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, 
personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na 
qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada 
pela Lei nº 11.784, de 2008). 
Assim, a qualidade de acionista, cotista, comanditário é 
perfeitamente compatível com a condição de servidor público, por 
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exemplo, não podendo exercer, contudo, funções de gerência ou 
administração. 
Mas e se esse servidor público, mesmo impedido de 
exercer a atividade empresarial, o fizer? Neste caso, o Código Civil 
estabeleceu que se a pessoa legalmente impedida de exercer 
atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas 
obrigações contraídas (CC, art. 973). 
Assim, por conta da teoria da aparência, devem ser 
mantidos os efeitos das relações pelo servidor público praticadas, 
sem prejuízos das sanções que lhe sejam cominadas na esfera 
administrativa. 
O gabarito da questão, portanto, é a letra c. Sobre a 
falência, deixaremos pra abordar o assunto em aula própria. 
 
 
3. Direito societário: teoria geral das sociedades; conceito de 
sociedade; sociedade simples e sociedade empresária; sociedade 
personificada e sociedade não personificada. 3.1. Sociedades 
não personificadas: sociedade em comum e sociedade em conta 
de participação. 
Terminada o item 2 do edital, passem adiante? 
 
14. (FGV/Auditor/TCM RJ/2008) A personalidade jurídica das 
sociedades se inicia com a sua constituição e início das atividades. 
Comentários 
De acordo com o artigo 985 do Código Civil: 
Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, 
no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. 
Ok? Nesta parte não tem muito a inventar. Gabarito 
Correto. 
 
 
Uma ressalva, 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao 
Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas 
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele 
registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade 
empresária. 
Personalidade�Juríd.� Inscrição�no�Registro�
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O entendimento desse artigo 1.150 é o que se segue: 
 
 
 
 
Esse tema foi objeto de cobrança no concurso para 
Fiscal de Rendas do Estado do Rio de Janeiro (FGV/2008-2) da 
seguinte forma: “Os atos constitutivos da sociedade são sempre 
arquivados na Junta Comercial”. Fácilperceber agora que o gabarito 
da questão é falso. 
Se a sociedade simples obedecer ao regime próprio que 
lhe fora previsto no Código Civil, o registro será nos moldes 
estabelecidos para os cartórios de pessoas civis. 
Caso a sociedade simples opte por uma das outras 
formas que lhe são possíveis (sociedade limitada, sociedade em 
nome coletivo, sociedade em comandita simples), o Registro Civil 
obedecerá aos ritos previstos para inscrição dessas sociedades na 
Junta Comercial. O registro, todavia, continua sendo feito do 
Registro Civil. Só isso! Tudo bem? 
Levem para a prova o artigo 985 e o 1.150, com o 
entendimento aqui explanado. Certo? 
 
15. (DPE SP/2006/FCC) De acordo com o Código Civil, a sociedade 
estrangeira não precisa de autorização governamental para operar 
no Brasil. 
Comentários 
Com espeque no artigo 1.134 do CC: A sociedade 
estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem 
autorização do Poder Executivo, funcionar no país, ainda que por 
estabelecimentos subordinados, podendo, todavia, ressalvados os 
casos expressos em lei, ser acionistas de sociedade anônima 
brasileira. 
O gabarito da questão é incorreto. 
 
16. (DPE SP/2006/FCC) De acordo com o Código Civil, a sociedade 
em conta de participação é uma sociedade não personificada, que 
independe de qualquer formalidade e é formada com duas 
modalidades de sócios: o ostensivo e os participantes. 
Comentários 
Soc.�Empresária�
Registro�no�Cartório�de�Pessoas�Civis�Soc.�Simples�
Registro�na�Junta�Comercial�
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Inicialmente, o concurseiro deve saber que existem dois 
tipos de sociedades não personificadas. São elas: a) Sociedade em 
Comum (Art. 986 e 990, CC) e b) Sociedade em Conta de 
Participação (Art. 991 a 996, CC). 
Estudaremos mais adiante a sociedade em comum. 
A Sociedade em Conta de participação, também 
conhecida como Sociedade Secreta, não possui personalidade 
jurídica, patrimônio, tampouco nome empresarial. 
Trata-se, segundo parte da doutrina, de mero contrato 
de investimento, em que alguns sócios exercem a atividade 
empresarial e os outros participam dos resultados obtidos. Porém, 
para concursos, devemos considerá-la como sociedade (até mesmo 
por que o próprio Código assim dispôs). 
Só com o exposto, já “matamos” muitas questões em 
provas, como esta apresentada pela FGV no concurso para Auditor 
do TCM RJ/2008, segundo a qual: “A sociedade em conta de 
participação não pode ter firma ou denominação”. Ora, se se trata 
de sociedade secreta, qual seria a finalidade de um nome 
empresaria (firma ou denominação)? Neste sentido, vamos ao teor 
do art. 1.162 do CC: A sociedade em conta de participação não pode 
ter firma ou denominação. 
Na SCP, existem duas espécies de sócios: a) ostensivo, 
quem opera o negócio frente a terceiros, assumindo 
responsabilidade ilimitada pelas obrigações contraídas, não 
havendo que se falar sequer em subsidiariedade, face à falta de 
personalidade jurídica e de patrimônio da Sociedade; e, b) 
participante, também chamado de sócio oculto, não aparece nas 
relações desenvolvidas com terceiros, sendo mero prestador de 
capital, respondendo na forma estipulada em contrato (e apenas 
frente ao ostensivo). 
 
 
 
 
 
 
Assim, imagine-se uma sociedade limitada, que atua no 
ramo de comercialização de tênis para corrida e atravessa uma 
grave crise financeira, necessitando urgentemente de recursos, mas 
que tem encontrado dificuldades insuperáveis de tomar empréstimo 
junto a instituições financeiras; noutro pólo, imagine-se um grupo 
de quatro investidores que têm um grande capital disponível e que 
Sócio�da�SCP�
Ostensivo:�opera�frente�a�terceiros,�
responsabilidade�ilimitada�
Participante:�sócio�oculto,�mero�prestador�de�
capital,�interessado�nos�lucros�
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está disposto a investir no setor produtivo, muito embora não tenha 
qualquer conhecimento sobre o mercado de tênis. Como, então, os 
investidores poderiam aplicar seu capital, de forma segura, nesta 
empresa, cuja rentabilidade eles acreditam? A formação de uma 
sociedade em conta de participação é uma alternativa bastante 
viável. Neste caso, a sociedade limitada seria o sócio ostensivo, 
enquanto que os investidores seriam os sócios participantes. 
Ok? Vamos ao que diz o CC: 
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade 
constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio 
ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva 
responsabilidade, participando os demais dos resultados 
correspondentes. 
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio 
ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos 
termos do contrato social. 
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação 
independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os 
meios de direito. 
 A questão, portanto, está correta. 
 Ok? Que tal uma questão recente aplicada pela ESAF há 
pouco? 
 
17. (ESAF/AFRFB/2009) A sociedade em conta de participação é 
uma pessoa jurídica. 
Comentários 
Já vimos que a sociedade em conta de participação, 
dado o seu caráter secreto, não se registra na Junta Comercial, não 
possuindo, também, personalidade jurídica. 
De acordo com o Código Civil: 
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a 
eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro 
não confere personalidade jurídica à sociedade. 
 Portanto, A SCP é despida de personalidade jurídica! 
Esse mesmo item foi cobrado no concurso para 
Defensor Público da União em 2007, como se vê (questão incorreta): 
(CESPE/Defensor Público da União/2007) Os sócios de certa 
sociedade em conta de participação lavraram o seu ato constitutivo 
em janeiro de 2007, mas o referido instrumento foi levado a registro 
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apenas após cerca de seis meses. Nessa situação, a sociedade 
somente passou a ter personalidade jurídica no momento da 
inscrição de seu contrato social no registro público de empresas 
mercantis. 
 
18. (Inspetor Prefeitura de São Paulo/1999/FCC) A sociedade em 
conta de participação tem por característica peculiar, que a 
diferencia de todos os outros tipos societários, o fato de somente 
poder ser constituída por pessoas físicas. 
Comentários 
 Não há óbice a que os sócios nas Sociedades em Conta de 
Participação, quer ostensivos, quer participantes, sejam pessoas 
físicas ou jurídicas. 
Gabarito å Incorreto. 
 
19. (Promotor MP/SP/2008) Na _______ , a atividade constitutiva do 
objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu 
nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, 
participando os demais dos resultados correspondentes. Assinale a 
alternativa que preenche corretamente a lacuna. 
a) sociedade em conta de participação 
b) sociedade em nome coletivo 
c) sociedade cooperativa 
d) sociedade em comandita simples 
e) sociedade em comum 
Comentários 
Dissemos que, na SCP, existem duas espécies de sócios: 
a) ostensivo, quem opera o negócio frente a terceiros, assumindo 
responsabilidade ilimitada pelas obrigações contraídas; e, 
b) participante, também chamado de sócio oculto, não aparece 
nas relações desenvolvidas com terceiros, sendo mero prestador de 
capital, respondendo na forma estipulada em contrato (eapenas 
frente ao ostensivo). 
 
 
 
 
 
Sócio�da�SCP�
Ostensivo:�opera�frente�a�terceiros,�
responsabilidade�ilimitada�
Participante:�sócio�oculto,�mero�prestador�de�
capital,�interessado�nos�lucros�
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A FGV não cansa de cobrar este assunto, como vemos a 
seguir (a questão a seguir foi cobrada com o mesmo teor no Juiz de 
Direito de MG e do MS, pela banca): 
20. (FGV/Juiz de Direito/TJ MG/2008) Na sociedade em conta de 
participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida 
unicamente pelo sócio-ostensivo. 
Com base no que já estudamos, sabemos que o item 
está correto. 
 
21. (Juiz do Trabalho/TRT 14/2008) Na sociedade em conta de 
participação, a falência do sócio ostensivo não acarreta a dissolução 
da sociedade. 
Comentários 
Na sociedade em conta de participação não há falência 
da sociedade, pois, juridicamente falando, não há sociedade 
personalizada, e, sim, uma sociedade de fato, constituida sob a 
égide do "boca a boca" ou de contratos de gaveta. 
Importante salientar que mesmo que a conta de 
participação tenha registro na Junta Comercial ou no Cartório (o 
que pode ocorrer apenas para melhor assegurar os interesses dos 
contratantes), ela NÂO adquire CNPJ e, portanto, nem 
personalidade jurídica, não sendo passível de falir. 
Ademais, via de regra, a falência é requerida pelo credor, 
e como pode um credor requerer falência de uma sociedade que ele 
nem sabe que existe? A conta de participação não existe para 
terceiros, somente para os sócios (sócio(s) ostensivo(s) e oculto(s)). 
Assim, nas SCPs falem os seus sócios, sejam os 
ostensivos, sejam os participantes. 
O Código Civil assim dispõe sobre a falência dos sócios: 
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio 
ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação 
relativa aos negócios sociais. 
§ 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação 
aos sócios. 
§ 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da 
sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá 
crédito quirografário. 
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§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às 
normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do 
falido. 
O item, portanto, está incorreto. 
Vejamos mais uma questão do CESPE sobre o 
assunto... 
22. (CESPE/OAB/DF/2006) Quanto à falência do sócio ostensivo na 
Sociedade em Conta de Participação, é correto afirmar não importa 
na dissolução da sociedade, em razão da função social desta. 
Com base no exposto, concluímos que o item está 
incorreto, uma vez que a falência do sócio ostensivo acarreta a 
dissolução da sociedade. O sócio participante, neste caso, passará a 
ser credor do sócio ostensivo, participando na falência, sendo seu 
crédito classificado como crédito quirografário. 
 
23. (CESPE/Prefeitura Municipal de Rio Branco/AFTM/ 2007) Na 
sociedade em conta de participação, o contrato social produz efeitos 
somente entre os sócios; além disso, a eventual inscrição de seu 
instrumento em qualquer registro não confere personalidade 
jurídica à sociedade. 
Comentários 
É este o exato teor do artigo 993 do Código Civil: 
Art. 93. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a 
eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não 
confere personalidade jurídica à sociedade. 
Item correto. 
Falemos agora sobre as sociedades em comum... 
 
24. (CESPE/OAB 2009.1) Na sociedade em comum, todos os sócios 
respondem limitadamente pelas obrigações da sociedade; assim, 
todos os sócios podem valer-se do benefício de ordem a que os 
sócios da sociedade simples fazem jus. 
Comentários 
O artigo 1.024 do Código Civil dispõe que responde 
pelas obrigações sociais o patrimônio da própria sociedade (art. 
1.024 do Novo Código Civil), dada a autonomia patrimonial inerente 
às pessoas jurídicas. Todavia, no caso de insuficiência desse 
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patrimônio, os sócios podem ser chamados a responder 
subsidiariamente com o seu patrimônio pessoal. 
 Vejam o teor do artigo em comento: 
Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados 
por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens 
sociais. 
A sociedade em comum é aquela que não inscreveu seus 
atos constitutivos na Junta Comercial. É, por esse motivo, despida 
de personalidade jurídica. A responsabilidade dos sócios neste 
tipo de sociedade é ilimitada e direta, não havendo que se falar em 
execução dos bens sociais a priori, uma vez que sequer há formação 
desta sociedade formalmente. 
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente 
pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no 
art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade. 
Esses são os principais aspectos cobrados quando o 
assunto é sociedade em comum. 
 Gabarito, portanto, incorreto. 
 
25. (ESAF/Analista Jurídico/Sefaz/CE/2007) A sociedade em 
comum é um tipo de organização que 
a) pode ser analisada como sociedade de fato. 
b) não define um centro de imputação autônomo. 
c) permite o início da atividade a partir da celebração do contrato 
societário. 
d) facilita contatos entre a sociedade e terceiros no período 
necessário para registro do instrumento contratual. 
e) pode persistir no tempo conforme vontade dos interessados. 
Comentários 
As sociedades em comum podem ser divididas em 
a) sociedades irregulares: possuem um ato constitutivo, embora 
não registrado; 
b) sociedades de fato: não possuem contrato ou estatuto social. 
Enquanto não estiverem devidamente registradas no 
Registro Público de Empresas Mercantis, as sociedades recém 
constituídas serão regidas pelas regras aplicáveis às sociedades em 
comum. 
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Ressalve-se, contudo, as sociedades por ações, que, 
mesmo sem o estatuto social arquivado, serão regidas pelas 
disposições da Lei 6.404/1976. 
Por este motivo a ESAF considerou a letra a incorreto. 
Embora entendamos que o verbo PODER torna a questão correta. 
Da personalização da sociedade decorrem algumas 
características. Dentre elas: capacidade patrimonial (o patrimônio 
da pj não se confunde com de seus sócios), capacidade negocial, 
capacidade judicial, proteção ao nome e ao título, proteção ao ponto, 
registros e patentes junto ao INPI. 
Todavia, se a sociedade em comum destaca-se entre 
aquelas que não possuem personalidade jurídica, como falar em 
atribuição das características retro a elas? Exatamente! Não há. Por 
este motivo a questão asseverou que a sociedade em comum é um 
tipo de organização que não define um centro de imputação 
autônomo, ou seja, distinto de seus sócios. Item b correto. 
A letra c também está incorreta, considerando a 
classificação das sociedades em comum em sociedades irregulares e 
sociedades de fato. 
Como visto, as sociedades de fato não possuem ato 
constitutivo formalizado, tanto que os terceiros podem prová-la de 
qualquer modo, como se constata no Código Civil: 
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente 
por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros 
podem prová-lade qualquer modo. 
Explique-se. Caso determinado sócio demande direito 
seu em relação a outros sócios ou mesmo terceiros, só poderá fazê-
lo mediante apresentação de prova documental. Todavia, um 
terceiro, por exemplo, o credor de uma sociedade em comum, 
poderá fazê-lo de qualquer modo admitido em direito, como a 
apresentação de testemunhas, de cartas comerciais, de um 
documento assinado pelos sócios. O início das atividades da 
sociedade em comum independe de formalização de contrato. 
As letras d e e também não respondem adequadamente 
o comando do enunciado, uma vez que o fim maior das sociedades 
em comum é resguardar as relações jurídicas praticadas por sócios 
deste tipo. 
Vejam que essas questões da ESAF envolvem um alto 
grau de subjetivismo e interpretação. Entretanto, as últimas provas 
realizadas (como o AFT e AFRFB) parecem demonstrar uma nova 
tendência, cobrando mais literalidade do Código Civil. 
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26. (CESPE/TJ SE/Juiz Substituto/2008) Por não ter personalidade 
jurídica, a sociedade em comum não tem capacidade processual e 
não se sujeita ao processo falimentar. 
Comentários 
Não vamos entrar em muitos detalhes agora, o que cai é 
o seguinte: Quanto à capacidade processual da sociedade em 
comum, deve o candidato esclarecer que esta não existirá quando a 
sociedade for pólo ativo da demanda, porém haverá em caso de 
figurar como pólo passivo, inclusive para o requerimento de sua 
falência. Ok? 
O item está incorreto. Vejamos, também, como a 
VUNESP cobrou este assunto há muitos anos (item incorreto): 
27. (Vunesp/Procurador/PM/Ribeirão Preto/SP/2004) Quanto à 
sociedade em comum, é correto afirmar que possui legitimidade 
ativa para o pedido de falência de seus devedores. 
 
28. (CESPE/OAB/2007) Acerca da sociedade em comum, assinale a 
opção correta. 
a) Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações sociais, excluído do benefício de ordem aquele que 
contratou pela sociedade. 
b) O regime da sociedade em comum aplica-se também às 
sociedades por ações em organização. 
c) A sociedade em comum é uma espécie societária personificada. 
d) Os bens e as dívidas da sociedade em comum constituem 
patrimônio especial, administrado e titularizado pelo sócio 
administrador. 
Comentários 
 
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 
1.024, aquele que contratou pela sociedade. 
Art. 1.024 Os bens particulares dos sócios não podem ser executados 
por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens 
sociais. 
A letra a está correta. Este artigo 990 é o assunto mais 
cobrado quando o assunto é sociedade em comum. Como estamos 
aqui para “matar” questões, respondamos a questão a seguir: 
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(CESPE/Delegado de Polícia Federal/2004) Determinada sociedade 
em comum, formada por A, B e C, contraiu dívidas que não foram 
suportadas por seu patrimônio. Os sócios A e B não dispunham de 
recursos ou bens que pudessem saldar as referidas dívidas. Nessa 
situação, C responderá solidária e ilimitadamente, com seus bens 
pessoais, pelas dívidas da sociedade. 
Ora, ficou fácil perceber que o item acima está correto, 
com base no 990 do CC, não é? Ótimo. 
A letra b está incorreta. Enquanto não registrados os 
atos constitutivos, o contrato de sociedade será regido pelos Artigos 
986 a 990, e, no que for compatível, será regido pelas normas da 
sociedade simples previstas nos Artigos 997 a 1.038, exceto quando 
se tratar de sociedade por ações em organização, que será 
disciplinada por lei especial nos termos do Artigo 1.089 (todos do 
Código Civil). 
Vimos, inúmeras vezes, que a sociedade em comum não 
possui personalidade jurrídica (letra c incorreta). 
A letra d também está incorreta, uma vez que o Código 
Civil prescreve que: 
Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do 
qual os sócios são titulares em comum. 
 
Sociedades Simples 
29. (ISS SP/2007/FCC) A sociedade personificada, própria de 
atividades empresariais e em que todos os sócios são solidariamente 
e ilimitadamente responsáveis pelas dívidas sociais é denominada 
sociedade simples. 
Comentários 
As sociedades simples devem ser registradas no Cartório 
de Pessoas Jurídicas do local da sede. A espécie de nome 
empresarial utilizado é a denominação – não se baseando em nome 
civil, mas, sim, em nome fantasia – acrescida da expressão S/S. 
O Capital Social pode ser formado através da 
contribuição em bens, dinheiro ou prestação de serviços. 
As sociedades simples não exploram atividade 
empresarial, não exploram seu objeto profissionalmente, 
organizando os fatores de produção (exemplo: sociedade de 
advogados). 
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Importante: Quando da contratação de uma sociedade 
simples, os sócios possuem a faculdade de escolher se assumirão, 
ou não, responsabilidade subsidiária pelas dívidas contraídas em 
nome da sociedade. 
 Portanto, o gabarito está incorreto. 
 
30. (CESPE/OAB 2009.1) A sociedade simples não possui 
personalidade jurídica, sendo desnecessária a inscrição do seu 
contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de 
sua sede. 
Comentários 
O item está incorreto. Segundo o artigo 998 do Código 
Civil: Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade 
deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas do local de sua sede. 
Dessa forma, a SS possui, sim, personalidade jurídica. 
Uma outra questão muito boa da Fundação Carlos 
Chagas. 
 
31. (OAB/SP/2005/FCC) O sócio de uma sociedade simples que 
ceder suas quotas responde, por dois anos, depois de averbada a 
modificação do contrato, solidariamente com o cessionário, perante 
a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. 
Comentários 
Nas Sociedades Simples é possível a cessão das cotas 
sociais, desde que haja concordância dos demais sócios e que seja 
averbado o respectivo registro. Assim, para que um sócio de uma 
Sociedade Simples da área ceda sua parte do capital social a outro 
sócio precisará da anuência dos demais, além do registro no 
Cartório de Pessoas Civis. 
Ademais, responderá por dois anos, frente à sociedade e 
terceiros, pelas obrigações que tinha à época como sócio. 
Art. 1.003. A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente 
modificação do contrato social com o consentimento dos demais 
sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade. 
Parágrafo único. Até dois anos depois de averbada a modificação do 
contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, 
perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como 
sócio. 
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Item correto. 
32. (CESPE/TJ SE/Juiz Substituto/2008) É imprescindível o 
consentimento de todos os sócios quando da modificação das 
cláusulas do contrato social de sociedade simples que envolva 
matéria atinente à participação dos mesmos nos lucros da 
sociedade. 
Comentários 
 Segundo disposição do artigo 997 do Código Civil: 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular 
ou público, que, alémde cláusulas estipuladas pelas partes, 
mencionará: 
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos 
sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, 
nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; 
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; 
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo 
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação 
pecuniária; 
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista 
em serviços; 
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, 
e seus poderes e atribuições; 
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas 
obrigações sociais. 
Art. 999. As modificações do contrato social, que tenham por objeto 
matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de 
todos os sócios; as demais podem ser decididas por maioria 
absoluta de votos, se o contrato não determinar a necessidade de 
deliberação unânime. 
Cessão�de�capital�de�uma�
sociedade�simples
Depende�de�anuência�dos�demais�
sócios�e�de�averbação�
Cedente�responde�com�cessionário�
pelo�prazo�de�2�anos�
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 O item, portanto, está correto. 
33. (ESAF/AFT/2006) A sociedade simples, regida pelas disposições 
do art. 997 e seguintes do Código Civil - Lei n. 10.406/02 - 
caracteriza-se por permitir combinar sócios que contribuem serviços 
com os que aportam capitais. 
Comentários 
A sociedade simples pode contar com sócio que 
contribua apenas com serviços (diferentemente das sociedades 
limitadas, onde é vedada a contribuição apenas com serviços), 
como se extrai do artigo 997 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular 
ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, 
mencionará: 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição 
consista em serviços. 
O gabarito da questão, portanto, está correto. 
Passemos a uma questão prática e igualmente 
interessante sobre as sociedades simples... 
 
34. (Juiz Susbtituto TRT-RO/ 2005/FCC) Em uma sociedade 
simples formada por três sócios que subscrevem cotas iguais de R$ 
1.000,00 (mil reais), e que, não possuindo mais patrimônio próprio, 
assume uma dívida de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), o patrimônio 
pessoal de cada um dos sócios responde em caráter subsidiário pela 
dívida da sociedade, observada a proporcionalidade de R$ 10.000,00 
(dez mil reais) para cada um, salvo cláusula de responsabilidade 
solidária. 
Comentários 
Esta é a inteligência do artigo 1.023 do codex: 
Se os bens da sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os 
sócios pelo saldo, na proporção em que participem das perdas sociais, 
salvo cláusula de responsabilidade solidária. 
Portanto, teremos a seguinte situação: 
1) Os bens da sociedade são suficientes para pagamento das 
dívidas? Sim? Ok! Tudo resolvido (CC, art. 1.024). 
2) Acabaram os bens da sociedade e ainda perduram dívidas. O que 
fazer? Aplica-se o artigo 1.023. Como cada sócio subscreveu uma 
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cota de R$ 1.000,00, todos participam de forma igual das perdas e 
ganhos sociais. Assim, a dívida de R$ 30.000,00 deverá ser dividida 
entre os três, constituindo-se três frações no valor de R$ 10.000,00. 
O item está correto. 
 
35. (ESAF/AFT/2006) A sociedade simples, regida pelas disposições 
do art. 997 e seguintes do Código Civil - Lei n. 10.406/02 - 
caracteriza-se por garantir a todos os sócios participação nas 
deliberações sociais. 
Comentários 
Salvo quando a lei exigir a unanimidade, as 
deliberações serão tomadas por maioria dos votos, contados 
segundo o valor das quotas de cada um. Ora, o sócio de serviços 
não possui quotas de capital, logo não participa das decisões 
quando o Código se contenta com a maioria absoluta do capital 
(art. 1.010 do NCC). 
O item está incorreto. 
 
36. (MPE AP/2006/FCC) Dissolve-se a sociedade por deliberação 
dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo 
determinado. 
Comentários 
A dissolução não somente possui a propriedade de 
desmanchar ou romper todo vínculo jurídico que unia as coisas ou 
pessoas, anteriormente, como desobriga, pela extinção, todas as 
pessoas envoltas no ato ou no contrato dos compromissos, que 
possam vir, desde que não tenham qualquer dependência com a 
situação desfeita, pela ruptura, que a dissolução ocasiona. 
A dissolução de uma sociedade simples pode ocorrer em 
duas searas: a) judicial; e b) extrajudicial. As causas extrajudiciais 
são as previstas no artigo 1.033 do Código. Já as judiciais vêm logo 
em seguida, arroladas no artigo 1.034. 
Nas sociedades de prazo determinado, para que haja 
dissolução é necessário consenso unânime dos sócios. Nas de prazo 
indeterminado é imprescindível o voto da maioria absoluta dos 
sócios (CC, art. 1.033, II e III). 
O item, portanto, está incorreto. 
 
Dissolução�
Sociedades�
Simples�
Sociedade�prazo�
determinado� �Consenso�
unânime�
Sociedade�prazo�
indeterminado� �
Maioria�absoluta�
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Levem, na medida do possível, o texto legal para a 
prova: 
Dissolução Extrajudicial 
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: 
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem 
oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que 
se prorrogará por tempo indeterminado; 
II - o consenso unânime dos sócios; 
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade 
de prazo indeterminado; 
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no 
prazo de cento e oitenta dias; 
Vejam uma questão interessante sobre a pluralidade de sócios: 
(CESPE/Defensor Público-CE/2008) Considere que José e João sejam 
os únicos sócios da empresa MT Produtos e Serviços de Informática 
Ltda. e que, em razão da quebra da affectio societatis, José tenha 
decidido se retirar da sociedade. Nesse caso, a falta de pluralidade 
de sócios, se não for reconstituída no prazo de 180 dias, acarretará a 
dissolução da MT Produtos e Serviços de Informática Ltda. (Fácil 
inferir agora que o gabarito está correto). 
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. 
Dissolução Judicial 
Art. 1.034. A sociedade pode ser dissolvida judicialmente, a 
requerimento de qualquer dos sócios, quando: 
I - anulada a sua constituição; 
II - exaurido o fim social, ou verificada a sua inexeqüibilidade. 
 
37. (ESAF/MTE/AFT/2003) Ao instituir a sociedade simples, o Novo 
Código Civil 
a) adotou uma forma societária de estrutura menos complexa, 
própria para a microempresa. 
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b) determinou que ela não pode ter filiais ou agências. 
c) estabeleceu que o excesso de poderes dos administradores pode 
ser oposto contra terceiro, provando-se que a limitação era 
conhecida deste. 
d) permitiu que os poderes conferidos aos administradores pelo 
contrato social, poderão ser alterados por voto de dois terços dos 
sócios. 
e) impediu que os bens particulares dos sócios possam ser 
executados por dívidas sociais, exceto os créditos trabalhistas e 
fiscais.�

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