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Hematologia Clínica Docente: Suelen Cavalcante HEMATOLOGIA A compreende o estudo das células do sangue e da coagulação. Abrange também as análises da concentração, estrutura e função das células no sangue; seus precursores na medula óssea; constituintes químicos do plasma ou soro; a função das plaquetas e proteínas envolvidas na coagulação sanguínea. Hemograma Avalia os elementos celulares do sangue. Triagem e controle de doenças: - Útil na avaliação das anemias além de evidenciar indicadores que podem ser correlacionados com infecções viróticas e bacterianas. HEMOGRAMA Componentes figurados do sangue: 3 séries - HEMÁCIAS, LEUCÓCITOS, PLAQUETAS ERITROGRAMA LEUCOGRAMA PLAQUETOGRAMA 4 Hemograma ERITROGRAMA + LEUCOGRAMA + PLAQUETAS = HEMOGRAMA Anemia ? Tipo ? Infecção? bacteriana x viral ? Sangramentos espontâneos? Causas? Coleta e Distensão de Sangue para Exame O material coletado e conservado adequadamente torna-se de grande valor, proporcionando informações importantes para o clínico chegar a um diagnóstico. Uma coleta inadequada implica em custos, perda de tempo, gerando uma interpretação incompleta ou incorreta dos resultados. Coleta de sangue RECEPÇÃO/CADASTRO Idade, sexo, endereço, telefone, exercício fí- sico, gestação, menstruação, tabagismo, utilização de medica- ções e horas de jejum. TUBOS DE COLETA DO SETOR DE HEMATOLOGIA Material utilizado na coleta de exames do setor de hematologia Fatores Pré-analíticos Local da punção Padronização FASE PRÉ-ANALÍTICA é o período entre a solicitação do clínico até a realização do exame e envolve a requisição do exame, ou seja, compreende todos os processos anteriores à amostra ser processada pelo equipamento e analisada pelo citologista. A orientação sobre a coleta, a preparação e a coleta do material, o cadastramento e o transporte até o laboratório clínico são exemplos desta fase Sangue Venoso Periferico. O local de preferência é a fossa antecubital Transiluminação: Utiliza uma ou duas fontes primárias de luz, a primeira, de alta intensidade (laser) e a segunda, infravermelha. COLETA A VÁCUO COLETA DE SANGUE VENOSO COM SERINGA E AGULHA Coleta de Material Evitar coletar após exercícios físicos (leucocitose); Estresse, choro excessivo; Evitar antes de 2 horas que sucedem refeições; 16 Durante a coleta; Diferentes horas do dia; Postura; Hemoconcentração; Pressão excessiva na aspiração; Erro na ordem dos tubos; Coleta e Distensão de Sangue para Exame ENVIO DE AMOSTRAS; PREPARO DO PACIENTE; ANTICOAGULANTES: Fatores pré-analíticos Garroteamento: aproximadamente 1 minuto Hemoconcentração Variações do hematócrito (2 a 4%) Pseudoneutrofilia Homogenização da amostra Condições do paciente: jejum, estresse Posição do paciente Fatores pré-analíticos Armazenamento Glóbulos vermelhos Até 6 hrs: alterações mínimas Após 8 hrs: hemácias crenadas e esferócitos Coleta e Distensão de Sangue para Exame Erros na coleta de sangue Transferir o sangue da seringa sem retirar a agulha; Agitar vigorosamente o sangue para mistura-lo; Não desprezar a primeira gota de sangue após a punção digital; Puncionar veias onde esteja ligado o soro; Aspirar o sangue violentamente após atingir a veia; 22 Conseqüências dos erros nas coletas de sangue: Hemólise; Coagulação do sangue; Diluição do sangue pelo liquido intersticial; Hematoma; Aumento da concentração de substâncias administradas: Glicose;Potássio, Sódio e etc. 23 Manuseio da Amostra Anticoagulante; Homogeneização; Erro na identificação da amostra; Demora na execução do exame; Armazenamento e Estabilidade das amostras Tempo de armazenamento: · Processar o mais rápido possível · Mais de 4 horas em temperatura ambiente produz alterações leucocíticas e artefatos morfológicos. · Refrigeração até 24 horas não apresenta alterações significativas. · Mais de 24 horas em contato com EDTA aumenta a suscetibilidade a lise. ALTERAÇÕES NO HEMOGRAMA ALTERAÇÕES NO HEMOGRAMA: Hemólise Alterações Contagem de eritrócitos Diminuição Hemoglobina Aumento CHCM Aumento VCM Diminuição ALTERAÇÕES NO HEMOGRAMA Lipemia: Hemograma Alterações AUMENTO DA HEMOGLOBINA CHCM Aumento Medo e excitação: Eritrócitos Aumento Hemoglobina Aumento Hematócrito Aumento Armazenamento e Estabilidade das amostras Tubos para hemograma em temperaturas de 2 a 8 graus 24 hrs Tubos para hemograma em temperatura ambiente estável por 4 hrs. Extensão Sanguínea Extensão em lâmina sem Anticoagulante; Alteração da morfologia leucocitária,após uma hora de contato com o sangue. Lâminas limpas e desengorduradas Ângulo entre lâmina e lâmina extensora deve ser de 45°; 29 Extensão Sanguínea Ht° acima do normal exige ângulo mais agudo; Limpar sempre a extensora após cada utilização; Não utilizar outros mecanismos para secar o esfregaço; 30 Distensões da camada de leucócitos Buffy coat; Concentrar cels. Nucleadas e pesquisa de cels. Anormais; A gota da camada de leucócitos deve ser misturada com uma gota de plasma; 31 ESFREGAÇO SANGUÍNEO Sangue sem anticoagulante (sangue nativo) Venoso (pequenos agregados plaquetários) capilar (agregados plaquetários proeminentes) Sangue com anticoagulante (EDTA) Alterações em morfologia das hemácias (crenadas) 32 Confecção de Lâmina PASSO 2- A lâmina distensora é aplicada a um ângulo de 45 na frente da gota e recuada até tocá-la. PASSO 3- Com o sangue distribuído na borda da distensora, esta é empurrada para frente com movimento suave e uniforme. PASSO 1- Desprezar uma gota de sangue próximo a extremidade da lâmina 33 34 35 Preparo de distensão de sangue Distensões de sangue nativo venoso ou de sangue capilar são isentas de artefatos provocados pela conservação e pelo anticoagulante. Distensão feita com Sangue capilar não anticoagulado, mostrando a agregação plaquetária que habitualmente ocorre. Coloração de Lâmina Corantes básicos (ex: azul de metileno); Corantes ácidos (ex: eosina) Estruturas que se coram pelo: corante básico: basofílicos ou basófilos (ex: núcleo) corante ácido: acidófilos ou eosinófilos (ex: elementos citoplasmáticos) combinação das duas classes: neutrófilos 37 Coloração de Lâmina eosina Azul de metileno + + Àlcool metílico Panótico “Coram diferencialmente a maioria das estruturas normais e anormais do sangue” 38 Coloração de Lâmina corantes básicos (ex: azul de metileno); corantes ácidos (ex: eosina) Estruturas que se coram pelo: corante básico: basofílicos ou basófilos (ex: núcleo) corante ácido: acidófilos ou eosinófilos (ex: elementos citoplasmáticos) combinação das duas classes: neutrófilos 39 Distensões automatizadas; Distensões de sangues com Hct muito alto; Distensões da camada de leucócitos; HEMOGRAMA Introdução Simplicidade Baixo custo Automático ou manual Muita informação Introdução Componentes do Sangue 55% plasma 45% celulas: 99% Eritrócitos <1% leucócitos e plaquetas ERITROGRAMA Contagem de hemácias Concentração de hemoglobina (Hb) Hematócrito ou volume globular (Ht) Hemoglobina corpuscular média (HCM) Volume corpuscular médio (VCM) Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) Coeficiente de variação de volume do glóbulo vermelho ao redor da média (RDW) ERITROGRAMA Contagem de hemácias Concentração de hemoglobina (Hb) Hematócrito ou volume globular (Ht) ERITROGRAMA VCM (Volume Corpuscular Médio) Classifica anemia quanto volume da célula Microcítica Normocítica Macrocítica Influenciado pelo número de reticulócitos circulantes. Série Vermelha CHCM ( Concentração da Hemoglobina) Detecção de desidratação celular Aumentado nas doenças que afetam membrana eritrocitária como microesferocitose e anemia hemolítica auto imune Na doença falciforme ocorre desidratação celular aumentando o CHCMHipocromia HCM (Hemoglobina Corpuscular Média) Série Vermelha RDW Varia 11,5 – 14,5%, Medida de intensidade de anisocitose CONTAGEM MANUAL DE ERITRÓCITOS Diluição: 1:200 Preparo da câmara de Neubauer: Depositar amostra diluída na câmara, até que recubra toda área de leitura. 52 Contagem de hemácias Contagem de hemácias 1. Pipetar 4 ml de S.F em um tubo de ensaio. 2. Com a pipeta transferir 0,02 ml de sangue. A diluição é de 1:200. 4. Agitar suavemente por inversão para uma correta homogeneização. 5. Com uma pipeta preencher os retículos da câmara de contagem, evitando excesso de líquido e bolhas de ar sob a lamínula aderida firmemente à câmara. 6. Deixar repousar por 1 minuto para sedimentação os glóbulos. 7. Fazer a contagem de todas as hemácias encontradas nos quadros marcados “H”. 8. N° hemácias x 10.000 GV 56 CONTAGEM MANUAL DE ERITRÓCITOS Observação da câmara de Neubauer: H H H H H Total: 16 quadradinhos Contar os 5 quadrados do quadrante central, lembrando da regra do “L” 57 CONTAGEM MANUAL DE ERITRÓCITOS Cálculos Obter a soma dos 5 quadrados contados X fator de correção 10.000; Valores de referência Homem: 4,4 - 6,0 milhões/mm³ Mulher: 3.9 - 5,4 milhões/mm³ Recém- nascido: 5,5- 6,7milhões/mm³ 59 CONTAGEM DE ERITRÓCITOS Eritrocitopenia: Diminuição do número de eritrócitos. Quando acompanhado de diminuição da Hb - anemia. Eritrocitose: Aumento do número de eritrócitos. Quando acompanhado do aumento do Ht e Hb- poliglobulia. HEMATÓCRITO É o volume de massa eritróide de uma amostra de sangue , expressa em percentagem do volume desta. Correlaciona-se com a viscosidade sangüínea que os eritrócitos. 61 Hematócrito Método do Micro- hematócrito Aspira- se por capilaridade um pequeno volume de sg (2/3 do capilar) Veda- se a extremidade( Calor) Centrifuga-se 5 min a 11.000 r.p.m O Ht é lido visualmente (tabela) 62 Microcentrífuga Dosagem do Hematócrito Método do Micro- hematócrito Após centrifugação plasma Leucócitos e plaquetas hemácias 65 LEITURA DOS RESULTADOS: 1. Colocar o tubo sobre a escala, fazendo coincidir a extremidade inferior das células centrifugadas com a linha zero. 2. Deslocar o tubo paralelamente às linhas verticais fazendo coincidir o menisco superior do plasma com a linha 100. 3. Ler a percentagem do volume hematócrito na escala graduada ao nível da superfície das hemácias no tubo. Fatores que interferem no micro-hematócrito. Maior período de centrifugação; Maior força centrífuga; Microcitose; Esferocitose; Amostras envelhecidas; 68 Dosagem de hemoglobina Principal componente eritrocitário. •Dosagem realizada por métodos colorimétricos (hemoglobinometria) após conversão da hemoglobina em cianometamoglobina expressa em g/dl. Dosagem de hemoglobina Drabkin-> ferricianeto de potássio converte o ferro ferroso da hemoglobina à ferro férrico formando metahemoglobina. •A metahemoglobina combina com o cianeto de potássio para formar um composto estável -> cianometahemoglobina. Dosagem de hemoglobina Valores de referência: –Valores normais: »♂ - 14 a 18 »♀: 12 a 16 g/dL »Crianças de até um ano: 11 a 12 g/dl »Recém- Nascido: de 14 a 19 g/dl Dosagem de hemoglobina A dosagem de Hb está diretamente relacionada com o conteúdo e coloração do eritrócito, de grande valia no diagnóstico das anemias. •Causas de erro: – pipetagem – lipemia – alta contagem de leucócitos – sujeira na parede de leitura – presença de carboxihemoglobinas (fumantes) ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS VCM - Volume corpuscular médio. VCM= Ht x10 / E (fL) V.R: 80 a 98fL Causas comuns de erro: Crioaglutinação; Rouleaux; Conservação prolongada in vitro ⇑ VCM; Excesso EDTA ⇓VCM ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS RDW (Red blood cell Distribution Width): Expressão numérica da anisocitose Inversamente proporcional a homogeneidade da população eritróide. Valores normais: 11-14,5 ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS HCM: conteúdo médio de hemoglobina por eritrócito. HCM=Hb x 10 / E (pg/dl) Valores normais : 24-33pg. Elevado nas macrocitose; Redução nos casos de microcitose; Ex: Anemia Ferropriva e Talassemias. ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS CHCM: É a concentração de hemoglobina média nas hemácias em um volume de sangue conhecido. CHCM= Hb x 100 / Ht (%) Valores normais: 32-36% ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS HCM e CHCM: classificam as hemácias quanto à concentração e peso de hemoglobina (coloração da célula): HIPERCRÔMICAS NORMOCRÔMICAS HIPOCRÔMICAS Variações da Série Vermelha Microcitose - Hemácias abaixo de 80fL. Está Associada à Deficiência de Ferro, Talassemias e Anemias Sideroblásticas. Macrocitose - Hemácias acima de 98fL. Está Associada à Deficiência de Vitamina B12, Quimioterapia, Doença Hepática, Hipotireoidismo e Mieloma. Hipocromia - Hemácias menos coradas do que o normal. Observa-se na hematoscopia uma aumento do halo central da hemácia. Poiquilocitose - Variação na forma das hemácias. Anisocitose - Variação no tamanho das hemácias. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. LORENZI, T. F. et al. Manual de Hematologia: Propedêutica e Clínica. 4ªed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 . 710 p. 2. ZAGO, M. A.; FALCÃO, R. P.; PASQUINI, R. Hematologia: Fundamentos e Prática. 1ªed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001. 1081 p
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