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Práticas Comerciais e Publicidade no CDC

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UNIDADE III - Das Práticas Comerciais. Da 
Oferta. Da Publicidade. Das Práticas 
Abusivas. Da Cobrança de Dívidas. Dos 
Bancos de Dados e Cadastros de 
Consumidores
Arts. 29 ao 45
Prof. Paulo Gustavo B. Caldas
2018.02
1
Bystander - art. 29, todas as pessoas determináveis ou não, expostas às 
práticas comerciais.
OFERTA: informação ou publicidade
* obrigação do fornecedor (veicular ou se utilizar) integra o 
contrato
* informações = corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua 
portuguesa 
qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de 
validade e origem riscos que apresentam à saúde e segurança dos 
consumidores.
Das Práticas Comerciais - oferta
FABRICANTES/IMPORTADORES = componentes e peças de reposição enquanto 
não cessar a fabricação ou importação do produto.
Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por 
período razoável de tempo (art. 32, § ún.)
OFERTA OU VENDA POR TELEFONE OU REEMBOLSO POSTAL = identificação 
do fornecedor. 
*Vedada chamada onerosa ao consumidor que a origina (art. 33)
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA = fornecedor e prepostos ou representantes 
autônomos (art. 34).
Das Práticas Comerciais - OFERTA
.
Das Práticas Comerciais - OFERTA
CUMPRIMENTO DA OFERTA = alternativamente e à livre escolha do 
consumidor (art. 35):
 I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, 
apresentação ou publicidade;
 II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
 III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia 
eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e 
danos.
“(...) 3. A responsabilidade da ré/recorrente, pertencente ao grupo econômico 
Bosch, é solidária e objetiva em casos de reparação de danos causados aos 
consumidores por defeitos no produto (arts. 12 ao 14 do CDC). 4. Ainda que após 
cinco anos de uso, não é razoável que esse tipo de produto (lavadora de 
louças), de valor elevado, seja substituído por ausência de peças, por restar 
inviabilizado o conserto. É dever do fabricante e importador assegurar a oferta de 
componentes e peças de reposição, mesmo depois de cessada a produção ou 
importação do produto, por período razoável, nunca inferior à sua vida útil (art. 32 
do CDC). 5. Nesse sentido, evidenciada a falha na prestação de serviços que 
resulta no defeito do produto, cabe a restituição do seu valor, uma vez que não 
pode mais ser consertado. Por equidade, foi fixado em R$ 1.500,00 (mil e 
quinhentos reais), refletindo a média de preços para produtos similares. (...)”.
(07150643320168070016, 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e 
Criminais do DF, DJE: 18/12/2017)
Da Publicidade
A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e 
imediatamente, a identifique como tal (art. 36)
• Merchandising - citação ou aparição de determinada marca, produto 
ou serviço, sem as características explícitas de anúncio 
publicitário, em programa de televisão ou de rádio, espetáculo 
teatral ou cinematográfico etc.
• Teaser - uma técnica usada em marketing para chamar a atenção 
para uma campanha publicitária, aumentando o interesse, com 
informações enigmáticas, p. ex., “aguarde o lançamento do ano!”.
 
A rede de fast food McDonald's foi multada 
em cerca de R$ 3 milhões pela venda de 
lanches com brinquedos e por publicidade 
abusiva.
Em 2012, a empresa Decolar.com teve de 
pagar indenização a um casal por 
propaganda enganosa.
O site Hotel Urbano foi notificado pelo 
Procon-SP por publicidade discriminatória, 
comparando turistas a animais.
Peugeot também está na lista e foi 
multada em cerca de R$ 500 mil por 
propaganda enganosa, após anunciar 
preço sem incluir outros valores que 
deveriam ser pagos no momento de 
adquirir o produto.
Publicidade (PROPAGANDA) ENGANOSA
É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação 
de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por 
qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em 
erro o consumidor a respeito da natureza, características, 
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer 
outros dados sobre produtos e serviços. (art. 37, § 1°)
Publicidade (PROPAGANDA) ABUSIVA
É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer 
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a 
superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e 
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que 
seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma 
prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. (art. 37, § 2°)
Tang multada em R$ 
1 milhão por 
propaganda 
enganosa
Empresa usou no rótulo 
expressão “sem corantes 
artificiais” para conferir ao 
produto condição de natural; 
agora terá 30 dias para pagar 
multa da Secretaria Nacional do 
Consumidor do Ministério da 
Justiça
http://www.intervalolegal.com.br/2017/11/16/
tang-multada-em-r-1-milhao-por-propagand
a-enganosa/
http://www.intervalolegal.com.br/2017/11/10/1079/
Love Xu: pobres crianças!
Xuxa, a rainha dos baixinhos, 
protagonizou campanha nos anos 90 
onde meninas de tenra idade gemiam, 
sensualizavam e declaravam amor por 
uma sandália, conferindo ao comercial 
conotação sexual.
Das Práticas Abusivas
I - condicionar o fornecimento de produto ou de 
serviço ao fornecimento de outro produto ou 
serviço, bem como, sem justa causa, a limites 
quantitativos;
 II - recusar atendimento às demandas dos 
consumidores, na exata medida de suas 
disponibilidades de estoque, e, ainda, de 
conformidade com os usos e costumes;
 III - enviar ou entregar ao consumidor, sem 
solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer 
qualquer serviço;
 IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do 
consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, 
conhecimento ou condição social, para 
impingir-lhe seus produtos ou serviços;
 V - exigir do consumidor vantagem 
manifestamente excessiva;
 
VI - executar serviços sem a prévia elaboração 
de orçamento e autorização expressa do 
consumidor, ressalvadas as decorrentes de 
práticas anteriores entre as partes;
VII - repassar informação depreciativa, referente 
a ato praticado pelo consumidor no exercício de 
seus direitos;
 VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer 
produto ou serviço em desacordo com as normas 
expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, 
se normas específicas não existirem, pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou 
outra entidade credenciada pelo Conselho 
Nacional de Metrologia, Normalização e 
Qualidade Industrial (Conmetro);
Das Práticas Abusivas
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se 
disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de 
intermediação regulados em leis especiais; 
 X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. 
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação 
de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente 
estabelecido
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços de um número 
maior de consumidores que o fixado pela autoridade administrativa como máximo.
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao 
consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis, 
inexistindo obrigação de pagamento.

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