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Anotação resumo de paralisia de prega vocal

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A paralisia de prega vocal é a perda dos movimentos voluntários de algum dos músculos da laringe, por consequência de outras patologias como as do Sistema Nervoso Central ou Periférico, traumas mecânicos de pescoço, cabeça e tórax, hipertrofia cardíaca, neoplasias, causas cirúrgicas, tóxicas, metabólicas, inflamatórias e idiopáticas, além de lesoes do nervo laringeo superior ou recorrente. No caso das paralisias unilaterais, as causas mias frequentes são derivadas de traumas como os cirúrgicos (tireoidectomias, intubação traqueal) e acidentes e ferimentos. A prega paralisada pode assumir posição mediana, para-mediana, intermediária, em abdução e em abdução forçada ou cadavérica.
 As paralisias bilaterais, se estiverem aduzidas, causam obstrução das vias aéreas, sendo necessário traqueostomizar ou intubar o paciente. Ele pode apresentar voz aguda ou quase boa se ambas as pregas estiverem na posição paramediana. 
Nas paralisias unilaterais de prega vocal, pode apresentar disfagia, incoordenação pneumofonoarticulatória, fadiga vocal, rouquidão, redução da intensidade, redução da extensão vocal, perda da projeção vocal, soprosidade na voz, disgafia orofaríngea com mudança acústico e perceptivo-auditivo (intensidade, extensão vocal, frequência fundamental e tempo maximo de fonação). Nessa paralisia é mais frequente do lado esquerdo, por conta do nervo laríngeo recorrente esquerdo ter um trajeto maior, portanto mais vulnerável a traumas, aneurismas e tumores do mediastino. No estudo realizado neste artigo 67% tem paralisia da prega no lado esquerdo.
A avaliação da paralisia unilateral da prega vocal deve ser detalhada com exames videolaringoscópicos, avaliações objetivas e subjetivas da voz.
O tratamento das paralisias unilaterais de pregas vocais tem inicio com a fonoterapia a fim de promover o fechamento glótico, com isso, impedindo a aspiraçao de alimentos/ liquidos e melhorando a qualidade da voz. A fonoterapia pode ser feita antes e depois da cirurgia e também pode sinalizar a necessidade de uma intervenção cirúrgica.
O artigo tem como objetivo coletar informações sobre o efeito da fonoterapia em pacientes com paralisia unilateral de prega vocal através de características perceptivo-auditivas e espectrográficas da voz. Comparando os resultados pré e pos tratamento com o fonoaudiólogo. 
A analise perceptivo-auditivo é um teste subjetivo, realizado atraves da percepção do som usando a própria audição, este teste revela a descrição do sinal vocal, onde o terapeuta vai ouvir e avaliar a voz do paciente. 
A avaliação acústica é um teste objetivo, que vai medir o sinal vocal. É usado para complementar a analise percepto-auditivo.
O espectrograma, vai obter dados com as características temporais da onda sonora.
O TMF é um teste para avaliar a eficiência glótica, sendo os valores normais esperados para homens de 20 segundos e para mulheres de 15 segundos. Nas paralisias vocais, geralmente estão diminuidos, em torno de 4 a 5 segundos.
Foi feito um estudo restrospectivo, analisado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da Universidade Federal de Minas Gerais e aprovado com o número ETIC 222/08.Onde participaram 12 pacientes com diagnostico medico de paralisia unilateral da prega vocal durante a fonação no exame de imagem estroboscopia. 9 eram mulheres e 3 homens, todos entre 32 e 74 anos com media de 55 anos. 9 tinham a prega vocal esquerda paralisada e 3 a direita. 7 estavam com a prega em posiçao mediana e 5 em posição paramediana. Todos participantes foram atendidos pelo mesmo medico entre 2006 a 2008 em Belo Horizonte.
O número de sessões de fonoterapia desta pesquisa foi, em média, de 11,54 sessões.
Para participar do estudo era necessário ter diagnóstico otorrinolaringológico de paralisia unilateral de prega vocal, ter feito fonoterapia e ter tido sua voz registrada na primeira consulta e na alta fonoaudiológica.
Foram coletados os seguintes dados de cada paciente no que diz respeito a qual prega vocal foi paralisada, qual posição a prega está paralisada, número de sessões realizadas de fonoterapia, o TMF antes e após a terapia para reabilitação vocal e as gravações da voz do paciente.
Antes e depois da fonoterapia, foram coletadas amostras da gravação da vogal /a/ seguida de fala encandeada que foram os dias da semana. A gravação da vogal sustentada e fala encadeada foi feita em um PC IBM Aptiva E30P, processador AMD - K6 - 2 / 500 MHz, memória de 128 mega bytes RAM, espaço de disco 8,4 Giga bytes, placa de som Crystal Sound Fusion. A gravação das vozes foi realizada diretamente em computador equipado com microfone profissional, do tipo condensador, estéreo, omni-direcional, sensibilidade de -20 dB, da marca EQUITEK E-100, ligado a uma fonte de eletricidade (Phanton Power) de uma mesa de som marca MACKIE 1202 VLZ - 12 canais. Na gravação, o paciente tinha que ficar de pé, em ambiente silencioso, com o microfone a 10 cm da boca e com ângulo de captação direcional de 90º. O microfone estava deslocado do corpo da unidade de gravação para evitar captação de ruído do maquinário. 
As emissões foram analisadas acusticamente pelo programa Gram 5.0, o qual gera a imagem espectrográfica do som. Estas análises foram geradas em mono, sample rate de 11k e resolução de 16 bit e as espectrografias, geradas em escala de 60dB em display scroll e paleta CB. A análise das frequências foi realizada em escala linear, banda estreita, FFT 1024 e resolução 5.4 Hz.
Para analisar a visual-espectrográfica e a avaliação perceptivo-auditiva das vozes, foram convidados cinco fonoaudiólogos. Na análise perceptivo-auditiva, foram ouvidas pelos fonoaudiologos 30 gravações de forma aleatória em fones de ouvido Sennheiser HD437 e computador Acer 4420-5239 AMD Athlon X2. Utilizou-se a escala GRBASI, que é composta por seis parâmetros perceptivo-auditivos: (G) grau geral da disfonia, (R) ruído, (B) soprosidade, (A) astenia, (S) tensão e (I) instabilidade. Para cada parâmetro, o grau de alteração foi representado por uma régua de 10 centímetros, onde o extremo esquerdo significava ausência de alteração e o extremo direito o grau máximo de alteração.
No traçado espectrográfico, foram avaliados os seguintes parâmetros: forma do traçado, grau de escurecimento dos harmônicos, continuidade do traçado, presença de ruídos, presença de sub-harmônicos e harmônicos definidos. Eles não tinham conhecimento prévio se o espectro analisado era pré ou pós-tratamento, pois estava aleatoriamente.
Os fonoaudiólogos não sabiam na avaliação acústica espectrofrafica qual era o pré e pos tratamento.
Para a medida do TMF, os pacientes tinham que emitir a vogal /a/ o mais prolongado que eles conseguissem, no tom e intensidade normal, por três vezes, sendo considerado o tempo com maior prolongação. 
Os resultados da análise perceptivo-auditiva e acústica teve uma melhora significativa na soprosidade (B), grau de disfonia (G) e (A) astenia, onde a media do pré-tratamento (6,30) e pós-tratamento (2,34), e pré-tratamento (7,60) e pos- tratamento (4,35), pré (1,63) e pos (0,38), respectivamente. 
Quanto ao Ruido- pré (2,44), pós (2,36);; Tensão- pré (1,50), pos (1,49); Instabilidade- pre( 2,35); pos (1,80). 
Os resultados da análise espectrográfica mostra que os traçados melhoraram 91,7%. Os que tiveram melhora significativa pós-fonoterapia foram os harmônicos definitivos (32,3%), presença de ruído (24,2%). Os outros resultados foram, forma de traçado (15,2%), continuidade do traçado (13,1%), grau de escurecimento (11,1%) e presença de sub harmônicos (4,1%). 
O TMF melhorou numa media de 4,99 para 9,35 nos momentos pré e pós-fonoterapia, respectivamente, apresentando uma melhora significativa.

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