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GUARDA COMPARTILHADA E ALIENAÇÃO PARENTAL O ESTUDO

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GUARDA COMPARTILHADA E ALIENAÇÃO PARENTAL: O ESTUDO
DA GUARDA COMPARTILHADA, SEUS REFLEXOS NA INSURGÊNCIA DA
ALIENAÇÃO PARENTAL E SEUS ASPECTOS INFLUENCIADORES NA
DIMINUIÇÃO DA OCORRÊNCIA DA SÍNDROME.
Paulo Renato de Morais Silva1
Ana Paula de Almeida de Borba2
RESUMO
O presente artigo pretende abordar o instituto da guarda, dando maior
ênfase à guarda compartilhada, visando analisar a possibilidade desta
modalidade de guarda servir de instrumento para a diminuição da síndrome da
alienação parental na sociedade contemporânea, à luz da Lei 13.058/2014.
Utilizando-se do método de abordagem dedutivo, a pesquisa apresenta
especial importância acadêmica, por possibilitar o amadurecimento jurídico, a
capacidade de crítica e reflexão da aplicação da legislação vigente, frente aos
interesses sociais e aos direitos fundamentais amparados pela Carta Magna,
buscando de maneira efetiva, alcançar-se o melhor interesse da criança e do
adolescente e deixar de utilizar-lhes como arma contra o outro genitor.
Palavras-chave: Advogado. Alienação parental. Criança. Guarda
compartilhada. 
ABSTRACT
This article aims to address the guard Institute, placing greater emphasis
on shared custody in order to analyze the possibility of this guard mode
instrument to serve for the reduction of the parental alienation syndrome in
contemporary society, in the light of Law 13,058 / 2014. Using the deductive
method of approach, the research presents special academic importance, by
allowing the legal maturity, the critical capacity and application of the reflection
of the current legislation, compared to corporate interests and the fundamental
rights protected by the Constitution, seeking a way effective, to achieve the best
interests of the child and adolescent and stop using them as a weapon against
the other parent .
Key-words: Child. Lawyer. Parental alienation. Shared Guard.
1 Graduando do Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto. 
2 Professora no Curso de Direito da Faculdade Dom Alberto de Santa 
Cruz do Sul. 
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho traz, inicialmente, um estudo sobre as modalidades de
guarda, quais sejam: a unilateral, a alternada e a compartilhada, descrevendo a
aplicação no ordenamento jurídico, abordando a Lei n. 13.058 de 22 de
dezembro de 2014, além do princípio do melhor interesse da criança que
envolve o instituto da guarda e sua função social. No ponto, cediço que a
criança e o adolescente ganharam proteção especial com a chegada da
Constituição Federal de 1988, que salvaguardou o exercício do direito, cujo
principal objetivo é o da proteção à personalidade dos filhos, a garantia de seus
direitos fundamentais, o que justifica a tutela especial, pois são seres que
necessitam de cuidados constantes, tendo em vista suas fragilidades,
vulnerabilidades e por estarem em processo de desenvolvimento.
Com a grande evolução do direito de família, consequentemente, o
instituto da guarda também sofreu maravilhosas mudanças para adequar-se
aos anseios da sociedade contemporânea. Após, chega-se à discussão central,
qual seja, a guarda compartilhada como instrumento para prevenir a alienação
parental, ponto no qual será apresentado o conceito de alienação parental,
consequências para a relação afetiva entre a criança e o alienado e os
aspectos jurídicos do problema, fazendo uma análise conjunta com a guarda
compartilhada, a fim de apresentar os benefícios deste instituto em relação aos
filhos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A guarda no direito brasileiro
Ao se estudar o instituto da guarda, deve-se ter em mente que ela
deverá sempre ser exercida buscando-se atender o melhor interesse da
criança e do adolescente.
A guarda é o direito de vigiar, orientar, proteger e dar segurança aos
menores. Quanto sua definição jurídica, Waldir Grisard Filho (2003, p. 49)
ensina:
[...] locução indicativa, seja do direito ou do dever, que
compete aos pais ou a um dos cônjuges, de ter em sua companhia os
filhos ou de protegê-los, nas diversas circunstâncias indicadas na lei
civil. E guarda, neste sentido, tanto significa custódia como a proteção
que é devida aos filhos pelos pais.
Muitas modalidades de guardas são citadas no meio jurídico, no entanto,
cediço que a guarda no direito brasileiro se divide em duas modalidades, quais
sejam, guarda unilateral ou exclusiva e guarda compartilhada. No entanto,
muita confusão é gerada no que tange a guarda compartilhada, pois muitas
pessoas e inclusive operadores do direito, confundem esta modalidade com a
guarda alternada, aquela em que o menor permanece um período com o
genitor e outro com a genitora.
Em razão disso, no ponto guarda compartilhada, será abordada a sua
diferenciação da guarda alternada.
2.1.1 Guarda unilateral
A respeito da guarda unilateral, Madaleno (2015, p. 55) explica:
A guarda unilateral, de acordo com o art. 1.583, § 1º, de nossa
codificação civil, é atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o
substitua, possuindo o guardião não apenas a custódia física do filho,
mas também o poder exclusivo de decisão quanto às questões da
vida da prole.
Ademais, é claro que o pouco convívio com o genitor não guardião é
medida não recomendável para o desenvolvimento da personalidade dos
menores, sendo imperiosa uma maior participação do genitor na educação e
formação dos filhos.
Como a convivência com os filhos não é a mesma, pois a visitação
exercida pelo genitor não guardião, geralmente, se dá de 15 em 15 dias ou
uma vez por semana, as questões relacionadas a convivência com os filhos
são mais complexas e dolorosas, e segundo Diniz (2014, p. 109) “[...] pois ao
perderem, mesmo temporariamente, o contato e a possibilidade de serem
assistidos por ambos os pais, outras perdas advêm, engendrando
sequelas[...]”.
Considerando esses empecilhos da guarda unilateral é que a doutrina
civilista, há tempos, em proteção ao melhor interesse do menor, já advogava a
necessidade de substituição de tal medida pela guarda compartilhada, tema a
ser debatido a seguir.
2.1.2 Guarda compartilhada, sua diferenciação da guarda alternada e suas
vantagens
A guarda compartilhada tem a finalidade favorável de conceder ao filho
menor a chance de conviver e de ter um contato maior com ambos os pais,
havendo uma coparticipação deles em igualdade de direitos e deveres.
Na diferenciação das modalidades compartilhada e alternada, Madaleno
(2012, p. 132) alerta:
A guarda conjunta não é guarda repartida, como se a divisão
do tempo fosse a solução de todos os problemas e de todas as
aflições de casais em dissenso conjugal, muito embora a Lei da
Guarda Compartilhada viabilize uma maior distribuição do tempo dos
pais para com seus filhos comuns, justamente para criar as condições
de atendimento à função de guarda repartida.
A Lei 13.058 sancionada em dezembro de 2014 veio regulamentar a
modalidade da guarda compartilhada, introduzida ao Código Civil Brasileiro
pela Lei 11.698/2008. Tal instituto nasceu com a difícil tarefa de reequilibrar os
papéis parentais, tendo em vista que a sociedade mostrou-se insatisfeita com a
forma que os Tribunais vinham decidindo sobre a guarda no Brasil. No entanto,
com o advento da nova lei, ocorreu a inversão da regra a ser aplicada,
passando a guarda compartilhada a ser regra, cabendo de forma excepcional a
aplicação da guarda unilateral com a inovação da lei quanto a obrigação do
genitor que não a detenha de supervisionar os interesses dos filhos.
Na prática, não é porque a guarda compartilhada tornou-se regra que
sempre será aplicada,o princípio do melhor interesse do menor que sempre
norteará qualquer decisão. A ideia do legislador é altamente inteligente e
positiva, no entanto o presente trabalho tem o condão de esclarecer, ou até
mesmo afastar alguns mitos que estão sendo criados pela população. A nova
lei introduz a regra de que a guarda compartilhada deverá ser aplicada sempre
em que ambos os genitores estiverem aptos ao exercício do poder familiar, a
menos, que algum deles se declare formalmente impedido ou impossibilitado e
que assim não deseja exercer este direito.
Objetivamente, as principais alterações da Lei 13.058/2014 estão na
questão de ambos os genitores serem aptos a exercer o poder familiar, sendo
aplicada a guarda compartilhada como regra; no fato da guarda unilateral
anteriormente estabelecida poder ser revista judicialmente, sendo o pedido
realizado ao juiz, por meio de uma ação requerendo guarda compartilhada e na
possibilidade de fixação de pensão alimentícia caso não haja consenso, tudo a
depender do caso concreto.
Ademais, a guarda dever ser exercida na cidade base de moradia dos
filhos ou naquele que, melhor atenda aos interesses da criança. Destarte,
havendo impedimento temporário ao convívio, devido à distância, os meios de
comunicação ajudam a manter a aproximação. Não obstante, podendo haver
uma compensação durante períodos de férias escolares e feriados
prolongados.
Outra alteração importante trazida pela lei 13.058, foi a alteração do
parágrafo 5º do artigo 1.583, que traz a garantia para aquele que não detenha
a guarda do menor, de supervisionar o interesse dos filhos, podendo para tanto
requerer informações ou prestações de contas quando houver situações que
afetem a saúde psicossocial ou a educação do menor.
Para tanto, poderá haver imposição de multa diária a qualquer
estabelecimento público ou privado que se negue a prestar informações sobre
o filho a qualquer dos genitores, podendo a multa variar de R$ 200,00
(duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) se mostra como uma grande
inovação, até porque a lei era silente neste sentido.
Como se vê, a Lei da Guarda Compartilhada visa efetivar o direito ao
convívio familiar de todos os menores, bem como assegurar a ambos os pais a
participação no desenvolvimento social e psicológico de seus filhos.
Lobô afirma que, consequentemente, tornam-se desnecessários a
guarda exclusiva e o direito de visita, geradores de “pais-de-fins-de-semana” ou
de “mães-de-feriados”, que privam seus filhos da presença cotidiana” (2010, p.
196). Diante do exposto, crível que a guarda compartilhada mantém, ou até
mesmo estreita os vínculos de ambos os pais com os filhos, preservando seus
interesses e não prejudicando o desenvolvimento saudável dos menores. No 
entanto, Conrado Paulino da Rosa (2015, p. 70), em sua obra Nova Lei
da Guarda Compartilhada, alertou:
Participar, compartir, partilhar, compartilhar. Palavras que
indicam uma ação. Em se tratando da guarda de filhos, diretamente
envolvidos estão os direitos fundamentais de crianças e
adolescentes. Assim, o compartilhamento da guarda não pode ser
reduzido à sinonímia dos dicionários, enquanto meras palavras
esvaziadas de intenções reais, ou servir de “pano de fundo” para
tendenciosas negociações por parte daqueles que, sob o manto de
supostas intenções conciliatórias, objetivam alcançar compensações
pessoais ou exclusivamente materiais.
O novo modelo visa manter intacta a vida cotidiana dos filhos após o
divórcio, dando continuidade ao relacionamento próximo e amoroso com os
dois genitores, sem exigir dos filhos que optem por um deles. Ademais,
importante salientar que tal modalidade pode desenvolver nos homens e nas
mulheres uma genuína consideração pelo antigo parceiro em seu papel de pai
ou de mãe. Ambos percebem que têm de confiar um no outro como pais.
Reforçam-se, assim, mutuamente como pais, significando para eles, apesar de
separados, continuar a exercer em conjunto o poder parental, como faziam na
constância do casamento.
Em relação aos pais, acredita-se que a guarda compartilhada pode
oferecer inúmeras vantagens, uma vez que os mantêm guardadores e lhes
proporcionam a tomada de decisões conjuntas relativas ao futuro de seus
filhos, compartilhando o trabalho e as responsabilidades, privilegiando a
continuidade das relações entre cada um deles e seus filhos, minimizando o
conflito parental, diminuindo os sentimentos de culpa e frustração por não
cuidar de seus filhos. Ajuda-os a atingir os objetivos de trabalharem em prol
dos melhores interesses morais e materiais da prole.
Com relação aos filhos, podemos elencar suas vantagens na diminuição
da angústia produzida pelo sentimento de perda do genitor que não detém a
guarda tal como ocorre com frequência na guarda única. Ajuda a diminuir os
sentimentos de rejeição e proporciona a convivência com os papéis masculino
e feminino, paterno e materno, livre de conflitos, facilitando o processo de
socialização e identificação.
Logicamente que não está se falando de uma solução acabada e
perfeita, uma vez que nem a família do menor está imune a erros, limitações e
dificuldades. Nenhuma previsão sobre a efetividade de uma solução de guarda
pode ser garantida de forma absoluta pelo juiz, nem pelos profissionais que
atuam no caso particular. Este novo modelo de guarda compartilhada poderá
não servir em todos os casos, em função das diversidades culturais, aos
ressentimentos, aos conflitos decorrentes das causas da dissolução conjugal e
também ao próprio relacionamento conturbado após a dissolução da união, mas já
se torna um avanço, um paradigma no ordenamento jurídico brasileiro.
Este mesmo autor reconhece que a guarda conjunta é uma abordagem
nova e benéfica, que funciona bem para a maioria dos pais cooperativos, e
muitas vezes tem êxito quando o diálogo entre os pais não é bom, mas eles
são capazes de isolar os filhos de seus conflitos. No entanto, adverte que esse
sistema tem sido frequentemente adotado de forma equivocada por casais
amargos e em conflito, e nessas condições ele fracassa redondamente (1995,
p. 120).
Diante disso, pode-se concluir que tal sistema pode ser trágico se
adotado por casais amargos, tendo em vista que genitores sem diálogos,
insatisfeitos com a vida, que agem tentando sabotar o ex parceiro, contaminam
a vida de seus filhos, razão pela qual, nestes casos, a guarda compartilhada
poderá ser prejudicial aos infantes. 
Contudo, em casos de famílias estruturadas e que prezem pelo bem-
estar de seus filhos, os resultados da modalidade de guarda compartilhada
pode favorecer o desenvolvimento sadio dos menores. Razão pela qual, não se
pode impor uma realidade àquelas famílias que não estão preparadas para
conviverem dentro do sistema da guarda compartilhada, devendo ser analisado
o caso concreto, de forma atenta, podendo se utilizar dos profissionais
multidisciplinares para se ter um laudo adequado, que irá se transformar no
pilar de sustentação da guarda conjunta.
Em face do todo exposto, se percebe que, no caso de pais que estejam
interessados no bem-estar dos filhos, a guarda compartilhada poderá trazer
benefícios maiores que a guarda unilateral, não somente aos filhos que são
mais vulneráveis e de maior importância, mas também aos pais que terão
condições de igualdade entre si, tema que será abordado a seguir.
2.2 A guarda compartilhada como instrumento para prevenir a
prática de alienação parental
Quando é utilizada a expressão alienação parental, fala-se emuma
versão genericamente empregada com o fim de designar a patologia
psicológica/comportamental, a qual se caracteriza pelo exercício abusivo do
direito de guarda de um dos genitores, impedindo o convívio com o outro,
sendo a síndrome da alienação parental uma sequela emocional decorrente do
transtorno sofrido pela criança.
A prática dessa alienação pode, além de destruir o vínculo entre pais e
filhos, revelar diversos sintomas de doenças psicossomáticas, ou seja, torna-
los pessoas ansiosas, deprimidas e agressivas. Além disso, abrangem ainda
doenças como depressão crônica, transtorno de identidade, entre outras. Para
tanto, é normal o genitor alienante ameaçar o filho de abandoná-lo, caso seja
rejeitado, faz com que o filho, conforme leciona Pinho (2013, p. 47) se põe
numa situação de dependência e fica submetido regularmente a provas de
lealdade.
Mesmo com o advento da Nova Lei da Guarda Compartilhada, restam
dúvidas se esta modalidade de guarda deve ser aplicada em separações
litigiosas, o que já se vinha desmistificando nos Tribunais, como no julgamento
abaixo colacionado:
APELAÇÃO CÍVEL. GUARDA. MODIFICAÇÃO DOS
ALIMENTOS. ALIENAÇÃO PARENTAL. VISITAS. 1. GUARDA
COMPARTILHADA. É inexistente pressuposto essencial ao
compartilhamento da guarda, na sua concepção jurídica, qual seja a
plena harmonia e entrosamento entre os genitores cuidadores, que
precisam ter muito bem estruturada a habilidade de tomar decisões
em consenso - o que não se faz presente, como destacado na
sentença. Destaco que, em que pese os atritos relatados, os
genitores conseguiram organizar e flexibilizar os momentos de visita
ao pai. Note-se que o menino, que em poucos meses completará 13
anos, manifestou à assistente social que a convivência como
organizada estava boa, "que não gostaria de mudar nada. Portanto,
deve ser mantida a sentença que negou o pedido de guarda
compartilhada. 2. ALIMENTOS. Mantido o status quo, não há falar em
dispensar o genitor da prestação de assistência material ao filho.
Tampouco se justifica a redução de valores, porquanto não há
informação segura e precisa acerca da renda do apelante. Como
consequência não se pode aquilatar, no contexto probatório, alteração
na situação fática, seja sob o viés das suas possibilidades como do
atendimento das necessidades do filho. 3. TRATAMENTO
PSICOLÓGICO para a genitora. Não se cogita de determinação
judicial para este fim, seja porque a apelada referiu que deixou a
terapia por não ter condições financeiras para continuar o tratamento
ou porque consta dos autos que os atritos serenaram. 4. ALIENAÇÃO
PARENTAL. Nada há para prover no ponto, pois não obstante a
narrativa do genitor de que houve atos de desqualificação de sua
conduta como pai, não há prova suficiente para configurar práticas
desta natureza. Ao contrário, pois, ainda que com alguns conflitos, a
apelada estabelece uma agenda de convivência do menino com o
pai. Ademais, o estudo social nada confirma neste sentido, devendo
ser lembrado que em duas oportunidades a assistente social
entrevistou o menino. NEGARAM PROVIMENTO, POR MAIORIA,
VENCIDO, EM PARTE, O VOGAL. (Apelação Cível Nº 70065695090,
Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe
Brasil Santos, Julgado em 03/09/2015)
Em que pese a alteração legislativa concernente a aplicação da guarda
compartilhada, ainda há grandes divergências sobre o tema quando de sua
aplicação, enquanto alguns Desembargadores julgam pela “letra fria” da lei,
outros “flexibilizam” a determinação legal alicerçado no princípio do melhor
interesse da criança e do adolescente.
Outra questão bastante debatida quando se fala em guarda
compartilhada é a sua fixação nos casos em que os genitores não residirem na
mesma cidade, principalmente quando se fala em cidades distantes, em outro
Estado da Federação e, ainda, o menor encontrar-se em período escolar.
Contudo, conforme estudo realizado, a distância das residências dos genitores
dificulta, mas não impede a fixação da guarda compartilhada. Na verdade, o
que se busca é uma residência base, que possa servir de referência para a
criança e ao adolescente, onde ela possa entender como sua moradia,
evitando maiores transtornos e confusões para os menores. Mesmo com a
guarda compartilhada a custódia física permanece com um dos genitores e em
relação ao outro progenitor é que será necessário estabelecer o tempo de
convívio com a prole (MADALENO, 2015, p. 123).
Ao estabelecer, a nova redação de nossa codificação civil, a partir da Lei
n. 13.058/2014, que essa convivência será equilibrada, importa na
impossibilidade da antiga fixação de “finais de semanas alternados”. Afinal,
quatro dias para um dos pais em detrimento de outros vinte e seis de
companhia da prole com o outro jamais poderão ser interpretados como
“convivência equilibrada”, que passa a ser a lógica do sistema jurídico.
Pela pesquisa realizada, percebeu-se que, infelizmente, alguns
operadores do direito confundem a guarda compartilhada com a guarda
alternada, e, em algumas vezes, deixam de aplicar o modelo em tela por
simplesmente desconhecê-lo. Nas palavras de Akel (2010, p. 112)
“diferentemente do que ocorre na guarda conjunta, na forma alternada, a
criança não possui residência fixa (habitual), ora permanecendo com a mãe,
ora com o pai, situação que propicia inevitável instabilidade emocional”.
Por oportuno, importante frisar que não é a convivência familiar entre os
ex-cônjuges que a guarda compartilhada prioriza, e sim a convivência entre
pais e filhos após o término da relação dos pais. O compartilhamento da
guarda pretende garantir que ambos os genitores mantenham um contato
efetivo com os filhos, propiciando as melhores condições para a formação
moral e social das crianças e adolescentes.
Como principal resultado obtido com a presente pesquisa, está o fato da
guarda compartilhada servir como instrumento de prevenção à ocorrência de
alienação parental. Isso porque, é uma maneira de os genitores manterem um
contato permanente junto ao filho, afastando assim a exclusão de um dos pais
na vida do menor. Em tese, compartilhando a guarda do filho, os pais estarão
mais próximos e essa é uma forma de evitar a alienação parental.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O método de abordagem utilizado no desenvolvimento do presente
estudo foi o dedutivo, que consiste numa construção lógica que retira de duas
premissas uma terceira, denominada de conclusão. (GIL, 1999, p. 27)
O método de procedimento utilizado foi o monográfico, eis que se
descreveu minuciosamente os elementos fundamentais do presente estudo,
quais sejam, a guarda compartilhada e a alienação parental.
Como técnica de pesquisa, utilizou-se a documentação direta, através
de expedientes metodológicos constitutivos da pesquisa bibliográfica,
buscando-se elementos para investigação do tema em bibliografia de fontes
secundárias, notadamente em livros e revistas especializadas e na legislação
atinente a matéria. Também foi utilizada a documentação indireta,
principalmente através da observação, buscando-se a coleta de dados para
obtenção das informações estudadas.
4 COLETA E ANÁLISE DE DADOS
Visando analisar os casos de alienação parental que chegaram ao
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, serão apresentados gráficos que
demonstram os casos que conheceram e não conheceram a alienação
parental. Os gráficos apresentam como opções de respostas da
problematização,o reconhecimento e o não reconhecimento da alienação, bem
como, a opção de respostas nomeada como diligências, para os casos que
determinaram a realização de perícias psicológicas e sociais a fim de verificar a
ocorrência da alienação, quando não foi possível reconhecer e nem afastar de
pronto a ocorrência da alienação parental.
Enquanto no ano de 2012 foram dois reconhecimentos de alienação e
em 2013 cinco casos reconhecidos, em 2014 foram dezesseis casos
reconhecidos de alienação parental, um salto imenso, como pode se perceber
nos gráficos abaixo:
54%
33%
13%
Qual a posição do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, no ano de 2014, quando do julgamento de pedido de reconhecimento de alienação parental?
Di l igência s
Reconhecimento
Nã o reconhecimento
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Casos de alienação parental reconhecidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
 
Diante do exposto, com os resultados obtidos, acredita-se que, por
manter os pais próximos e participando ativamente da vida dos filhos, a
incidência de alienação pode ser drasticamente reduzida com a fixação da
guarda compartilhada.
Nos primeiros cinco meses do ano de 2016 o Tribunal de Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul teve dezoito casos envolvendo alienação parental
e o fato que chama bastante atenção é que apenas em quatro deles foram
determinadas diligências, nos demais, se reconheceu ou não a prática de
alienação parental.
Estes dados comprovam o amadurecimento do Judiciário quanto ao
reconhecimento da alienação parental, mostrando que há mais efetividade e
conhecimento dos fatos e do tema abordado. O reconhecimento de casos de
alienação parental só aumentou desde 2012, no gráfico abaixo se percebe o
crescimento de casos reconhecidos:
2012 2013 2014 2015
2010,5
2011
2011,5
2012
2012,5
2013
2013,5
2014
2014,5
2015
2015,5
2012
2013
2014
2015
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer da cognição trazida a lume no desenvolvimento do trabalho,
foi possível estudar as modalidades de guarda no direito brasileiro, 
principalmente o instituto da guarda compartilhada, sua função social e sua 
importância na diminuição e prevenção da ocorrência da alienação parental.
A partir da análise destas modalidades de guarda, foi possível evidenciar
os benefícios trazidos pela guarda compartilhada, a qual possui, em sua base, 
uma melhor distribuição do poder familiar aos genitores, ratificando, em nome 
do princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, a necessidade de
os filhos conviverem com ambos os genitores.
Diante disso, entende-se a guarda compartilhada à luz da lei 
13.058/2014, como sendo a modalidade de guarda com maior reflexo do poder 
familiar, da mesma forma que revela aos genitores a importância do convívio 
com sua prole, mantendo ambos em harmonia para um desenvolvimento sadio 
da criança e do adolescente. Nesta modalidade de guarda o pai não é apenas 
um visitante para seu filho, característica da guarda unilateral, onde o genitor 
não guardião se torna um terceiro estranho para seu filho.
No mesmo passo, com os sentimentos de ódio, mágoa e revolta que
acompanham o casal após a separação, o filho é tido como um instrumento de
vingança em face do outro genitor, fazendo uma campanha destrutiva para a
criança, e dando espaço para a ocorrência da alienação parental.
É neste ponto que se deve ressaltar a importância de métodos para que
haja a reaproximação da criança ou adolescente com o genitor alienado,
reestabelecendo-se os laços afetivos e propiciando uma vida saudável para
ambas as vítimas (criança e genitor alienado) sendo a fixação da guarda
compartilhada a melhor saída para a solução deste conflito, a qual pode
prevenir ou até mesmo cessar a ocorrência da alienação parental.
Daí surge o questionamento que nem mesmo os Juízes e
Desembargadores, de maneira uníssona, conseguem responder: é
aconselhável a fixação da guarda compartilhada mesmo nos casos em que não
haja consenso entre os genitores? A resposta não é tão clara, afinal no mundo
jurídico sempre é preferível se apreciar o caso concreto, no entanto, a primeira
ideia que se deve ter em mente é que a criança não tem relação com a
separação e que são os seus interesses que devem ser preservados quando
do litígio entre os genitores. A relação dos pais com os filhos não pode ser
afetada uma vez que estes possuem o direito de conviver com ambos, assim
como antes da ruptura conjugal.
Ocorre que mesmo com o advento da nova lei da guarda compartilhada,
os Julgadores continuam a aplicá-la sempre que possível, como na previsão
legal antiga, levando a conclusão de que a “regra” da guarda compartilhada
não é efetivamente aplicada. 
A guarda compartilhada busca proteger o melhor interesse da criança e
do adolescente, sendo o compartilhamento o modelo ideal a ser buscado pelos
pais, após os divórcios, até mesmo litigiosos, pois o objetivo central a ser
pleiteado é a manutenção do vínculo afetivo entre os genitores e seus filhos.
Logo, é a forma eficaz de a criança crescer saudável e ambos os pais, unidos,
buscarem a maneira mais adequada de criar e educar a sua prole.
No entanto, é meritório que o genitor ou genitora lute pela maior e
melhor convivência com sua prole e busque convencer o judiciário que a sua
convivência irá trazer benefícios à boa formação psicológica do menor,
situação que irá se refletir favoravelmente no campo profissional e/ou em seu
campo pessoal. 
Por fim, sempre que ocorrer o término de uma relação conjugal, é
aconselhável que os genitores aceitem compartilhar a guarda, pensando
unicamente no bem-estar dos seus filhos, esquecendo as desavenças que
possuem entre eles, pois a separação dos pais gera, normalmente, em alguns
casos, trauma a seu filho, como o sentimento de abandono. Sendo assim, os
pais, compartilhando a guarda, farão com que os filhos possam solucionar, de
forma mais tranquila, problemas que são ocasionados pelo divórcio, ficando
distante da possibilidade da ocorrência da alienação parental.
REFERÊNCIAS
AKEL, Ana Carolina Silveira. Guarda compartilhada: um avanço para a 
família. São Paulo: Atlas, 2008.
BRASIL. Constituição Federal da República Federativa do Brasil. 
Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.> Acesso em
20/10/2015.
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Civil dos Estados Unidos do Brasil. Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm>. Acesso em 01/04/2015.
BRASIL. Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da 
Criança e do Adolescente. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em 01/04/2015.
BRASIL. Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código 
Civil. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em 
10/05/2015.
BRASIL. Lei n° 11.698, de 13 de junho de 2008, que altera os arts. 
1.583 e 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, para 
instituir e disciplinar a guarda compartilhada. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11698.htm>. 
Acesso em 10/08/2015.
BRASIL. Lei n° 12.318, de 26 de agosto de 2010, que dispõe sobre a 
alienação parental e altera o art. 236 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. 
Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12318.htm>. Acesso em 09/08/2015.
BRASIL. Lei n° 13.058, de 22 de dezembro de 2014, que altera os arts. 
1.583, 1.584, 1.585 e 1.634 da Lei no 10.406,de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil), para estabelecer o significado da expressão “guarda compartilhada” e 
dispor sobre sua aplicação. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/Lei/L13058.htm>. 
Acesso em 10/08/2015.
BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. APELAÇÃO CÍVEL. 
GUARDA. MODIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS. ALIENAÇÃO PARENTAL. VISI-
TAS. 1. GUARDA COMPARTILHADA. Apelação Cível Nº 70065695090, Oitava 
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, 
Jul-gado em 03/09/2015.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. 
São Paulo: Atlas, 1999.
GRISARD FILHO, Waldir. Guarda compartilhada: Um novo modelo de 
responsabilidade parental. 2ª ed. São Paulo: RT, 2003.
LÔBO, Paulo, Direito Civil. Famílias. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
_______. Direito Civil. Famílias. São Paulo: Saraiva, 2010.
MADALENO, Ana Carolina Carpes. Síndrome da Alienação Parental: a 
importância de sua detecção com seus aspectos legais e processuais / Ana
Carolina Carpes Madaleno, Rolf Madaleno. – 2. ed. – Rio de Janeiro: 
Forense, 2014.
PINHO, Marco Antônio Garcia. Alienação parental: “órfãos de pais 
vivos”. Porto Alegre: Revista Síntese, publicação periódica bimestral, v. 14, n. 
75, 2013.
ROSA, Conrado Paulino da. Nova lei da guarda compartilhada. São 
Paulo: Saraiva, 2015.
ANEXO A – CRITÉRIOS NORTEADORES PARA AVALIAÇÃO DO 
ARTIGO CIENTÍFICO
1. O artigo científico apresenta todos os itens deste tipo de trabalho
( resumo, abstract, sumário, introdução, revisão da literatura, metodologia,
descrição e análise de dados, conclusão e referências)
2. O problema de pesquisa é relevante e adequado uma das linhas de
formação do curso
3. O Artigo apresenta introdução, revisão da literatura, estudo de caso e
conclusões parciais
4. A introdução apresenta o tema da pesquisa, os objetivos, o problema
de pesquisa e a estrutura do trabalho
5. A fundamentação teórica é coerente e adequada com o problema 
proposto
6. Os autores citados na revisão da literatura constituem referencial 
adequado à temática da pesquisa
7. A exposição teórica está consistente
8. O método é bem definido e adequado ao problema, com as fases de
pesquisa claramente relatadas
9. A análise e interpretação de dados estão bem formulados e retomam
pressuposto teórico
10. As conclusões parciais estão coerentes com a análise de dados
11. A pesquisa apresenta contribuição científica
12. O texto é claro, objetivo e usa linguagem correta.
	ABSTRACT
	2.1.1 Guarda unilateral
	2.1.2 Guarda compartilhada, sua diferenciação da guarda alternada e suas vantagens
	REFERÊNCIAS

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