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O vírus Epstein-Barr (VEB) foi identificado há anos por meio de microscopia eletrônica, mas só posteriormente foi demonstrado tratar-se do agente etiológico da mononucleose infecciosa. 1920 – Sprunt e Evans – casos de febre, linfadenopatia e prostração em adultos saudáveis, acompanhados de linfocitose atípica; 1932 – Paull e Bunnel – teste sorológico específico (teste dos anticorpos heterófilos): soro de pacientes com mononucleose causa aglutinação de eritrócitos de carneiros; 1968 – Descobre-se o agente etiológico da doença: vírus Epstein-Barr (VEB). O VÍRUS Os gama-herpesvírus têm a capacidade de estabelecer infecção latente em linfócitos e estão associados à proliferação celular. A estrutura do VEB é típica da família dos herpes- vírus, possui o envelope externo composto por glicoproteínas, entre as quais se destaca a gp350 que participa da ligação do vírus ao seu receptor na superfície do linfócito B, a molécula CD21. São conhecidos dois tipos de VEB que podem infectar o homem, tipos 1 e 2, e que apresentam pequenas diferenças em relação à sua patogenia. O tipo 2 é mais eficiente em infectar linfócitos que o tipo 1. PATOGÊNESE É uma infecção restrita a linfócitos B primários, mas a maioria dos linfócitos B humanos no sangue periférico é susceptível à infecção. Estudos epidemiológicos evidenciam que a maioria dos adultos já foi infectada pelo VEB no passado e elimina de forma intermitente o vírus na saliva. Indivíduos previamente infectados também apresentam linfócitos B infectados de forma latente, tanto de sangue periférico quanto de órgãos linfáticos. A infecção pelo VEB ocorre pelo contato com secreções orais. O vírus infecta as células epiteliais da orofaringe, atingindo, na sequência, os linfócitos B que circulam na região. Uma vez dentro da célula, o genoma viral é transcrito em RNA, e parte se alojará no DNA do hospedeiro, parte no citoplasma em forma de episoma. A partir da integração do vírus, inicia-se a produção de uma série de proteínas virais. Os antígenos nucleares (EBNA) são responsáveis pela imortalização do linfócito. O EBNA-1 mantém a forma episomal do vírus quando latente. O EBNA-2 transforma os linfócitos em linfoblastos que proliferam continuamente, imortalizando-os e levando à expressão da proteína de membrana latente (LMP-1), do antígeno de ativação das células B, de moléculas de adesão intercelular (ICAM-1). A replicação do VEB dentro das células ainda resulta na expressão de antígenos precoces (EA), antígenos da cápside (VCA) e antígenos de membrana. A resposta do hospedeiro à infecção pelo VEB é de natureza humoral e celular. Anticorpos neutralizantes dirigidos contra os vírions, VCA e EBNA são produzidos em todos os pacientes. No entanto, o aparecimento de linfócitos T citotóxicos específicos para o VEB e células natural killer (NK) parecem ser os principais mecanismos de defesa do hospedeiro contra a infecção. As células NK e os linfócitos T citotóxicos CD4+ e CD8+ controlam a proliferação dos linfócitos B infectados pelo VEB na infecção primária. A habilidade do VEB de persistir na célula infectada, apesar da resposta imune contrária, indica que o vírus desenvolveu estratégias para se evadir da reposta imune. Ele induz a produção de uma citocina e o seu receptor, os quais são importantes para modular o sistema imune, de forma a permitir a persistência da infecção. Essa citocina é o VEB BCRF1, de estrutura muito semelhante à da interleucina-10 (IL-10), conseguindo, portanto, mimetizar a sua ação, inibindo a produção de interferon-gama (IFN-γ). O IFN-γ e o IFN-α inibem o crescimento de células infectadas pelo VEB. A inibição da produção do IFN- γ permitirá, portanto, a proliferação dessas células. A diferenciação dos linfócitos B em linfoblastos vai determinar uma grande produção de anticorpos pelo nosso organismo, que chamamos de gamopatia policlonal, que levará a uma produção exacerbada principalmente de IgM. MONONUCLEOSE INFECCIOSA IgM 100% (↑anticorpos heterofilos) IgG 50% IgM é preditora de infecção primária, esses anticorpos IgM, apesar de estarem aumentados, não reagirão contra os antígenos, de modo que ainda não se sabe o seu papel na resposta do organismo contra o vírus. Assim, seus títulos não têm relação com a gravidade da doença. EPIDEMIOLOGIA Estudos mostram que 80 a 95% da população adulta já foi infectada pelo VEB. A idade em que a infecção primária ocorre varia conforme a população em questão e populações com condições socioeconômicas precárias entram em contato com o vírus mais cedo, geralmente durante a primeira infância. Ao passo que populações com melhores condições socioeconômicas habitualmente infectam-se na adolescência ou idade adulta. A infecção primária em adolescentes e adultos jovens resulta em sintomas em mais de 50% dos casos, demonstrando a tríade clássica da mononucleose infecciosa: fadiga; faringite; e linfadenopatia. A principal via de transmissão do VEB é a saliva de indivíduos com a infecção sintomática ou assintomática. Em crianças pequenas, o compartilhamento de brinquedos é um mecanismo de transmissão comum, assim como em adolescentes, o ato de beijar. Apesar da excreção prolongada do vírus na orofaringe, não há necessidade de isolamento do paciente hospitalizado. O EBV costuma ser excretado em secreções orais em altas concentrações por 6 meses a 1 ano após a infecção primária. Passada essa fase, a excreção viral passa a ocorrer em baixas concentrações e de forma intermitente. Os quadros de imunossupressão facilitam a reativação do vírus latente, e a, consequente, excreção do VEB na saliva. O VEB também pode ser encontrado em secreções genitais dos sexos masculino e feminino, mostrando que a transmissão viral também é possível pelo contato sexual, embora rara. A transmissão pela transfusão de hemoderivados contaminados pelo vírus também acontece, todavia é bem menos frequente. Não há descrição de variação sazonal na infecção pelo VEB nem de diferença de comprometimento nos dois sexos. QUADRO CLÍNICO O VEB primeiramente infecta as células epiteliais da mucosa bucal ou das glândulas salivares e, a partir daí, o vírus ganha acesso aos linfócitos B no tecido linfoide da faringe, de onde se disseminarão pelo sistema linfoide do indivíduo. A idade do indivíduo no momento da infecção influencia a expressão clínica do VEB, de modo que, em crianças pequenas, a infecção primária é frequentemente assintomática, já os adolescentes e adultos geralmente apresentam o quadro clínico clássico da mononucleose infecciosa. O período de incubação é de 4 a 7 semanas, ao fim do qual o indivíduo pode queixar-se de sintomas inespecíficos, como cefaleia, mal-estar, fadiga e mialgia por 3 a 5 dias, iniciando-se, então, a febre, acompanhada de aumento de linfonodos e faringite. Febre: ocorre em mais de 90% dos pacientes, é geralmente vespertina, com picos de até 39°C a 40°C, e resolve-se em cerca de 10 a 14 dias na maioria dos casos, eventualmente se prolongando por até quatro semanas. Linfoadenopatia: mais comum é a cervical posterior, geralmente bilateral. Também pode haver o acometimento das cadeias cervical anterior, submandibular e até axilar. Os gânglios podem aumentar em até 4 cm de diâmetro; têm características benignas; são móveis; e de consistência fibroelástica. É mais proeminente nas primeiras 2 a 4 semanas da doença. Faringite: apresenta-se com aumento do tamanho das tonsilas e exsudato em 1/3dos casos, tornando o diagnóstico diferencial com a faringite estreptocócica muito difícil só pelo aspecto clínico. A dor pode ser muito forte, sendo frequentemente a principal queixa no início do quadro. Petéquias em palato também podem estar presentes. O paciente pode apresentar exantema cutâneo, com qualquer característica (macular, petequial, escarlatiniforme, urticariforme, eritema multiforme) e isso se dá principalmente pela administração de ampicilina ou outros antibióticos betalactâmicos. Outras alterações clínicas encontradas no paciente com o quadro clássico da mononucleose infecciosa, em ordem de frequência, são esplenomegalia, hepatomegalia, icterícia e edema bipalpebral (sinal de Hoagland). Enquanto a fase aguda da monucleose infecciosa pode durar de 3 a 4 semanas, a hepatomegalia ou a esplenomegalia podem persistir por até três meses. Indivíduos que apresentam fadiga intensa também costumam melhorar após o primeiro mês da doença. COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS Anemia hemolítica autoimune ocorre em poucos casos. A hemólise torna-se evidente entre a 2ª e a 3ª semanas da doença e resolve-se após 1 a 2 meses. A anemia aplásica é uma complicação muito rara. O achado de trombocitopenia e neutropenia é frequente ocorre nas manifestações leves e autolimitadas. Nos casos de trombocitopenia grave, o tratamento com corticosteroides e imunoglobulinas intravenosos já se mostrou benéfico. OBSTRUÇÃO DAS VIAS ÁREAS O aumento do volume tonsilar pode ser tamanho que cause obstrução de vias aéreas. Estes pacientes apresentam-se com salivação excessiva, estridor e dispneia. São casos que podem ser manejados com elevação da cabeceira da cama, hidratação intravenosa, nebulização de O2 e corticosteroides sistêmicos. Nos casos de obstrução completa da via aérea, indicam-se tonsiloadenoidectomia e intubação endotraqueal. RUPTURA ESPLÊNICA É rara. O mecanismo causal é a infiltração linfocítica da cápsula, trabéculas, paredes vasculares e do aumento rápido do órgão que ocorre entre a 2ª e 3ª semanas, de modo que a ruptura está relacionada a traumas abdominais e a esplenectomia é imediata. NEUROLÓGICAS Cefaleias são relatadas, mas manifestações neurológicas mais graves como convulsões e ataxias são pouco comuns. Nos casos de encefalite, as alterações liquóricas costumam ser discretas. Casos de meningite asséptica também são descritos, assim como paralisia facial e mielite transversa. A recuperação é completa na maioria dos casos. Cerebelite (marcha), Síndrome de Guillain-Barré (+frequente). RENAIS As alterações renais são leves, decorrentes de uma nefrite intersticial, com hematúria microscópica e proteinúria. Os casos de insuficiência renal aguda (IRA) são esporádicos. CARDÍACAS As complicações cardíacas mais frequentes são anormalidades de ST-T no ECG. Mas são poucos os quadros de pericardites e miocardites fatais. As alterações no exame costumam aparecer durante a 2ª ou 3ª semana da doença e resolvem-se ao término da quarta semana. PULMONARES Pode haver infiltrado intersticial e o diagnóstico diferencial com outros agentes etiológicos é necessário (ex-Mycoplasma pneumoniae). Geralmente a evolução é benigna, em 3 ou 4 semanas. GASTROINTESTINAIS Há relatos de hepatite fulminante pela infecção pelo VEB e de hepatite que evolui para cirrose hepática, na vigência de cofatores interferentes na evolução da infecção hepática. Outras manifestações gastrointestinais menos comuns incluem pancreatite, gastrite e colecistite. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL O termo “síndrome da mononucleose infecciosa” engloba as diferentes doenças que podem se apresentar com um quadro clínico muito semelhante. O quadro comum apresenta, em geral, a possibilidade da presença de linfócitos atípicos no sangue periférico, baixa repercussão sistêmica, bom estado geral, linfoadenomegalia, hepatoesplenomegalia. (A infecção pelo citomegalovírus, a toxoplasmose, a infecção aguda pelo HIV, a rubéola, a hepatite A, a infecção pelo HSV-6, infecção pelo adenovírus e a brucelose. Entre as patologias não infecciosas, estão os linfomas, as leucemias e intoxicações por drogas.) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL No hemograma, a alteração mais frequente é a linfocitose relativa e absoluta. Seu pico é atingido entre as 2ª e 3ª semanas. A presença de linfócitos atípicos também é muito característica da mononucleose infecciosa, apesar de não patognomônica. Linfócitos atípicos são células T reacionais a linfócitos B infectados pelo vírus e caracterizam-se morfologicamente por ter tamanho maior que o normal, citoplasma basofílico e vacuolado e núcleo lobulado. Há grande variação em relação ao número de linfócitos atípicos na mononucleose, mas, geralmente, representam mais de 10% do total de leucócitos, o que consiste em número absoluto maior que 1.000 linfócitos atípicos por milímetro de sangue e, em casos extremos, podem chegar a até 90%. Contudo, não estão presentes em crianças pequenas. Observa-se uma neutropenia relativa e absoluta entre 60 a 90% dos casos e os neutrófilos que se mantêm circulantes apresentam discreto desvio à esquerda. Pode haver trombocitopenia e anemia. Há relatos de raros casos de trombocitopenia grave, levando a sangramentos, mas, em geral, o quadro é leve e regride espontaneamente. Há o aumento das enzimas hepáticas séricas (AST, ALT e DHL) em mais de 60% dos doentes, e em mais de 90% dos casos pelo menos uma delas está aumentada. O aumento habitualmente é leve, não mais que 2 a 3 vezes o limite superior. O aumento das bilirrubinas é raro, e só 5% dos casos se apresentam com icterícia franca. ANTICORPOS HETERÓFILOS São inespecíficos e encontrados no sangue de grande parte de indivíduos normais. Aglutinam-se na presença de células de rim de cobaio ou de hemácias de boi. 1932 - Paul e Bunnel verificaram que a infecção pelo VEB estimula a produção de anticorpos heterófilos em altos títulos, os quais reagem com antígenos de superfície de eritrócitos de carneiro e cavalo; Davidhson constatou que esses anticorpos ligados à mononucleose não reagem com antígenos de células renais de cobaias e hemácias de boi. Tais fatos permitiram o primeiro marcador sorológico, descrito por Paul e Bunnel, para a mononucleose infecciosa. Em crianças pequenas, especialmente naquelas com menos de 4 anos de idade, a positividade da pesquisa dos anticorpos heterófilos é baixa, sendo necessária para o diagnóstico da doença a realização de sorologias para anticorpos específicos. Os títulos na reação de Paul-Bunnel (soro + hemácias de carneiro) alcançam positividade nas diluições do soro > 1:56. Esse teste foi complementado com uma segunda fase por Davidhson, em que a amostra é submetida à adsorção de células de rim de cobaio, para retirar os anticorpos heterófilos que não são estimulados pela infecção por VEB. Assim os títulos se reduzem em 25 a 75% dos títulos iniciais, confirmando a mononucleose infecciosa (reação de Paul-Bunnel- Davidhson). São realizados apenas como triagem, pois, apesar desses testes apresentarem muitos resultados falso-positivos, não resultam em falso- negativos. Não há indicação desses testes em crianças menores de 10 anos. ANTICORPOS ESPECÍFICOS Úteis no diagnóstico de mononucleose infecciosa e na distinção de um paciente com infecção recente daquele com infecção passada (antiga) ou reativada. Os anticorpos que podem ser pesquisados são o anticorpo contra o antígeno do capsídeo viral (anti- VCA),contra o antígeno precoce (anti-EA) e contra o antígeno nuclear do VEB (anti-EBNA). O mais utilizado para o diagnóstico de infecção aguda pelo VEB e de mais fácil acesso na prática clínica é o anti-VCA. No momento do aparecimento dos primeiros sinais e sintomas, os títulos de anticorpos tanto da classe IgM quanto IgG começam a subir, com pico entre a 1ª e 2ª semanas da doença (cerca de 10 dias, em média). Os anticorpos tipo IgM desaparecem da circulação na maioria dos pacientes após 4 a 8 semanas de doença (podendo perdurar em alguns casos por até quatro meses), enquanto anticorpos tipo IgG persistem em títulos baixos por períodos muito prolongados, geralmente por toda a vida. Os anticorpos contra o antígeno precoce (anti-EA) da classe IgG aparecem também logo no início do quadro clínico e, geralmente, desaparecem em 3 a 6 meses. Eles são importantes no diagnóstico de reativação ou infecção secundária pelo VEB, mas não são necessários para o diagnóstico da infecção primária. Os anticorpos contra o antígeno nuclear do VEB (anti-EBNA) também são úteis na detecção da reativação da infecção e para estabelecer infecção passada. Eles aparecem mais tardiamente no curso da infecção (cerca de quatro semanas) e permanecem detectáveis ao longo de toda a vida. Os testes para detectar anticorpos específicos contra o VEB utilizam diferentes substratos e antígenos e diferentes tecnologias, tais como, ensaios de imunofluorescência (IFA), enzimaimunoensaio (ELISA), imunoensaios quimioluminescentes (CLIA) e multiplex flow immunoassay (MFI). *Hibridização in situ (padrão ouro) OUTRAS SÍNDROMES CLÍNICAS CAUSADAS PELO VEB INFECÇÃO CRÔNICA ATIVA Doença rara, definida por três critérios: doença grave por mais de seis meses que se iniciou como infecção primária pelo VEB ou que foi associada a títulos anormais de anticorpos contra o VEB; evidência histológica de comprometimento de diferentes órgãos, como pneumonite, hepatite, hipoplasia de medula óssea, uveíte; e demonstração de antígenos virais ou do DNA do VEB nos tecidos comprometidos. O padrão sorológico de mononucleose aguda é, geralmente, mantido, consistindo-se em títulos altos de IgG anti-VCA e anti-EA, ausência ou títulos baixos de anti-EBNA1 e, em algumas ocasiões, persistência de IgM anti- VCA. Também há um aumento importante da carga viral do VEB em sangue periférico, frequentemente com infecção de células T e/ou NK. Os pacientes com infecção crônica ativa pelo VEB mantêm febre prolongada, linfoadenopatia, hepatoesplenomegalia e tendência à pancitopenia e hipergamaglobulinemia. A morbidade e a mortalidade são altas. Geralmente, a causa de morte é falência hepática, linfoma, sepse ou síndrome hemofagocítica. O tratamento é difícil e, em alguns casos o transplante alogênico de células- tronco pode estar indicado, tendo sido esporadicamente curativo por reconstituir a resposta imune contra o VEB. A imunoterapia com linfócitos T citotóxicos específicos para o VEB ou para as células NK linfocina-ativadas também já foi tentada, mas com resultados pouco promissores. TRATAMENTO Na maioria absoluta dos pacientes com mononucleose infecciosa, apenas o tratamento sintomático está indicado. Pode-se utilizar o paracetamol para o controle da febre e da odinofagia. A experiência clínica sugere que os corticosteroides podem ser indicados em casos de mononucleose infecciosa complicados com obstrução de vias áreas (pela hipertrofia tonsilar), trombocitopenia grave ou anemia hemolítica, apesar de existirem poucos estudos randomizados avaliando sua eficácia. Também não há indicação de terapia específica para a maioria dos pacientes com mononucleose infecciosa. Apesar de o aciclovir inibir a replicação do VEB e diminuir a excreção viral, não tem ação significativa sobre os sintomas da infecção, os quais são primariamente devidos à resposta imune ao vírus. Para os quadros crônicos ou graves, existem relatos esporádicos da utilização de gamaglobulina endovenosa em altas doses, corticosteroidoterapia e aciclovir, com resultados muito variados. O repouso está indicado para todos os pacientes. Em virtude do risco de ruptura esplênica traumática, o paciente deve ser afastado dos esportes de contato físico e levantamento de pesos na fase aguda da doença, até que o baço regrida de tamanho e não seja mais palpável ao exame do abdome. O período até a normalização do tamanho do baço pode variar de 2 a 3 semanas a até 2 a 6 meses. PRECAUÇÕES Indivíduos com infecção aguda pelo VEB não devem doar sangue para evitar possível transmissão do vírus (pelo menos 6 meses).