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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
pedagogia
SANDRA BENTO carvalho
trabalho textual interdiciplinar e individual
EIXO TEMÁTICO: Literatura Infantil
IVAIPORÃ
2015
SANDRA BENTO CARVALHO
PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDICIPLINAR INDIVIDUAL
LITERATURA INFANTIL
Trabalho apresentado ao Curso de Pedagogia da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a Disciplina – Organização e didática na Educação Infantil, Arte, educação e música, ludicidade e educação, Prática pedagógica interdisciplinar- Infância e sua Linguagem e Seminário interdisciplinar IV.
Profs: Edilaine Vagula, Laura Célia Cabral Cava, Marlizete Steinle, Rosely Montagnini, Cyntia Simioni.
Tutora eletrônica:Viviane de Mello Pinheiro Mattei 
Tutor(a) de sala: Jacinta de Fátima Scordro Bonfim
Ivaiporã
2015
INTRODUÇÃO
A literatura infantil abre portas para o universo da imaginação, incentivando a criança desde muito cedo a praticar a leitura prazerosa. O hábito da leitura além de ser fonte de lazer, é um aumenta a proficiência da escrita e da própria leitura, contribuindo para a formação de uma sociedade com cidadãos leitores, pensantes e críticos.
A Literatura Infantil está cada vez mais tendo seu espaço. Buscando primeiramente , uma visão mais ampla da literatura para o mundo das crianças. Hoje a literatura infantil e juvenil explora o contexto contemporâneo, baseando-se no enredo e nos personagens tradicionais. Através disso, produzem-se novos sentidos, contudo estes só podem ser alcançados pela relação que se estabelece com o outro texto, antes criado. Partindo dessa premissa, o objetivo deste trabalho é destacar a importância de um recurso linguístico na literatura infanto-juvenil, que muitas vezes (re)cria histórias, tendo como referência clássicos infantis; esse recurso é a intertextualidade.
1 – ASPECTOS IMPORTANTES DA OBRA LITERÁRIA - Chapeuzinho Vermelho
Os primeiros livros direcionados ao público infantil, surgiram no século XVIII. Autores como La Fontaine e Charles Perrault escreviam suas obras, enfocando principalmente os contos de fadas. De lá pra cá, a literatura infantil foi ocupando seu espaço e apresentando sua relevância. Com isto, muitos autores foram surgindo, como Hans Christian Andersen, os irmãos Grimm e Monteiro Lobato, imortalizados pela grandiosidade de suas obras. Nesta época, a literatura infantil era tida como mercadoria, principalmente para a sociedade aristocrática. Com o passar do tempo, a sociedade cresceu e modernizou-se por meio da industrialização, expandindo assim, a produção de livros.
O conto de Chapeuzinho Vermelho só se tornou conhecido a partir da compilação dos textos da tradição oral feita por Charles Perrault, que ao juntar a oralidade e a tradição literária, garantiu a permanência desse conto ao longo dos séculos. Charles Perrault, escritor francês, foi o primeiro a transformar os contos do folclore popular, de seu país, em histórias para criança. Em 1967 publicou Contos de Mamãe Gansa, onde encontramos sua versão de Chapeuzinho Vermelho, e é a partir dela que podemos olhar o antes e o depois, já que ela irá representa o marco inicial dessa história que se popularizou e espalhou-se pelo mundo todo.
Chapeuzinho Vermelho é um conto de referência entre os clássicos infantis, foi publicado pela primeira vez no ano de 1697, pelo escritor francês Charles Perrault. Desde então houve várias versões da história em diferentes épocas e diferentes países. E uma das versões mais conhecidas e traduzidas também para o português foi escrita em 1812 pelos Irmãos Grimm. Tanto o conto escrito por Perrault quanto o escrito pelos irmãos Grimm não são apenas textuais, mas históricas, em que novos valores culturais e morais surgem, pois eles queriam retratar o seu tempo. Segundo Maria Alice Faria, os contos existem desde os tempos mais antigos os quais, na sua origem, eram orais em sociedades ágrafas, transmitidas de geração em geração. (2008, p.23). Assim na Europa, Perrault e os irmãos Grimm, cada um em seu tempo, recolheram contos orais populares de seus países e escreveram segundo seus estilos. A história de Perrault começa com a avó dando uma capinha vermelha com chapéu para sua neta, o que a tornou conhecida por isso. Um dia a mãe da menina a mandou levar doces para a vovozinha doente, no caminho ela encontrou o lobo que não a devorou por causa dos lenhadores, mas pergunta para onde ela estava indo e a chapeuzinho informa tudo, então o lobo sai na frente e devora a vovó. Na narrativa de Perrault, o lobo não se disfarça de vovozinha, apenas se deita e quando a chapeuzinho chega, ele pede que ela tire a roupa e se deite com ele. E o final do conto é espantoso, trágico, pois o lobo que devorou a vovó faz o mesmo com a Chapeuzinho. Parece que ele tenta punir toda e qualquer criança que não obedece a seus pais, sem direito a outra chance.
O conto da Chapeuzinho enfatiza a cor vermelha, que de acordo com Bettelheim, “significa as emoções violentas, incluindo as sexuais. O capuz de veludo vermelho que a avó dá para a Chapeuzinho pode então ser encarado como o símbolo de uma transferência prematura da atração sexual”(2003.p.209). Pode-se dizer que a menina é imatura demais para carregar o peso da simbologia que contém o capuz, uma sensualidade que ela ainda não está preparada emocionalmente, nem mesmo entender o que seu uso atrai. Assim quando ela indica a casa da vovó ao lobo é como se ela empurrasse o problema para outra pessoa, querendo que ele a deixasse e fosse ter com a avó que é uma mulher mais madura, pois ela é capaz de entender a representação que a menina não entende. Mas o lobo devora a vovozinha porque apenas assim conseguirá deitar-se com a chapeuzinho e depois devorá-la que era sua real intenção. Enfim o caçador aparece para salvá-las.
Chapeuzinho Vermelho, vindo para o mundo moderno, sofre mudança profunda no que diz respeito ao seu modo de pensar e agir, evidenciando enorme espaço conquistado nessa longa trajetória. Os autores contemporâneos transformam a Chapeuzinho, provocando um desvio total da personagem e imprimindo nela modificação da postura conformista à emancipacionista, o que evidencia a utilização da paródia dos autores modernos sobre os autores clássicos.
Os contos de fadas como o de Chapeuzinho vermelho são importantes para a formação e a aprendizagem das crianças. Escutar histórias é uma forma significativa para o início da aprendizagem e para que o indivíduo seja um bom ouvinte e um bom leitor, mostrando um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. As crianças, á medida que se desenvolvem,devem aprender passo a passo a se entenderem melhor, e com isso tornam-se mais capazes de entender os outros, propiciando uma interação satisfatória e significativa. Para que esse desenvolvimento ocorra às histórias devem ser bem contadas de forma que despertem o interesse das crianças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluimos que os contos de fadas contribuem significativamente para o desenvolvimento das crianças, considerando o aspecto cognitivo e da construção da personalidade. Sendo assim, é possível retornar ao questionamento que guiou esta pesquisa: como o professor pode fazer a contação de história em sala de aula de uma forma lúdica, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da criança.
Trabalhar com a fantasia dos contos de fadas, é algo de fundamental importância no processo do desenvolvimento da aprendizagem das crianças, porque favorece a socialização e o desenvolvimento das habilidades. Os contos proporcionam a oportunidade de a criança utilizar seu inconsciente, condição básica para se conhecer o significado profundo da vida.
REFERÊNCIAS BRIBLIOGRÁFICAS
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2003 
CARDOSO, Emanuel Silva. Pratica deleitura: sentido e intertextualidade. São Paulo: Associação editorial humanitas, 2006
GRIMM, Jacob; GRIMM, Wilhelm. Chapeuzinho Vermelho. Trad. Verônica Sônia Kühle. 4. ed. Porto Alegre : Kuarup, 1987.
PERRAULT, Charles. O chapeuzinho vermelho. Porto Alegre : Kuarup, 1987.

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