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2 Assepsia e Antissepsia

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1 
2 ASSEPSIA E ANTISSEPSIA 
Alysson Amaral Barreto 
Bianca Caluf Negrão 
Caren dos Santos Lima 
Louize Caroline Marques Oliveira 
Marcus Vinícius Henriques Brito 
Matheus Paiva Pacheco Silveira 
Renyer dos Santos Gonçalves 
Thyago Cezar Prado Pessôa 
Yara Monteiro Rodrigues 
1. INTRODUÇÃO 
Semmelweis, em 1840, trabalhando em uma maternidade em Viena observou que as 
pacientes acompanhadas por estudantes apresentavam maior incidência de febre puerperal do 
que aquelas acompanhadas por parteiras. Após muitas investigações algo lhe chamou a 
atenção: os estudantes dirigiam-se diretamente das salas de necropsia para as enfermarias, 
com as mesmas roupas e sem lavarem as mãos. Procurando resolver a questão, estipulou que 
todos lavassem as mãos em solução de água clorada, não mais permitindo a passagem direta 
das salas de necropsia para as enfermarias. Os resultados em pouco tempo demonstraram 
redução sensível na porcentagem de febre puerperal. Apesar dos resultados, Semmelweis foi 
ridicularizado por alunos e professores, sendo mesmo afastado do serviço e sua hipótese 
ignorada. 
O ano de 1846 representa um marco na história da medicina: é realizada a primeira 
cirurgia sob anestesia, a dor finalmente vencida. 
A partir de então, operações inéditas puderam ser executadas e novas técnicas 
cirúrgicas desenvolveram-se, pois o cirurgião não mais necessitava trabalhar com máxima 
rapidez para amenizar o sofrimento do paciente. 
A anestesia foi realmente um triunfo para a cirurgia, porém só a anestesia não 
melhorou significativamente os resultados operatórios. Poucos dias após a intervenção o 
paciente desenvolvia febre alta, seguida de supuração da ferida com drenagem de grande 
quantidade de material purulento. Progressivamente havia necrose e gangrena dos tecidos e a 
morte do paciente sobrevinha dias após, na maioria dos casos. Várias foram as especulações a 
respeito do fenômeno, não se encontrando solução adequada. 
 
 
 
2 
 
Os trabalhos iniciados por Pasteur, em 1857, sobre o estudo de putrefação e 
fermentação colocam por terra a teoria de geração espontânea, demonstrando que a 
fermentação é causada por partículas minúsculas por ele denominados microorganismos. 
Em 1860, Lister ao mesmo tempo em que toma conhecimento dos trabalhos 
executados por Pasteur observa que fraturas fechadas ao contrário das expostas, progrediam 
raramente para febre e supuração. Finalmente, em 1887, obtém êxito na intervenção cirúrgica 
de uma fratura exposta de rótula, fazendo a limpeza com solução de ácido fênico a 5%. O 
paciente evoluiu sem apresentar sinais de febre ou formação de pus na ferida. Inicialmente 
houve resistência por parte dos cirurgiões da época em aceitar suas teorias, porém com o 
decorrer dos anos seus trabalhos tornaram-se universalmente conhecidos e aceitos. Lister, por 
isso, é considerado o precursor da antissepsia. 
Infecções hospitalares continuam sendo as principais complicações iatrogênicas, no 
entanto, podem ser evitáveis por meio da utilização das técnicas de esterilização e de 
antissepsia que visam atingir o estado de limpeza total (completamente livre de germes) 
denominado de estado de assepsia. 
Tais técnicas têm, por muitas vezes, seus conceitos confundidos e até mesmos tidos 
como sinônimos, porém cada uma guarda particularidades, o que as tornam bastante 
diferentes. 
2. ESTERILIZAÇÃO 
Esterilização significa a destruição por completa de todos os microorganismos vivos, 
sejam eles patogênicos ou não, mediante agentes físicos (calor seco, calor úmido e radiação) 
e/ou químicos (gás óxido de etileno). Para conseguir-se a esterilização, há vários fatores 
importantes: as características dos micro-organismos, o grau de resistência das formas 
vegetativas, a resistência das bactérias produtoras de esporos e o número de micro-organismos 
e da característica do agente empregado para a esterilização. São esterilizados materiais 
metálicos, tecidos e vidrarias e antes que estes objetos sejam submetidos à esterilização, deve 
ser realizada a limpeza dos mesmos, para que se remova a maior quantidade de detritos e 
microorganismos superficiais. 
3. TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO 
3.1. CALOR SECO 
 
 
 
3 
Existem vários meios de se obter a esterilização. Um deles é o calor seco, que é obtido 
através da utilização de estufas elétricas que promovem a oxidação do citoplasma dos 
microorganismos. São esterilizados por este método, especialmente materiais metálicos como 
instrumentais e vidrarias como os tubos de ensaios. 
Figura 2.1: Estufa elétrica 
3.2. CALOR ÚMIDO 
Este método é obtido no interior das autoclaves que fazem a associação de altas 
pressões com altas temperaturas. O calor úmido é letal para os microorganismos ao 
promoverem a coagulação de suas proteínas citoplasmáticas. Age por meio da difusão do 
vapor d'água para dentro da membrana celular (osmose), hidratando o protoplasma celular, 
produzindo alterações químicas (hidrólise) e coagulando mais facilmente o protoplasma, sob 
ação do calor. 
São esterilizados por este método especialmente materiais de borracha como as luvas, 
e de tecido como, por exemplo, gorros, capotes, gazes e campos. Atualmente os materiais 
metálicos, como os instrumentais, são também esterilizados por essa técnica. 
Após a esterilização por calor úmido, os objetos deverão passar pelo processo de 
secagem que é realizado no interior da autoclave. 
 
 
 
4 
 
Figura 2.2: Autoclave 
A fervura, que por muitas vezes é empregada como meio de esterilização, foi um 
método corriqueiramente usado na prática diária, mas não oferece uma esterilização completa, 
pois a temperatura máxima que pode atingir é 100ºC ao nível do mar, e sabe-se que os 
esporos, e alguns vírus, como o da hepatite, resistem a essa temperatura, alguns até por 45 h. 
Por isso, sua utilização deve ser evitada, visto que a fervura não consegue promover a 
destruição dos esporos (formas bacterianas que resistem a condições inóspitas), já que os 
mesmos possuem um intenso poder de desidratação. 
3.3. RADIAÇÃO 
A radiação é uma alternativa na esterilização de materiais termossensíveis, a exemplo 
de seringas de plástico, luvas e fios cirúrgicos. Por atuar em baixas temperaturas, é um 
método disponível em escala industrial devido aos elevados custos de implantação e controle. 
Radiações ionizantes (raios beta, gama, X, alfa): Tem boa penetrabilidade nos materiais, 
mesmo já empacotados. 
Radiações não ionizantes (raios ultravioleta, ondas curtas e raios infravermelhos): Devido a 
sua baixa eficiência, sua utilização está vetada pelo Ministério da Saúde desde 1992. 
3.4. GASES 
A esterilização empregando gases é comumente realizada e um dos gases mais 
utilizados é o óxido de etileno. Porém, para o emprego deste, é necessário um equipamento 
especial e de alto custo, sendo este processo de esterilização mais utilizado por indústrias que 
fazem a aplicação do mesmo em objetos que não podem ser submetidos às estufas e às 
autoclaves, a exemplo de materiais descartáveis como telas de polipropileno, bem como 
embalagens de fios, agulhas e seringas. Destaca-se que o óxido de etileno é considerado 
 
 
 
5 
tóxico. Deve-se haver um período de, no mínimo, 7 dias entre a esterilização e utilização do 
material. 
Qualquer material é considerado não estéril a partir do momento em que este entra em 
contato com o ar que é contaminado. Assim, antes destes objetos sofrerem qualquer processo 
de esterilização os mesmos são envolvidos em panos ou papéis apropriados, o que garante 
uma maior durabilidade da esterilização. 
Deve-se lembrar que a durabilidade da esterilização vai depender do tipo de materialutilizado para armazenar o objeto estéril, e não somente da técnica utilizada. 
 
Figura 2.3: Equipamento 
para esterilização a gás 
4. ANTISSEPSIA 
Antissepsia visa combater os microorganismos patogênicos promovendo sua 
destruição ou inativação, sendo assim considerada um sinônimo de desinfecção. Porém, a 
antissepsia é empregada apenas em tecidos vivos enquanto que a desinfecção é realizada em 
objetos inanimadas. Para a realização da antissepsia é necessário o emprego de certas 
substancias químicas, denominadas antissépticos. 
4.1. ANTISSÉPTICO IDEAL 
O antisséptico ideal seria aquele que possuísse: 
 Amplo espectro de ação: sendo eficaz no combate a diversos microorganismos, como: 
bactérias, fungos, vírus e inclusive esporos. 
 Exercer a atividade germicida sobre a flora cutâneo-mucosa em presença de sangue, 
soro, muco ou pus. 
 Início de ação imediato. 
 
 
 
6 
 Efeito residual prolongado, mantendo sua ação antisséptica horas após a sua primeira 
aplicação. 
 Apresentar uma baixa toxicidade para os tecidos orgânicos, como pele e mucosas. 
 Baixo custo. 
4.2. ANTISSÉPTICOS UTILIZADOS NA PRÁTICA 
O antisséptico ideal não existe, porém, devem ser utilizadas substâncias que agrupem a 
maior quantidade possível de suas propriedades. 
a) Álcoois 
Dentre estes, tem-se os álcoois etílico e isopropílico, em concentrações de 70 a 92 %. Estes 
antissépticos são utilizados com bastante freqüência na antissepsia da pele para a aplicação de 
injetáveis, pois exercem ação germicida quase imediata, sendo bactericida, fungicida e 
virucida para alguns vírus, razão pela qual é usado na composição de outros antissépticos. 
Porém possuem um efeito residual diminuto e um espectro de ação limitado, além de 
ressecarem a pele em repetidas aplicações. Em virtude disso, atualmente, estão sendo 
substituídos por substâncias à base de cloro e iodo. 
b) Aldeídos e derivados 
Apresentam um elevado poder germicida com poder de penetração relativamente alto, 
combatendo inclusive esporos, porém, quando utilizados por muito tempo, tornam-se 
irritantes para pele e mucosas. Como exemplo tem-se o formol. 
c) Agentes oxidantes 
Esses compostos se caracterizam por liberarem oxigênio, que é germicida, quando 
entram em contato com a catalase, enzima encontrada no sangue e na maioria dos tecidos. 
Atuam oxidando o sistema enzimático dos microorganismos. O destaque deste grupo é o 
peróxido de hidrogênio (água oxigenada). Estes compostos possuem um efeito residual 
diminuto e estão entrando em desuso, visto que geram radicais livres que dificultam a 
cicatrização. 
d) Derivados furânicos 
 Possuem ação bactericida. Como exemplo tem-se a nitrofurazona (furacin) que 
possuem amplo espectro antibacteriano, interferindo no sistema enzimático dos 
microorganismos pela inibição do metabolismo dos carboidratos, sendo sua utilização apenas 
tópica no tratamento de certas infecções estabelecidas na pele, feridas infectadas ou 
 
 
 
7 
queimaduras, o uso contínuo pode provocar intolerância e sensibilização. Não afeta a 
cicatrização, a fagocitose e a atividade celular e a sua eficácia persiste na presença de sangue, 
pus ou exsudato. 
e) Halogênios e derivados 
Este grupo é composto por substâncias à base de cloro e iodo. Apresentam grande eficácia no 
combate aos microorganismos, eliminando até mesmo esporos. São recomendados em 
cirurgias de longa duração devido ao seu amplo efeito residual. O destaque deste grupo vai 
para o Iodopolivinilpirolidona (PVPI), conhecido comercialmente como Povidine®, 
apresentando-se de duas formas principais, o PVP-I tópico a base de álcool e o antisséptico 
PVP-I degermante que possui como base principal a água e o sabão. Vale a pena ressaltar que 
esta substância não deve ser utilizada no interior em lesões, pois diminui a quimiotaxia dos 
neutrófilos, ou seja, diminui a sinalização química emitida por essas células que deflagra o 
processo de cicatrização, além de promover citólise das mesmas. Dessa forma, em tecidos 
lesionados e em pessoas que possuem sensibilidade ao iodo, são empregadas substâncias a 
base de cloro como o Clorexidine, que tem ação imediata e efeito residual, visto que apresenta 
baixo potencial de toxicidade e de fotossensibilidade ao contato, sendo pouco absorvida pela 
pele íntegra. Este é um dos constituintes do Merthiolate®. 
4.2. ANTISSÉPTICOS INADEQUADOS 
A legislação vigente (Port. 930/92) classifica as seguintes soluções como inadequadas para 
antissepsia: 
•Compostos mercuriais: merbromina (mercurocromo) e líquido de Dakin. 
•Compostos de amônio quaternário: cloreto de benzalcônio, cloreto ou brometo de 
cetilmetilamônio e cetilpiridona. 
•Éter: substância irritante que, quando aplicado localmente, produz uma reação inflamatória 
nos tecidos cutâneo e mucoso. Por suas propriedades físico-químicas, não tem indicação 
como solução antisséptica. 
•Clorofórmio 
•Acetona 
 
5. MANUTENÇÃO DO ESTADO DE ASSEPSIA 
Os componentes básicos dos procedimentos assépticos são: o centro cirúrgico, o 
paciente, a equipe cirúrgica e os instrumentos e materiais cirúrgicos, sobre os quais se aplicam 
cuidados especiais para que o estado de assepsia seja mantido. 
5.1. CENTRO CIRÚRGICO 
Deve ser projetado em ambiente isolado, sendo o ideal aquele que não oferece 
qualquer risco de contaminação bacteriana ou viral; para isto, devem-se instituir regras 
rigorosas relacionadas aos indivíduos que nele entram. 
 
 
 
8 
Deve sempre ser vedada a entrada ou permanência nos centros cirúrgicos de pessoas 
com lesões cutâneas não cicatrizadas ou com infecções de vias aéreas. 
No centro cirúrgico distinguem-se três áreas de relevância à técnica asséptica, que são: 
zona de proteção para a equipe cirúrgica e uma equivalente destinada ao paciente denominada 
zona de transferência, além da zona limpa e zona asséptica ou estéril. 
5.1.1. ZONA DE PROTEÇÃO 
a) Vestiários 
Corresponde ao local de trânsito da equipe cirúrgica, onde serão abandonadas as 
roupas rotineiras e vestidas roupas apropriadas para adentrar o Centro Cirúrgico. Ainda nos 
vestiários, são colocados os gorros ou toucas, as máscaras e os pró-pés, ou pantufas de uso 
exclusivo do ambiente cirúrgico. 
 
Figura 2.4: Vestiários da equipe cirúrgica 
b) Zona de tranferência 
Corresponde ao local onde os pacientes são transferidos das macas de suas respectivas 
unidades de internação para macas que só trafegam no Centro Cirúrgico. Pelo fato de não se 
abrirem por completo, as portas da zona de transferência evitam a contaminação do ambiente 
cirúrgico pelas rodas das macas advindas de outros locais do hospital. 
5.1.2. ZONA ASSÉPTICA 
É também denominada de zona estéril, sendo constituída pelas salas de operações, 
onde são realizadas as cirurgias, e pela sala de subesterilização, que serve para esterilizar 
qualquer material que por ventura tenha sido contaminado durante a cirurgia e cujo uso é 
imprescindível para a realização da mesma. Essa zona serve também para o acondicionamento 
temporário de roupa estéril e complementos para as mesas de instrumentação. 
O acabamento de um centro cirúrgico é o somatório de detalhes que conjuntamente 
irão influir na eficiência e segurança das atividades desenvolvidas no interior do mesmo, 
 
 
 
9 
facilitando, para tanto, a limpeza e reduzindo o risco de contaminação do ambiente. 
 
Figura 2.5: Porta da Zona de Transfe- Figura 2.6: Porta da Zona de Transfe- 
rência (Fechada) rência (Aberta) 
 
a) Piso 
O piso deve ser de material resistente, não poroso,de fácil visibilização de sujeiras, livre de ralos e frestas que 
possam facilitar o acúmulo de microorganismos, além de 
formar cantos arredondados com as paredes. 
Figura 2.7: Piso 
 
 
b) Paredes 
As paredes devem ser lisas, sem frestas, formando 
cantos arredondados entre si, com o piso e com o forro, 
visando facilitar a limpeza e evitar o acúmulo de poeira. 
Devem ser pintadas com cores tranqüilizantes como o verde 
claro, por exemplo, além de não possuírem ar condicionado 
e janelas acopladas às mesmas. 
 
 
Figura 2.8: Paredes 
c) Forro 
O forro, assim como as paredes, deve ser liso e de material não poroso para impedir a 
retenção de microorganismos. O mesmo deve formar cantos arredondados com as paredes, 
além de possuir luminárias embutidas e apresentar uma central de ar condicionado acoplada. 
 
 
 
10 
 
 
 Figura 2.9: Forro 
d) Portas 
As portas de uma sala de operações são abertas um número significante de vezes 
durante as atividades diárias. Para diminuir a turbulência das correntes de ar, recomenda-se 
um sistema de pressão positiva no interior das salas de operação baseado na diferença da 
temperatura entre os dois ambientes. As portas também devem ser dotadas de visores de vidro 
para facilitar a visão entre os dois ambientes e diminuir o número de aberturas desnecessárias 
da porta. 
 
Figura 2.10: Portas da Sala de Operações 
5.1.3. ZONA LIMPA 
A zona limpa é considerada uma zona de transição entre as zonas de proteção ou 
transferência e a zona asséptica ou estéril. Tal zona é composta por vários setores de serviços 
auxiliares para a realização dos atos operatórios. 
a) Sala de recuperação do paciente 
Ao término do ato cirúrgico os pacientes que se destinam aos seus leitos ficam em 
observação nesse local, sendo transferidos após estarem conscientes e estáveis 
hemodinamicamente e considerados fora de risco imediato. 
b) Sala de serviços auxiliares 
 
 
 
11 
Reservada para a realização de exames laboratoriais urgentes, bem como estocagem de 
sangue e medicação em geladeira. 
c) Sala de equipamentos 
É utilizada para a colocação de aparelhos de uso eventual ou de rotina nas operações, a 
exemplo dos bisturis elétricos, eletrocardiógrafos, desfibriladores, respiradores, etc. 
d) Secretaria 
É a unidade central do Centro Cirúrgico, de 
onde partem todas as diretrizes para os vários setores 
do ambiente cirúrgico e constitui também o local de 
contato com as demais áreas do hospital. 
 
 
Figura 2.11: Secretaria 
 
e) Conforto médico 
É a sala de estar, destinada à equipe médica de plantão ou que
aguarda o momento da cirurgia, dispondo de sofás e poltronas para o descanso das equipes. 
 
 Figura 2.12: Conforto Médico 
 
f) Sala de materiais 
Destina-se a guardar e estocar todos os 
materiais para uso imediato nas cirurgias, como por 
exemplo, aventais e capotes, pacotes de gazes, 
campos operatórios, caixas com instrumentais 
cirúrgicos, estando todos esterilizados e 
prontos para serem utilizados. 
 
 
 
12 
 Figura 2.13: Sala de 
materiais 
g) Lavabo 
É uma peça fundamental para a antissepsia da equipe cirúrgica. Está localizado 
próximo às salas de operação, tendo escovas estéreis, sabão, aparelhos dispensadores e 
borrifadores, além de torneiras que apresentam hastes longas que facilitam sua abertura por 
movimentos realizados com os cotovelos. Essas também podem ser acionadas por 
dispositivos ativados por movimentos de pressão dos membros inferiores. Em centros 
cirúrgicos mais modernos, as torneiras podem estar associadas a sensores de movimento, que 
evitam o contato da pele com superfícies contaminadas. 
 
Figura 2.14: Lavabo 
5.2. PACIENTE 
É a fonte mais importante de contaminação na sala de cirurgia, sendo que seu preparo 
deve se iniciar na véspera dos procedimentos eletivos, com banho geral, lavagem da cabeça, 
axilas e genitais, pois, junto com o trato respiratório, são os maiores fatores de contaminação. 
O doente precisa receber vários cuidados por parte da equipe cirúrgica. O cuidado não 
deve ser limitado somente a área correspondente à futura ferida operatória e sim, ao paciente 
como um todo, estendendo-se as suas roupas pessoais e de cama. 
a) Banho 
O preparo da pele do paciente antes de uma incisão é um dos métodos mais 
importantes para redução da infecção. O banho no dia da cirurgia tem sido contra-indicado 
 
 
 
13 
por aumentar a difusão de germes, visto que com o uso de detergentes, a gordura existente na 
pele é removida e há descamação acentuada, veiculando maior quantidade de 
microorganismos. Contudo, em regiões de clima quente como Belém, permite-se que o banho 
seja tomado até 8 horas antes da cirurgia. 
b) Tricotomia/epilação 
Só deve ser empregada quando se prevê que o pêlo possa interferir no processo 
cirúrgico. Em cirurgias emergenciais dá-se prioridade a realização da tricotomia, que consiste 
na simples aparação dos pêlos, uma vez que esta evita a ocorrência de escoriações que podem 
se tornar fontes de contaminação, a qual pode evoluir para uma infecção. A epilação, por sua 
vez, implica na retirada total dos pêlos desde sua raiz, sendo mais utilizada em procedimentos 
eletivos. Estudos recentes demonstram que tanto a tricotomia quanto a epilação devem ser 
realizadas em área limitada ao local da incisão cirúrgica, exteriorização de drenos e fixação de 
curativos. As tricotomias devem ser realizadas, de preferência, com o auxílio de creme 
depilatório ou depiladores elétricos, ao invés do uso de lâminas diminuindo o efeito lesivo ao 
tecido. 
c) Roupas 
É recomendado que o doente seja introduzido na sala de cirurgia sem os lençóis e 
roupas com que saiu da enfermaria ou quarto, pois estes são geralmente fontes de infecção. 
Não é admissível a entrada na sala de operações de pacientes com próteses, anéis, cordões, 
brincos e outros, assim como a utilização de esmaltes e batom, pois estes, além de serem 
fontes de infecção, impedem uma correta visibilização das unhas e da mucosa oral do 
paciente, que podem estar cianóticas, apresentando uma coloração azul-arroxeada em função 
do aumento da concentração da hemoglobina reduzida (responsável pelo transporte de gás 
carbônico) no sangue. 
d) Antissepsia 
Na sala de operações, a pele do paciente é previamente lavada com soro fisiológico, 
para em seguida ser preparada com substância à base de iodo ou cloro; os detergentes 
antissépticos à base de clorofeno são utilizados nos indivíduos com sensibilidade cutânea ao 
iodo. Estes compostos são aplicados na área onde se planeja realizar a incisão. 
As soluções mais utilizadas para antissepsia são os iodóforos (Betadine*). O iodo é 
reconhecido como antimicrobiano de amplo espectro, com atividade contra fungos, vírus, 
 
 
 
14 
bactérias e até mesmo esporos. Compostos de iodo altamente complexos são muito estáveis, 
não possuem odor e são menos irritantes para os tecidos do que a tintura de iodo. Após o 
contato com a pele, estes complexos liberam iodo lentamente, promovendo atividade 
prolongada. 
A técnica mais aceita para limpeza da pele do paciente consiste em iniciar pela área 
onde será feita a incisão e considerar esta porção mais limpa. A gaze contaminada nunca deve 
ser recolocada na solução antisséptica e jamais realizar o procedimento da periferia para o 
local da incisão. 
Dependendo do tipo de cirurgia a ser realizada, há uma técnica específica para a 
antissepsia da pele do paciente. Em cirurgias gastrintestinais (laparotomias), porexemplo, o 
campo operatório se estende da linha intermamilar até a metade das coxas, englobando a 
região pudenda. O primeiro passo é embeber a gaze estéril em solução antisséptica e realizar a 
limpeza da cicatriz umbilical. 
 
Figura 2.15: Antissepsia da pele do paciente: cicatriz umbilical 
 
Em seguida, com outra gaze com antisséptico, desenha-se uma linha partindo de uma 
linha axilar posterior à outra passando sobre os mamilos. 
 
Figura 2.16: Antissepsia da pele do paciente: linha intermamilar 
 
 
 
15 
Contornando a cicatriz umbilical com uma terceira gaze, desenha-se uma linha 
perpendicular à anterior, indo do corpo do esterno até a sínfese púbica. 
 
 Figura 2.17: Antissepsia da pele do paciente: 
Linha perpendicular do corpo do Esterno até a 
sínfese púbica 
Com outra gaze, segue-se com a antissepsia, espalhando a solução antisséptica sobre 
as laterais do campo operatório, obedecendo o sentido de cima para baixo e do centro para a 
periferia. 
 
Figura 2.18: Antissepsia da pele do paciente: lateral 
do campo operatório 
Até que a antissepsia seja realizada por completo. 
 
 
 
16 
 
Figura 2.19: Antissepsia da pele do paciente: lateral 
do campo operatório completa 
Utilizando-se outra gaze, segue-se com a antissepsia das coxas, indo de cima para 
baixo, do centro para a periferia até atingir a metade de sua extensão. 
 
 
 Figura 2.20: Antissepsia da pele do paciente: coxa 
Realizando o mesmo procedimento do outro lado. 
 
 Figura 2.21: Antissepsia da pele do paciente: coxa (completa) 
Por fim é realizado a antissepsia da região pudenda em movimentos de cima para 
baixo. Outra técnica para laparotomias é descrita em duas fases: a Degermação e a antissepsia 
 
 
 
17 
propriamente dita (MARQUES, 2005). Na Degermação deve-se lavar minuciosamente o 
campo operatório com esponja ou compressa estéril, ou mesmo escova com cerdas delicadas, 
utilizando-se solução antisséptica degermante. É realizada de maneira centrífuga, ou seja, do 
centro (local da incisão) para a periferia com movimentos circulares ou lateralizados, 
procurando atingir boa margem entre os quadrantes, pela possibilidade de se estender a 
incisão durante o ato operatório. Jamais se deve retornar (com a mesma compressa, esponja 
ou escova) a um local já degermado, sob o risco de carreamento bacteriano. Toda a área 
escovada deve ser enxuta com absorventes estéreis, também do centro para a periferia. 
A antissepsia propriamente dita é realizada pelo cirurgião ou pelo primeiro auxiliar, 
com uma solução antisséptica (comumente solução alcoólica de iodopovidona ou 
clorexidina), logo após a degermação. Devem-se ter os mesmo cuidados utilizados na 
escovação. Com o uso de uma pinça longa com chumaços de gaze em sua ponta (“gaze 
montada”), inicia-se a antissepsia, em uma forma centrífuga. Inúmeros chumaços de gaze 
deverão ser utilizados, lembrando-se que, somente com a gaze ainda não utilizada (estéril), 
pode-se retornar ao local onde já foi aplicado o antisséptico 
e) Campos operatórios 
Campos são tecidos grossos e estéreis de formato quadrado ou retangular de 
dimensões variadas utilizados para delimitar e isolar o campo operatório. O primeiro campo a 
ser colocado é o inferior para preservar o pudor do paciente. 
 
Figura 2.22: Campo operatório inferior 
Posteriormente, coloca-se o campo superior, que será erguido para formar a tenda do 
anestesiologista. Esse profissional ficará localizado posterior à tenda monitorando os sinais 
vitais do paciente, como pressão arterial e freqüência respiratória. 
 
 
 
18 
 
Figura 2.23: Campo operatório superior 
Alguns cirurgiões optam pela colocação de um filme plástico sobre a pele do paciente, 
visando evitar a dispersão da solução antisséptica prolongando o efeito residual da mesma. 
Por fim, são colocados os campos operatórios laterais. 
 
Figura 2.24: Campos operatórios laterais 
Os campos operatórios são fixados entre si por meio de pinças de campo (Backhaus). 
 
Figura 2.25: Fixação dos campos operatórios com o auxílio 
de pinças de campo 
 
5.3. EQUIPE CIRÚRGICA 
O preparo e a conduta da equipe cirúrgica é de grande importância no tratamento 
asséptico do paciente devido contaminação estar diretamente relacionada com o número e 
trânsito de pessoas na sala. 
 
 
 
19 
A equipe cirúrgica é composta pelo cirurgião, auxiliares, instrumentador e 
anestesiologista. Sua constituição é extremamente variável, estando em estreita relação com o 
tipo e porte da intervenção a ser realizada. 
5.3.1. Banho 
Deve ser evitado momentos antes da cirurgia, pelo mesmo motivo que é contra 
indicado para o paciente. A propagação de germes é maior no período de 30 a 90 minutos 
após o banho, diminuindo progressivamente até estabilização em 2 horas. 
5.3.2. Roupas 
As roupas rotineiras devem ser trocadas antes de se adentrar no ambiente cirúrgico. 
São vestidas calça e blusa após a retirada de toda a roupa anteriormente usada. Além disso, a 
equipe cirúrgica deve também utilizar pró-pés (pantufas) para adentrar no centro cirúrgico. 
5.3.3. Gorros e toucas 
Devem cobrir todo o couro cabeludo, 
impedindo que os cabelos sejam fonte de 
contaminação. Pessoas de cabelos longos devem dar 
preferência às toucas, pois estas possuem elástico e 
capacidade de conter fios e cabelo em seu interior 
 
Figura 2.26: Toucas e gorros
5.3.4. Máscaras (Figura 2.26) 
Devem recobrir confortavelmente a boca e o nariz, estando justas o suficiente para 
impedir a contaminação do ambiente cirúrgico com gotículas e secreções oronasais. Até 40% 
da equipe cirúrgica carreiam Staphylococcus aureus em suas cavidades oral e nasal. 
No interior do centro cirúrgico, deve ser evitada a expiração forçada como tosse e 
espirro, bem como a fala excessiva. 
A máscara deve ser repetidamente trocada durante as operações duradouras, uma vez 
que sua eficiência decresce progressivamente com o passar do tempo.
5.3.5. Óculos 
Podem ser utilizados com anteparos laterais para proteger os olhos sempre que houver 
a possibilidade de borrifos ou respingos de sangue e/ou outros líquidos corporais. 
 
 
 
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5.3.6. Pro-pés 
Sapatos privativos e pro-pés constituem barreiras contra microrganismos carreados nas 
solas dos sapatos comuns. A sua importância no controle da infecção do centro cirúrgico está 
na possibilidade da contaminação do piso atingir a incisão cirúrgica aberta, a qual pode 
ocorrer pelo contato de objetos e mãos que tocam piso e sapatos ou pela dispersão de 
microrganismos do piso para o ar ambiente. 
 
 
 
21 
5.3.7. Mãos 
A equipe cirúrgica deve escovar as suas mãos e braços até os cotovelos com uma 
solução antisséptica antes de cada cirurgia. Agentes como iodóforos e clorexidine 
associados a um detergente provaram ser eficazes. Não foi observada diferença entre 
tempos de escovação de 3 a 5 minutos e tempos maiores, ou entre o uso de uma esponja 
e de uma escova. 
Mais recentemente há grandes evidências de que a simples lavagem cumpre a 
função de escovação dos membros, limitando este procedimento às unhas. 
O antisséptico ideal deve ter amplo espectro de ação, alto poder germicida, 
atuando de forma rápida e prolongada sobre microrganismos e que mantenha a sua ação 
mesmo na presençade líquidos orgânicos. 
UZEDA e col. estudaram a ação imediata de alguns produtos (sabões e ou 
antissépticos) utilizados em larga escala, tais como: clorexidine a 4%, propilenoglicol, 
irgasan DP-300, sabão de coco (óleo de coco de babaçu, hidróxido de sódio, carbonato 
de cálcio, cloreto de sódio e água), PVPI e álcool isopropílico a 70%. Estes dois últimos 
determinaram redução estatisticamente significativa em relação aos demais, sendo, 
portanto, considerados eficientes na redução da microbiota das mãos. 
 A equipe cirúrgica deve estar sempre com as unhas limpas, aparadas e sem 
esmalte. Além disso, antes de iniciar a lavagem das mãos deve-se remover jóias e 
relógios. A limpeza das mãos deve ser realizada em duas etapas: 
a) Desinquinação 
Sabões e detergentes sintéticos, graças a sua propriedade de umidificação, 
penetração, emulsificação e dispersão, removem mecanicamente a maior parte da 
microbiota existente nas camadas superficiais da pele, também chamada de microbiota 
transitória, mas não conseguem remover aquela que coloniza as camadas mais 
profundas ou microbiota residente. Desta forma, a desinquinação consiste na limpeza 
da pele para remoção da microbiota superficial nela existente. Este processo requer a 
escovação da pele com água e sabão em abundância. Pela possibilidade das escovas 
veicularem infecções das mãos de um cirurgião para o outro, é recomendada a 
esterilização ou descarte das escovas após sua utilização. 
Os lavabos dispõem de torneiras com braços longos para facilitar o fechamento 
das mesmas com o auxílio de pequenos movimentos com o cotovelo. A água deverá ser 
despejada nas mãos do cirurgião. 
 
 
 
22 
 
Figura 2.27: Movimentos com os cotovelos Figura 2.28: Lavagem das mãos com água 
los para abrir a torneira 
Posteriormente, com os pés, ele pressionará a bomba do aparelho dispensador 
que despejará o antisséptico degermante, produzindo espuma no momento da 
escovação. 
 
Figura 2.29: Bomba do aparelho dispensador sendo acionada com o pé 
 
A técnica de escovação deverá sempre ser iniciada pelas unhas, e a escova que 
foi utilizada deverá ser desprezada. 
 
Figura 2.30: Escovação das unhas Figura 2.31: Descarte da escova 
Posteriormente faz-se a escovação das mãos, caminhando em sentido ao 
cotovelo que será a zona de transição entre a parte limpa (mãos e antebraço) e a parte 
contaminada (braço). A seqüência de escovação deve ser: 
 
 
 
23 
 
2.32: Face palmar Figura 2.33: Face dorsal da mão 
 
Figura 2.34: Interdígitos (sentido radio- Figura 2.35: Face anterior do ante- 
 ulnar) braço 
 
 
Figura 2.36: Face posterior do ante- Figura 2.37: Remoção do antisséptico 
 braço 
 
A posição correta para a lavagem das mãos deve ser com estas a um nível acima 
dos cotovelos, de modo que a água e o sabão utilizados na desinquinação escorram da 
área limpa (mãos) para a área contaminada (cotovelos). A secagem das mãos deverá ser 
realizada nesta mesma posição, com movimentos compressivos, e não de fricção, feitos 
com o auxílio de uma compressa estéril, obedecendo a mesma seqüência da escovação. 
 
 
 
24 
 
Figura 2.38: Secagem com o auxílio de uma compressa estéril 
b) Antissepsia complementar 
Após a secagem das mãos e antebraço com compressa estéril, deve ser procedida 
a aplicação da solução antisséptica complementar com álcool iodado ou 
poliviniliodopirrolidona (PVPI) tópico, que não produza espuma. Esta aplicação pode 
ser realizada de duas maneiras: uma em que um circulante irá borrifar o antisséptico nas 
mãos do cirurgião ou em que o antisséptico seja despejado através de um aparelho 
dispensador. 
É conveniente que a secagem da solução se faça pela evaporação, deixando que 
se forme uma película sobre a pele que aumentará seu efeito residual. 
 
Figura 2.39: Borrifador de PVPI tópico 
5.3.7. Aventais ou capotes 
NEUBER (1882) propôs o uso de aventais cirúrgicos em substituição as 
tradicionais casacas e sobrecasacas. Os aventais quando confeccionadas em tecido de 
malha frouxa, como os usuais, são ineficazes para impedir a contaminação, logo são 
feitos de tecido vegetal ou sintético, devendo se estender até abaixo do nível dos 
joelhos, possuindo mangas compridas com punhos elásticos. São dotados de cinto ou 
cordões para a sua amarração. Têm como finalidade a formação de barreira estéril entre 
as superfícies contaminadas e o campo operatório. 
Para a colocação do avental deve-se manipular somente pelos cordões existentes 
na gola para que ele se desdobre. 
 
 
 
25 
 
Figura 2.40: Manipulação dos capotes pelos cintos existentes na gola 
Depois são introduzidas as mãos em direção as mangas e após estas terem 
ultrapassado os punhos, os cintos deverão ser apresentados para que o circulante 
proceda a amarração. 
 
 Figura 2.41: Etapas da Colocação do capote 
Os pontos vulneráveis de um avental são: região das golas, punhos e barra 
inferior. Estudos de penetração bacteriana no material do avental mostraram que a 
contaminação é maior com o pano, menor com o papel e mínima com o plástico. O uso 
de aventais descartáveis foi associado a uma redução significativa no número de 
infecções da ferida operatória, porém na maioria das vezes, após a utilização, os capotes 
são desprezados em cestos, de onde serão recolhidos para sofrerem esterilização. 
5.3.8. Luvas 
Possuem dupla função: proteger o paciente da mão do cirurgião e proteger o 
cirurgião de sangue potencialmente contaminado. Introduzidas no meio médico por 
HALSTED (1889) para proteger as mãos de sua instrumentadora, alérgica ao ácido 
carbólico, substância então utilizada para a esterilização. São feitas de látex e 
preparadas com talco em seu interior para o fácil calçamento. Os tamanhos variam de 6 
a 9. 
O cuidado principal no calçamento está em não tocar com a mão nua as faces 
externas da luva, assim como não tocar, com a mão já enluvada, a face interna, 
superfícies ou objetos contaminados. Para a retirada do talco de sua face externa, pode-
se fazê-la com o auxílio de uma compressa umedecida em soro fisiológico. 
Figura 2.47: Etapas da Colocação do capote 
 
 
 
26 
 
6. Conclusão 
A assepsia é um estado total de limpeza que pode ser alcançada por diferentes 
técnicas, como a esterilização, a antissepsia e a desinfecção. O primeiro desses meios, a 
esterilização, visa à eliminação de todos os microorganismos vivos e apresenta-se sobre 
diferentes formas como a esterilização por calor seco, calor úmido ou gases. Já a 
antissepsia e a desinfecção visam à eliminação somente dos microorganismos 
patogênicos diferindo apenas quanto ao local de aplicação, tecidos vivos para a 
antissepsia e superfícies inanimadas para a desinfecção. 
Quanto aos cuidados relacionados a um procedimento cirúrgico é importante 
ressaltar a estrutura do centro cirúrgico e os cuidados relacionados ao paciente e a 
equipe cirúrgica. O Centro cirúrgico é dividido em diferentes zonas destacando-se a 
zona de proteção para a equipe cirúrgica e a zona asséptica onde são realizadas as 
cirurgias. Em relação aos cuidados com o paciente deve-se atentar ao banho, a 
tricotomiaou epilação e as roupas e acessórios utilizados. Já quanto a equipe cirúrgica é 
importante a sua correta paramentação e antissepsia das suas mãos. 
 
 
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