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atividade trabalhista 3

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRSABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC.
PROCESSO:001/0050-20.2018.512.0001
PEDRO LEMOS, já qualificado nos autos do processoacima descrito, por sua advogada que esta subscreve, nos autos daRECLAMATÓRIA TRABALHISTAque move contra Fundação de Tecnologia do Estado de Santa Catarina, processo em epígrafe, não se conformando, data vênia, com a veneranda sentença prolatada por esteMM. Juízo, vem , rtespeitosamente, interpor :
RECURSO ORDINÁRIO
Com fulcro no art. 895, I da CLT e fundamento nos argumentos expendidos em fls. Apartado, que requersejarecebido, autuado e, atendidas as formalidades de estilo, remetido, juntamente comas razões inclusas, ao Exame do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região.
Deixa de juntar o comprovante de recolhimento das custas, vez que demanda sob o palio da justiça gratuita, cfme., decisão de 1ª grau
Termos emque
Pede Deferimento
Balneário Camboriú, 17 de outubro de2018
Advogado
OAB XXXX
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO
Origem/: 1ª Vara do Trabalho de Balneário Camboriú – SC
Processo: 0010050-20.2018.512.0001
Recorrente : Pedro Lemos
Recorrido: Fundação de Tecnologia do Estado de SantaCatarina
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA 12ª REGIÃO
COLENDA TURMA
NOBRES JULGADORES
RAZÕES DE RECURSO
I – HISTÓRICO PROCESSUAL
Trata-se de Reclamação Trabalhista ajuizada por Pedro Lemos, doravante recorrente, que foi contratado em 02/01/2017, para exercer as funções de técnico de informática, e dispensado imotivadamente em 31/01/2018, mediante aviso prévio trabalhado, que foi cumprido até o dia 02/03/2018, em desfavor de Fundação de Tecnologia do Estado de Santa Catarina, doravante recorrida, na qual oJuízo singular reconheceu apenas parcialmente os direitos do recorrente que inconformado, recorre ao Tribunal para rever a decisão nas partes que lhe foram desfavoráveis, no tocante às despesas com internet, multa do art. 477, § 8º da CLT, aviso prévio e honorário advocatício em 10%.
II – DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO ORDINÁRIO E DA TEMPESTIVIDADE.
A decisão proferida na Vara doTrabalho trata-se de uma sentença, dessa forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira instância.
Neste contexto, o reexame da decisão supra citada só poderá ser feita através de Recurso Ordinário, conforme preceitua o art. 895, inciso I da CLT.
ART. 895 – Cabe recurso ordinário para a instầncia superior:
[ … ]
	I – das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos no prazo de 8 dias;
O recorrente foi intimado da sentença no dia 05/10/2018, estando no prazo legal de 8 dias para interpor o presente recurso, previsto no art. 1003 do CPC e art. 895, I da CLT.
Cumpre ressaltar que opresente recurso ter sido interposto tempestivamente.
Dessa forma, preenchidos os pressupostos de admissibilidade, requer seja o presente recurso processado e o seu mérito apreciado.
II – MÉRITO
II – A – DESPESAS COM INTERNET
A Sentença indeferiu ao recorrente o pagamento de R$ 100,00 pormêsa para custear a internet utilizada no teletrabalho. O fundamento utilizado foi de que o custo com esta contratação é inerente a qualquer residência, não tendo portanto, ligação com o trabalho.
Ocorre que desde acontratação o recorrente exercia suas atividades em sua residência, como avençoado por escrito no contrato de trabalho. Havia a necessidade de usar seun próprio computador, bem como arcar com os custos da internet de R$ 100,00 (cem reais – mês), sendo isto indispensável para a realização das atividades profissionais. O recorrente enquadra-se como teletrabalhador, no qual é aquele que exerce suas atividades fora do estabelecimento comercial do empregador, com base no art. 6º da CLT..
Preceitua o art 75- Bda CLT/;
Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo.
ART. 75 D :
As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção oun fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas barcadas pelo empregado, serãoprevistas em contrato escrito. Conforme estabelece o art. 75 – D da CLT, observa-se que não ocorre a transferência para o empregado das despesas relativas à atividade, pois essas são do empregador , pelo princípio da alteridade, previsto no art. 2º da CLT, que dispõe:
	Considera-se empregador a empresa,individualou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal do serviço.
PRINCÍPIO DA ALTERALIDADE. REEMBOLSO DE COMBUSTÍVEL E DESPESAS COM UTILIZAÇÃO DE VEÍCULO PRÓPRIO. O princípio da alteralidade dispõe que os riscos doempreendimento pertencem ao empregador, que não tem a posssibilidade de transferí-los ao empregado. Assim, sendo incontroverso que o empregado utilizava veículo próprio a serviçoda empresa, não reembolsá-lo do valor gastro com combustível e com a manutenção do veículo significa transferir a ele os riscos do empreendimento, o que é vedado no ordenamento jurídico trabalhista.
TRT – 17 – RO – 001400021201051700013, Relator/; DESEMBARGADOR CARLOS HENRIQUE BEZERRA LEITE, Data da Publicação 21/06/2011)
Dessa forma, requer a reforma da R. Sentença para julgar procedente o pedido com as despesas da internet.
	B – MULTA DO NART. 477 DA CLT:
A Sentença indeferiu ao Recorrente a multa doartigo 477, § 6º da CLT, com fundamento na prova oral (testemunha) por parte da recorrida, que alega estar com ele no dia 09/03/2018, tendo presenciado a entrega destes documentos, sendo desnaturado o recibo carreado aos autos em que consta ter sido entregue em 16/03/2018.Cabe ressaltar que mera alegação não é para demonstrar a verdade ou não de determinado fato. A prova é justamente a confirmação desta alegação.
Nopŕazo estebelecido no art. 477, § 6º da CLT, nada foi pago a Reclamante pelo que se impõeo pagamento de uma multa equivalente a um mês de salário revertida em favor da reclamante, cfme., § 8º do mesmo artigo, sendo que a entrega de documentos foi feita fora do prazo determinado por lei. Os documentos necessários para o saque do fundo de garantia por tempo de serviçoe para o recebimento do segurodesemprego deveria ser pago em até dez dias corridos, fcme., estabelece o art. 477, § da Lei 13.467/17, porém, somente lhe foram entregues em 16/03/2018
Dispõe o art. 818. O ônus da prova incumbe/;(redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
I – Ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
Nesse mesmo sentido o art. 373. O ônus da prova incumbe:
I – Ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
§ 1º Nos casos previstos em leiou diante da peculiaridade da causa relacionada à impossibilidade ou àexcessivadificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da 0prova do farto contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso,desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidadede se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
§3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
a – recair sobre direito indisponível da parte;
b – tronar excessivamente difícil a uma parte o exercício do0direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.
MULTA DO ARTIGO 477, DA CLT. DEVIDA. VERBAS RECISÓRIAS PAGAS A DESTEMPO. A multa prevista no art. 477, § 8º da CLT é devida quandop as verbas rescisórias constantes no Termo de Recisão ou no recibo, forem pagas fora do prazo estabelecidono § 6º do mesmo dispositivo legal.
(TRT – 17 – RO 00009804020175170005, Relator/;
JAILSON PEREIRA DA SILVA, Data de julgamento: 16/07/2018)
Dessa forma, requer a reforma daR. Sentença para julgar procedente a multa do art. 477,§ 6º.
	C – AVISO PRÉVIO
A Sentença julgou improcedente o pedido de pagamento de 3 dias de aviso prévio, que se fererem à proporcionalidade deste instituto jurídico. O fundamento é que tal aviso ér bilateral, não tendo no ordenamento jurídico pátrio nada que autorize o pagamento destes dias quando o aviso prévio é trabalhado, como no caso em comento.
Conforme revela o TRCT e carta de concessão de aviso prévio, ambos em anexo, a reclamada concedeu esatisfez à obreira apenas 30 dias de aviso prévio, quando eram devidos 33, fulcro0 disposições da Lei 12,506/2011
Assim o recorrente é credor de 03 dias de aviso prévio, os quais deverão integrar o contrato de trabalho e serem considerados para todos os fins, com reflexos em férias com o 1/3 legal, gratificação natalina e FGTS com multa de 40%
NESSE SENTIDO:
Acórdão do TST- processo nº 168251.2015.5.17.0006: Esta corte Regional, inclusive, em julgamento de incidente de Uniformização de Jurisprudência nº000283-39.2014.5.17.0000, ocorrido na sessão Plenária do dia 15 de abril de 2015, resolveu pacificar a discussão sob o tema acima, nesse mesmo sentido, redigindo a Súmula 35 com o seguinte teor:
“SÚMULA nº 35. AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL. LEI 12.506/2011.PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DO RETROCESSO SOCIAL. DIREITO EXCLUSIVO DO TRABALHADOR . Em respeito ao princípio do não retrocesso social, o aviso prévio proporcional instituído pelaConstituiçãoFederal (art. 7º inciso XXXI) e regulamentado pela lei nº 12,506/2011 é direito exclusivo do trabalhador”
Dessa forma requer a reforma da R. Sentença para julgar procedente o aviso prévio.
	D – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
O Recorrente foi condenado ao pagamento de honorários advocatícios no importe de 10% do valor dacondenação apurado em sede de liquidação de sentença.
A nova lei não poderia retroagir e ser aplicada nos processos iniciados antes de sua vigência, sob pena de atingir o ato jurídico perfeito e, ainda, violar a segurança jurídica, pois o autor da ação, aoformular os pedidos, não considerava a possibilidade de suportarhonoráriosde sucumbência.
Cabe ressaltar acerca da inaplicabilidade do art. 791 – A da CLT, introduzida pela mesma lei, pelo qualç exige-se que a petição inicial tenha pedido certo, determinado e com indicação de seu valor, a fim de que sepudesse identificar o ganho eou perda do reclamante para efeito de incidência dos honorários de sucumbência parcial
Além disso, há grandes questionamentos a respeito da constitucionalidade da disposição do art. 791/A da CLT. Como se vê na Ação Direta deInconstitucionalidaden. 5766, em trâmite no Supremo Tribunal Federal, trazendo intensas desregulamentação da proteção social do trabalho e redução dos direitos materiais dos trabalhadores. Na contramãodos movimentos democráticos que consolidaram essas garantias de amplo e igualitário acesso à justiça, as normas impugnadas inviabilizam ao trabalhador economicamente desfavorecido assumir os riscos natuirais da demanda trabalhista e impõe-lhe pagamento decustas e despesas processuais de sucumbência com uso de créditos trabalhistas auferidos no processo, de natureza alimentar, em prejuízo do próprio sustento e de sua família”, afima o procurador geral.
Dessa forma requer a Reforma da R. Sentença para julgar improcedente o pagamento de honorários advocatícios no importe de 10% do valor da condenação apurado em sede de liquidação de sentença.
III – DOS REQUERIMENTOS
Pelo exposto, requer o conhecimento e consequente provimento do presentE Recurso Ordinário, para reverter o julgamento, e deferir totalmente procedente o pedido do Recorrente, no tocante as despesas com internet, multa do art. 477, § 6º da CLT, aviso prévio e improcedente os honorários advocatícios em 10% condenando o recorrido às custas processuais em reversão, tudo por ser medida da mais pura e lídima Justiça.
Pede Deferimento
Balneário Camboriú – SC, 17 de outubro de 2018
advogado xxx
oab xxx

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