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Universidade Estadual de Londrina Centro de Tecnologia e Urbanismo Departamento de Engenharia Elétrica Ricardo Vertuan Santos PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS Londrina 2014 Universidade Estadual de Londrina Centro de Tecnologia e Urbanismo Departamento de Engenharia Elétrica Ricardo Vertuan Santos PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS Trabalho de Conclusão de Curso orientado pelo Prof. Dr. Er- nesto Fernando Ferreyra Ramírez intitulado “PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE EQUIPA- MENTOS MÉDICOS” e apresentada à Universidade Estadual de Londrina, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do Título de Graduado em Engenharia Elétrica. Orientador: Prof. Dr. Ernesto Fernando Ferreyra Ramírez Londrina 2014 Ficha Catalográfica Ricardo Vertuan Santos PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS - Londrina, 2014 - 64 p., 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Ernesto Fernando Ferreyra Ramírez 1. Engenharia Biomédica. 2. Engenharia Clínica. 3. Unidade de Saúde. 4. Manutenção Corretiva. 5. Manutenção Preventiva. I. Universidade Estadual de Londrina. Curso de Engenharia Elétrica. II. PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS. Ricardo Vertuan Santos PADRONIZAÇÃO DE ORDENS DE SERVIÇO DE MANUTENÇÕES DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica. Comissão Examinadora Prof. Dr. Ernesto Fernando Ferreyra Ramírez Universidade Estadual de Londrina Orientador Prof. Me. José Fernando Mangili Júnior Universidade Estadual de Londrina Prof. Dr. Walter Germanovix Universidade Estadual de Londrina Londrina, 6 de novembro de 2014 Dedico aos meus pais. Agradecimentos Aos meus pais que me deixaram desistir no momento certo. Agradeço ao Professor Ernesto pelas horas de conversa e paciência no esclarecimento das dúvidas e pelo auxílio em desenvolver este trabalho de forma satisfatória. Aos amigos que fiz durante o tempo que morei em Maringá e, mesmo que não os tenha visto muito nos últimos tempos, ainda guardo boas lembranças de todos os ocorridos neste espetacular 1 ano e 6 meses. Obrigado Allan Gonçalves, Rodrigo Thomas, Ricardo Bonini. Aos amigos de longa data, e que por grande influência foram para Maringá, aos que continuam lá e aos que vieram para Londrina e ainda proporcionam grandes conversas. Obrigado Lucas Virgílio, Rodrigo Otaviano, Gabriel Maricatto, Luis Fernando Fagote, Vitor Petrauskas, Edvaldo Gozzi, Augusto Lange e Eduardo Lange. Aos amigos que fiz nestes 4 anos de UEL, quero dizer que sem eles tenho absoluta certeza de que hoje não estaria aqui escrevendo este texto. Muito obrigado mesmo. Especialmente para Edgar Iastrenski, Gabriel Germanovix, Ricardo Kobayahsi, Matheus Faccin, Sérgio Sambugari e Márcio Aleixo. Às amigas Daniele Walecki e Etiene Cristina pelos momentos de descontração durante o tempo que passamos na UEL. Aos profissionais Edvaldo e Alda, responsáveis por proporcionar acesso ao Hospital Regional de Porecatu e ao Hospital Universitário, respectivamente, sem eles este trabalho não teria sido iniciado e concluído. ”Quando o barco começar a afundar, não reze. Abandone-o.” (Max Gunther) Ricardo Vertuan Santos. 2014. 64 p. Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Elétrica - Universidade Estadual de Londrina, Londrina. Resumo A engenharia clínica surgiu nos Estados Unidos da América como uma forma de criar normas para regulamentar a criação de equipamentos médicos. No Brasil, este ramo da engenharia surgiu no início dos anos 90 para que os hospitais conseguissem aproveitar melhor os recursos dos equipamentos que tinham na época, proporcionando um melhor aproveitamento de tais equipamentos. De forma geral a engenharia clínica tem como foco zelar por toda a tecnologia envolvida em um estabelecimento de saúde, e o profissional engenheiro clínico é o responsável por aplicar métodos e tecnologias de engenharia para solucionar os problemas que possam aparecer com relação aos equipamentos. Uma das formas que este profissional tem de aplicar tais métodos é criando rotinas de manuten- ção para aplicar nos equipamentos. Os principais tipos de manutenção utilizados são as corretivas e as preventivas. Como o próprio nome diz, tais manutenções são para corrigir e para prevenir, respectivamente, problemas que possam ocorrer no pátio de equipamen- tos. Esses processos de manutenção exigem certos tipos de documentos para um controle mais aprimorado das manutenções feitas em tais equipamentos. Com o objetivo de pa- dronizar tais documentos este trabalho propõe a utilização de planilhas desenvolvidas no MicrosoftExcel c© para tal finalidade. Nestes documentos são cadastrados todos os equi- pamentos e setores do estabelecimento de saúde através de um código que possibilite uma rápida identificação do tipo e quantidade do equipamento existente. Para comprovar a viabilidade de tais documentos, foi feita uma consulta às ordens de serviços do Hospital Regional de Porecatu-PR durante os meses do ano de 2014, e às ordens de serviços do arquivo do Hospital Universitário da Região Norte do Paraná-HURNP. Palavras-Chave: 1. Engenharia Biomédica. 2. Engenharia Clínica. 3. Unidade de Saúde. 4. Manutenção Corretiva. 5. Manutenção Preventiva. STANDARDIZATION OF MEDICAL EQUIPAMENT SERVICE ORDERS. 2014. 64 p. Monograph in Engenharia Elétrica - Universidade Estadual de Londrina, Londrina. Abstract The clinical engineering emerged in the United States of America as a way to create rules to regulate the design of medical equipment. In Brazil this branch of engineering emerged in the early 90s, when hospitals were able to better use the equipment they had at the time, providing a better use of such equipment. In general, the clinical engineering focus is to ensure the effectiveness of all the technology involved in a healthcare facility, and the clinical engineer professional is responsible for applying engineering methods and technologies to solve the problems that may arise with regard to the equipment. One of the ways that this professional has to apply such methods is creating routine maintenance on equipment to apply. The main types of maintenance are corrective and preventive. As the name implies, such maintenance is to correct and prevent, respectively, problems that may occur in the equipments. Such maintenance processes require certain types of documents for a more enhanced control of maintenance done on such equipment. Aiming to standardize these documents this work proposes the use of spreadsheets developed in MicrosoftExcel c© for such purpose. These documents are registered and all equipment sectors of the health facility through a code that allows a quick identification of the type and quantity of existing equipment. To prove the feasibility of such documents, a query was made to the service orders from the Hospital Regional de Porecatu-Paraná during the months of the year 2014, and the orders of service of the Hospital Universitário da Região Norte do Paraná-HURNP. Key-words: 1. Biomedical Engineering. 2. Clinical Engineering. 3. Healthcare Unit. 4. Corrective Maintenance. 5. Preventive Maintenance. Lista de ilustrações Figura 1 – Áreas de relacionamento de um engenheiro clínico. . . . . . . . . . . . 17 Figura 2 – Organização da Estrutura de Manutenção Corretiva. . . . . . . . . . . 25 Figura 3 – Organização da Estrutura de Manutenção Preventiva. . . . . . . . . . . 26 Figura 4 – Fluxograma de Manutenção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Figura 5 – Fluxograma de Manutenção. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Figura 6– Planilha OS MANUTENÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Figura 7 – OS Manutenção 01. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Figura 8 – OS Manutenção 02. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Figura 9 – OS Manutenção 03. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Figura 10 – OS Manutenção 04. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 Figura 11 – OS Manutenção 05. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Figura 12 – OS Manutenção 06. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Figura 13 – OS - HURNP 01 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Figura 14 – OS - HURNP 02 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Figura 15 – OS - HURNP 03 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Figura 16 – OS - HURNP 04 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Figura 17 – OS - HURNP 05 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Figura 18 – OS - HURNP 06 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Figura 19 – OS - HURNP 07 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Figura 20 – OS - HURNP 08 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Figura 21 – OS - HURNP 09 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 22 – OS - HURNP 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Figura 23 – Histórico de Manutenção: Autoclave. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Figura 24 – Histórico de Manutenção: Berço Aquecido. . . . . . . . . . . . . . . . . 60 Figura 25 – Histórico de Manutenção: Emissor de Raio-X. . . . . . . . . . . . . . . 61 Figura 26 – Histórico de Manutenção: Foco de Luz Auxiliar. . . . . . . . . . . . . . 62 Figura 27 – Histórico de Manutenção: Fototerapia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Figura 28 – Histórico de Manutenção: Ventilador Pulmonar. . . . . . . . . . . . . . 64 Lista de tabelas Tabela 1 – Cadastro dos Equipamentos - Parte I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Tabela 2 – Cadastro dos Equipamentos - Parte II . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Tabela 3 – Cadastro dos Equipamentos HURNP-Parte I . . . . . . . . . . . . . . 49 Tabela 4 – Cadastro dos Equipamentos HURNP-Parte II . . . . . . . . . . . . . . 49 Lista de Siglas e Abreviaturas AC Autoclave ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária BA Berço Aquecido BE Berçário CC Centro Cirúrgico CEFET-PR Centro Federal de Educação Tecnológica - Paraná CM Centro Médico CV Cardioversor EAS Estabelecimento de Assistência à Saúde FA Foco Auxiliar FR Foco Auxiliar Recarregável FDA Food and Drug Administration FP Fototerapia FT Foco de Teto HURNP Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná NEHOS Núcleo de Engenharia Hospitalar OS Ordem de Serviço PE Posto de Enfermagem PF Ultrasom e Fisioterapia RDC Resolução da Diretoria Colegiada RX Aparelho de Raio-X TMF Tempo Médio de Falhas TMR Tempo Médio de Reparos UF Aparelho de Ultrasonografia UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná Sumário Lista de ilustrações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Lista de tabelas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 1 INTRODUÇÃO AO CENÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2.1 Engenharia Clínica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2.1.1 Origem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 2.1.1.1 Origem nos Estados Unidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 2.1.1.2 Origem no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 2.1.1.3 Desenvolvimento na Região Norte do Estado do Paraná . . . . . . . . . 22 2.2 Manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2.2.1 Tipos de Manutenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2.2.1.1 Manutenção Corretiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 2.2.1.2 Manutenção Preventiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 2.2.1.3 Manutenção Preditiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.2.1.4 Manutenção de Melhorias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.2.1.5 Manutenção Proativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.2.2 Implantação de Rotinas de Manutenção em uma Instituição de Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 2.2.2.1 Definição do Espaço Físico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 2.2.2.2 Definição da Equipe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 2.2.2.3 Treinamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 2.2.2.4 Classificação dos Equipamentos por Grupos de Compatibilidade . . . . 30 2.2.2.5 Definição do Local de Realização da Manutenção . . . . . . . . . . . . 32 3 MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 3.1 Criação do Fluxograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 3.2 Criação das Planilhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 3.2.1 Planilha Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 3.2.2 Planilha de Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 3.3 Cadastro dos Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 3.4 Validação dos Modelos Propostos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 SUMÁRIO 13 4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 4.1 Ordens de Serviço Coletadas em Porecatu-PR . . . . . . . . . . 40 4.1.1 Planilha Principal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 4.1.2 Planilha de Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 4.1.3 Ordens de Serviços Solicitadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 4.2 Ordens de Serviço Coletadas no HURNP . . . . . . . . . . . . . 48 4.2.1 Planilha de Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 4.2.2 Ordens de Serviço Solicitadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÃO . . . . . . 55 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 6 ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 14 1 Introdução ao Cenário Nas últimas décadas a complexidade na realização de exames médicos passou por várias modificações devido ao fato de a tecnologia envolvida nos processos aumentar substanci- almente. Este aumento na tecnologia fez surgir no mercado de trabalho uma mão de obra especializada para lidar com estes equipamentos. Um destes profissionais é o Engenheiro Clínico. O engenheiro clínico é o responsável por aplicar tecnologias e métodos de engenharia para solucionar os problemas que possam aparecer com relação aos equipamentos. Dentre as diversas funções executadas podemos destacar as funções de: especificar equipamen- tos para aquisição, aplicar rotinas de manutenção e promover o correto treinamento de funcionários para operar os equipamentos. Dentre as três tarefas citadas, as duas primeiras são mais comuns de serem executa- das pelo engenheiro clínico, uma vez que a operação geralmente é feita por um técnico especializado ou até mesmo pelo próprio médico. De forma geral a engenharia clínica tem como foco principal zelar pelo correto gerenci- amento de toda a tecnologia envolvida em uma instituição de saúde, assegurando com que os equipamentos sejam apropriados, seguros, eficazes e com uma relação custo/benefício satisfatória. No Brasil a engenharia clínica surgiu na década de 80, motivada pelo grande número de equipamentos parados devido à falta de manutenção e treinamento adequado de técnicose operadores (WANG; CALIL 1991, apud PLAZAS, 2002). Entretanto foi no ano de 1992, com a abertura do mercado nacional às importações de tecnologia, onde realmente sentiu- se a necessidade de um profissional responsável por gerenciar tais equipamentos(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ, 2008). Uma das formas de se resolver o problema de equipamentos parados, com relação à falta de manutenção, seria o desenvolvimento de formulários padronizados para evitar que os equipamentos fiquem parados por longos períodos por falta de uma compreensão clara do serviço a ser executado. Manter um histórico de manutenção de cada equipamento é um procedimento eficiente no gerenciamento da manutenção, porém, mais uma vez, o preenchimento de formulários pode vir a ser um problema devido ao excesso de campos e à subjetividade dos mes- mos(PLAZAS, 2002). Buscando propor uma forma alternativa, de fácil manuseio e compreensão, este traba- lho propõe dois tipos de formulários a serem empregados no detalhamento dos serviços de manutenções corretivas dos equipamentos médicos do Hospital Municipal de Porecatu-PR. 15 2 Revisão Bibliográfica 2.1 Engenharia Clínica A Engenharia Clínica é uma área multidisciplinar, que envolve o treinamento de pes- soal para agir nas interfaces entre os sistemas médicos, sistemas de comunicação e tecno- logias de informação. A atuação do engenheiro clínico nos estabelecimentos assistenciais de saúde é de grande importância, pois poderá ajudar para o desenvolvimento científico de novas tecnologias para a saúde, dar apoio técnico para o gerenciamento e aquisição de novas tecnologias para o ambiente médico hospitalar e oferecer suporte técnico à admi- nistração da unidade de saúde para uma tomada de decisão segura. O grande e rápido avanço tecnológico na área médica, vivido nos últimos tempos, permitiu novas técnicas e novos produtos que contribuíram para a melhoria da qualidade de vida do ser humano, com isso, a medicina se beneficiou consideravelmente, evoluindo para uma proposta mais segura e inovadora, que busca através da tecnologia, reduzir cada vez mais os procedimentos invasivos e os tratamentos com drogas pesadas(BRONZINO, 1995 apud MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009). É nesta área que se tem a maior junção de tecnologias como a nanoeletrônica, robótica, informática, radiação, ótica, bioquímica e biofísica, sendo aplicadas para total benefício da saúde humana, objetivando a vontade inata de se viver mais, com menor sofrimento e com maior qualidade. Diante dessa proposta, pode-se citar vários avanços nas áreas de terapia e diagnós- ticos, entre eles: os centros de terapia intensivas, onde encontra-se vários tipos de equi- pamentos biomédicos como: ventiladores pulmonares, balão de contra pulsação aórtica, monitores multiparâmetros, bombas de infusão, analisadores de débito cardíaco contínuo, incubadoras, fototerapias; centros cirúrgicos: aparelhos de anestesia, monitores bispec- trais, aparelhos de circulação extra-corpórea, analisadores de gases, bisturis elétricos, focos prismáticos; área de diagnósticos por imagem: ultrasonografia, tomografia compu- tadorizada, cintilografia, ressonância magnética; diagnósticos laboratoriais: contadores de células, examinadoras eletrônicas em geral; esterilização de materiais: autoclaves para- metrizadas, esterilizadora ultrasônica, esterilizadoras a base de peróxido de hidrogênio, entre outros(MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009). De fato, estes grandes avanços proporcionados pelos equipamentos biomédicos às EAS contribuíram consideravelmente na melhoria do sistema de saúde mundial. A partir dessa evolução tecnológica, entidades da saúde, perceberam a importância de se criar departamentos de engenharia clínica, para administrar e controlar as tecnologias médicas, com objetivo de aumentar o ciclo de vida dos equipamentos e certifica-los de Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 16 acordo com todas as normas vigentes, além de incentivar, treinar e orientar todos os profissionais quanto a operação e o cuidado dos equipamentos(CALIL; TEIXEIRA, 1998 apud MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009). Dentro de uma unidade hospitalar, pode-se dizer que a Engenharia Clínica é a base de uma rede que interage e relaciona com vários outros setores, pessoas e entidades externas. O trabalho do Engenheiro Clínico destaca-se nas seguintes funções (ANTUNES, 2002 apud PENCO, 2005): • controlar o patrimônio dos equipamentos biomédicos e seus acessórios; • auxiliar na aquisição e realizar a aceitação das novas tecnologias; • treinar o pessoal para manutenção (técnicos) e operação dos equipamentos (opera- dores); • indicar, elaborar e controlar os contratos de manutenção preventivas e corretivas; • executar a manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos biomédicos no âm- bito da instituição; • controlar e acompanhar os serviços de manutenção executados por empresas exter- nas; • estabelecer medidas de controle e segurança do ambiente hospitalar, no que se refere aos equipamentos biomédicos; • elaborar projetos de novos equipamentos, ou modificar os existentes, de acordo com as norma vigentes; • estabelecer rotinas para aumentar a vida útil dos equipamentos biomédicos; • auxiliar nos projetos de informação, relacionados aos equipamentos biomédicos; • implantar e controlar a qualidade dos equipamentos; • calibrar e ajustar os equipamentos biomédicos de acordo com os padrões reconheci- dos; • efetuar a avaliação da obsolescência dos equipamentos biomédicos entre outros; • apresentar relatórios de produtividade de todos os aspectos envolvidos com a gerên- cia e com a manutenção dos equipamentos biomédicos conhecidos como indicadores de qualidade e/ou produção. Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 17 Figura 1 – Áreas de relacionamento de um engenheiro clínico. Fonte: BRONZINO, 1995 apud MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009 2.1.1 Origem 2.1.1.1 Origem nos Estados Unidos A engenharia clínica é um campo do conhecimento que deriva da engenharia biomédica, e que foca na gestão de tecnologias de saúde, usando conhecimentos de engenharia e técnicas gerenciais para proporcionar uma melhoria nos cuidados do paciente. Durante as décadas de 60 e 70 ocorreu um grande aumento de toda a tecnologia envolvida nos processos de diagnósticos e equipamentos médicos. Entretanto, os manuais de operação e manutenção de tais equipamentos eram incompletos, e não continham informações sobre a forma de operação e de manutenção. Surgia então a necessidade de um profissional capacitado para executar tais tarefas. Segundo Bronzino(1995), a Engenharia Clínica surgiu na década de 1960, nos EUA e nos países europeus, em função da rápida proliferação dos equipamentos biomédicos e pela necessidade de segurança no uso dessas tecnologias. Ná década de 1970, a engenharia clínica alcançou uma presença significativa no mercado mundial, basicamente devido a três aspectos(MOURÃO; MOURÃO; MOURÃO, 2009). • As gestões profissionais, convencidas de que para aumentar o volume das operações e/ou serviços nos seus sistemas hospitalares deveriam dividir o país e, distritos de engenharia biomédica, com um engenheiro biomédico chefe que supervisionasse todas as atividades de todos os engenheiros dos hospitais de cada distrito; • A criação de departamentos de engenharia clínica nos grandes centros médicos; • A engenharia clínica foi um dos aspectos chave da qualificação da assistência médica através da criação de novas tecnologias ou da melhoria das tecnologias já existentes. A semente que deu início à engenharia clínica foi plantada em 10 de Janeiro de 1942, na cidade de St. Louis, com a criação de um curso de manutenção de equipamentos médicos, com duração de 12 semanas, oferecido pelas forças armadas dos Estados Unidos (GORDON 1990, apud FERREYRA RAMÍREZ 1996). Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 18 Como citado acima, a engenharia clínica surgiu na década de 40, entretanto teveseus conceitos aplicados com maior ênfase na década de 60. Os engenheiros não substituíam os médicos, apenas promoviam a capacitação destes funcionários para o correto manuseio dos equipamentos. Outro fator que promoveu uma maior utilização dos profissionais da engenharia clínica no ambiente hospitalar estava relacionado com a segurança dos pacientes e dos operados de tais equipamentos. No final da década de 60 e começo da década de 70, houve nos Estados Unidos uma certa preocupação com a notícia de um estudo divulgado pelo cirurgião Carl W. Walters, da Harvard Medical School, de que no país estavam morrendo cerca de 3 pessoas por dia, devido a choques elétricos relacionados com equipamentos médicos(FRIEDLANDER, 1971 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996; DALZIEL, 1992 apud FERREYRA RAMÍREZ 1996). Para tentar sanar tal problema, tentou-se criar uma legislação que regulamenta-se a fabricação e venda de equipamentos médicos. Até então podia-se projetar, fabricar e vender um marca-passo sem autorização prévia de qualquer fiscalização de orgãos com- petentes do governo. Para coibir tal prática buscou-se criar uma normalização para a comercialização de produtos médicos-hospitalares. Desta forma, foi criada uma normalização e o FDA(Food and Drug Administration) sugeriu que os equipamentos médicos fossem classificados como os medicamentos. Entre- tanto tal solução era ineficaz, uma vez que todo o processo de certificação exigia tempo e dinheiro dos fabricantes, fato este que dificultava a pesquisa e comercialização de novos produtos. Buscando solucionar tal situação, em 28 de maio de 1976 foi aprovada pelo presidente Gerald Ford uma lei pública sobre equipamentos médicos, PL 94-295. Nesta lei ficou ins- tituído que todos os fabricantes de equipamentos médicos nos Estados Unidos da América estabelecessem a segurança e eficácia dos seus produtos, submetendo-os à aprovação do FDA, antes que fossem comercializados. Tal lei teve como consequência imediata a contratação de vários engenheiros biomé- dicos e eletro-eletrônicos para atuarem junto à FDA(JURGEN, 1977 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996). A partir de então, os engenheiros passaram a ocupar cargos fixos em equipes hospita- lares para promover o treinamento dos demais funcionários e serem os responsáveis pela manutenção de tais equipamentos. Na mesma década de 1970, Thomas Hargest, o primeiro engenheiro clínico certifi- cado da história, e Cesar Cáceres criaram o termo engenheiro clínico, para denominar o responsável pelo gerenciamento de equipamentos de um hospital, através de consertos, treinamento de usuários, verificação de segurança e desempenho e especificações técnicas para aquisição(GORDON, 1990, apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996). Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 19 A partir da década de 80, começou-se a pensar no engenheiro clínico não apenas como um responsável pelos equipamentos dos hospitais, mas sim como um elemento que poderia ter participação ativa nas áreas de transferência de tecnologia, avaliação tecnológica e gerenciamento tecnológico, avaliação tecnológica e gerenciamento tecnológico. Com o passar dos anos o foco de atuação dos engenheiros clínicos modificou-se. Nas décadas de 1960 e 1970 o foco de atuação estava muito mais relacionado com as questões de segurança e operação do pátio de equipamentos hospitalares. Já nas décadas de 1980 e 1990, o foco passou a ser mais em questões como custo e eficácia(BAULD, 1991 apud FERREYRA RAMÍREZ 1996). Esta mudança ocorreu de forma natural, uma vez que as certificações de fabricação já estavam bem definidas e bastava que fossem seguidas à risca. Com isso os engenheiro clínicos passaram a atuar no gerenciamento do parque de equipamentos. Pode-se dizer que se passou da “era do microchoque” para a “era da contabilidade” (PACELA, 1998 apud FERREYRA RAMÍREZ 1996). Foi dessa forma que se estabeleceu a profissão de engenheiro clínico nos Estados Uni- dos, que foi o país berço da engenharia clínica no mundo, onde o profissional, através da avaliação e gerenciamento das tecnologias tem a habilidade e competência necessária para ajudar o corpo clínico dos hospitais a escolher a melhor tecnologia e a ajudar a implementá-la e utilizá-la de maneira correta. Hoje, no Brasil, poucas instituições de ensino oferecem a especialização, que é voltada principalmente para engenheiros, arquitetos, físicos, químicos e administradores. E boa parte dos engenheiros clínicos atua em consultoria, principalmente quando os hospitais buscam acreditação e certificações de qualidade. 2.1.1.2 Origem no Brasil No Brasil este processo tardou um pouco para chegar. Este processo pôde ser melhor observado a partir da abertura do mercado nacional às importações de tecnologias, em 1992 no governo Collor, que por anos impedia a entrada de equipamentos de informá- tica e médico-hospitalres, entre tantas outras formas de tecnologia(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ, 2008). Em nosso país, a engenharia clínica introduziu-se pressionada muito mais pelo aspecto financeiro do que pelas vantagens que traria, face ao elevado custo de manutenção dos equipamentos e seus acessórios e, o gerenciamento do parque tecnológico das instituições de saúde, que devem seguir normas rigorosas quanto a sua execução. No Brasil, 1989, o Ministério do Bem-estar e da Previdência Social, estimou que de 20% a 40% dos equipamentos médicos no Brasil estavam desativados por falta de conserto, peças de reposição, suprimentos ou até instalação(WANG; CALIL, 1991, apud FERREYRA RAMÍREZ,1996). Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 20 Como o parque de equipamentos estava estimado em U$ 5 bilhões, isto representava um desperdício de mais de U$ 1 bilhão. Além disso, a manutenção dos mesmos, quando era feita, ficava a cargo de fabricantes ou de seus representantes que nem sempre eram bem intencionados. Muitos hospitais ao tentar estabelecer seus grupos internos de manutenção de equipamentos deparavam-se com problemas como(FERREYRA RAMÍREZ, 1996): • falta de recursos humanos especialmente treinados para a função; • falta de documentação sobre segurança de equipamentos, ou até mesmo ignorância da existência da mesma; • falta de cooperação dos fabricantes ou representantes dos equipamentos que dificul- tavam a aquisição de peças de reposição e de documentação técnica; • burocracia do governo para poder importar peças ou equipamentos de testes. Esta dificuldade na obtenção de mão de obra especializada, catálogos detalhados e a dificuldade imposta pela burocracia deixou clara a necessidade da criação de grupos de trabalho especializados em equipamentos médicos hospitalares, surgia então os primeiros grupos de engenharia clínica no Brasil. Infelizmente, o processo de disseminação da engenharia clínica no Estado do Paraná, e em grande parte dos estados brasileiros, não seguiu o ritmo observado em alguns estados das regiões sudeste e sul, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. No estado do Paraná, o que se observou foi um movimento lento na implantação de alguns grupos de manutenção de equipamentos médicos, alguns ligados ano Núcleo de Engenharia Hospitalar do antigo CEFET-PR, atual UTFPR, que contava com um grupo de professores e pesquisadores da área de engenharia biomédica, muitos oriundos do mes- trado em engenharia biomédica da UNICAMP, que em conjunto com outros professores da instituição formaram o Núcleo de Engenharia Hospitalar (NEHOS) vinculado ao mestrado em Engenharia Biomédica do CEFET-PR(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ, 2008). Em 1998, numa iniciativa do NEHOS, através de uma pesquisa junto aos hospitais do Paraná, constatou-se que 82,35% destes hospitais não tinham qualquer equipe ou profissional habilitado para a realização da manutenção do parque instalado e, em apenas 15,79% dos hospitais havia algum tipo de controle sobre a manutenção realizada por terceiros. Neste universo, 84,21% dos hospitaisdemonstraram interesse na implantação de um serviço de manutenção, dos quais 68,42% afirmavam que contratariam imediatamente pessoal qualificado, caso estes estivessem disponíveis(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ, 2008). Estes dados comprovaram, mais uma vez, a real necessidade da formação de profissio- nais e demostraram a deficiência que o estado do Parana tinha em relação aos engenheiros clínicos. Buscando suprir tal necessidade, 1989, o grupo do NEHOS propõe a criação do Curso de Técnico em Equipamentos Médicos-Hospitalares, utilizando de toda a estrutura já exis- Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 21 tente no CEFET-PR, bem como do corpo docente que atuava no mestrado em Engenharia Biomédica. Outra iniciativa voltada à formação profissional para a área de engenharia clínica foi da PUC-PR através do TECPUC que lançou o Curso Técnico em Equipamentos OdontoMédico-Hospitalares e Laboratoriais em 2003, e, posteriormente, o curso Técnico em Eletrônica Médica e o Mestrado em Tecnologia da Saúde, com áreas de concentração em Bioengenharia e em Informática em Saúde. Mesmo com o surgimento de vários cursos que buscavam qualificar profissionais, para que fossem capazes de atender as necessidades dos EAS, os engenheiros clínicos ainda pas- savam por certas dificuldades com relação a sua aceitação no corpo clínico. A maior difi- culdade enfrentada durante todo esse período foi fazer com que os dirigentes hospitalares reconhecessem a profissão e entendessem sua função essencial para o bom gerenciamento do EAS(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ, 2008). Muitos dos diretores das unidades de saúde acreditavam, e ainda acreditam, que o en- genheiros clínicos atuam somente na aplicação de rotinas de manutenção, tanto corretivas quanto preventivas, ignorando totalmente as demais funções que este profissional é capaz de desempenhar. Segundo Marcos Antônio Rocha, que ocupa a gerência de engenharia clínica do Centro de Engenharia Biomédica da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), “quando um hospital está em construção, o engenheiro clínico pode especificar, com apoio de requisitos de pré-instalação de equipamentos, o dimensionamento de áreas físicas e os di- mensionamentos elétricos e hidráulicos do prédio”. Tal citação vem apenas para enfatizar a necessidade da existência de um engenheiro clínico entre os gestores de um estabe- lecimento de saúde, e que tal profissional é importante desde a concepção do projeto arquitetônico de um complexo de saúde até a instalação e uso correto de equipamentos hospitalares(ARAÚJO; SANTOS, Acesso em: 11/06/2014). Dentre todos os grupos de engenharia clínica que surgiram no estado do Paraná, o grupo que mais se destacou foi o grupo fundado no Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, HC-UFPR. Com base neste grupo pioneiro começaram a serem implan- tados outro núcleos de manutenção, num primeiro momento, e de engenharia clínica num segundo momento, como consequência do amadurecimento, natural ou forçado(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ, 2008). Após este primeiro momento de solidificação das ideias iniciais sobre a engenharia clínica, surgiram outros grupos de trabalho. Alguns destes grupos foram formados pelos profissionais que receberam sua formação no Serviço de Engenharia Clínica do HC, e por outros profissionais vindos dos cursos oferecidos por outras instituições de ensino, tais como CEFET-PR e do TECPUC. Infelizmente este amadurecimento nas ideias dos gestores não foi suficiente para garan- tir de vez a permanência de engenheiros clínicos em grupos clínicos, entre vários motivos Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 22 pode-se destacar: a mudança da direção geral nos estabelecimentos de saúde, que não en- xergavam com os mesmos olhos de seus antecessores a necessidade de manter tais grupos de trabalho, deixando em segundo plano investimentos para a contratação e manutenção destes grupos. Motivados pela baixa remuneração e pelo descaso de novas gestões de trabalho, vários destes profissionais passaram à atuar em outras empresas ou mesmo em outras áreas de atuação. Como consequência dessa deficiência na gestão de tecnologias médico-hospitalares, muitas empresas de manutenção e representação técnica e comercial na área foram cri- adas ou implantadas no estado, pois havia, e ainda há, um mercado milionário a ser explorado, principalmente dos equipamentos de alta tecnologia que demandam técnicos e engenheiros especializados e, via de regra, muito caros para serem mantidos pelos hospi- tais. Tais equipamentos geralmente são mantidos por contratos que preveem a utilização de determinado tipo de tecnologia em determinado período, geralmente apresentam um custo elevado, tanto para a utilização quanto para a manutenção que fica a cargo das empresas ou de seus representantes regionais. Nas localidades com uma menor concentração populacional fica inviável a existência de equipamentos que possuam uma tecnologia mais elevada. No caso de equipamentos de baixa complexidade geralmente a manutenção fica a cargo de um técnico ou empresas, que nem sempre são habilitados, e acabam atuando no mercado por não haver um controle rígido dos serviços solicitados e executados dentro do hospital. Outro fator preocupante com relação a tais empresas e profissionais é a baixa quali- ficação técnica, pois muitos são oriundos de outras áreas técnicas(CUNHA; NOHAMA; RAMÍREZ, 2008). 2.1.1.3 Desenvolvimento na Região Norte do Estado do Paraná Como a ida de profissionais para o setor privado, buscam-se novos mercados de atuação longe daqueles citados anteriormente onde geralmente os grupos de engenheiros clínicos são formados pelas próprias instituições através de treinamentos e cursos de especialização. A formação de novos núcleos de engenharia clínica no interior o Estado do Paraná tem ocorrido de forma lenta, principalmente devido à falta de incentivos e de visão estratégica dos gestores de saúde do estado, tanto no âmbito dos hospitais estatais, sejam federais, estaduais ou municipais, e, principalmente, nos hospitais privados, que ainda consideram a engenharia clínica como algo oneroso e dispensável. Dentre os núcleos que se destacaram no interior do estado pode-se citar o Serviço de Engenharia Clínica no Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HURNP), que funcionou durante o período de 1999 a 2003, subsidiado por um projeto de ex- tensão do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Londrina (DEEL/UEL)(FERREYRA RAMÍREZ; CALDAS; SANTOS JR., 2002). Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 23 2.2 Manutenção A palavra manutenção tem origem derivada do latin ”mantenus tenere”, que significa: “manter aquilo que se tem”(FERREIRA, 2003). Manutenção é a combinação de todas as ações, técnicas e administrativas, destinadas a manter ou recolocar um item em estado no qual possa desempenhar uma função requerida. Na sociedade moderna, com o advento da revolução industrial, o ser humano tem ex- perimentado avanços cada vez mais significativos nas áreas industriais e tecnológicas, Isto se deve ao uso cada vez mais frequente de ferramentas e máquinas automáticas que possi- bilitam melhorias na eficiência e eficácia dos processos produtivos. À medida que aumenta o grau de utilização dos equipamentos, que cada vez estão mais complexos, aumenta tam- bém a necessidade da administração da qualidade deles, ou seja, aumenta a necessidade de mantê-los em bom estado de funcionamento, pois as perdas resultantes das paralizações dos mesmos representam grandes quedas na produtividade e consequentemente na lucrati- vidade e eficácia dos processos. Com isto surgiu o conceito de manutenção(MIRSHAWKA; OLMEDO, 1993 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996). De forma geral, manutenção é um conjunto de ações que permite assegurar ou resta- belecer as funções de um determinado equipamento. 2.2.1 Tipos de Manutenção Analisando mais profundamente as definições de manutenção, pode-sesepará-las em grupos distintos, conforme citado a seguir. 2.2.1.1 Manutenção Corretiva Como o próprio nome diz, este tipo de manutenção significa deixar o equipamento trabalhar até quebrar, ou falhar, para depois corrigir o problema. Caracterizando-se pela forma mais óbvia e primária de manutenção. Tais fatores fazem com que este tipo de manutenção seja a mais cara, quando analisada do ponto de vista geral do sistema, uma vez que as provoca: • Diminuição da vida útil dos equipamentos, máquinas e instalações; • Paradas para manutenção em momentos aleatórios e muitas vezes inoportunos por corresponderem a épocas de ponta de utilização, períodos de cronograma apertado, ou até épocas de crise geral. É claro que se torna impossível eliminar completamente este tipo de manutenção, pois não pode-se prever o momento exato em que se verificará um defeito, que obrigará a uma manutenção corretiva de emergência. Apesar de rudimentar este tipo de manutenção necessita de uma certa organização para ser aplicado(ARAÚJO; SANTOS, Acesso em: 11/06/2014): Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 24 • Pessoal previamente treinado para atuar com rapidez e eficiência em todos os casos de defeitos e com quadro e horários bem estabelecidos; • Existência de todos os meios materiais necessários para a ação corretiva que sejam: aparelhos de medição e teste adaptados aos equipamentos existentes e disponíveis, rapidamente, no próprio local; • Existência das ferramentas necessárias para todos os tipos de intervenções necessá- rias que se convencionou realizar no local; • Existência de manuais detalhados de manutenção corretiva referentes aos equipa- mentos e às cadeias produtivas, e sua fácil acessibilidade; • Existência de desenhos detalhados dos equipamentos e dos circuitos que correspon- dam às instalações atualizados; • Almoxarifado racionalmente organizado, em contato íntimo com a manutenção e contendo, em todos os instantes, bom número de itens acima do ponto crítico de encomenda; • Contratos bem estudados, estabelecidos com entidades nacionais ou internacionais, no caso de equipamentos de alta tecnologia cuja manutenção local seja impossível; • Reciclagem e atualização periódicas dos chefes e dos técnicos de manutenção; • Registros dos defeitos e dos tempos de reparo, classificados por equipamentos e por cadeias produtivas (normalmente associadas a cadeias de manutenção); • Registro das perdas de produção (efetuado de acordo com a operação-produção) resultantes das paradas devidas a defeitos e a parada para manutenção. Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 25 Figura 2 – Organização da Estrutura de Manutenção Corretiva. Fonte: ARAÚJO; SANTOS, Acesso em 11/06/2014 2.2.1.2 Manutenção Preventiva A manutenção preventiva, como o próprio nome sugere, consiste em um trabalho de prevenção de defeitos que possam originar a parada ou o baixo rendimento dos equi- pamentos em operação. Esta prevenção é feita baseada em estudos estatísticos, estado do equipamento, local de instalação, condições elétricas e demais dados fornecidos pelo fabricante, tais como: condições ótimas de funcionamento, pontos e periodicidade de lu- brificação, entre outros fatores. Dentre as vantagens, podemos citar(ARAÚJO; SANTOS, Acesso em: 11/06/2014): • Diminuição do número total de intervenções corretivas, aliviando o custo da manu- tenção corretiva; • Diminuição do número de intervenções corretivas ocorrendo em momentos inopor- tunos. Este tipo de manutenção também requer uma determinada organização estrutural: • Existência de um escritório de planejamento da manutenção, composto pelas pessoas mais altamente capacitadas da manutenção, e tendo funções de preparar o trabalho, racionalizar e otimizar todas as ações. Daqui advém uma manutenção de maior Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 26 produtividade e mais eficaz; • Existência de uma biblioteca organizada contendo: manuais de manutenção, manu- ais de pesquisas de defeitos, catálogos construtivos dos equipamentos, catálogos de manutenção (cedidos pelos fabricantes) e desenhos de projeto atualizados(as-built); • Fichas históricas dos equipamentos contendo registro das manutenções efetuadas e defeitos encontrados; • Fichas de tempos de reparo, com cálculo atualizado de valores médios; • Fichas de planejamento prévio dos trabalhos repetitivos de manutenção. Estas fichas contém: composição das equipes de manutenção, materiais, peças de reposição e ferramentas, e a sequência lógica das atividades a serem executadas; • Existência de planilhas nas quais mostram-se os trabalhos em curso e a realizar no futuro próximo; • Existência de um serviço de emissão de requisições ou pedidos de trabalho, contendo a descrição do trabalho, os tempos previstos, a lista de itens a serem verificados e a composição da equipe para a executar o serviço; • Existência de um serviço de emissão de relatórios resumidos das grandes manuten- ções periódicas. Figura 3 – Organização da Estrutura de Manutenção Preventiva. Fonte: ARAÚJO; SANTOS, Acesso em 11/06/2014 Amanutenção preventiva, quando bem implantada diminui o tempo de inatividade dos equipamentos devido a falhas, e consequentemente reduz os custos operacionais, aumen- tando a produtividade dos equipamentos(SACHS, 1991 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996). Outra vantagem da manutenção preventiva é que possibilita uma ação de prevenção Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 27 (agir antes que aconteça a falha) por parte da manutenção ao invés da ação reativa (agir só depois que a falha aconteceu) característica da manutenção corretiva(MIRSHAWKA; OLMEDO, 1993 apud FERREYRA RAMÍREZ 1996; PATTON JR., 1983 apud FER- REYRA RAMÍREZ, 1996). 2.2.1.3 Manutenção Preditiva Esta é um tipo de manutenção preventiva feita através da substituição de peças ou componentes, quando estes apresentarem um determinado perfil estatístico. Este per- fil é obtido através de análises feitas nos históricos de falhas dos equipamentos. Estas análises, se baseiam na vida-média das peças e componentes dos equipamentos. Para isso desenvolveu-se uma área de estudos chamada confiabilidade(FERREYRA RAMÍREZ, 1996). 2.2.1.4 Manutenção de Melhorias Esta manutenção consiste em levar em conta os fatores de confiabilidade (grau de segurança) e de facilidade de manutenção ao fazer o projeto dos equipamentos. Assim, equipamentos bem projetados serão ergonômicos tanto para os usuários, como para os encarregados da manutenção. Além disso, uma boa manutenção de melhorias irá reduzir a necessidade de manutenções corretivas e preventivas nos equipamentos, tornando-os mais seguros e confiáveis(MIRSHAWKA; OLMEDO, 1993 apud FERREYRA RAMÍREZ 1996; PATTON JR., 1983 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996). 2.2.1.5 Manutenção Proativa Esta manutenção ataca a raiz dos problemas, resolvendo-os de modo definitivo. Ao contrário dos outros tipos de manutenção, esta não analisa os sintomas, mas sim as causas das falhas(NO BRASIL...1996 apud FERREYRA RAMÍREZ, 1996). Mesmo que na literatura consultadas estejam definidas estas cinco formas de manuten- ção pode-se reagrupá-las em apenas duas categorias com maior abrangência , manutenção corretiva e manutenção preventiva. Neste novo enquadramento as formas manutenções preditivas, de melhorias e proativas são classificadas como uma forma de manutenção preventiva, pois sua característica básica é a de realizar ações que previnam o surgimento de defeitos. 2.2.2 Implantação de Rotinas de Manutenção em uma Institui- ção de Saúde A partir da decisão para a criação do setor de Engenharia Clínica numa EAS, deve- se primeiramente levantar todas as demandas, de acordo com as partes envolvidas e Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 28 expectativas para a implantação do projeto. Estes dados devem ser referentes ao histórico dos equipamentos, incluindo desde dados de identificação do equipamento no patrimônio daEAS, custos de aquisição, custos de manutenção, entre outros. Embora simples, esta é uma etapa crucial para o bom desenvolvimento do projeto de implantação, uma vez que, quando o cadastro dos equipamentos é bem feito, facilita a emissão de formulários. Esta é uma etapa que além de exigir tempo e dados técnicos, exige a participação de recursos humanos para o processamento de dados(PENCO, 2005). Uma proposta para a implantação da equipe de manutenção contendo os custos e resultados desse trabalho, deve ser preparada para apresentar à administração. Essa proposta pode ser dividida em duas partes. Na primeira pode conter uma breve descrição dos recursos financeiros, humanos e materiais necessários para a implantação do grupo. A segunda parte deve conter uma introdução que descreva a finalidade do grupo, os serviços a serem implantados e sua justificativa; a metodologia utilizada para os cálculos dos valores apresentados; o cronograma de atividades a curto, médio e longo prazo, assim como uma justificativa política e fundamentação econômica,além de um cronograma de desembolso e uma conclusão, onde devem ser expostas as expectativas do responsável pelo grupo, suas metas e que tipo de apoio ele espera da administração. Uma vez que estes documentos estejam prontos, devem ser levados ao setor de gerência da EAS para uma apresentação formal dos dados levantados quanto a real necessidade ou não da instalação de um setor de engenharia clínica. É interessante que o responsável se lembre que a manutenção é encarada pelo pessoal da saúde como uma fator secundá- rio ao atendimento clínico e uma atividade de despesa pela administração(FERREYRA RAMÍREZ; CALDAS; SANTOS JR., 2002). O responsável pela implantação de um programa de manutenção em uma EAS deve conhecer e entender a situação financeira atual do ambiente, pois isso permitirá a elabo- ração de uma proposta de trabalho com recursos humanos, financeiros e materiais, dentro da realidade da EAS. A elaboração desta proposta é necessária não só no caso de implan- tação de um grupo de manutenção, mas também de reformulação de qualquer atividade neste sentido. Antes da elaboração de uma proposta por escrito, é necessário identificar os problemas que mais afligem o hospital, priorizando pontos e setores para atuação imediata. Buscando simplificar tal processo, na tentativa de que o processo de implantação ocorra no menor tempo possível. Para isso, sugere-se uma sequência de atividades(PENCO, 2005): • levantamento de patrimônio; • espaço físico e materias; • definição da equipe; • treinamento; Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 29 • classificação dos equipamentos; • definição do local da manutenção; • definição do tipo de contrato de manutenção a ser adotado; • elaboração da documentação. 2.2.2.1 Definição do Espaço Físico Como é impossível uma instituição dar suporte de manutenção a todos os equipa- mentos simultaneamente, é sugerido que os equipamentos de média e alta complexidade sejam enviados para manutenção externa, até que a oficina esteja completamente capaci- tada para atender a toda a demanda de serviços solicitados. A definição do local da manutenção depende da disponibilidade de recursos materiais e humanos para este fim. A decisão entre manutenção interna e externa deve levar em conta a existência de pessoal treinado para manutenção de cada tipo e modelo de equipa- mento ou a contratação deste; a existência ou não de documentação técnica; a existência ou não de equipamentos de teste e de calibração; a proximidade do fabricante ou repre- sentante técnico do equipamento e a possibilidade de aquisição de peças originais para reposição(CALIL; TEIXEIRA, 1998). A localização da oficina biomédica deve facilitar o trabalho e a locomoção dos equi- pamentos, para isso é interessante não ser tão afastada dos serviços médicos de apoio. Além do espaço físico, alguns materiais são necessários para a implantação do grupo de manutenção local, tais como ferramentas, materiais de teste e manutenção, docu- mentação técnica, telefone ou central de recados, escritório e suprimentos operacionais, infra-estrutura predial para manutenção, assinatura de revistas e publicações técnicas, compra de livros, etc(FERREYRA RAMÍREZ; CALDAS; SANTOS JR., 2002). 2.2.2.2 Definição da Equipe A quantidade de pessoas necessárias para realização dos serviços solicitados está di- retamente relacionadas com o números de horas trabalhadas. Para a definição de uma boa infra-estrutura de trabalho é necessário que se tenha uma quantidade suficiente de pessoal disponível. Para fazer estes cálculos, é necessário a definição de alguns termos importantes neste definição. São elas: • TMR: tempo médio de reparo gasto para manutenção corretiva de um equipamento. É exatamente o tempo que o técnico usa para consertar a máquina. Não inclui o período de espera das peças de reparo, recursos financeiros, entre outros. • TMF: é o número, médio, de meses entre falhas, obtido verificando-se a média anual de defeitos do equipamento. • NHT: número de horas técnicas necessárias para manutenção corretiva de um equi- pamento. Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 30 • NHTE: número de horas técnicas efetivamente trabalhadas anualmente em manu- tenção corretiva. De posse dos dados listados acima, facilmente pode-se calcular o número de horas dedicadas a um determinado equipamento: NHT ano = NEMT · TMR · 12meses TMF (2.1) Onde a sigla NEMT representa o número de equipamentos do mesmo tipo. Para um cálculo mais preciso, costuma-se levar em conta a produtividade do téc- nico. O tempo efetivamente trabalhado pode girar em torno de 70% do seu tempo total disponível(CALIL, 2002). 2.2.2.3 Treinamento Geralmente, o treinamento dos técnicos para um equipamento recém adquirido é con- tratado juntamente com este, ficando a cargo do vendedor capacitar os técnicos a reali- zarem os serviços de manutenção. No caso de equipamentos ja existentes, grande partes dos defeitos ocorridos devem-se à uma utilização incorreta dos mesmos, por isso uma capacitação dos operadores reduz consideravelmente custos(ANTUNES, 2002 apud PENCO, 2005). Para um treinamento eficaz, faz-se necessário levar em considerações alguns itens (FERREYRA RAMÍREZ; CALDAS; SANTOS JR., 2002). • planejamento do conteúdo do treinamento por uma equipe de membros do corpo clínico, da manutenção e do fabricante do equipamento; • envolvimento dos operadores com sugestões de equipamentos; • escolha certa de horário; • envolvimento dos engenheiros de manutenção; • mostrar a instalação do equipamento; • nomeação de um instrutor de treinamento efetivo (que não seja um vendedor, mas sim, membro da equipe). 2.2.2.4 Classificação dos Equipamentos por Grupos de Compatibilidade Segundo resolução RDC N.o 185, de 22 de Outubro de 2001, os equipamentos médicos são divididos em 4 classes. A divisão dos equipamentos dentro destas classes está relacio- nada com os riscos que eles trazem aos pacientes, seja por motivo de falha ou de utilização incorreta. A classificação utilizada nesta resolução é composta por 18 regras que buscam direci- onar a classificação dos equipamentos dentro das 4 classes. Independentemente, há casos em que um determinado equipamento médico enquadra-se em mais de uma categoria, sendo assim, se aplicarão as regras que conduzam a classificação mais elevada. Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 31 As 4 classes de classificação são(RDC-Resolução da Diretoria Colegiada, 2001): • Classe I: são aqueles que representam baixo risco intrínseco à saúde de seus usuários, seja paciente ou operador. Geralmente, estão destinados a ser usados como barreira mecânica, para compressão ou para absorção de exsudados1; • Classe II: são aqueles que representam risco médio intrínseco à saúde de seus usuá- rios, seja paciente ou operador. Todos os produtos médicos ativos para diagnósticoou monitoração de sinais fisiológicos vitais são desta classe; • Classe III: são aqueles que necessitam de cuidados ou precauções em seu uso ou aplicação, representando alto risco intrínseco à saúde de seus usuários, seja paciente ou operador. Nesta classe estão todos os produtos médicos invasivos de longo prazo; • Classe IV: enquadram-se nesta categoria os produtos médicos invasivos cirúrgicos de uso transitório que se destinarem especificamente ao diagnóstico, monitoração ou correção de disfunção cardíaca ou do sistema circulatório central, ou ainda, caso sejam utilizados em contato direto com o sistema nervoso central. Uma forma alternativa de classificação, além da citada anteriormente com relação a sua importância estratégica para a EAS. A classificação é baseada com base em alguns índices de utilização, sendo eles: Índice Estratégico Parcial(IEP) e do Índice de Importância Estratégica dos Equipamentos Hospitalares(I2E)(SILVA; RAMÍREZ, 2008). O índice IEP engloba as perspectivas de Back Up, Grau de Utilização e Faturamento, as quais foram obtidas respectivamente a partir do cálculo de três índices: • Back Up(QRB): mensura a importância estratégica de determinado equipamento de acordo com aquantidade de equipamentos de back up que o mesmo possui. Pode- se tratar como um indicador de risco, já que a prestação de um serviço pode ser prejudicada caso o equipamento em questão não possua outro back up e fique im- possibilitado de uso; • Grau de Utilização(GUT): está relacionado à quantidade de utilizações de deter- minado equipamento. Neste sentido, um equipamento será importante estrategica- mente para o hospital quanto maior seu GUT; • Faturamento(FAT): refere-se à contribuição financeira que o equipamento gera ao hospital em termos de faturamento. É feito inicialmente um levantamento do fatu- ramento de cada exame. Após estes paramêtros serem determinados, o índice IEP é determinado pela soma de três destes índices, conforme visto na equação 2.2 IEPx = QRBx +GUTx + FATx (2.2) O índice IEP mostra a importância estratégica de um determinado equipamento. En- tretanto não demonstra a relação do mesmo com outros equipamentos do setor. 1 Refere-se a saída de líquidos orgânicos através das paredes e membranas celulares, tanto de animais quanto de plantas, por lesão ou por inflamação. Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 32 O índice I2E foi obtido através da análise de dependência de funcionamento dos equi- pamentos. Ou seja, é analisado se o funcionamento de um equipamento Y se torna inviável caso outro equipamento X esteja paralisado. Deste modo, é feita uma análise de depen- dência do equipamento Y em relação ao equipamento X. Deste modo, o I2E de um equipamento X será obtido pela soma do IEP deste mesmo equipamento e dos índices IEP dos n equipamentos dependentes, conforme pode ser visto na 2.3. I2Ex = IEPx + n∑ i=1 IEPi (2.3) Dessa forma, pode-se classificar os equipamentos com relação a seu grau de utilização, sendo possível priorizar um determinado e/ou determinados equipamentos para que a EAS não fique sem poder realizar suas funções de atendimento a sociedade. 2.2.2.5 Definição do Local de Realização da Manutenção Juntamente com a definição do local da manutenção, deve-se gerar um documento específico para cada forma de manutenção adotada. Quando opta-se pela manutenção externa, o contrato de manutenção geralmente é do tipo contrato de serviço por períodos determinados ou contrato de serviço sob demanda. Como é impossível uma instituição dar suporte de manutenção a todos os equipamen- tos, é sugerido que os equipamentos de média e alta complexidade sejam enviados para manutenção externa, pelo menos a princípio(ANTUNES, 2002 apud PENCO, 2005). Considerando que a decisão sobre o local de manutenção é uma questão puramente técnica, ou seja, não existe uma solicitação específica da administração para um determi- nado tipo ou grupo de equipamentos, a manutenção interna ou externa de cada grupo de equipamentos é baseada tanto na disponibilidade de recursos materiais e humanos quanto nos custos para treinamento e manutenção de pessoal especializado. Para a decisão entre manutenção interna ou externa, devem-se considerar vários fatores(CALIL; TEIXEIRA, 1998): • existência de pessoal treinado para a manutenção de cada tipo e modelo de equipa- mento. A contratação de pessoal com treinamento na área de equipamentos médicos é uma tarefa ainda bastante complexa. Normalmente, o pessoal disponível no mer- cado é proveniente de escolas técnicas que possuem somente o curso para técnicos em eletrônica ou mecânica; • existência de documentação técnica referente ao equipamento a receber manutenção internamente. Em muitos casos, devido ao desconhecimento por parte dos compra- dores de equipamentos, não houve a exigência em contrato/edital do fornecimento de documentação técnica, a não ser do manual de operação. Dessa maneira, fica bastante complicado para um recém-criado grupo de manutenção conservar equipa- mentos sem a respectiva documentação técnica; Capítulo 2. Revisão Bibliográfica 33 • existência de equipamentos de teste e calibração para posterior avaliação após a manutenção. Vários tipos de equipamentos, principalmente aqueles que representam riscos ao paciente (vide portaria conjunta SVS/SAS no 1, de 23 de janeiro de 1996 do Ministério da Saúde), necessitam de testes de segurança e/ou calibração logo após uma manutenção preventiva ou corretiva. Nesses casos, o responsável pelo grupo de manutenção deve estar bastante atento, pois, em caso de algum acidente hospitalar por falha do equipamento, a equipe de manutenção poderá ser responsabilizada; • proximidade do fabricante/representante técnico do equipamento. Em alguns tipos de manutenção externa, o custo do transporte do equipamento até o representante técnico ou deste para o hospital pode se tornar mais caro que a própria manutenção. Nesses casos, seria importante investir ou programar futuros investimentos para o treinamento de pessoal interno. Determinados fabricantes de equipamentos ou grupos de manutenção, no Brasil, oferecem cursos ou estágios com essa finalidade; • possibilidade de aquisição de peças originais. É possível que uma equipe de ma- nutenção possua pessoal treinado, equipamentos de teste e recursos humanos para a manutenção de um determinado equipamento e opte por manutenção externa devido à dificuldade de obtenção de peças de reposição. Após sua manutenção, a responsabilidade pela falta de calibração de um equipamento de sustentação da vida dos pacientes, é tão grande quanto a não-colocação de determinadas peças ou dispositivos originais. Devido à falta de exigência contratual no momento da aquisi- ção do equipamento, e dependendo da política interna da empresa fornecedora, esta pode recusar o fornecimento de peças de reposição ao grupo de manutenção. Tam- bém nesses casos é recomendável que, na fase de implantação do grupo, algumas manutenções sejam realizadas pelo fabricante/representante técnico. Outro fato que deve-se levar em conta na escolha do local da manutenção dos equipa- mentos é com relação ao grau de complexidade de tecnologia envolvida nos equipamento. Caso seja um equipamento de grande complexidade é conveniente que seja enviado para a manutenção externa, se o projeto de implantação da unidade de manutenção esteja no início ou não possua tecnologia suficiente para atender a demanda de serviços solicitados. Caso as manutenções requeridas pela EAS requeiram de baixo grau tecnológico esta até pode ser realizada no local. Entretanto, deve-se analisar se a disponibilidade de técnicos no local e ainda se os técnicos são capacitados para tal serviço. 34 3 Métodos Com o intuito de melhorar a forma de gerenciamento das ordens da manutenção, foi implementado um modelo de planilha para a padronização deste serviço. Para a criação destas planilhas, aproveita-seda facilidade do software Microsoft Excel c©, onde pode-se facilmente com alguns comandos criar uma correlação dos campos de preenchimento. Para uma avaliação eficaz do desempenho do funcionamento destes documentos, o método de desenvolvimento foi divido em partes. Sendo elas: • Criação de um fluxograma para que se adeque ao caso estudado; • Criação das planilhas; • Cadastro dos equipamentos; O trabalho foi desenvolvido com base na teoria apresentada sobre os conceitos estuda- dos sobre manutenção hospitalar e para comprovar o método foi realizada uma comparação com o serviço de manutenção já existente no HURNP. Assim, a metodologia utilizada foi pesquisa qualitativa com obtenção de dados através de pesquisa de campo. 3.1 Criação do Fluxograma Partindo do fluxograma proposto por PENCO (2005), visto na figura 4, foi desenvol- vido um fluxograma que se adapte a realidade de uma EAS onde os serviços de manutenção interna é inexistente, figura 5, sendo que este serviço é totalmente dependente de técnicos terceirizados. As principais diferenças entre os dois fluxogramas são com relação a: • Exitência de contrato de manutenção: no modelo da figura 5 não considera-se esta possibilidade. Como comentado no capítulo 2, este tipo de contrato é vantajoso quando a tecnologia envolvida nos equipamentos é muito avançada. Quando se trata de EAS menores, geralmente as tecnologias envolvidas são menos complexas; • Existência de peças sobressalentes: no modelo da figura 5 não considera-se a existên- cia de peças em estoque. Como comentado no capítulo 2 quando a EAS propõe-se a realizar um serviço de manutenção é recomendado que tenha-se um número mí- nimo de peças em estoque, que para EAS menores o custo de aquisição destas peças torna-se muitas vezes inviável. Capítulo 3. Métodos 35 Figura 4 – Fluxograma de Manutenção. Fonte: PENCO, 2005. Capítulo 3. Métodos 36 Figura 5 – Fluxograma de Manutenção. Fonte: O AUTOR. Capítulo 3. Métodos 37 3.2 Criação das Planilhas Como citado no início deste capítulo, as planilhas foram implementadas no software Microsoft Excel c©, pelos seguintes motivos: • Maioria dos computadores já possuem este programa instalado; • Facilidade de criar relação entre células e planilhas; • Facilmente pode-se acrescentar novos campos de identificação; • Grande quantidade de campos disponíveis para o preenchimento; • Seu uso é relativamente fácil, o que o torna acessível a todos os usuários com um pouco de conhecimento em informática. A planilha para emissão de ordens de manutenção é composta por 3 subplanilhas relacionadas, sendo uma planilha principal, uma para o cadastro dos equipamentos e uma terceira para os setores da EAS. 3.2.1 Planilha Principal A primeira é denominada de OS - MANUTENÇÃO e é nessa que é gerada a ordem de manutenção. Esta planilha é composta por campos responsáveis por identificar os equipamentos: setores de origem, defeitos apresentados, tipo de manutenção empregado e um campo para a descrição de ocorrências diversas, tais como data de contato com o fabricante, data de desativação, data de aquisição de peças, entre outras. • Equipamento; • Setor de origem; • Defeitos apresentados; • Tipo de manutenção empregado; • Ocorrências diversas, tais como: data de contato com o fabricante, data de desati- vação, data de aquisição de peças, entre outros; 3.2.2 Planilha de Equipamentos Nesta são descritos os campo que identificam cada equipamento. É composta pelos seguintes campos: • Lista de Equipamentos: lista com todos os equipamentos da EAS; • Número de Patrimônio ou Identificação: número de cadastro do equipamento; • Fabricante: identificação da empresa fabricante do equipamento em questão; • Modelo: identificação do modelo do equipamento em questão; • Setor de Origem: setor a que pertence o equipamento; • Date de Compra: data da aquisição do equipamento; • Data Final da Garantia: data de término da garantia. Capítulo 3. Métodos 38 Cada um dos campos, comentados na lista acima é separado por colunas, enquanto os dados são dispostos por linhas, sendo que cada equipamento é identificado por uma linha da planilha. A planilha descrita na seção 3.2.2 é correlacionada com a planilha descrita na seção 3.2.1 por meio de comandos do Microsoft Excel c©. De modo que para gerar uma ordem de manutenção é necessário apenas o preenchimento da planilha OS - MANUTENÇÃO, quando completa-se os campos relativos ao Setor de Origem e Equipamento, os campos Número de Patrimônio, Fabricante, Modelo, Data de Compra e Data Final da Garantia são completados automaticamente, com base nos dados declarados na planilha de Equi- pamentos. 3.3 Cadastro dos Equipamentos O primeiro passo para o cadastro dos equipamentos na planilha descrita na seção 3.2.2 foi realizar um levantamento de todos os equipamentos médicos que estão presentes na EAS. Após o levantamento inicial destes dados, é necessário atribuir a cada equipamento um código de identificação. Em geral tais números de cadastros são longos, o que dificulta uma ação rápida de identificação entre o equipamento e o código em questão. Na tentativa de criação de um código de fácil memorização buscou-se uma alternativa na literatura. Um bom exemplo de código é o apresentado no GEMA(2002). Neste material, é proposto um código composto por oito campos, subdivididos em quatro pares, sendo: • Os dois primeiros campos referem-se ao local onde o equipamento está instalado, S1 e S2; • Os dois campos seguintes identificam o tipo de equipamento, T1 e T2; • Os dois campos seguintes identificam a quantidade adquiridos em um mesmo ano, Q1 e Q2; • Os dois últimos campos referem-se ao ano de aquisição do equipamento, A1 e A2. Assim, tem-se o seguinte formato de código: Código: S1 S2 T1 T2 Q1 Q2 A1 A2 Em geral o código de cadastro pode, e deve, ser adaptado à situação da EAS, mas é importante que seja sempre composto de forma simples para que a identificação seja fácil e clara. Este exemplo de código é eficaz, pois torna desnecessário que se conheça a função do equipamento pelo fato de sua identificação ser feita apenas com base em dados de fácil conhecimento de todos, tais como o setor de origem e a quantidade do tipo de equipamento presente naquele setor. Capítulo 3. Métodos 39 3.4 Validação dos Modelos Propostos Para a validação dos modelos citados anteriormente, tais planilhas foram aplicadas em um estudo de caso realizado no Hospital Regional de Porecatu-PR, no período de abril de 2014 até outubro de 2014. E ainda, para uma comprovação dos métodos mais aprimorada, foi realizada uma visita ao Hospital Universitário da Região Norte do Paraná-HURNP com a intenção de coletar dados de um serviço de manutenção já elaborado para comprovar a viabilidade dos modelos apresentados. 40 4 Resultados Nesta seção serão apresentados as planilhas construídas com os procedimentos descri- tos na seção 3, juntamente com os resultados das avaliações feitas. 4.1 Ordens de Serviço Coletadas em Porecatu-PR 4.1.1 Planilha Principal Como descrito na seção 3.2.1, está é a planilha principal. Portanto deve apresentar-se de forma clara para que não haja dúvidas durante seu preenchimento. Sua implementação pode ser vista na figura 6. Figura 6 – Planilha OS MANUTENÇÃO. Por se tratar de uma trabalho inicial e com pouco tempo de duração, não foi possí- vel a criação de uma lista com os principais defeitos codificados em uma lista de para facilitar sua identificação. Para solucionar este problema, os dados referentes aos defeitos apresentados foram deixados para serem preenchidos manualmente. Capítulo 4. Resultados 41 Com o tempo, pode-se reanalisar a situação da EAS, identificado-se os principais problemas apresentados pelos equipamentos e aprimorar as planilhas propostas. 4.1.2 Planilha de Equipamentos Como dito na seção 3.2.2, é necessário criarum código de identificação para cada equipamento. Por tratar-se de uma EAS de pequeno porte, onde há poucos equipamentos, poucos setores e onde não há um grande volume de compras realizados no ano, optou-se pela utilização de um código de cadastro onde é utilizado apenas duas letras para o setor de origem e duas letras para identificar o equipamento. As siglas adotadas para o setor de origem são: • BE: Berçário; • CC: Centro Cirúrgico; • CM: Centro Médico; • PE: Posto de Enfermagem; • UF: Ultrassom e Fisioterapia. Com relação aos equipamentos são: • AC: Autoclave; • BA: Berço Aquecido; • CV: Cardioversor; • FA: Foco Auxilar; • FR: Foco Auxilar Recarregável; • FP: Fototerapia; • FT: Foco de Teto. • RX: Aparelho de Raio X • UF: Aparelho de Ultrassonografia. Para uma melhor visualização a planilha foi divida em duas partes. Capítulo 4. Resultados 42 Tabela 1 – Cadastro dos Equipamentos - Parte I Lista de Equipamentos Código de Cadastro Aparelho Cardioversor CM-CV Aparelho de Ultrassonografia UF-US Aparelho de Fototerapia BE-FP Aparelho de Raio X CM-RX Autoclave CC-AC Berço Aquecido-BE BE-BA Berço Aquecido-CC CC-BA Foco Auxiliar CM-FA Foco Auxiliar com Bateria CC-FR Foco de Teto CC-FT Tabela 2 – Cadastro dos Equipamentos - Parte II Fabricante/Fornecedor Modelo Setor de Origem ECAFIX MDF 03 B Clínica Médica-CM SAMSUNG MEDISON 6000 C Ultrassom e Fisioterapia-UF GIGANTE F-6 Berçário-BE SIEMENS 125kW x 300mA Clínica Médica-CM FANEM 415 Centro Cirúrgico-CC OLIDEF MATRIX SC Berçário-BE OLIDEF MATRIX SC Centro Cirúrgico-CC MICROEM FAC 650 Clínica Médica-CM MICROEM FAC 600B Centro Cirúrgico-CC RAMSON FC-07 Centro Cirúrgico-CC Os campos referentes a Data de Compra e Data Final da Garantia foram suprimidos por não terem sido identificados. 4.1.3 Ordens de Serviços Solicitadas A seguir serão exibidas algumas ordens de serviço feitas para os equipamentos cadas- trados seguindo os métodos e modelos descritos anteriormente. Capítulo 4. Resultados 43 Figura 7 – OS Manutenção 01. Capítulo 4. Resultados 44 Figura 8 – OS Manutenção 02. Capítulo 4. Resultados 45 Figura 9 – OS Manutenção 03. Capítulo 4. Resultados 46 Figura 10 – OS Manutenção 04. Capítulo 4. Resultados 47 Figura 11 – OS Manutenção 05. Capítulo 4. Resultados 48 Figura 12 – OS Manutenção 06. 4.2 Ordens de Serviço Coletadas no HURNP Para comprovar a funcionalidade e a viabilidade da implantação dos métodos descritos anteriormente, realizou-se uma consulta aos históricos de manutenções de alguns equipa- mentos médicos do HURNP. Tais históricos podem ser visto nos anexos. Através dos dados cadastrados no sistema do HURNP foram geradas solicitações de ordens de serviço utilizando-se as planilhas vistas anteriormente. Os históricos consultados, vistos em anexo, foram para os seguintes equipamentos: Autoclave, Berço Aquecido, Emissor de Raio-X, Foco de luz Auxiliar, Fototerapia e Ven- Capítulo 4. Resultados 49 tilador Pulmonar. 4.2.1 Planilha de Equipamentos Utilizando-se dos mesmos métodos descritos para identificação dos equipamentos do Hospital de Porecatu-PR, foi feita identificação dos equipamentos do HURNP. Os da- dos foram cadastrados seguindo-se os dados informados nos anexos. Para uma melhor visualização dos campos, a planilha foi dividida em 2 partes. Tabela 3 – Cadastro dos Equipamentos HURNP-Parte I Lista de Equipamentos Número de Patrimônio Fabricante/Fornecedor Autoclave 48706-3 FANEM Berço Aquecido 59065-0 CORIMEX Emissor de Raio-X 161596-9 INVENTARIADO Foco de Luz Auxiliar 48674-4 LAPALU Aparelho de Fototerapia 68812-4 HOSPIMED Ventilador Pulmonar 161767-6 DRAGER Tabela 4 – Cadastro dos Equipamentos HURNP-Parte II Modelo Setor de Origem Data de Compra Data Final da Garantia 415/4 Lavagem e Esterilização 09/08/1984 NC NC Depósito II 17/02/1987 NC NC Div. Radiologia-Sala 02 17/11/2006 NC NC Coleta de Materiais-GC-AEHU 08/08/1984 NC NC Divisão de Pronto Socorro 23/08/1990 NC SAVINA Unidade de Terapia Intensiva 18/01/2007 08/12/2007 A diferença entra a planilha de cadastro feita para a EAS de Porecatu-PR é que nesta os setores e os números de patrimônio já estão definidos, sendo assim não foi aplicado a mesma codificação utilizada anteriormente. 4.2.2 Ordens de Serviço Solicitadas Após o cadastro feito, foram geradas algumas ordens de serviço. As ordens de serviço consultadas são antigas, e já foram todas executadas, e foram refeitas com os métodos Capítulo 4. Resultados 50 apresentados anteriormente apenas para comprovar sua viabilidade. Seguem algumas destas solicitações. Figura 13 – OS - HURNP 01 Figura 14 – OS - HURNP 02 Capítulo 4. Resultados 51 Figura 15 – OS - HURNP 03 Figura 16 – OS - HURNP 04 Capítulo 4. Resultados 52 Figura 17 – OS - HURNP 05 Figura 18 – OS - HURNP 06 Capítulo 4. Resultados 53 Figura 19 – OS - HURNP 07 Figura 20 – OS - HURNP 08 Capítulo 4. Resultados 54 Figura 21 – OS - HURNP 09 Figura 22 – OS - HURNP 10 55 5 Discussão dos Resultados e Con- clusão O setor de Engenharia Clínica é de suma importância para o bom funcionamento de uma EAS. Entretanto a situação real nem sempre segue a teoria. Muitas vezes, o trabalho do engenheiro clínico fica a cargo de pessoas com formação em outras áreas, como administração, por exemplo. Assim, muitas vezes o profissional responsável não tem experiência em organizar gru- pos, rotinas e formulários de manutenção, sejam elas preventivas ou corretivas, que podem dificultar os trabalho de técnicos. Um setor de equipamentos médicos mal gerenciados pode fazer com que este não atenda a demanda de forma satisfatória. As planilhas apresentadas buscam padronizar o serviço de manutenção. Estas são de fácil implementação, simples e rápidas de serem preenchidas, e trazem como resultado uma extrema facilidade de armazenamento de dados e consulta de ordens de serviço anteriores, pelo fato de substituírem o armazenamento em caixas de arquivos, que estão sujeitas a degradação. Quando utilizam-se planilhas eletrônicas este fator de degradação é nulo. As planilhas apresentadas alcançaram o objetivo proposto de padronizar os formulários de manutenção. Apesar de tais planilhas terem sido inicialmente criadas para atender as necessidades básicas da EAS de Porecatu-PR, como analisada através das figuras 7 até 12, substituindo as informações passadas de forma verbal ou escrita para o técnico, apresentaram um grau de eficiência considerável quando foram aplicadas aos prontuários do HURNP, onde o setor de engenharia clínica já existe há muitos anos. Mesmo que os documentos descritos anteriormente, no capítulo 3, tenham sido basea- dos em um fluxograma em que não considera a possibilidade de um serviço de manutenção por contrato ou pelo equipamento estar na garantia, onde o equipamento é enviado a uma prestadora de serviços, neste caso o mais correto seria desenvolver uma planilha baseado no fluxograma da figura 4, as planilhas propostas conseguiram suprir tal necessidade, mesmo que tenham sido criadas baseando-se no fluxograma da figura 5, apenas adicionando-se as informações de forma manual no campo Ocorrências. Uma outra vantagem do método apresentando neste trabalho é com relação a simpli- cidade da implementação das solicitações. Durante a visita ao HURNP pode-se observar que o método utilizado é muito completo, porém complexo. Esta complexidade elevada faz com que nem todos os funcionários compreendam como preencher uma ordem de ser- viço corretamente. Já com o método aqui apresentado faz-se necessário que o funcionária saiba apenas como utilizar o software MicrosoftExcel c©. Pelo fato de este trabalho ter sido desenvolvido em uma EAS onde o setor de engenha- ria clínica não existe, a codificação dos defeitos apresentados é feita de forma subjetiva, o Capítulo
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