FILOSOFIA E ETICA Atividade aula 7

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Universidade Federal Fluminense (UFF)
Curso de Administração Pública
Disciplina: Filosofia e ética
Nome do Aluno: FAGNER TAKESHI MITUYASSU
Polo: VOLTA REDONDA
Matricula: 18213110134
Questões da Atividade a Distancia – AD 7 28/09/2018
1. Explique Nicolau Maquiavel e relacione suas ideias ao contexto histórico em que surgiram:
A teoria política de Maquiavel vem explicar a experiência real da política de seu tempo, diferente das teorias políticas de Platão e Aristóteles, que formulam teorias da polis ideal. Maquiavel também se diferenciou pois não baseava suas teorias nos conceitos cristãos que norteiam os réis da época. Logo, Maquiavel rompeu com tudo que existia na época para formular sua própria teoria.
Maquiavel viu a ascensão da burguesia comercial nas grandes cidades e também a fragmentação da Itália e com isso, consegue compreender através da observação dos acontecimentos o que os seus contemporâneos não conseguiam explicar através de estudos de autores anteriores.
Podemos observar os principais pontos de ruptura na teoria de Maquiavel no livro de CHAUÍ(2000):
“1. Maquiavel não admite um fundamento anterior e exterior à política (Deus,
Natureza ou razão). Toda Cidade, diz ele em O príncipe, está originariamente
dividida por dois desejos opostos: o desejo dos grandes de oprimir e comandar e
o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado.
2. Maquiavel não aceita a idéia da boa comunidade política constituída para o
Bem comum e a justiça. A finalidade política não é, como diziam os pensadores gregos, romanos e cristãos, a justiça e o bem comum, mas, como sempre souberam os políticos, a tomada e manutenção do poder.
3. Maquiavel recusa a figura do bom governo encarnada no príncipe virtuoso,
Portador das virtudes cristãs, das virtudes morais e das virtudes principescas. ” CHAUÍ (p.512,2000)
“4. Maquiavel não aceita a divisão clássica dos três regimes políticos (monarquia, aristocracia, democracia) e suas formas corruptas ou ilegítimas (tirania, oligarquia, demagogia/anarquia), como não aceita que o regime legítimo seja o hereditário e o ilegítimo, o usurpado por conquista. ” CHAUÍ (p.513,2000)
Com isso, vemos que Maquiavel rompe com idéia de associar Deus com política e diz que a cidade está associada a 2 opostos: Desejo de oprimir dos grandes e o desejo de não ser oprimido pelos menores. Também vimos que a cidade não é construída para o bem comum como diziam os gregos, e recusa a idéia de príncipe virtuoso com virtudes morais, mas com a virtu do príncipe que consiste num conjunto fixo de qualidade morais que se opõe à fortuna. Maquiavel introduz o conceito de virtude política no qual o príncipe utiliza-se da astúcia e capacidade de se adaptar-se às circunstâncias, assim com ousadia agarra as boas oportunidades e força para se livrar das más.
2. O que são: Estado de Natureza, contrato social, Estado Civil?
Estado de Natureza
No século XVII temos dois pensadores: Hobbes e Rousseau, que concebem a idéia de Estado de Natureza.
Na concepção de Hobbes temos que os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, assim temos que ele vive sempre em guerra de todos contra todos, e diz que o homem é o lobo do próprio homem.
Na concepção de Rousseau, os indivíduos vivem na Natureza, sobrevivendo com o que tem, desconhecendo lutas e num estilo bem primitivo, comunica-se pelo gestos, gritos e canto.
Contrato Social
Para acabar com esse estado de vida ameaçador, da luta de homem contra homem, os humanos decidem sair do Estado de Natureza para sociedade Civil, através de um contrato social entre homens. Criam leis e o poder político para viver em sociedade e com isso, renunciam à liberdade natural e à posse natural dos bens, riquezas e armas para transferir a um soberano, que tem o poder de criar e aplicar as leis.
No contrato social damos a legitimidade a partir de dois pactos através do Direito Romano e a Lei Régia Romana, assim como vemos no Livro de Chauí:
“Como é possível o contrato ou o pacto social? Qual sua legitimidade? Os teóricos invocarão o Direito Romano – “Ninguém pode dar o que não tem e ninguém pode tirar o que não deu” – e a Lei Régia romana – “O poder é conferido ao soberano pelo povo ” – para legitimar a teoria do contrato ou do pacto social. ” CHAUÍ (p.517,2000)
Sociedade Civil
Para os homens da época começarem a viver em sociedade, começam a definir as primeiras leis principais, assim surge o conceito de direito natural, como segue retirado do livro de CHAUÍ(2000):
“Parte-se do conceito de direito natural : por natureza, todo indivíduo tem direito à vida, ao que é necessário à sobrevivência de seu corpo, e à liberdade. Por natureza, todos são livres, ainda que, por natureza, uns sejam mais fortes e outros mais fracos. Um contrato ou um pacto, dizia a teoria jurídica romana, só tem validade se as partes contratantes forem livres e iguais e se voluntária e livremente derem seu consentimento ao que está sendo pactuado. ” CHAUÍ (p.517, 2000):
A partir do direito natural, vemos que não possuímos uma comunidade igualitária, onde todos os bens são partilhados, as mesmas crenças, costumes e com o destino comum. Mas uma sociedade civil, a partir do direito individual, onde prevalece a sobrevivência do indivíduo independente e isolado, dotado de direitos, que por ato voluntário decide se associar. Também vemos que através dos contratos sociais, o indivíduo transfere esse direito para um soberano e com isso autoriza-o a criar e aplicar as leis. Vemos isso no texto de CHAUÍ (2000):
“Feito o pacto ou o contrato, os contratantes transferiram o direito natural ao
soberano e com isso o autorizam a transformá-lo em direito civil ou direito
positivo, garantindo a vida, a liberdade e a propriedade privada dos governados.
Estes transferiram ao soberano o direito exclusivo ao uso da força e da violência,
da vingança contra os crimes, da regulamentação dos contratos econômicos, isto
é, a instituição jurídica da propriedade privada, e de outros contratos sociais
(como, por exemplo, o casamento civil, a legislação sobre a herança, etc.).” CHAUÍ(p.518,2000)
3. Como os ideais liberais desconstruíram o antigo regime o que isso significou como ruptura de classes privilegiadas?
O regime político da época era monárquico e com isso a nobreza ainda detinha de poderes e prestígios sociais, mas com o advento econômico da Burguesia através do capitalismo, era preciso alguma teoria que legitimasse retirar os poderes da Nobreza que eram passados através do sangue e hereditariedade.
Surgiu através do filósofo inglês John Locke, uma teoria que legitimasse a retirada de poder dos nobres através da teoria da propriedade privada. John Locke parte da definição do direito natural como direito à vida, à liberdade e aos bens conseguidos através do Trabalho.
Assim através do Trabalho, da propriedade privada, das leis do direito natural vemos como foi legitimada diante da realeza, como escrito no livro de CHAUÍ (2000):
 “Deus, escreve Locke, é um artífice, um obreiro, arquiteto e engenheiro que fez
uma obra: o mundo. Este, como obra do trabalhador divino, a ele pertence. É seu domínio e sua propriedade. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, deu-lhe o mundo para que nele reinasse e, ao expulsá-lo do Paraíso, não lhe retirou o domínio do mundo, mas lhe disse que o teria com o suor de seu rosto.
Por todos esses motivos, Deus instituiu, no momento da criação do mundo e do homem, o direito à propriedade privada como fruto legítimo do trabalho. Por isso, de origem divina, ela é um direito natural.
O Estado existe a partir do contrato social. Tem as funções que Hobbes lhe atribui, mas sua principal finalidade é garantir o direito natural de propriedade.
Dessa maneira, a burguesia se vê inteiramente legitimada perante a realeza e a
nobreza e, mais do que isso, surge como superior a elas, uma vez que o burguês
acredita que é proprietário graças ao seu próprio trabalho, enquanto reis e nobres
são parasitas da sociedade. ” CHAUÍ (p.519,2000)
4. Expliqueas Teorias Socialistas:
Socialismo utópico
O socialismo tem como principais pontos: o trabalhador como sujeito político, a inexistência de propriedade privada, a liberdade de expressão e pensamento e os direitos sociais igualitários.
O socialismo utópico vê a classe trabalhadora da época oprimida pelos proprietários dos meios e bens de produção e que o trabalhador geraria riqueza sem desfrutar dela. Com isso, os pensadores imaginam uma sociedade sem propriedade privada, sem a exploração do trabalho e a desigualdade econômica, social e política. Com isso, imaginam cidades igualitárias, com direito e acesso a todos a educação, saúde, moradia, alimentação e transporte. As cidades de pessoas iguais se autogovernariam. Essas cidades perfeitas, que não existiam em parte alguma, serão consideradas cidades utópicas e as teorias que criaram utopias.
Os principais pensadores da época são: Saint-Simon, Fourier, Proudhon, Louis Blanc e Banqui, e o inglês Owen.
Anarquismo
Os pensadores da época como o Russo Bakunin criticavam o individualismo Burgues e o estado Liberal, pois eram considerados estados autoritários e antinaturais. Com isso criticavam a propriedade privada, a exploração do trabalho dos mais fracos pelos mais fortes(donos das propriedades). Acreditavam na Liberdade Natural e na bondade natural dos seres Humanos para viver em comunidade e serem livres. Propõe a vida em comunidades autogovernadas, sem hierarquia e nenhuma autoridade com poder de direção e com isso, todas as decisões são tomadas por todos os membros da comunidade. O anarquismo propõe a criação de organizações comunitárias participativas para a tomada de decisões globais evitando a formação e surgimento de aparelhos de poder que conduzam à formação do Estado.
Aqui vemos como essa estrutura é formada e organizada:
“Propõem também que essas organizações comunitárias participativas formem federações nacionais e internacionais para a tomada de decisões globais, evitando, porém, a forma parlamentar de representação e garantindo a democracia direta As comunidades e as organizações comunitárias enviam delegados às federações.
Os delegados são eleitos para um mandato referente exclusivamente ao assunto
que será tratado pela assembleia da federação; terminada a assembleia, o mandato também termina, de sorte que não há representantes permanentes. Visto
que o delegado possui um mandato para expor e defender perante a federação as
opiniões e decisões de sua comunidade, se não cumprir o que lhe foi delegado,
seu mandato será revogado e um outro delegado eleito.” CHAUÍ(p.529,2000)
Comunismo ou socialismo científico
As obras de Marx e Engels foram revolucionarias para sua época assim como as obras de Maquiavel sobre as teorias politicas. Marx foi crítico da economia política, pois mesmo que os gregos-romanos fizeram a divisão entre economia e política, entre a espera privada e a esfera pública, a política jamais conseguiu realizar a separação entre ambas.
Então temos que o poder político só existiria para manter e servir os interesses, privilégios e a dominação dos poderosos.
Diante disso, vemos que as comunidades jamais foram igualitárias e nunca se permitiu o poder político fosse compartilhado com as os não proprietários.
Temos que a economia política define o homem como indivíduo que busca a satisfação de suas necessidades, consumindo e transformando o que a natureza te oferece e assim produzindo riquezas e bem estar.
As ideias de Estado, de Natureza e de Direito Natural conduzem a noções essenciais para a economia política, que no fim levam a definição de propriedade privada, e essa estimula o trabalho moralmente aceito na sociedade. A organização da sociedade civil leva a divisão de classes sociais, onde temos os proprietários privados que possuem os meios 
de produção e os trabalhadores que vendem sua força de trabalho submetido a lei da oferta e da procura. São classes sociais antagônicas que revelam um conflito pelos seus interesses contrários, levando a luta de classes.
5. Busque através da leitura do capítulo 10 porque não é natural a diferença entre ricos e pobres? De que modo isso foi uma invenção artificial resultante da sociedade?
A leitura do capítulo 10 nos apresenta algumas teorias que influenciaram a criação da diferença entre ricos e pobres. A partir do entendimento do Estado de Natureza, onde vemos que os indivíduos vivem isolados e em constante conflito entre eles, temos a criação do contrato social para que os homens vivam em sociedade a partir da criação das leis e poder. As primeiras leis de Direito Natural, onde garantem o direito do indivíduo livre e permite que ele se associe por um ato voluntario com quem quiser, e com isso, os grupos de sociedade vão se formando e esse direito natural passa para o direito civil onde um soberano pode aplicar as regras e leis. A lei da propriedade privada garante aos que possuem posses e bens de produção utilizar os que não tem para executar seu trabalho e com isso, vemos que o trabalhador produz lucro para os proprietários dos bens sem gozar a posse a propriedades, bens, meios de produção e maquinários. Com isso, cria-se a divisão entre proprietários X não-proprietários. A sociedade civil com essa divisão permite a criação de riquezas para os que possuem bens de produção e para os trabalhadores só resta vender sua força de trabalho. Com isso, vemos que durante a antiguidade, idade média e modernidade mantiveram as desigualdades sociais entre ricos e pobres. 
Referências Bibliográficas: Convite à Filosofia, Ed. Ática, São Paulo, 2000.