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Projeto de Ensino Alfabetização e Letramento

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I 
Sistema de Ensino Presencial Conectado
pedagogia
gisele de assis silva
alfabetização e letramento:
O jogo como estratégia para alfabetizar letrando.
Maceió
2018
	
alfabetização e letramento:
O jogo como estratégia para alfabetizar letrando.
Projeto de Ensino apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de graduação em pedagogia.
Orientador: Prof. Natalia Gomes dos Santos.
Maceió
2018
Silva, Gisele de Assis. Alfabetização e letramento: o jogo como estratégia para alfabetizar letrando. 2018. 28 folhas. Projeto de Ensino (Graduação em Pedagogia) – Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Maceió, 2018.
RESUMO
Neste projeto, a estratégia usada para a promoção da alfabetização e do letramento foi o jogo, por ser um tema tão primordial no universo moderno educacional, onde não basta saber ler e escrever o idioma materno é preciso também fazer uma leitura critica do mundo a sua volta, com o intuito de formar cidadãos autossuficientes para realizarem avanços positivos para o contexto onde estão inseridos. A revisão bibliográfica foi obtida através de pesquisas bibliográficas descritivas, na qual se utilizou livros, sites e artigos acadêmicos que contribuíram para a concepção dos conceitos essenciais para o desenvolvimento deste projeto, para a aplicação das ideias nele contidas. Já as reflexões expostas neste projeto podem auxiliar educadores em sua prática pedagógica para que se promova um ensino de qualidade, acessível a todos, alfabetizando, letrando e formando cidadãos, capaz em seu desenvolvimento individual e coletivo. No entanto, não há como formar sujeitos participativos e cooperativos sem que a educação cumpra o papel de letrar alfabetizando.
Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Educacional. Autossuficiente. Jogo.
SUMÁRIO
1 Introdução.................................................................................................4
2 Revisão Bibliográfica ...............................................................................5.
3 Processo de Desenvolvimento do Projeto de Ensino.............................20
3.1 Tema e linha de pesquisa....................................................................20
3.2 Justificativa..........................................................................................20
3.3 Problematização..................................................................................21
3.4 Objetivos..............................................................................................21
3.5 Conteúdos............................................................................................21
3.6 Processo de desenvolvimento.............................................................22
3.7 Tempo para a realização do projeto....................................................23
3.8 Recursos humanos e materiais...........................................................24
3.9 Avaliação.............................................................................................24
4 Considerações Finais.............................................................................24
5 Referências............................................................................................26
PEDAGOGIA
INTRODUÇÃO
Muitos autores apontam o jogo como uma estratégia eficiente para a promoção da alfabetização e letramento, por sua tamanha capacidade de desenvolver a concentração e atenção, interação social e ludicidade nos mais diversos conteúdos que podem estar presentes no planejamento e na sua aplicação.
A alfabetização e o letramento associados ao jogo como forma de alfabetizar letrando foram eixos que nortearam esse projeto, por se tratarem de temas tão primordiais no mundo contemporâneo, para a aprimoração docente, onde não basta saber ler e escrever a língua materna e sim fazer uma leitura critica do mundo com o intuito de formar cidadãos autônomos, para realizarem avanços positivos para todos os contextos onde estão inseridos.
Contudo, nos dias atuais o trabalho docente vem se tornando cada vez mais desafiador devido a grande quantidade de informações diretas e indiretamente que os educandos vêm adquirindo em um ritmo cada vez mais frenético fruto das mídias em âmbito geral, forcando assim a escolar se atualizar e acompanhar esse ritmo, interlaçando assim o desafio de promover a alfabetização interligada ao letramento, nesse universo tão dinâmico. 
Diante deste foco pretende-se apresentar para o publico de educando dos anos iniciais maneiras lúdicas que estimulem a alfabetização e o letramento de forma articulada mediante as obras dos autores consultados.
Pela maneira lúdica como são aplicados os jogos e brincadeiras no espaço escolar este projeto proporciona uma oportunidade aos docentes de aproveitarem um elemento já inserido na rotina dos discentes, implantando assim componentes que se pretendem trabalhar em relação à alfabetização e o letramento, de forma estruturada, além de temas relevantes como a interdisciplinaridade e o trabalho com diversos temas transversais, definidos durante o planejamento das atividades e durante sua avaliação. 
O referencial teórico para esse projeto foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas descritivas, na qual se utilizou livros, sites e artigos acadêmicos onde autores como Magda Soares, Emília Ferreiro, Paulo Freire, Libâneo, Vygotsky entre os contribuíram para a concepção dos conceitos necessários para o desenvolvimento deste projeto, afim de que fossem aplicadas as ideias contidas nele. 
Revisão Bibliográfica
Nas varias funções e nos mais diferenciados meios pelos quais as pessoas tem acesso a língua oral e escrita, nota-se que os conceitos de alfabetização e letramento, estão de fato ligados, tanto que, atualmente é ponto indiscutível que para haver total aproveitamento do ensino linguístico, um não pode seguir sem o outro.
Uma criança pode ser alfabetizada já no primeiro semestre da alfabetização, porém deve associar essa aquisição ao letramento em sua prática e função educacional e social. A criança, mesmo não alfabetizada, já pode ser inserida em um processo de letramento, pois ela, aleatoriamente, faz a leitura incidental de rótulos, imagens, gestos, emoções. O convívio com o mundo letrado se dá muito antes da formalização dos sistemas de leitura e escrita da língua e vai além delas.
Desta maneira, o letramento passa a ter a função de inserir o educando na cultura escrita, iniciando assim um processo onde este começa a conviver com as diferentes maneiras de escritas na sociedade, entendendo e valorizando o uso da escrita em diferentes funções e diferentes gêneros.
A alfabetização, de outro lado, passa a compreender o processo específico e indispensável para a aprimoração do sistema de escrita, tornando-se a internalização dos conceitos de ortográficos e alfabéticos, permitindo ao aluno a autonomia de ler e escrever. Assim sendo, a ação pedagógica ideal é aquela que contempla o letramento e a alfabetização de maneira articulada e simultânea. Soares (1998) caracteriza a alfabetização e o letramento, ampliando o conceito de alfabetização e valorizando o conjunto de práticas sociais de linguagem, resgatando sua importância para o sujeito. Para Soares:
“Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utiliza-los para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e a ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se letramento que implica habilidades varias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos” Soares, 2004. P.91). É no método de alfabetizar letrando que o docente da ao sujeito a capacidade de compreensãodos símbolos da comunicação, habilidade fundamental no mundo atual.
 Segundo indica Soares (1998) até os anos 80, o objetivo maior do processo educacional brasileiro era a alfabetização, ou seja, destacava-se fundamentalmente a apreensão, pelo sujeito, do sistema convencional da escrita.
 Soares (1998) segue afirmando que a partir dos anos 80, o construtivismo trouxe uma notável modificação de conjecturas e finalidades para a área da alfabetização, pois modificou essencialmente o entendimento do processo de aprendizagem, apagando a diferença entre aprendizagens do sistema de escrita e praticas efetivas de leitura e escrita. A autora refere-se ao conceito de letramento. Ela destaca que tanto a alfabetização quanto o letramento são utilizados separadamente, sem vínculo com o outro. Assim sendo a autora percebe que o objetivo primordial seria relacioná-los como processos distintos, porém, indissociáveis.
 Alfabetizar, de forma concreta, afasta-se do ato automático de decifrar uma língua somente através da sua escrita; nesse sentido entra o letramento como peça fundamental para atribuir significados e esse processo. Juntamente com a alfabetização e o letramento entra o respeito, as pluralidades culturais e linguísticas, que diversas vezes não são respeitadas na ação da escolarização.
 As práticas de alfabetização são as que envolvem a descoberta do sistema alfanumérico de escrita relacionando a automatização das relações entre grafemas e fonemas, ou seja, pautadas na aquisição da base alfabética. Já as práticas que envolvem letramento são aquelas onde existe interação com o material escrito, com leitura e escrita por diferentes interlocutores, isto é, com um cuidado com os usos sociais da leitura e da escrita. Ser alfabetizado de forma letrada torna o indivíduo do aprendizado igual aos demais cidadãos que fazem uso das letras. É uma maneira de indivíduo se tornar independente em uma sociedade extremamente individualista, em um ambiente intensamente competitivo.
 Alfabetização e letramento compreendem objetivos de conhecimentos característicos, sendo assim, os processos cognitivos para o desenvolvimento de cada um se tornam diferentes. Alfabetização e letramento tornam-se processos inseparáveis. A alfabetização deve ocorrer em meio à utilização de diversas formas da leitura e escrita, assim como por diferentes interlocutores, ou seja, o educando deve apropriar-se da língua em constante contato com as práticas sociais que dão significado real a utilização da língua como forma emancipatória.
 A HISTÓRIA E A CIÊNCIA PARA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
 De conformidade com a história, o conceito de alfabetização se amoldou ao ensino e aprendizado da tecnologia da escrita, ou seja, do sistema de alfabetização e escrita. Isso em sentido amplo indica que a leitura torna-se habilidade de decodificar os sinais gráficos, transformando-os em sinais gráficos.
 Anteriormente somente referia-se ao terno alfabetização que é, essencialmente, o processo de ensinar a ler e a escrever. No entanto, descobriu-se que mesmo os adultos dificilmente dominavam todos os tipos de textos, e que estavam constantemente se alfabetizando, pois sempre haveria coisas a se aprender ao longo da sua vida. Entretanto Soares (2003), afirma que no decorrer dos anos descobriu-se também que ser alfabetizado é mais que fazer junções de letras formando sílabas e sucessivamente palavras escritas, mas é além de se relacionar as letras com os respectivos sons, o que elas de fato significam na nossa realidade social. Com o intuito de que não aconteça somente o tipo de alfabetização predominante do passado, atualmente passamos a adotar dois conceitos: o de alfabetizar e o de letrar. Um indivíduo para se alfabetizar ou letrar, precisa ter noções claras a respeito da diferença entre falar e escrever, diferenciar o som da escrita, conhecer a função das letras juntas e separadas, associar a fala e a escrita em todos os sentidos. Pesquisadores com Soares (2003) afirmam que a ciência pedagógica aponta que um conceito depende do outro fundamentalmente. As crianças precisam além de ler e escrever, associar as letras aos sons, igualmente compreender a implicação social do texto que lê, interpretando sua sequência lógica, buscando assim alcançar o êxito utilizando-se dos dois conceitos juntos.
 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NO MOMENTO CERTO.
 A construção do processo de alfabetização e letramento varia muito de educando para educando. Às vezes é difícil para o educador compreender a evolução da escrita em relação a cada indivíduo, mas é fundamental que o profissional saiba interpretar essas evoluções, baseando-se nos diversos fatores possíveis, especialmente o contexto familiar e social onde os educandos e a própria escola estão inseridos.
 Não se pode deixar de destacar a importância das práticas socioculturais da leitura e a apropriação da língua escrita, que é fato incontestável, que só a partir da descoberta dos princípios alfabéticos e das convenções ortográficas se forma um leitor e escritor autônomo.
 Albuquerque (2005) afirma que as crianças que vivem em ambientes ricos em experiências de leitura e escrita, não só motivam para ler e escrever, mas começam, desde cedo, a fazer reflexão sobre características dos diferentes textos que circulam ao seu redor, sobre seus estilos, usos e finalidades. Isso acaba por motivar uma ação pedagógica fundamental: para reduzir as diferenças sociais à escola precisa assegurar a todos os estudantes, diariamente, a vivencia de práticas reais de leitura e produção de textos diversificados.
 É fundamental que durante a organização das atividades o professor procure planejar de forma simples e objetiva, aproximando os alunos da leitura, da prática social e da escrita do cotidiano. O professor deve respeitar os esforços que os educandos estão tendo para compreender o sistema alfabético da escrita e oralidade, sendo que cada indivíduo possui seu tempo de acordo com sua capacidade.
 Contudo, não se trata de escolher entre alfabetizar ou letrar, trata-se de alfabetizar letrando. Igualmente não se trata de pensamos dois processos como sequenciais, isto é, vindo um após o outro, como se letramento fosse uma espécie de preparação para a alfabetização, ou então, como se alfabetização fosse condição indispensável para o inicio do processo de letramento.
A APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA.
 A maneira mais simples de oferecer uma aprendizagem de qualidade é incentivar os alunos a pôr a mão na massa, transformando as experiências em algo produtivo. A escola tem um objetivo a alcançar para obter uma boa proposta pedagógica, que é com certeza a base para o sucesso da mesma. Então promove vários espaços de ensino e aprendizado da leitura, da escrita e também a resolução de problemas incluindo atividades lúdicas e extracurriculares.
 Os princípios pedagógicos devem corresponder ao contexto e a prática na sala de aula. A instituição deve optar por projetos pedagógicos e eixos temáticos que de preferencia a temas tratados ou relacionados com as mídias atuais e acessíveis aos educandos, favorecendo a fácil procura e o fácil desempenho do aluno, já que os conteúdos são encontrados com maior facilidade. Vale lembrar que o professor deve ter domínio do currículo de sua disciplina, valorizando os conhecimentos de seus alunos. A apreciação do conhecimento que os alunos trazem de casa leva o docente a refletir sobre sua prática pedagógica. É preciso que o docente, além de perceber a realidade de cada discente, tenha em mente a distinção e as relações entre o fenômeno da alfabetização e do letramento para só então traçar objetivos que considerem tanto o processo de desenvolvimento do aprender a ler e a escrever, quanto a utilização da escrita e da leitura nas práticas sociais.
 A leitura não esta ligada somente ao ato de ler, a leitura é, acima de tudo, a chave para a elevação social. É a própria transformação quea sociedade exige como definição para aprimorar as práticas sociais, incluindo o uso constante da leitura e da escrita como condição para tornar-se um cidadão no sentido pleno da palavra letramento. Uma atividade de leitura pode ser motivo de interesse para o indivíduo se o conteúdo ou o objetivo estiver correspondendo com a tarefa a ser realizada com continuidade ao ato de aprender. Nesse sentido Ferreiro (2001) afirma que uma atividade de leitura será motivadora para alguém, se o conteúdo estiver legado aos seus interesses pessoais.
 O interesse pela leitura pode ser criado pelo discente através do docente, possibilitando ao mesmo a exploração da leitura. Os textos apresentados aos discentes devem ser de fácil interpretação, para não desmotiva-lo, pois textos de compreensão difícil fazem com que o leitor perca o interesse, principalmente se o leitor for iniciante. A leitura traz informação e forma opinião, além de aproximar as culturas, despertando assim o prazer em quem lê. Tanto a leitura quanto escrita requer acompanhamento de um adulto, a fim de auxiliar na evolução do processo de aprendizagem, considerando que a criança depende da orientação de um adulto para ser alfabetizado. O autor Solé (1998) afirma que, em ambos os casos, torna-se necessário a efetiva presença de um adulto mediando, em um meio social que ajude a criança no processo de aprendizagem, em interação educativa.
 A aprendizagem da leitura e da escrita é feita nas series iniciais e não é fácil nem para quem ensina e nem para quem esta aprendendo, pois aborda diversas dúvidas, especialmente por não ser um processo simples, exigindo muito esforço e superação de desafios. No entanto, essa etapa da vida escolar precisa ser tratada cuidadosamente e apresentada com métodos que sejam úteis e significativos para a criança. Fazendo assim, a leitura se torna prazerosa e construtiva. O objetivo central e mais importante além da criança saber ler é que ela compreenda o que lê.
REFLETINDO CONCEITOS.
 A ampliação do conceito de alfabetização em relação ao conceito mais abrangente de letramento é visível nos censos demográficos. De acordo com Soares (1998), em 1940 era alfabetizado quem soubesse escrever o próprio nome. A partir do censo de 1950 era alfabetizado aquele capaz de ler e escrever um bilhete simples. A partir da década de 1990, conforme Soares (1998), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou a tomar como base o número de series escolares com aprovação. 
 “A alfabetização em sentido exato designa, na leitura, a capacidade de decodificar os sinais gráficos, transformando-os em sons, e na escrita, a capacidade de codificar os sons da língua, transformando-os em sinais gráficos” (BATISTA, 2006, p.16).
 Todavia, esse conceito de alfabetização foi sendo progressivamente ampliado em função das necessidades sociais e politicas, sendo que atualmente já não se considera alfabetizado quem apenas codifica ou decodifica os sinais gráficos. Essa ampliação no conceito de alfabetização resultou em um novo conceito de letramento, que pode ser definido como:
“ O processo de inserção e participação na cultura escrita trata-se de um processo que tem inicio quando a criança começa a conviver com as diferentes manifestações da escrita na sociedade (placas, rótulos, embalagens comerciais, revistas, etc.) e se prolonga por toda a vida, como a crescente possibilidade de participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, a exemplo da leitura e redação de contrato de livros científicos, de obras literárias” (NACARATO E PAIVA, 2006, p. 19).
 Desta forma, tanto o letramento quanto a alfabetização, são primordiais para a educação, pois são os princípios para uma educação de qualidade. A alfabetização e o letramento são fundamentos da educação e devem ser considerados essenciais para que a criança atinja um nível satisfatório de compreensão do mundo. Ou seja, é o que a alfabetização e o letramento faz além de apresentar signos e símbolos: faz com que a criança compreenda o mundo em que vivem. Para SOARES (1998) a palavra letramento, começa a ser utilizada no momento seguinte a que o conceito de alfabetização se tornou insuficiente e pode ser definido como estado do indivíduo que foi alfabetizado e exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam no contexto social em que vive. 
“Só nos demos conta da necessidade de letramento quando o acesso à escolarização se ampliou e tivemos mais pessoas sabendo ler e escrever, passando a aspirar a um pouco mais do que simplesmente aprender a ler e a escrever” (SOARES, 1998, P. 58).
 Tfouni (1995), ao analisar o conceito de letramento, considerando os aspectos sócios históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade, além das mudanças sociais e discursivas que acorrem em uma sociedade quando ela se torna letrada.
O PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO.
 O ambiente da sala de aula é fundamental para as crianças no processo de alfabetização, pois permite a real aprendizagem da leitura e da escrita. O professor deve trabalhar a leitura de maneira lúdica e criativa, onde a criança através da brincadeira viva a sua realidade. A criança por meio de textos livres aprende a escrever e expressar suas, sua ideias , pensamentos e seus conhecimentos sobre o mundo em que vive, onde seu interesse não esta voltado para a escrita correta da palavra, mas para sua função no texto. O processo do aprendizado da leitura e da escrita acontece através do uso da linguagem e da compreensão de seus usos, sendo um processo continuo de descoberta e investigação. 
 Tfouni (1995) defende que o professor é um construtor de conhecimento e precisa dar aos alunos condições de estarem sempre descobrindo um novo saber, sendo necessário trabalhar na alfabetização sempre elementos verbais plenos, tendo significado para a criança e com atividades significativas de leitura e escrita. A aprendizagem da criança acontece através da interação com o mundo, onde ela se desenvolve aprendendo e aprende se desenvolvendo.
 De acordo com Vygotski (1989), o aprendizado e o desenvolvimento pleno estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da criança. Sendo assim, a aprendizagem e o desenvolvimento em sentido global e pleno se tornam de suma importância para a criança, possibilitando que a mesma possa compreender o que não sabe, mas permitindo que, em determinada situação, possa vir, a saber.
 Ferreiro (2002) aponta que o desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social. De acordo com seus experimentos com crianças, Ferreiro (2002) esquematiza algumas funções e propostas fundamentais sobre o processo de alfabetização inicial: Restituir à língua escrita seu caráter de objetivo social; Desde o inicio se aceita que todos na escola podem produzir e interpretar escritas, cada qual em seu nível. Permite-se que a criança tenha interação com a língua escrita, nos mais variados contextos. Permite-se o acesso o quanto antes possível à escrita do próprio nome; Não se supervaloriza a criança supondo que de imediato compreende a relação entre escrita e linguagem; Não se pode imediatamente ocorrer correção gráfica nem correção ortográfica. 
 Ferreiro (2002) ainda afirma que a alfabetização não é um estudo ao qual se chega, mas um processo cujo inicio e na maioria dos casos anterior a escola e que não termina ao finalizar a escola primária.
O LETRAMENTO
 Cagliari (2002) afirma que a constituição da linguagem escrita pela criança faz parte do processo geral da constituição da linguagem. Qualquer criança que ingressa na escola aprende a falar e a entender a linguagem sem necessitar de treinamento especifico ou de prontidão para isso. Ninguém precisou arranjar a linguagem em ordem de dificuldades crescentes para facilitar o aprendizado da criança.
 Em estudos que apuram a relação oral e escrita, Rojo (2006) versa que muito se tem falado sobre as dificuldades das escolas em cumprirem,sua tarefa de alfabetizar e de introduzir nas práticas efetivas da leitura e da escrita aqueles que delas estão excluídos, dadas a marginalidade de sua participação em sociedade letrada.
 O que é observado é que as crianças cujas famílias são letradas e que participam de atos de leitura e escrita desde muito cedo, vendo familiares escrevendo e lendo, ouvindo historias, chegam à escola conhecendo muito dos usos e funções sociais da língua escrita.
 Heath (1982) compreende que o letramento esta relacionado à apropriação de conhecimentos que se constituem na participação crítica nas práticas sociais que envolvem a escrita, mas também no sentido de considerar o dialogo entre os conhecimentos da vida cotidiana, constitutivos de nossa identidade cultural primeira, com os conhecimentos mais elaborados de explicar aspectos da realidade. O autor destaca ainda o modelo ideológico de letramento, concebidos por Street (1984), ao lado de um modelo autônomo de letrado, enfatizando que todas as práticas de letramento, são aspectos não apenas as culturas, mas também as estruturas de poder em uma sociedade.
PROCESSOS DE AQUISIÇÃO DA LINGUA ESCRITA.
 Fundamentada como sistema de representação, no processo ativo do qual através de seus primeiros contatos com a escrita, a criança construiria hipótese sobre a natureza e o desempenho da língua escrita. Esse termo passou a ser o processo não apenas de ensinar e aprender as habilidades de codificação e decodificação, mas também como domínio dos conhecimentos, permitindo o uso dessas habilidades das práticas sociais de leitura e escrita. Com essas habilidades os educandos tem a finalidade de integrar o uso da leitura e da escrita em situações sociais, gerando assim a palavras letramento.
 O letramento passa a ser o processo de introduzir, colocar e participar na cultura escrita, iniciando um processo onde a criança começa a conviver com as diferentes manifestações da escrita em sociedade, compreendendo e valorizando o uso da escrita em diferentes funções e diferentes gêneros.
 Alfabetização por sua vez passa a ser o processo especifico e indispensável na apropriação do sistema da escrita, tornando se a conquista dos princípios alfabéticos e ortográficos, possibilitando ao aluno a autonomia de ler e escrever. Para que o sistema de escrita ocorra é necessário que os professores alfabetizadores compreendam os processos alfabéticos, possibilitando ao aluno o domínio nos campos da leitura, da produção de textos escritos e a compreensão na produção de textos orais nas diferentes situações que ocorrem no cotidiano da criança. A importância do alfabeto na fase inicial da alfabetização esta na necessidade do aluno identificar e saber os nomes das letras, conhecendo os sons das mesmas. É muito importante que todas as letras do alfabeto sejam visíveis na sala de aula, para que o aluno possa consultar sempre que for necessário, com isso o domínio do nome das letras podem facilitar na leitura e na compreensão da grafia das palavras. Durante o processo de alfabetização é primordial para os alunos o conhecimento da escrita e a relação sonora das palavras que elas tentam escrever e ler, sendo considerada uma relação entre o método utilizado e o estado de naturalidade ou de prontidão da criança. As crianças ao iniciarem seu processo de alfabetização, estão abertas ao processo real de aprendizagem, para isso é preciso saber que tipo de prática a criança é introduzida na língua escrita, qual o processo deste objetivo no contexto escolar, quais as práticas que levam as crianças ao conhecimento, uma vez que as mesmas se sentem desorientadas no inicio da aprendizagem, mas ao mesmo tempo estão abertas ao conhecimento, sendo capazes de construir e superar as dificuldades. De acordo com Gontijo:
“Desse modo, as crianças, em sua fase inicial de alfabetização realizam atividades preparadas pelo docente intencionalmente para que lhes seja permitido aprender a ler estritamente no sentido de aprender a decifrar o que esta escrito” (GONTIJO, 2002, p. 53).
 Uma das dificuldades que as crianças enfrentam esta relacionada na construção do sistema, uma vez que para a criança uma letra pode representar uma palavra. Através da interação as crianças realizam suas produções escritas e vão construindo o seu saber e fazer. O conteúdo da aprendizagem da criança precisa estar articulado na sua realidade, onde é fundamental que os espaços construídos permitam a elas escreverem o que pensam, sendo capazes de entender o que os outros escrevem, compreendendo a linguagem escrita. Quando a criança constrói conhecimento sobre a língua escrita, e vai construindo seu saber ortográfico. É importante que a criança se sinta encorajada para utilizar a escrita como meio de expressão e conhecimento, mesmo que não domine o código convencional, é escrevendo que ela vai construindo seus conhecimentos sobre a escrita. Ao adquirir confiança e respeito à criança tem a oportunidade de exercer com segurança o seu potencial criativo e expressivo.
 As crianças têm a capacidade de pensar mais na forma como falam, do que na maneira ortográfica de se escrever, enquanto os adultos já pensam em como falar sem a interferência da ortografia. A escola deve ser clara e objetiva nesse sentido entre letra e som, para que a criança possa desenvolver o processo de alfabetização.
 As práticas socioculturais da leitura e a apropriação da língua escrita enquanto forma de comunicação, pois se deve considerar que também é um fato incontestável e que só a partir da descoberta do principio alfabético e das convenções ortográficas formamos um leitor e escritor autônomo. Assim, tem-se defendido uma proposta pedagógica que dê suporte ao pleno desenvolvimento desses dois aspectos envolvidos na aprendizagem da leitura e da escrita desde o começo da escolaridade, distribuindo o tempo pedagógico de forma equilibrada e individualizada entre atividades que estimulem esses dois componentes: a língua através de seus usos sociais e o sistema de escrita através de atividades que estimulem a consciência fonológica e evidencie de forma mais direta para as crianças as relações existentes entre as unidades sonoras da palavra e sua forma gráfica.
“Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever. Já o indivíduo letrado, é indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, prática a leitura e escrita, responde adequadamente as demandas sociais de leitura e escrita” (SOARES, 1998, p. 22).
 É importante pensar que o objetivo é “alfabetizar letrando”, partindo de algumas premissas, melhorar o desenvolvimento na concepção dos alunos. No sentido de aquisição da linguagem escrita como parte do processo de letramento, isto é, de um aprendizado que se dá nas práticas sociais reais de leitura e escrita, vivenciadas pelas crianças e que, portanto, não se restringe ao domínio do código. Uma visão de ensino da linguagem escrita como uma ação intencional do professor, que deve ser pensada, nas propostas pedagógicas, no contexto de aprendizagem de outras linguagens. O direito da criança a um maior tempo de escolarização, tendo em vista a ampliação de suas possibilidades de aprender no âmbito de uma cultura letrada, com acesso, desde muito cedo, as produções culturais de qualidade, criadas pelo homem na sua trajetória histórica.
O PROFESSOR E SUAS PRÁTICAS PEDAGOGICAS.
 O professor com a sua prática deve superar todos os desafios e ter a clareza de sua execução, superando as fronteiras que a mesma impõe e possibilitar a exploração para unir as disciplinas, e demostrar afinidade entre discente e docente, sendo capaz de promover a interdisciplinaridade.
“A prática pedagógica do professor não se reduz somente à ação pedagógica. A mesma é a interação de diferentes contextos e sofre influência direta das práticas concorrentes (da sociedade, das politicas educativas, da cultura escolar que disponibiliza a supervisãoe o acesso a informações), além de outras práticas das licenciaturas” (NACARATO E PAIVA, 2006, p. 84).
 O professor deve desenvolver uma prática que seja transformadora, expressiva, relativa ao contexto social dos alunos. O mesmo deve está capacitado a refletir sobre suas ações. Assim, o conhecimento do docente depende de uma reflexão prática e deliberativa. Ou seja, depende, por um lado, de uma reelaboração da experiência a parti da analise sistemática das práticas.
É essa analise que permite evitar as armadilhas de uma mera reprodução de ideias feitas. Nóvoa (2003) indica que depende, por outro lado, de um esforço de deliberação de escolha e de decisão que passa por uma intencionalidade de sentidos. 
 Desta forma, Libâneo (2002) versa que aprender a ser professor, na formação inicial ou continuada, se pauta por objetivos de aprendizagem que incluem as capacidades e competências esperadas no exercício profissional do professor.
 Já Britto (2003) indica que a formação do docente deve fundamentar-se na concepção de um professor que repense constantemente sua prática docente. A prática pedagógica pode ser considerada como o trabalho de repensar, ou transmitir, saberes específico. 
 O PAPEL DO PROFESSOR 
 O professor tem o papel de transmitir o conhecimento e ainda mais. De acordo com Tardif (2002) o papel do professor é muito mais do que isso. O professor pode ser considerado um produtor de conhecimento e de saberes, que ultrapassa as visões tradicionais de formação, que busca maneiras inovadoras que o tornem sujeitos do seu próprio processo educativo.
 O papel do professor é despertar no aluno o interesse por conhecimento que trará benefícios no futuro. O conhecimento por definição envolve responsabilidade e ética, e os educadores têm em suas mãos a possibilidade de despertar nos alunos uma postura ética e crítica também em relação à vida. É preciso formar cidadãos que aprendam a construir uma sociedade mais digna e mais justa, com a missão de formar indivíduos mais conscientes de seus deveres, de seu papel dento de uma sociedade. O educador deve ter a convicção de que seu trabalho é fundamental para as mudanças sociais, pois ensinar uma pessoa a viver de forma ética, oferecendo auxilio para que conscientemente assuma seu papel de cidadão, é, com certeza, a chave para a sociedade mais crítica e competente.
 A ação docente é a base de uma boa formação escolar e contribui para a construção de uma sociedade pensante. Entretanto, segundo Freire (2000), para que isso seja possível, o docente precisa assumir seu verdadeiro compromisso e encarar o caminho do aprender a ensinar. Evidentemente, ensinar é uma responsabilidade que precisa ser trabalhada e desenvolvida. Um educador precisa, a cada dia, renovar sua forma pedagógica para da melhor maneira atender a seus alunos, pois é por meio do comprometimento e da paixão pela profissão e pela educação que o educador pode, verdadeiramente, assumir o seu papel e se interessar em realmente aprender a ensinar.
 Na busca da qualidade total no ensino, a reflexão para o aperfeiçoamento do docente torna-se um ponto chave indispensável no processo pedagógico. Gadotti (1998) dispõe que o conhecimento e desempenho eficaz da atividade pedagógica não requerem apenas o domínio de conteúdos e dos métodos e rotinas de trabalho essenciais ao professor, mas também o potencial de criatividade do educador.
 Para que haja uma educação de qualidade, o trabalho do professor, no seu fazer comunicativo, deve ser pontuado por ações intencionais que valorizem o conhecimento contextualizado do aluno.
O JOGO COMO ESTRATÉGIA PARA AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO.
 Existem inúmeras formas para se trabalhar os mais diversos tipos de conhecimento na escola, de forma lúdica e coletiva. O que se deve considerar é que o ambiente escolar é constituído essencialmente por turmas, normalmente numerosas, exigindo do professor, além de pesquisa e planejamento, a iniciativa e o dinamismo para a promoção do trabalho a ser desenvolvido coletivamente junto a sua classe.
 Santos (2012) defende que o professor assume a postura de organizador das atividades, animador e mediador entre o conhecimento e seus alunos, alvos das táticas utilizadas por ele, para que haja, efetivamente, o aprendizado. Justamente por ser um trabalho coletivo, o planejamento e traçado de estratégias deve contemplar atividades que incluam, indistintamente, todos os alunos que fazem parte da turma, considerando suas individualidades, contudo, tendo em vista a apreensão coletiva dos conhecimentos apresentados pelo professor.
 Ao iniciar o trabalho com os jogos, o professor deve motivar o grupo para que as atividades propostas por ele transcorram conforme o planejado, atingindo os objetivos traçados. Igualmente, deve estar ciente da realidade interacional do grupo. Além disso, o “pós-jogo” torna-se igualmente importante no sentido se de registrar e refletir a atividade realizada, durante a observação do jogo proposto, em si, nos comportamentos individuais, socialização e relacionamento interpessoal dos alunos, empenho e interesse na ação proposta e demais parâmetros estabelecidos pelo docente, para a avaliação da atividade, levando-o a adaptar ou modificar regras e, mesmo, criar novos jogos derivados do aplicado, como forma de adaptar o jogo ao contexto de sua classe.
“Diversos autores, unanimemente recomendam o cuidado no trato com os jogos a fim de que não se estabeleça por parte dos alunos uma relação superficial, agressivamente competitiva, visando à vitória, repelindo a derrota, tratando o jogo como meio para ascensão social entre os alunos” (SANTOS, 2012, p.40).
 Storms (1989) explica que jogar é sair da rotina. Para aqueles que entram totalmente no espírito do jogo, a realidade cotidiana deixa de existir, apagando-se de sua consciência durante o jogo. Somente depois do jogo findo é que o sentido de realidade reaparece. Jogar é reagir a um determinado estímulo e situação, com emprenho e determinação. 
 Os jogos possuem o poder de fascinar quem joga, além de incentivar a ação, até que haja a absorção completa do sentido proposto por ele. Jogar é promover a simultaneidade do pensamento, do sentimento, da ação e da reflexão, assim consistindo em é uma combinação de faculdades intelectuais, emocionais e motoras. Ao realizarmos nossas tarefas corriqueiras nos concentramos em uma ou outra habilidade, enquanto durante o jogo é necessária total atenção e reunião de todas as capacidades dos jogadores.
Santos (2012) enfatiza que os jogos não consistem em um fim em si, mas são planejados para fins educativos e formativos; são estratégias para se alcançarem os fins traçados pelo professor em seu planejamento. Através do jogo os alunos entram em contato com os elementos educativos previamente planejados pelo docente, em grupo, já considerando a diversidade de conhecimentos específicos de cada aluno individualmente, aproveitando isso se promover a inclusão e aprendizado dos alunos que eventualmente não dominem esta ou aquela habilidade. 
 Schafer (apud Santos, 2012) versa que a atmosfera que deve ser criada pelo professor é de total informalidade, tranquilidade e confiança, gerando a desinibição de todos os sujeitos à atividade, para que esta flua em total harmonia e os resultados sejam exitosos.
 Através das observações e reflexões do professor, antes, durante e após os jogos, é possível injetar cada vez mais conteúdos pertinentes aos objetivos específicos de cada aula ou período letivo, gradativamente formalizando os conceitos dominados pelo grupo, de uma forma mais estruturada. 
Assim como em todas as instâncias do conhecimento educativo, a criatividade e o planejamento devem ser constantes na vida do professor, estando claros os objetivos e informações a serem dominadas ao final de cada atividade aplicada junto aos alunos.
 O fato de se utilizar o jogo como estratégia para a inclusão de objetivospedagógicos promove a gradual transição do ambiente lúdico da educação infantil para a formalização do conhecimento, de maneira a não arrancar o aluno de sua infância, mas sim de utilizar elementos e fundamentos dela para realizar uma educação de qualidade, introduzindo o aluno ao conhecimento formal de forma intuitiva e espontânea.
3 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO DE ENSINO
3.1 TEMA E LINHA DE PESQUISA
 O tema abordado neste projeto será a alfabetização e o letramento, os quais, na conjuntura atual estão cada vez mais presentes em discussões pedagógicas e acadêmicas a respeito dos processos educativos, especialmente por estarem diretamente ligados com o desenvolvimento humano e pleno no exercício do uso formal e social da língua materna, ou seja, o pleno exercício da cidadania nos moldes atuais.
 Logo, ao escolher e levantar um tema tão relevante como eixo deste projeto contemplando as discussões sobre a alfabetização e o letramento, o que se pretende é promover a prática de sua aplicação em interconexão, aproximando o aluno do educandário e, especialmente, da realidade social na qual está inserido, afim de que este exerça na prática social o que aprende em sala de aula.
 A linha de pesquisa é a pesquisa bibliográfica descritiva. A pesquisa para este estudo foi desenvolvida através de leitura de material impresso, próprio ou disponível na Biblioteca Municipal , de Maceió – AL, na biblioteca virtual da UNOPAR , além de livros em formato PDF e busca em sites especializados na internet. 
 Este estudo está estruturado e referenciado conforme textos e estudos de autores que abordam o tema escolhido, estes lidos e resumidos durante o desenvolvimento deste projeto de ensino, obedecendo a critérios de consonância com o tema proposto, coerência e estética na construção do mesmo.
3.2 JUSTIFICATIVA.
 Nas diversas funções e nos diferentes meios formas pelos quais as pessoas tem acesso a língua escrita e oral, nota-se que os conceitos de alfabetização e letramento, estão realmente ligados, tanto que, na conjuntura atual é indiscutível que para haver total aproveitamento do ensino linguístico, um não pode seguir sem o outro em uma relação de simbiose.
 Uma criança pode ser alfabetizada já no primeiro semestre de alfabetização. Entretanto, um dos maiores desafios para os educadores contemporâneos está em associar o aprendizado do sistema de signos da língua ao letramento em sua prática e funções educacionais e sociais, sendo que o contato com o mundo letrado se dá muito antes da formalização destes sistemas de leitura e escrita da língua e vai muito além deles.
 Assim sendo, este projeto se justifica em razão da necessidade cada vez mais latente de se desenvolver simultânea e articuladamente o letramento e a alfabetização para o desenvolvimento integral do indivíduo e pleno exercício de autonomia e cidadania.
3.3 PROBLEMATIZAÇÃO.
 Diversos fatores, nos dias atuais, tornam o trabalho docente extremamente desafiador. Há de se considerar que a sociedade atual, inclusive os educandos, passa por modificações num ritmo cada vez mais frenético. Devido à grande quantidade de informação que direta e indiretamente os alunos já carregam consigo frutos da influência das mídias em âmbito geral, a escola é forçada a se atualizar e acompanhar este ritmo. 
Para os profissionais da educação diretamente envolvidos com as séries iniciais um dos grandes desafios é promover a alfabetização interligada ao letramento, neste universo tão dinâmico.
 Desta forma, a pergunta que norteia esse projeto gira em torno dessa relação: Na prática, é realmente possível promover a alfabetização conjuntamente ao letramento de forma fluente e pedagogicamente correta?
Para responder a essa pergunta, buscamos referências na bibliografia, de autores que defendem algumas hipóteses e discussões teóricas que colaborem com a hipótese afirmativa, a fim de que haja respaldo teórico e seja comprovado isso na prática docente e pedagógica. 
3.4 OBJETIVOS.
 Em âmbito geral, pretendemos apresentar este projeto de educação, com foco específico para o público de educandos dos anos iniciais, que promova atividades estimulando a alfabetização articulada ao letramento, de acordo com os pressupostos estudados junto às obras dos autores consultados.
.Este projeto pretende, especificamente:
Promover a interdisciplinaridade;
Trabalhar temas transversais à educação;
Trabalhar os jogos como estratégia para promover o “alfabetizar letrando”;
3.5 CONTEÙDO.
Os conteúdos a serem abordados neste projeto são:
Reconhecimento de vogais;
Reconhecimento de consoantes;
Leitura;
Escrita;
Reconhecimento de números;
Reconhecimento de signos;
Cidadania;
Desenvolvimento individual;
Sociabilidade;
Criatividade;
Cooperação;
Reciclagem;
Diversos outros conteúdos poderão surgir, conforme a demanda observada pelo professor em sala de aula.
3.6 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO.
 O jogo é visto como algo perfeitamente natural para os educandos, justamente pelo fato de estrem desfrutando de sua infância, já estando presente nas rotinas usuais do ambiente educativo escolar. 
 O que se pretende neste projeto é direcionar os jogos de forma a atingir objetivos educativos e pedagógicos, planejados pelo professor, envolvendo finalidades que promovam a alfabetização em conjunto como o letramento, de maneira gradativa e espontânea para os alunos.
 O projeto se inicia ainda no planejamento das atividades educativas da escola, no início do período letivo, através da pesquisa de jogos e estratégias que possam contemplar a alfabetização e o letramento, assim como jogos da memória com ilustrações envolvendo interpretação de imagens e contextos, de mímica e adivinhação, jogo de teste joga de “stop” (completar campos previamente acordados nas regras com palavras simples para ilustrar situações), de perguntas e respostas, completar palavras, jogos da forca, simulação de trânsito, leitura e interpretação de placas e avisos, periodicamente realizar gincanas elaboradas com os mesmos fins do projeto, além de demais jogos já conhecidos e praticados, adaptados de acordo com os objetivos e conteúdos pertinentes ao projeto e grade curricular trabalhado pelo docente.
 A fim de promover a interdisciplinaridade o educador busca também no momento do planejamento coletivo, parcerias entre colegas para o desenvolvimento de temas, inclusive transversais como saúde, educação para o trânsito, cooperativismo, entre outros, que igualmente sejam pertinentes às suas disciplinas especificas e possam ser incluídos nos objetivos dos jogos a serem executados, adaptados ou mesmo criados com estes objetivos.
Ciente dessa realidade, o professor inicia o projeto na prática, junto à turma, estrategicamente nas quartas feiras, por ser o dia exatamente no meio da semana letiva, em que os alunos estão motivados sem terem saído do fim de semana e, igualmente sem estarem na expectativa do próximo. Imediatamente após o período de recreio, por volta das 15h30min normalmente, o docente introduz a turma ao jogo e suas regras, dividindo os grupos quando necessário, coordenando a prática do jogo. 
 Durante o próprio jogo, quando preciso, o professor deve mediar e fazer intervenções, a fim de formalizar efetivamente os conhecimentos por ele planejados para o mesmo.
 O período do jogo pode variar, mas é desejável que dure em torno de uma hora, pois a partir daí alguns pais podem começar a chegar para levar seus filhos, quebrando o clima do jogo e desestruturando as equipes eventualmente formadas.
 O professor deve diagnosticar sua turma, percebendo o contexto geral e individual de cada aluno, suas necessidades educativas específicas e mais amplas, e os conteúdos que estiver trabalhando em classe, de acordo com a grade curricular, a fim de que o seu planejamento para este projeto seja eficiente quanto aos objetivos almejados por meio das atividades.
 Deve se terextremo cuidado para que os grupos, em cada dia de jogo no projeto, não sejam repetidos, pois a recorrência pode gerar o acirramento competitivo, comprometendo a essência do projeto. Deve-se, sim, mesclar alunos de todos os setores da sala, por sorteio ou mesmo por indicação do professor, a fim de que se elimine essa possibilidade.
 A pesquisa para o projeto deve ser constante, considerando que o professor, ao aprofundar o conhecimento sobre o contexto de sua turma, pode agir no planejamento e adaptação dos jogos do projeto, cada vez mais especificamente, adequando os objetivos de cada jogo às necessidades do grupo.
3.7 TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO.
 A primeira fase deste projeto é a da pesquisa e planejamento inicial ainda no planejamento das atividades educativas da escola, no início do período letivo, através da pesquisa de jogos e estratégias que possam contemplar os objetivos do projeto e conteúdos pertinentes, acompanhando a grade curricular vigente, trabalhados pelo docente. Igualmente, o educador busca também no momento do planejamento coletivo, parcerias entre colegas para o desenvolvimento do projeto que, igualmente, sejam pertinentes às suas disciplinas específicas e possam ser incluídos nos objetivos dos jogos a serem executados, adaptados ou mesmo criados para execução no projeto.
 A segunda fase do projeto será a prática efetiva das atividades e jogos planejados, executada todas as quartas feiras, imediatamente após o período de recreio, em torno das 15h30min, com duração de uma hora, por semana, durante um ano letivo inteiro.
3.8 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS.
Os recursos humanos necessários para a execução deste projeto serão:
Professor titular da classe;
Alunos regulares da classe;
Equipe dos demais professores; 
Equipe de gestão da unidade escolar;
Pais e responsáveis.
 Os recursos materiais necessários para a execução deste projeto são os próprios materiais solicitados para as atividades usuais da sala de aula, encaminhados em lista fornecida antes do início do período letivo, tais como cartolinas, folhas sulfite, lápis, giz de cera, entre outros, além de serem aproveitados materiais para reciclagem, recolhidos na escola e em casa.
3.9 AVALIAÇÃO.
 A avaliação para este projeto deve ser feita permanentemente, toda semana, pelo professor, a fim de executar o projeto em perfeita sintonia com os conteúdos trabalhados por ele em sala, além de acompanhar a evolução dos alunos e as mudanças de dinâmica do grupo. Desta forma, aos poucos, o projeto vai sendo adaptado conforme as demandas dos próprios alunos, tornando possível com mais tranquilidade sua aplicação e alcance de seus objetivos pretendidos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O letramento e a alfabetização são os focos escolhidos para este projeto, por se tratarem de temas tão relevantes no mundo contemporâneo, onde não basta somente o domínio do sistema de leitura e escrita formal da língua materna e sim uma leitura crítica de mundo, com vistas a formar cidadãos autônomos, com possibilidade de realizarem evoluções positivas para todo o contexto onde estão inseridos.
 Através da construção deste projeto, em todo seu curso, foi constatado quão fundamental é a articulação do letramento simultâneo a alfabetização. Diversos educadores, acadêmicos e teóricos da educação defendem a ideia que, na prática, o mundo, a sociedade, enfim cada contexto, somente irá evoluir, ou seja, melhorar, partindo do momento em que se pensar no letramento como algo que jamais pode ser dissociado da alfabetização e vice versa.
 A utilização do jogo como estratégia para se alfabetizar letrando, utiliza o elemento lúdico da educação, tão familiar e tão apreciado pelos alunos, como forma de enxertar os mais variados tipos de conhecimento nas regras e na organização de atividades que envolvam os jogos a serem aplicados no projeto.
 A criança acaba tendo prazer em brincar, socializando, se integrando, vence barreiras de preconceito e exclusão, adquire novas habilidades, ao mesmo tempo em que aprende conceitos e conteúdos planejados criteriosamente pelo professor de sala, para a aplicação embutida nos jogos do projeto, frutos do planejamento e pesquisa para tanto, além de adaptar e criar novos jogos, acompanhando as demandas que surgirem em sua aplicação.
Este projeto acaba se adaptando e se integrando com naturalidade às rotinas das turmas onde será aplicado devido ao fato de que, normalmente já existem momentos previstos para a ludicidade e integração social em cada sala, sendo o mesmo uma oportunidade de promover estes momentos, aliando a objetivos pedagógicos claros e concisos, planejados criteriosamente, aplicados e avaliados permanentemente. 
 Da mesma forma, nos jogos a serem aplicados no projeto, para haver a interdisciplinaridade é fundamental o planejamento coletivo dos jogos, integrando não só conteúdos e habilidades previstos no currículo escolar, mas integrando pessoas, profissionais, anseios em comum, facilitando o desempenho de toda a equipe envolvida no processo de educação, especialmente de professores e alunos.
 Uma das principais premissas e desígnios deste projeto para que se considere um aluno alfabetizado e letrado é que ele consiga escrever, ler, interpretar textos e fazer o uso social do texto em questão, além de fazer uma leitura de mundo que permita perceber-se como cidadão que influi sócio historicamente, ou seja, que pode modificar seu contexto familiar e social, sendo sujeito ativo na sociedade em que está presente.
 As reflexões presentes neste projeto podem auxiliar educadores em sua ação pedagógica para que se promova um ensino de qualidade, acessível a todos, letrando, alfabetizando e formando cidadãos de forma lúdica, porém responsável, para que se tornem sujeitos de seu desenvolvimento individual e social.
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