Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Renata Bittar MEDICINA UNIT DPOC A doença pulmonar obstrutiva crônica se caracteriza por uma OBSTRUÇÃO RECORRENTE e PROGRESSIVA DO FLUXO DE AR NAS VIAS AÉREAS PULMONARES. Essa obstrução do fluxo de ar geralmente é acompanhada por uma REAÇÃO INFLAMATÓRIA A PARTÍCULAS OU GASES NOCIVOS. 4ª principal causa de morte nos EUA. CAUSAS MAIS COMUNS: 1º TABAGISMO 2º Deficiência hereditária na alfa- antitripsina A alfa-antitripsina é uma glicoproteína que inibe várias enzimas, dentre elas a ELASTASE NEUTROFÍLICA, um tipo de protease, que faz hidrólise da elastina e destrói o parênquima pulmonar. Alfa-antitripsina = Elastase Neutrofílica FISIOPATOLOGIA Existem vários mecanismos envolvidos, incluindo: * Inflamação e fibrose da parede brônquica como consequência da reparação tecidual * Hipertrofia das glândulas submucosas e hipersecreção de muco * Perda das fibras elásticas pulmonares (elastina) e de tecido alveolar. A inflamação e fibrose da parede brônquica + excesso de muco obstruem a passagem do fluxo de ar. O termo DPOC engloba 2 tipos de doenças obstrutivas: ENFISEMA PULMONAR e BRONQUITE. 1. ENFISEMA PULMONAR Há DESTRUIÇÃO DO PARÊNQUIMA PULMONAR, em maior virtude pela deficiência da alfa-antitripsina e ALARGAMENTO DOS ESPAÇOS AÉREOS. Perda da elasticidade pulmonar (pelo aumento da quantidade de elastase neutrofílica) e dilatação dos alvéolos distais aos bronquíolos terminais, com destruição das paredes alveolares e dos leitos capilares. Dilatação dos alvéolos = hiperinsuflação do pulmão e aumento da capacidade pulmonar total. A fumaça do cigarro e outros irritantes estimulam o movimento de células inflamatórias nos pulmões e aumentam Renata Bittar MEDICINA UNIT a liberação de elastase e outras proteases, desequilibrando o sistema de proteases e antiproteases. 2 tipos: Enfisema CENTROACINAR ou CENTROLOBULAR Afeta os bronquíolos na parte central do lóbulo respiratório, com preservação inicial dos ductos e sacos alveolares. Tipo mais comum. Mais comum em fumantes. Porções superiores do pulmão. Enfisema PAN-ACINAR Envolvimento dos alvéolos periféricos e depois bronquíolos mais centrais. Mais comum na deficiência de alfa- antitripsina. Parte inferior do pulmão. 2. BRONQUITE CRÔNICA Obstrução de pequenas e grandes vias respiratórias associada à irritação crônica causada pelo tabagismo e infecções recorrentes. Diagnóstico clínico requer um histórico de TOSSE PRODUTIVA CRÔNICA de pelo menos 3 meses consecutivos por pelo menos 2 anos consecutivos. Característica precoce: hipersecreção de muco + hipertrofia das glândulas submucosas na traqueia e brônquios superprodução de escarro Aumento das células caliciformes e, consequentemente, aumento do muco. As células ciliadas já não funcionam tão bem e não executam adequadamente a função de remoção do muco, acumulando-o. Obstrução do lúmen = reação inflamatória = mais produção de muco = fibrose da parede dos bronquíolos Resumindo... Enfisema = destruição do parênquima pulmonar e alargamento dos espaços aéreos Bronquite = hipersecreção de muco, obstrução das vias aéreas menores e tosse crônica. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Início insidioso. Fadiga, intolerância ao exercício, tosse produtiva, produção de escarro ou dificuldade respiratória. Respiração se torna cada vez mais difícil, mesmo em repouso. Fase expiratória da respiração é prolongada e há presença de sibilos expiratórios e crepitações. Pessoas com obstrução grave podem apresentar uso da musculatura acessória da respiração. Renata Bittar MEDICINA UNIT Pinf-puffer ou Soprador Rosado Enfisema pulmonar Tórax em tonel ou barril (dilatação das vias pela retenção de ar nos alvéolos) Inexistência de cianose Diminuição dos sons respiratórios à ausculta do tórax. Blue Boater ou Azul Pletórico Bronquite crônica Cianose e retenção de líquido associado à insuficiência cardíaca direita. Pessoas com DPOC não mantêm a gasometria sanguínea e níveis normais pelo aumento do trabalho respiratório hipercapnia e cianose = desequilíbrio entre ventilação e perfusão. A HIPOXEMIA GRAVE agrava o quadro pois provoca VASOCONSTRIÇÃO reflexa dos vasos pulmonares, aumentando mais ainda o trabalho do ventrículo direito, e estimula a produção de hemácias causando POLICITEMIA. As pessoas com DPOC podem desenvolver insuficiência cardíaca direita. DIAGNÓSTICO 1. História clínica 2. Estudos da função pulmonar ESPIROMETRIA A CVF (capacidade vital forçada) VEF1 (volume expiratório forçado) VEF1/CVF 3. Radiografia de tórax Sinais de hiperinsuflação pulmonar, aumento do diâmetro anteroposterior do tórax, retificação da cúpula diafragmática, alongamento e verticalização do diâmetro transverso do coração, dentre outros. 4. Exames laboratoriais Medições de tolerância ao exercício, estado nutricional, saturação de hemoglobina e gasometria arterial. TRATAMENTO O tratamento adequado do paciente com DPOC pode reduzir sintomas, reduzir a frequência e a gravidade das exacerbações, melhorar a qualidade de vida e a tolerância aos exercícios. Pacientes que não respondem Renata Bittar MEDICINA UNIT adequadamente ao tratamento devem ser reavaliados, especialmente para revisar adesão ao tratamento, uso adequado dos dispositivos inalatórios e cessar exposição de risco. Cessação do tabagismo Atividade física regular Vacinação contra a Influenza/Gripe e Pneumocócica Evitar sobrepeso/perda excessiva de peso TTO FARMACOLÓGICO Agonistas beta-adrenérgicos ou anti-colinérgicos: broncodilatadores de uso regular ou mediante necessidade (brometos de ipratópio ou tiotrópio) Corticosteroides inalatórios: sempre associados aos broncodilatadores em DPOC grave. Oxigenoterapia
Compartilhar