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Introdução ao Estudo da Patologia Profa. Paula Melo de Abreu Vieira Universidade Federal de Ouro Preto Conceito Patologia A ciência que estuda as causas das doenças, os mecanismos que as produzem, as sedes e as alterações morfológicas e funcionais que apresentam. Conceito Patologia • Etiologia: estudo das causas • Patogênese: estudo dos mecanismos • Anatomia Patológica: estudo das alterações morfológicas dos tecidos que, em conjunto, recebem o nome de lesões • Fisiopatologia: estudo das alterações funcionais dos órgãos afetados Conceito Lesões Conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nos tecidos após agressões. • Macroscópicas e Microscópicas • Dinâmicas: começam, evoluem e tendem a cura ou para a cronicidade Conceito Lesões celulares • Não-letais: compatíveis com a recuperação do estado de normalidade após cessada a agressão • Letais: necrose ou apoptose (morte celular) Intensidade e duração da agressão, bem como ao estado funcional ou o tipo de célula atingida Lesão celular Causas Gerais de lesão celular • Hipóxia ou Anóxia • Agentes Físicos • Agentes químicos e drogas • Agentes infecciosos • Reações imunológicas • Distúrbios genéticos • Desequilíbrios nutricionais Lesão celular Quatro sistemas intracelulares são particularmente vulneráveis: integridade das membranas celulares respiração aeróbica, envolvendo a fosforilação oxidativa e produção de ATP síntese de proteínas preservação da integridade do conteúdo genético da célula. As alterações morfológicas da lesão celular tornam-se aparentes apenas após alguns sistemas bioquímicos críticos dentro da célula terem sido perturbados. Degenerações Profa. Paula Melo de Abreu Vieira Universidade Federal de Ouro Preto Lesão reversível Lesão irreversível Necrose Morte celular Apoptose Lesão Celular Agressão Adaptação Conceito Lesão reversível secundária a alterações bioquímicas que resultam em acúmulo de substâncias no interior das células. Processos degenerativos • Água e eletrólitos – Degeneração hidrópica • Proteínas – Degeneração hialina e mucóide • Lipídeos – Esteatose e lipidoses • Carboidratos – Glicogenoses e mucopolissacaridoses Degeneração Hidrópica Lesão celular reversível caracterizada por acúmulo de água e eletrólitos no interior das células. Alterações macroscópicas: - O órgão encontra-se Pálido - Aumento de volume e peso - Após o corte o parênquima sobrepõe-se à cápsula Alterações microscópicas: - Tumefação e citoplasma com aspecto granuloso - Acidofilia - Vacuolização citoplasmática Degeneração Hidrópica Degeneração Hidrópica H e p at ó ci to s n o rm ai s D ge n e ra çã o H id ró p ic a Degeneração Hidrópica Degeneração Hidrópica Degeneração Hidrópica Cardiomiócitos Degeneração Hidrópica Degeneração hidrópica é provocada por transtornos no equilíbrio hidroeletrolítico Uma agressão pode diminuir o funcionamento da bomba eletrolítica quando: • Altera a produção e o consumo de ATP; • Interfere na integridade da membrana; • Modifica a atividade de uma ou duas moléculas que formam a bomba. - Retenção de Na+ - Redução de K+ - Aumento da pressão osmótica intracelular Hipóxia Hipertemia Radicais livres Degeneração Hialina Lesão reversível causada pelo acúmulo material proteico e acidófilo no interior das células. Degeneração Hialina Etiologia: • Aumento acentuado na produção proteica; •Aumento acentuado nos processos de endocitose; • Dificuldade no transporte de vesículas citoplasmáticas. ME: estrutura amorfa, fibrilar ou cristalina Alterações microscópicas: presença de corpúsculos Condensação de filamentos intermediários associados a proteínas ou acúmulo de material viral Degeneração Hialina Corpúsculo Hialino de Mallory Filamentos intermediários de ceratina associado a outras proteínas do citoesqueleto Degeneração Hialina Degeneração Hialina Hepatócitos balonizados contendo material amorfo eosinofílico intra-citoplasmático Degeneração Hialina Fibras musculares esqueléticas de camundongo infectado pelo T. cruzi Agressão de células T e macrófagos: IL-1 e TNF-a Degeneração Mucóide Lesão reversível causada pelo acúmulo excessivo de muco no interior das células. Degeneração Mucóide 1) Hiperprodução de muco por células mucíparas dos tratos digestivo e respiratório, levando-as a se abarrotar de glicoproteínas (mucinas) no seu interior; 2) Síntese exagerada de mucinas em adenomas e adenocarcinomas Degeneração Mucóide Adenocarcinoma de estômago Degeneração Mucóide Esteatose Lesão reversível causada pelo acúmulo de gorduras neutras no citoplasma de células que normamente não as armazenam. Esteatose Agente agressor interfere no metabolismo de ácidos graxos da células, aumentando sua síntese ou dificultando sua utilização, seu transporte ou sua excreção. Etiologias: • Aumento no aporte celular de ácidos graxos; • Diminuição na síntese de apoproteínas; • Alterações no transporte via vesículas celulares. Consequência – processo reversível, porém a persistência prolongada da esteatose, associada a outras agressões (alcoolismo) pode levar a cirrose hepática. Esteatose Etiologias mais comuns: • Ingestão abusiva de etanol • Distúrbios do metabolismo lipídico associados à obesidade • Hipóxia • Desnutrição proteico-energética e Substância hepatotóxicas Alterações macroscópicas: - Coloração amarelada - Aumento de volume e peso - Consistência diminuída e bordas arredondadas Alterações microscópicas: - Tumefação e aspecto de célula adiposa - Esteatose microvesicular e macrovesicular Esteatose Esteatose Esteatose Esteatose Esteatose Esteatose Ingestão abusiva de etanol • Causa mais frequente de esteatose hepática • Etanol oxidado a acetaldeído e acetil CoA: favorecer a síntese de ácidos graxos • Transporte de vesículas de lipoproteínas está comprometido: ação do acetaldeído nos microfilamentos Lipidoses Lesão reversível causada pelo acúmulo de lipídeos (que não triglicerídeos). Aterosclerose Caracterizada por depósitos de colesterol, ésteres de colesterol e, em menor quantidade, fosfolipídios e glicerídeos, na íntima de artérias de médio e grande calibres. Aterosclerose Etiologia – Multifatorial, com participação de fatores genéticos e ambientais. Aterosclerose Aterosclerose Alterações macroscópicas: - Coloração amarelada (placas) - Aumento de volume - Consistência diminuída e bordasarredondadas Alterações microscópicas: - Tumefação e aspecto de célula adiposa - Células espumosas - Cristais de colesterol - Proliferação do tecido conjuntivo, deposição de matriz extracelular e fibras colágenas (capa fibrosa) Aterosclerose Aterosclerose Arterosclerose Arterosclerose Arterosclerose Aterosclerose Aterosclerose Aterosclerose Aterosclerose Arteriosclerose Arteriosclerose • Íntima de pequenas artérias e arteríolas • Lipídios + proteínas = lipo-hialinose da íntima Xantomas Xantomas • Lesões encontradas na pele em forma de nódulos ou placas • Coloração amarelada • Acúmulo de macrófagos carregados de colesterol (células espumosas) Xantomas Xantomas Gligogenoses Doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo de glicogênio em células do fígado, rins, músculos esqueléticos e coração Alterações microscópicas: - Semelhante a degeneração hidrópica, porém utilizando-se de colorações especiais como o PAS com prova de amilase, podemos evidenciá-los como grânulos avermelhados. Etiologia: - Deficiência de enzimas que atuam na degradação - Diabetes melitus: reabsorção de glicose pelos túbulos renais - Lesão SNC por narcóticos, adrenalina ou Glucagon Gligogenoses Hepatócitos Normais Doença de von Gierke Causada por uma alteração na glicose-6-fosfatase, enzima que degrada glicogênio. Gligogenoses Doença de McArdle Fibras musculares esqueléticas: falta da enzima fosforilase muscular Obrigada pela Atenção!!!
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