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1 TRANSCRIÇÕES DAS AULAS PRESENCIAIS DE DIREITO PENAL I ESTÁCIO/FACITEC - DIREITO - 2º SEMESTRE/2014 Lúcio Silva & Alanny Andrade 01/08/2014 – 1ª Aula (Professor: Leonardo) CONTROLE SOCIAL, CIÊNCIAS PENAIS E ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. Direito: Instrumento de pacificação do convívio social, assegurando-lhe condições mínimas de existência, de desenvolvimento e de paz. Direito é um objeto cultural, histórico e socialmente situado, pertencente à ética instersubjetiva. Na qualidade de ordem jurídica o Direito é importante fator de estabilidade e de harmonia nas relações sociais, tendo à lei positiva a tarefa de superar e conter a ameaça latente de luta de todos contra todos, que propicia assim uma ordem que assegure a vida e a convivência de todos os homens. O sistema de normas jurídicas vigentes em determinadas sociedades, disciplinando as relações dos homens com seus semelhantes e suas coisas. Deve ser a representação legal-formal de um conjunto de valores inerentes a determinada sociedade, num período histórico e em determinado espaço geográfico. O Direito se desenvolve equilibrando duas exigências: 1 - De ordem sistemática (elaboração de um ordenamento jurídico); 2 - De ordem pragmática (soluções socialmente adequadas ao conflito); O Direito deve se refletir a uma sociedade com o objetivo de reger sua função social. O Direito Penal no Ordenamento Jurídico Entre os componentes que protegem o ordenamento jurídico temos o direito penal como um elemento proteger os bens jurídicos mais importantes para a sociedade. Só existe o âmbito penal se violados ou negados um dos bens jurídicos tutelados, de maneira exteriorizada. 2 Inter Crimis (caminho que o crime vai percorrer) Cogitação Atos Consumação Preparatórios Atos de Execução (Exteriorizar o Crime) Controle Social: Do ponto de vista social o Direito Penal é um dos instrumentos de controle social formal por meio do qual o Estado, mediante um determinado sistema normativo (Leis Penais) castiga com sanções de particular gravidade (pena ou medida de segurança), as condutas desviadas ofensivas a bens jurídicos protegidos pelo Estado e nocivas a convivência humana. Em que pese sua consistência, o Direito Penal não é um direito de coação direta. O controle social informal por sua vez, é aquele que não segue o devido processo legal para a sua aplicação de sanção. Direito Penal: Conceito Formal = Por esse conceito é o setor de parcela do ordenamento jurídico público que estabelece as ações ou omissões delitivas. Conceito Material = Por sua vez refere-se aos comportamentos considerados altamente reprováveis ou danosos ao organismo social. Dessa forma, é mais que um instrumento de controle social normativo, tendo uma função de proteção e garantia. Fase Externa Fase interna 3 15/08/2014 – 2ª Aula (Professor: Wagno – Todas as demais aulas) I - CONCEITOS DE DIREITO PENAL: Art. 1º ao 31º, do Código Penal. Direito penal é o segmento do ordenamento jurídico que detém a função de selecionar os comportamentos humanos mais graves e perniciosos para coletividade, capazes de colocar em risco valores fundamentais para a convivência social e descreve-los como infrações penais cominando a eles consequências as respectivas sansões, além de estabelecer todas as regras gerais e complementares necessárias à sua correta e justa aplicação; (Fernando Capez). Direito penal é o conjunto de normas jurídicas mediantes a quais o estado proíbe determinadas ações ou omissões, sob ameaça de imposição da sanção penal; (Eleno Claudo). Direito penal é o ramo do direito público que define as infrações penais estabelecendo as penas e medidas de segurança; (Professor Wagno). II - PRINCIPAIS FUNÇÕES DO DIREITO PENAL: 1 - Proteção do bem jurídico mais importante para sociedade. 2 - Garantir que o estado somente possa fazer uma acusação baseada em uma conduta proibida previamente prevista em lei. (1º Artigo). 3 – Pena no direito penal tem a um caráter retributivo (uma retribuição pelo mal causado); 4 - Direito penal tem a função preventiva através de sansões, para desencorajar a prática de delitos, ou novos delitos. 5 - O direito penal tem como função também a ressocialização de indivíduos, fazendo com que o indivíduo que pratica um crime seja reinserido na sociedade. III - CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL: 1- Caráter Público: O Direito penal tem caráter publico, pois tutela o interesse da coletividade. Crime + Pena + Medida de Segurança 4 2- Caráter Sancionador: O direito penal tem caráter sancionador por que é essencialmente punitivo. Sem a punição o direito penal seria iníquo. 3- Caráter Finalista: O direito penal tem caráter finalista, pois tem a finalidade definida que é a proteção de tutelar os bens jurídicos mais importantes e de maior valor para a sociedade. 4- Caráter Normativo: O direito penal tem caráter normativo: a) Criminologia (o caráter social do crime, a causa do mesmo); b) Políticas Criminais (a prevenção do crime); O caráter normativo se esvazia dos valores da criminologia e das politicas criminais 5- Caráter Valorativo: O direito penal é uma ciência valorativa, porque é o legislador que valora o bem a ser protegido, além disso, o integrante tem que averiguar os diferentes valores da norma, os quais devem refletir a vontade da sociedade. IV - CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO PENAL: 1- Substantivo: Define o crime e prevê a respectiva sanção - São os conceitos do direito de estabelecer as normas e penas. (teoria); 2- Adjetivo: São relacionados ao processo penal, formas de aplicações das penas e aplicações do direito penal em si. (prática); 3- Direito Penal Objetivo: É o conjunto de normas emanadas do estado estabelecendo quais são os crimes e suas penas; 4- Direito Penal Subjetivo: É a possibilidade que tem o estado de criar e fazer cumprir as suas normas. (poder do estado de criar suas normas); 5- Direito Penal Comum: Para a maioria da doutrina direito penal comum é aquele aplicado pela justiça estadual e justiça federal; 6- Direito Penal Especial: Já o direito penal especial é aquele aplicado pela justiça militar e eleitoral; Para a minoria da doutrina o direito penal comum é aquele previsto no código penal. Enquanto que o direito penal especial é aquele previsto em legislação extravagante. (fora do código) NT01.: Do Professor – Pode ser questão de prova JUSTIÇA COMUM Estadual Federal JUSTIÇA ESPECIAL Militar Eleitoral Trabalhista 5 NT02.: Do Professor – Pode ser questão de prova Tício praticou um crime de trafico internacional de drogas previsto na legislação n.º 11.343/06. Pergunta: De quem é a competência deste julgamento – Resposta: O julgamento é de competência da justiça federal – Justiça Comum. V - EVOLUÇÃO DAS IDEIAS E DIREITOS PENAIS 1- Período da Vingança: Vingança Privada: Significa que o individuo que sofreu a agressão poderia aplicar uma sanção de acordo com a sua própria conveniência. Satisfazendo seu ego e interesse pessoal. Vingança Divina: A pena era aplicada para satisfazer os interesses dos "Deuses". Vingança Pública: A pena visava satisfazer o soberano. (foi instrumento de perpetuar o poder “ABSOLUTISMO”). 2- Código de Hamurabi: Corresponde a uma fase da vingança privada (evolução). Modelo atual das Leis com penas previstas. 3- Período Humanitário: (1750) - Período muito fértil onde o estudioso entendia que a pena deveria ser publica,ou seja, aplicada pelo estado, justa rápida e eficaz. Escola Clássica - Este período está relacionado com o período humanitário, seus principais expoentes e ícones foram o filósofo Cesar Becaria (1764 – 1850) e Francisco Carrara: Período Filosófico: César Becaria - Dos Delitos da Pena. Período Jurídico: Francisco Carrara = “crime é a infração da lei do estado promulgada para proteger a seguranças das cidades, resultante de um ato externo do homem. Moralmente imputável e politicamente danoso”. 4- Período Científico: Inicia-se em 1875, com a publicação do livro: “O Homem Delinquente” (César Lambroso); Escola Positiva: Período Antropológico = Estudava as características dos homens; (César Lambroso); Período Sociológico = Estudava aspectos sociológicos influenciadores; (Henrrico Ferri); a) Criminoso Nato: Já nasce com pré-disposição ao crime, independente do meio social; 6 b) Criminoso Louco (doença mental): Propensos para a prática de crimes; c) Criminoso Habitual: É levado à prática do delito em razão dos fatores sociais (do meio em que vive); d) Criminoso Ocasional: Se aproveita da situação para prática do crime (fato isolado); e) Criminoso Passional: Pratica o crime movido por uma paixão (amorosa, política, religiosa); Período Jurídico: (Rafael Garofalo – Criminologia: Sistematizando as aplicações da antropologia e sociologia no Direito Penal); VI - HISTÓRIA DO DIREITO PENAL NO BRASIL: Período Pré-Colonial: (1500-1822) – Marcada pela independência do Brasil em 07 de setembro de 1822, neste período imperaram as Leis portuguesas: 1500-1512: Ordenações Afonsinas; 1512-1569: Ordenações Manuelinas; 1569-1603: Código de Dom Sebastião; 1603-1822: Ordenações Filipinas; Grandes Marcos do Direito Penal Brasileiro: 1824 – 1ª Constituição brasileira; 1830 – 1º Código Criminal; 1889 – Proclamação da República, 15 de novembro; 1890 – 2º Código Penal; 1891 – 1ª Constituição da República; 1932 – Consolidação das Leis Penais (Reunião) – Chamada consolidação Piragibe: 1890/1932 1934 – Era Vargas, Constituição Promulgada; 1937 – Constituição (Outorgada – Era Vargas); 1940 – 3º Código Penal (Atual) – Decreto Lei N.º 2848/1940 1946 – Constituição; 1967 – Constituição; 1969 – AI5 (Constituição); 1969 – Aprovado, promulgado o novo Código Penal (1978 foi revogado sem entrar em vigor) 1984 – Reforma da parte geral do Código Penal, conforme Lei 7.209; 1988 – Constituição Cidadã; 1998 – Lei 9.714, acrescente outras penas alternativas, e regula melhor a sua aplicação; 2006 – Lei Maria da Penha; 2009 – A Lei 12.015 modificou a nomenclatura dos crimes contra os costumes, para crimes contra a dignidade sexual, fazendo a junção dos crimes de estupro e atendado violento ao pudor. 7 VII - FONTES DO DIREITO PENAL NT03.: Do Professor: “De onde nasce o direito penal, de onde provem a norma de direito”. 1- Fonte de Produção (Material): Corresponde a instituição que é encarregada de fazer as normas penais: Somente a união pode legislar sobre o direito penal. Art. 22, Inc. 1º CF. Os estados podem legislar sobre o direito penal somente sobre autorização do senado em lei complementar sobre pontos específicos. 2- Fonte de Conhecimento (Formal): Onde o direito penal se manifesta: a) Fonte Imediata: Somente a lei pode criar crimes e impor penas. A LEI. b) Fonte Mediata: Influencia para que o legislador faça a lei; Costumes - (prática de atos reiterados); Princípios Gerais - (análise observada de todos os ramos do direito); Doutrinas jurídicas - (estudiosos do direito); Jurisprudência - (decisões reiteradas dos tribunais); VIII - PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: 1- Princípio da Legalidade: Corresponde ao princípio mais importante, significa que somente a lei pode criar crimes e impor penas. (Princípio da Reserva Legal); NT04.: Medida provisória tem força de Lei , Art. 62CF (mas não é uma Lei) – Não pode versar sobre o código penal, exceto quando para benefício do réu; 2- Princípio da Anterioridade: A lei nova que cria um crime e impõe pena, somente pode ser aplicada aos fatos que ocorrerem após a sua vigência. (Não pode ser aplicada a casos anteriores); Art. 5º - Inc.39 CF; 3- Princípio da Irretroatividade: A lei penal não retroage, salvo para beneficiar o acusado. Art. 5º Inc. 40 da CF e Art. 2º CP; 4- Princípio da Proibição da Analogia: “in malam partem” – Não se pode usar analogia em prejuízo do réu; - Analogia é uma forma de integração do ordenamento jurídico que possibilita a aplicação de uma lei que regula um fato semelhante a um outro fato não regulado pela Lei. 8 NT05.: Do Professor – Pode ser questão de prova Casos Exemplificados (Analogia): “Pode ser questão de prova” Caso 01 - Um homem possui duas uniões estáveis, mesmo sendo a união semelhante ao casamento, um homem não pode ser criminalizado por bigamia por ter duas uniões estáveis, visto que não se permite analogia ao casamento em prejuízo do réu. Caso 01 – O furto se caracteriza ao subtrair coisa alheia móvel. Sinal de Internet não e bem alheio móvel então não se cabe por analogia entender de roubo de sinal de Internet como crime. 22/08/2014 – 3ª Aula (Professor: Wagno) ... CONTINUAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: 5- Taxatividade: Significa que a lei que define o crime tem que ser clara e precisa, ou seja, não pode haver expressões ambíguas ou obscuras e nem conceitos indeterminados; 6- Intervenção Mínima: Significa que o Direito Penal, somente deve atuar na proteção dos bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica das pessoas e que não podem ser eficazmente protegido pelos demais ramos do direito; 7- Fragmentariedade: Significa que em consequência do princípio da intervenção mínima, que escolhe os bens jurídicos mais importantes a serem protegidos, esses bens passam a fazer parte de uma pequena parcela defendida pelo Direito Penal e por isso, é apenas um fragmento do ordenamento jurídico; NT06.: Do Professor – Pode ser questão de prova Fig.: Ilustração da relação entre os ilícitos Civil e Penal; 8- Lesividade: Significa que o Direito Penal somente atuará se o bem jurídico protegido sofrer uma lesão; Ilícito Civil Ilícito Penal Todo ilícito penal é um ilícito civil, porém a recíproca não é verdadeira. Em razão do princípio da fragmentação nem todo ilícito civil será um ilícito penal. 9 9- Insignificância (Bagatela): Corresponde a gravidade da lesão, se a lesão for muito pequena não será aplicado o Direito Penal. Se o bem jurídico protegido sofrer uma lesão ínfima ao ponto de não ser relevante para a sociedade; 10- Adequação Social: Significa que o direito penal não atuará mesmo a conduta sendo proibida, desde que essa conduta seja reconhecida e aceita pela sociedade; 11- Pessoalidade da Pena (Intranscedência): Significa que a pena aplicada não passa da pessoa do condenado, ou seja, somente o autor do fato é que pode sofrer a sanção em razão de ter praticado uma conduta proibida; Art. 5º Inciso 45, CF. 12- Individualização da Pena: Significa que o legislador estabelecerá os parâmetros mínimos e máximos da pena e o julgador aplicará a sanção dentro desses limites, levando-se em consideração as condições pessoais do acusado; Art. 5º Inciso 46, CF. 13- Humanização da Pena: Significa que fica vedada ao Estado a aplicação ou execução de pena que atentar contra a dignidade da pessoa humana; Art. 5º Inciso 47/49, CF. IX - NORMA PENAL É a regra jurídica que define um comportamento coibido e determina uma penalidade como consequência. Para Binding, lei penal é o preceito que descreve a conduta, enquanto que a normapenal é a proibição que se encontra implícita na lei. Art. 121º, CP. X - CARACTERÍSTICAS DA NORMA PENAL A norma penal deve ser precisa e certa, não se admitindo expressões ambíguas ou obscuras e nem conceitos indeterminados. Isso em razão do princípio da taxatividade; A norma penal é imperativa, porque é importa pelo Estado sem a necessidade de concordância das pessoas; A norma penal é geral, pois é destinada a todas as pessoas que residem no território Nacional; A norma penal é impessoal, porque não pode ser feita para prejudicar ou beneficiar uma pessoa ou grupo de pessoas; Por fim é abstrata, no sentido de que ela somente será aplicada com a ocorrência de um caso concreto; 10 XI - CLASSIFICAÇÃO DA NORMA PENAL 1. Geral – Local: Norma geral é aquela que tem vigência em todo o território Nacional, enquanto que a norma penal local é aquela que tem vigência local, ou seja, em parte do território; 2. Comum – Especial: Para a maioria da doutrina, a norma penal comum é aquela aplicada pela justiça estadual e federal, enquanto que a norma penal especial é aquela aplicada pela justiça militar e eleitoral; já para a minoria da doutrina, norma penal comum é aquela prevista no código penal, enquanto que a norma penal especial é aquela prevista em legislação extravagante. (fora do código penal); 3. Ordinária – Excepcional (Temporária): Lei ordinária é aquela que tem vigência para a maioria da doutrina, a norma penal excepcional é aquela que tem vigência em situações de anormalidade. Já a norma penal temporária é aquela que tem vigência pré- determinada. Art. 3º, CP. 4. Incriminadora (Primário e Secundário): Norma penal incriminadora é aquela que define a conduta proibida e a respectiva pena, sendo que a conduta proibida é prevista no preceito primário da norma, enquanto que a pena está disposta no preceito secundário; 5. Norma Não Incriminadora: Norma não incriminadora é aquela que não define o crime e nem impõe a pena podendo ser explicativa, permissiva e complementar; Não Incriminadora Explicativa: É aquela que elucida ou esclarece o conteúdo de outra norma. Exemplo: Ver Art. 327, CP. Não Incriminadora Permissiva: É aquela que torna lícita uma conduta que descreve como crime. Exemplo: Ver Art. 23/25, CP. Não Incriminadora Complementar: É aquela que fornece outras orientações gerais para melhor aplicação do direito penal. Exemplo: Ver Art. 59, CP. 6. Norma Penal em Branco: É aquela em que há uma necessidade de complementação para que se possa compreender o âmbito de aplicação do seu preceito primário. Exemplo: Ver Art. 269, CP. Em Sentido Amplo: Norma penal em branco em sentido amplo, também chamada de homogênea, é aquela em que o complemento está previsto em outro ato normativo que provém da mesma fonte legislativa, ou seja, de outra lei; = LEI--->LEI; Em Sentido Estrito: Norma penal em branco em sentido estrito, ou heterogênea é aquela em que o complemento provém de ato normativo distinto da lei; = LEI---> 11 Outro ato normativo: Portaria, decreto, resolução; Lei 11.343/2006, Art. 33 – Para entendimento da Lei necessita do entendimento da portaria da Anvisa; 7. Norma Penal Incompleta (Imperfeita ou Remetida): É aquela que para saber a sanção imposta pela transgressão de seu preceito primário, o legislador nos remeta a outro dispositivo legal; Exemplo: Lei 2.889 de 1956, Art. 1º - Art. 304 CP. XII - APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO Tempo do Crime - Teorias: Atividade: Para a teoria da atividade, considerava-se praticado o crime n momento da ação ou da omissão; Resultado: Para teoria do resultado, considerava-se praticado o crime no momento de sua consumação; Ubiguidade: Para a teoria da ubiguidade, (mista/hibrida), considera-se praticado o crime tanto do momento da ação ou omissão como no momento em que se produziu o resultado; NT07.: Do Professor – Pode ser questão de prova: Para definir o tempo do crime o nosso código penal adotou a teoria da atividade, conforme Art. 4º CP; XIII - CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO: 1 - Eficácia temporal das leis: As leis via de regra tem vigência por prazo indeterminado e somente são revogadas por outras leis; NT08.: Do Professor – Pode ser questão de prova: : A revogação total da lei chama-se Ab- rogação, enquanto que a revogação parcial da lei denomina-se Derrogação; 2 - Novatio Legis Incriminadora: É uma nova lei que torna ilícita uma conduta que era lícita e em razão do princípio da anterioridade não se aplica aos fatos ocorridos antes de sua vigência; 3 – Lex Gravior – Lei Penal Mais Grave: É aquela que de qualquer modo traz um prejuízo ao Réu e em razão do princípio da irretroatividade não se aplica aos fatos anteriores a vigência da norma. Conceito de Crime Permanente: Crime permanente é aquele em que a sua consumação se prolonga no tempo, ou seja, a cada momento se renova a ação. Exemplo: Sequestro, Depósito de substância entorpecente; 12 Conceito de Crime Continuado: Crime continuado é uma ficção jurídica em que os crimes subsequentes da mesma espécie são considerados continuidade do primeiro, configurando-se em crime único; quando praticados nas mesmas circunstâncias de tempo, lugar e modo de execução; Art. 71, CP. Exemplo: sequencia de mesmos crimes ocorridos em um determinado espaço de tempo, a pena aplicada será aquela em vigor no último delito; NT09.: Do Professor – Pode ser questão de prova Segundo a Súmula 711 do STF aplica-se a Lei Penal Mais Grave, caso a sua vigência se dê antes da cessação da permanência ou da continuidade delitiva; 4 – Abolitio Criminis: É uma lei que torna lícita uma conduta que era ilícita, e por ser mais benéfica ao acusado retroagirá para atingir todos os fatos, inclusive aqueles que já tenham sentença condenatória transitado em julgado, sessando todos os efeitos penais; Art. 2º, CP. 5 – Lei Penal Mais Benéfica: É aquela que de qualquer modo favoreça o acusado e por ser mais benéfica retroagirá, alcançando inclusive as sentenças condenatórias transitado em julgado; Art. 2º, § único, CP. NT10.: Do Professor – Pode ser questão de prova No caso de Abolitio Criminis e Lei Penal Mais Benéfica, caberá ao juiz da execução aplicação de tais leis; Art. 66, Inc. I da Lei 7.210/1984 e Súmula 611 d STF. 29/08/2014 – 4ª Aula 6 – Lei Penal Intermediária: É aquela que não estava em vigência na data do fato e nem em vigor na data da sentença, porém por ser mais benéfica aplica-se ao caso concreto; Exemplo: Ocorrência/Fato 2 ª Lei 3ª Lei Sentença 02/04/08 07/03/10 03/05/12 10/09/12 Lei A= 2 a 6 anos Lei B= 1 a 5 anos Lei C= 3 a 8 anos Tício comete um crime em 02/04/08, quando da ocasião o código penal previa pena pela Lei A (2 a 6anos), mas só é sentenciado em 10/09/12, quando está em vigor a Lei C (3 a 8 anos), neste caso aplica-se a Lei intermediária, por ser mais benéfica: Lei B (1 a 5 anos). 13 7 – Combinações de Leis: Corresponde a extração das partes mais benéficas de leis distintas; Exemplo: Ocorrência/Fato 2 ª Lei 02/04/08 02/04/10 Lei A= 2 a 5 anos Lei B= 1 a 4 anos + multa É possível a aplicação de uma sentença judicial de 1 a 4 anos sem multa? Parte da doutrina não admite a combinação de leis, pois entende que o julgador estaria criando uma terceira norma e com isso usurpando (retirando) a função do legislador; Doutrinadores que pensam desta forma: Nelson Hungria, Heleno Cláudio Fragoso e Fernando Capez; Já outra parte da doutrina entende que é possível a combinação de leis atendendo aos princípios da ultra atividade e da retroatividade benéfica; Doutrinadores que defendem estetese: Frederico Marques, Magalhães Noronha e Rogério Greco; Exemplo: Lei: 6368 Ocorrência/Fato Lei: 11.343/06 Sentença Pena: 3 a 10 anos 15/08/04 Pena: 5 a 15 anos 15/02/2008 Fora da Vigência Irretroativa Ultra Ativa Ver Art. 33º § 4 Réu primário reduz pena (1/6 a 2/3) Combinação Entre Leis Combinação de Leis: Parte da doutrina aplicaria a lei mais benéfica, em conformidade a Lei n.º 6368, reduzindo a pena ainda a 1/6 a 2/3, previsto na última Lei: 11.343, para delitos aplicáveis a réus primários, doentes, dependentes, etc...; Lei 11.343, Ar. 46, 47 e 59, CP. NT11.: Do Professor – Pode ser questão de prova A jurisprudência tanto o STJ quanto o STF não admite a combinação de Leis – Como ainda esta decisão não está sumulada, a combinação de leis não é admitida no STJ/STF. 8 – Lei Penal Excepcional e Temporária: Lei penal excepcional é aquela que tem vigência em situação de anormalidade (Ex.: Calamidade pública, estado de sítio, catástrofes, greves, manifestações graves, etc), já a lei temporária é aquela que tem vigência por prazo determinado. Lei penal excepcional e temporária é ultra ativa, ou seja, aplica-se aos fatos que ocorreram na sua vigência mesmo não estando mais em vigor. Art. 3º CP. 14 Exemplo: Lei A Ocorrência/Fato Lei B Sentença Pena: 12 a 30 anos 30/06/13 Extinção da Lei A 24/08/14 01/01/12 31/07/14 Ultra Ativa Tício cometeu o crime quando da vigência da Lei A; porém observamos que a sentença saiu em 24/08/14, quando a Lei A já havia extinguido a Lei A, ainda assim a pena será alicada ao Réu. XIV – APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO: Aplica-se a lei penal brasileira a todos os fatos ocorridos em seu território, salvo disposições em contrário previstas em tratados, convenções ou regras de direito internacionais; Art. 5º CP. 1. Temporalidade: Geográfico: Território geográfico é o espaço físico delimitado pelas fronteiras; Extensão: Art. 5º, § 1º e 2º, CP. 2. Lugar do Crime - Teorias: Atividade: Para a teoria da atividade considera-se praticado o crime no local em que ocorreu a ação ou omissão; Resultado: Para teoria do resultado considera-se praticado o crime no local em que se produziu o deveria produzir seu resultado; Ubiguidade – Misto: Para teoria da ubiguidade considera-se praticado o crime tanto o lugar da ação ou omissão, como no lugar em que produziu ou deveria se produzir o resultado; NT12.: Do Professor – Pode ser questão de prova: O nosso código penal adotou a teoria da ubiguidade para definir o lugar do crime; Art. 6º, CP. PARA MEMORIZAR: LUTA (Lugar= Ubiguidade - Tempo: Atividade) 15 3. Extraterritorialidade: Conceito: Extraterritorialidade é a possibilidade de se aplicar a lei penal brasileira a fatos ocorridos fora do território brasileiro. Princípios: Nacionalidade (Ativa/Passiva): Pelo princípio da nacionalidade aplica a lei de um país a fatos ocorridos fora do seu território levando-se em consideração a nacionalidade do autor ou da vítima; Ver Art. 7º, CP, Inciso II, Alínea B – Adotou o princípio da Nacionalidade Ativa; Ver Art. 7º, CP, §3º – Adotou o princípio da Nacionalidade passiva; Defesa (ou Real): Pelo princípio da defesa ou real, aplica-se a lei de um país a fatos ocorridos fora do seu território levando-se em consideração a natureza jurídica do bem protegido; (a coisa ou o bem). Ver Art. 7º, CP, Inciso 1º, Alínea A – Adotou o princípio da Defesa ou Real – Crime contra a vida; Ver Art. 7º, CP, Inciso 1º, Alínea B – Adotou o princípio da Defesa ou Real – Crime contra o patrimônio; Justiça Universal (ou cosmopolita): Por este princípio aplica-se a lei de um país a fatos ocorridos fora do seu território, independentemente da nacionalidade do autor ou da vítima, ou do bem jurídico protegido, bastando que o autor ingresse no território nacional ou que haja tratado internacional para este crime; Ver Art. 7º, CP, Inciso II, § 2º, Alínea A - Adotou o princípio da Justiça Universal; Representação: Por este princípio possibilita-se a aplicação da lei penal de um país a fatos ocorridos em aeronaves e embarcações particulares que se encontram fora do território nacional e aí não seja punido; NT.: Atenção especial aos tipos de crimes: (Não deve ser questão de prova) Crimes contra a vida (Pessoa): Art. 121º ao 128º, CP; Crimes contra o patrimônio: Art. 146º ao 154º, CP; Crimes contra a administração: Art. 312º ao 361º, CP; 4. Espécies de Crimes: Incondicionada: Extraterritorialidade incondicionada é aquela que permite a aplicação da lei brasileira a fatos ocorridos fora do seu território independentemente de quaisquer condições; As hipóteses previstas no Art. 7º, Inciso I, CP, são de extraterritorialidade incondicionada. 16 Condicionada: Extraterritorialidade condicionada é aquela que somente permite a aplicação da lei penal brasileira a fatos ocorridos fora do seu território se estiveram preenchidas certas condições; As hipóteses previstas no Art. 7º, Inciso II, § 2º e 3º, CP, são de extraterritorialidade condicionada. Exemplo: Tício, Argentino, matou Mévio Brasileiro em Ponta Del Leste (Paraguai), submetido a julgamento, foi condenado e cumpriu a pena por Lei Paraguaia. Pergunta: Poderá Tício responder a crime pelo Código Penal brasileiro? Resposta: Não, pois não cumpre todas as condições previstas nas hipóteses do Art. 7º; Ver: As hipóteses previstas no Art. 7º, §2º e 3º; 5. Eficácia da Sentença Penal Estrangeira Ver Art. 8º, CP – “A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”; Exemplo: Fato: Tício – Paraguai – crime de ameaça ao presidente = condenado a 1 mês de detenção; Tício, ao chegar no Brasil, segundo lei brasileira, deveria ser condenado a 3 meses de detenção, compensa-se e cumpre-se 2 meses de detenção. (Espécie incondicionada); - O procedimento acima deve ser adotado pelo advogado do Réu, com pedido de homologação de sentença junto ao STJ. Ver Art. 9º, CP (ver homologação de sentenças estrangeiras) – “A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para:” ver Código Penal e condicionantes Art. 105, Inciso I, Alínea I,CF. 05/09/2014 – 5ª Aula XV – CONTAGEM DE PRAZO 1. Conta-se o prazo penal incluindo o primeiro dia e excluindo o último dia. Art.10, CP Exemplo: É decretada a prisão de Tício por 06 dias: 04/09/14 às 23h (Preso) 07/09/14 às 23h (Solto) ou 08/09/14 às 00h (Solto); Os prazos penais não se prorrogam 2. No prazo processual penal exclui-se o primeiro dia e inclui-se o último, e neste caso se não houver expediente forense o prazo se prorroga para o primeiro dia útil subsequente; 17 Exemplo: É decretada a prisão de Tício por 05 dias: 02/09/14 às 06h (Preso) – terça feira 07/09/14 às 24h (Solto) – domingo – não há expediente 08/09/14 às 00h (Colocado em liberdade) – segunda-feira 3. Frações não computáveis na pena. Na fixação da pena o juiz deverá desprezar as frações do dia e do real, ou seja, não são computados as horas e os centavos. Art. 11, CP Exemplo: 1ª Fase de Julgamento – 18 dias; 2ª Fase de Julgamento – 20 dias; 3ª Fase de Julgamento – Diminuir 1/3 dos 20 dias. 20/3 = 6 dias e 16h (-) 20 dias = 13 dias e 8 horas (Ignorar as oitos horas). XVI – IMUNIDADES São prerrogativas conferidas a determinados agentes que impedem a aplicação da lei penal brasileira a fatos ocorridos em seu território ou então a lei penal é aplicada de uma forma diferenciada; 1. Imunidade Diplomática: São prerrogativas conferidasaos representantes diplomáticos de outros países que atuam no Brasil. O agente diplomático não pode renunciar a imunidade; 2. Imunidade Parlamentar: (Deputados e Senadores, Art. 53, CF); Absoluta ou Material: É aquela que permite ao parlamentar ampla liberdade para proferir suas palavras e opiniões e votos sem que seja responsabilizado civil ou criminalmente. Fatos estes relacionados ao exercício da função; Relativa, Formal (ou processual) - É aquela que dá um tratamento diferenciado para os deputados e senadores quanto a prisão em flagrante e ao seu processamento; 1ª Prerrogativa: Após expedição do diploma, os parlamentares somente poderão ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis. (Racismo, crimes hediondos, etc... Art. 5º Incisos XLII, XLIII, XLIV, CF). 2ª Prerrogativa: Após expedição do diploma, os deputados e senadores serão julgados pelo STF. Art. 53º, § 1º, CF. 3ª Prerrogativa: Nos crimes cometidos posteriormente a diplomação dos deputados e senadores, após o recebimento da denuncia do STF os membros das respectivas casas poderão sustar o andamento do processo. Art. 53º, § 3º e 4º, CF. 18 4ª Prerrogativa: Os deputados e senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas no exercício do mandato, bem como, não está obrigado a revelar o sigilo da sua fonte. 5ª Prerrogativa: No caso de guerra os deputados e senadores, mesmo que militares somente serão incorporados às forças armadas com a prévia autorização da respectiva casa. NOTAS DO PROFESSOR - IMPORTANTES: (NT.: 13) As imunidades parlamentares são irrenunciáveis. Os deputados estaduais e distritais gozam das mesmas imunidades dos senadores e deputados federais. Art. 24, § 1º, CF. Os vereadores tem apenas imunidade material e restrita a circunscrição do município. Art. 29, Inciso, VIII, CF. XVII – INTERPRETAÇÃO DA NORMA PENAL Interpretar significa extrair o conteúdo da norma que a lei ser bem aplicada ao caso concreto. Todas as normas precisam ser interpretadas, até mesmo aquelas consideradas claras. 1. Quanto ao Sujeito: Autêntica: É aquela feita pelo legislador na própria norma. Ex.: Art. 327, CP. Judicial: É aquela feita pelos membros do poder judiciário (jurisprudencional), ao aplicar a lei no caso concreto exclusivamente. Doutrinária: É aquela feita pelos estudiosos do direito. 2. Quanto aos Meios: Gramatical: É aquela que leva em consideração a literalidade das palavras, no seu sentido morfológico e/ou sintético; Lógica ou Teológica: É aquela que busca extrair a finalidade da norma levando-se em consideração específicos, históricos, sistêmicos e de direito comparado (em relação a outro país); 3. Quanto ao Resultado: Declarativa: É aquela em que o intérprete se limita a expressar o alcance da lei, e o resultado obtido coincide com aquilo que a lei pretendia dizer; Restritiva: É aquela em que o intérprete reduz o alcance da norma, ou seja, a lei diz mais do que pretendia dizer; Ex.: Art. 28º, CP. 19 Extensiva: É aquela em que o intérprete amplia o seu alcance, ou seja a lei diz menos do que pretendia dizer. Ex.: Art. 235º, CP Progressiva: É aquela em que o intérprete se utiliza de novas concepções que surgem a respeito do texto da lei sem que contudo haja modificação na norma;. Ex.: Ato obsceno - Art. 129, § 1º, Inciso II. Analógica: É aquela em que a lei após ver situações casuísticas utiliza-se de uma fórmula geral ou cláusula geral. Ex.: Art. 121, § 4º, Inciso IV. XVIII – INTEGRAÇÃO DA NORMA PENAL Corresponde ao preenchimento das lacunas existentes no ordenamento jurídico; Analogia: Ver Art. 4º LINDB – Analogia é a utilização de uma norma que regula um fato para ser aplicada a um outro fato semelhante que não seja regulado. Princípios Gerais: São regras aceitas de forma unanime pelos aplicadores da lei. Costumes: São práticas reiteradas da mesma conduta. 12/09/2014 – 6ª Aula XIX – CONFLITO APARENTE DE NORMAS É o conflito que se estabelece entre duas ou mais normas aparentemente aplicáveis ao mesmo fato, porém apenas uma delas acaba sendo efetivamente aplicada ao caso concreto. 1. Princípio da Especialidade: Segundo o princípio da especialidade diz-se que uma norma é especial em relação a outra, chamada geral, quando possui em sua definição legal todos os elementos previstos nesta e mais alguns denominados epecializantes. Pelo princípio da especialidade a norma penal especial prevalece sobre a norma geral. Ex.: Crime de homicídio e infanticídio. (geral) (especial) – Norma especial prevalece sobre a norma geral. 2. Princípio da Subsidiariedade: “Soldado de Reserva” – segundo o princípio da subsidiariedade há uma relação de primariedade e subsidiariedade entre as mesmas, quando descreve violações do mesmo bem jurídico, de forma que a infração definida na norma principal se sobrepõe à norma secundária, ou seja, a norma principal prevalece sobre a norma secundária e esta somente será aplicada se não for possível aplicar a norma principal e por isso Nelson Hungria chamava tal norma de “Soldado Reserva”. Norma subsidiária – Geral Norma Primária – Especial Ex.: Tentativa de homicídio---- Tiro em via pública (Primária) (Subsidiária) 20 3. Princípio da Consunção: Por este princípio um fato mais amplo e mais grave consome ou absorve um fato menos amplo e menos grave, que funciona como fase normal de preparação, execução ou exaurimento do crime. Pelo princípio da consunção o crime meio é absorvido pelo crime fim. Crime Progressivo: É aquele em que o agente desde o início quer alcançar um resultado mais grave; porém até produzi-lo, o agente pratica atos sucessivos e crescentes de violação do bem jurídico protegido. Aqui desde o início o agente queria alcan Progressão Criminosa: É aquela em que o agente deseja inicialmente produzir um resultado e após atingi-lo decide prosseguir e reiniciar sua agressão, produzindo um resultado mais grave. Fato Anterior Não Punível: Sempre que um fato anterior for praticado como meio para realização de um crime mais grave, ficará absorvido por este; Fato Posterior Não Punível: Ocorre quando após realizada a conduta, o agente pratica outro ataque ao mesmo bem jurídico visando apenas obter vantagem da conduta anterior. Ex.: Art. 159, CP. 4. Princípio da Alternatividade: É aquele em que o tipo penal prevê várias condutas de forma alternativa, porém, se o agente praticar mais de uma conduta responderá por um único crime. Ex.: Art. 33, Lei 11.343. Ex.: Estupro, Art. 213, CP Atentado Violento ao Pudor, Art. 214 XX - TEORIA DO CRIME Conceitos: Formal: É a conduta humana proibida por lei com a respectiva sancão. Material: Crime é a violação de um bem jurídico que contrai os valores e os interesses sociais, ou seja, que produz uma lesão relevante. Analítico: Crime é um fato típico, antijurídico (ilegal) e culpável (pressuposto de aplicação da pena). NT14.: Para a minoria da doutrina, crime é um fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade pressuposto de aplicação da pena. 21 Classificação: 1. Legal – Infração Penal Crime: É a infração penal punida com pena de reclusão ou detenção, cumulada ou não com a pena de multa. Contravenção Penal: É a infração penal punida com prisão simples ou multa, de forma cumulada, alternativa ou isolada. NT15.: i – Alguns doutrinadores entenderam que a conduta de portar drogas para consumo teria sido descriminalizado, pois não há previsão de pena de reclusão, detençãoou prisão simples e por isso não seria nem crime nem contravenção penal. ii – Outra parte da doutrina entendeu que a conduta de portar drogas para uso próprio seria uma infração penal “sui generis” (diferenciada) – Para os tribunais superiores a conduta de portar drogas para uso pessoal deve ser considerada como crime, uma vez que o Art. 1º da Lei de Introdução do CP, deve ser interpretada de forma progressiva. (Art. 128) 2. Quanto ao Sujeito Ativo Comum: É aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa Próprio: É aquele que exige uma qualidade especial do autor, porém admite a participação e a coautoria. Ex.: Servidor Público – Peculato. Mão Própria: É aquele que exige uma qualidade especial do agente e somente ele em pessoa é que pode praticá-lo, e por isso não se admite a coautoria, mas apenas a participação. Ex.: Testemunha. NT16.: i – Ocorre a coautoria quando mais de uma agente pratica o núcleo do tipo penal. ii – Ocorre a participação quando o agente contribui para a prática do crime, sem contudo praticar o núcleo do tipo penal. 3. Quanto a Conduta Comissivo: É aquele praticado através de uma ação, ou seja, através de um comportamento positivo do agente; (Fazer algo). Omissão: É aquele praticado através de uma inação, ou seja, por meio de um comportamento negativo; Próprio: É aquele tipo de omissão em que o tipo penal descreve a conduta omissiva; (deixa de fazer), já que está dizendo o que deixar de fazer. (Ar. 135, CP). Impróprio: É aquele tipo de omissão em que o tipo penal descreve uma conduta positiva, porém o resultado é obtido através de uma inação e está atribuída a quem tem o dever legal de agir: Ex.: Bombeiro, Policial (no exercício da função) Omissão de socorro somente para crianças e idosos. Dever Legal de agir: Art. 13º, § 2º, CP 22 19/09/2014 – 7ª Aula XXI – CLASSIFICAÇÃO DE CRIME: 1. Quanto ao Resultado Crime Material: É aquele em que o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico e para a sua consumação é necessário que este resultado naturalístico ocorra. Ex.: Crime de homicídio Art. 128, CP - Qual o resultado naturalístico: a morte. Crime Formal: É aquele em que o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico, porém a ocorrência deste é dispensável para a consumação do crime. Ex.: Extorsão mediante sequestro (O crime ocorre quando o sequestrador formaliza o pedido) – Ver: Súmula 96 STJ Art. 317, CP – Corrupção Passiva (O resultado naturalístico) Mera Conduta: É aquele que o tipo penal simplesmente descreve a conduta do agente. Ex.: Violação de domicílio. 2. Quanto a Materialidade Crime de Dano: É aquele que para a sua configuração o bem jurídico protegido deve sofrer uma lesão. Ex.: Crime de homicídio – o bem jurídico vida Crime de Perigo: É aquele que para a sua configuração basta a realização da conduta descrita no tipo penal, independente de qualquer lesão Ex.: Crime de portar arma de fogo Crime de Perigo Concreto: É aquele que para sua configuração o perigo deve ser efetivamente demonstrado. Abstrato-Presumido: É aquele que para a sua configuração o legislador presume a existência do perigo. 23 3. Quanto a Consumação: Instantâneos: É aquele em que a sua consumação se dá em um único momento. Ex.: Crime de furto – quando há a consumação do fato. Permanentes: É aquele em que a sua consumação se prolonga no tempo. Ex.: Crime de sequestro – Crime de organização criminosa – Armazenamento de droga – Porte ilegal de arma (Art. 303, CPP – Código de Processo Penal). Crime instantâneo de Efeito Permanente: É aquele em que a sua consumação se dá em um único momento, porém a permanência dos seus efeitos independe da vontade do agente. Ex.: Crime de furto – Crime de estupro – Crime de Aborto 4. Quanto aos atos que compõe a fase de execução Unissubisistentes: É aquele crime cuja conduta se revela mediante um único ato de execução. Não se pode fracionar o ato de execução, basta uma ato para sua consumação. Ex.: Crime de Ameaça: Basta um ato, basta para caracterização do crime. Plurirussibisistentes: É aquele crime cuja conduta se exterioriza com a prática de dois ou mais atos de execução. Ex.: Crime de Estelionato – Composto por duas condutas, enganar e obter a vantagem ilícita. Art. 171, CP. Habitual: É aquele que para a sua configuração se exige que a conduta descrita no tipo penal seja praticada de forma reiterada. Ex.: Art. 284, CP – Manter casa de prostituição Art. 229, CP 5. Outras Classificações Crime Progressivo: (Crime complexo – Ex.: Latrocínio), é aquele em que o agente desde o início quer alcançar um resultado mais grave; porém até produzi-lo, o agente pratica atos sucessivos e crescentes de violação do bem jurídico protegido. Aqui desde o início o agente queria alcançar. Progressão Criminosa: É aquela em que o agente deseja inicialmente produzir um resultado pretendido após atingi-lo decide prosseguir e reiniciar sua agressão, produzindo um resultado mais grave. 24 NT17: A DIFERENÇA ESTÁ NO DOLO, NA INTENÇÃO DO AGENTE. Crime Vago: É aquele em que a vítima é uma entidade sem personalidade jurídica. Ex. Quem a vítima do porte de arma? A sociedade (ente destituído de personalidade). – Crime de bigamia: a vítima é a família. Crime Falho ou Tentativa Perfeita – Art. 14, CP: É aquele em que o agente se utiliza de todos os meios executórios que estão ao seu alcance, porém não consegue consumar o crime por circunstâncias alheias a sua vontade. Quase Crime ou Crime Impossível: Art. 17, CP: É aquele que jamais se consumará em razão da ineficácia absoluta do meio empregado Ex.: Arma de brinquedo, ou da absoluta impropriedade do objeto, Ex.: quando se atira em um falecido. Crime de Ação Múltipla ou de Conteúdo Variado: É aquele em que o tipo penal descreve vários núcleos, porém se o agente praticar mais de uma conduta responderá por um único crime em razão do princípio alternatividade. Art. 33 Lei 8.343/ 2006 (Tráfico de drogas). Ou Art. 14 da Lei 10.826 (Porte de Arma de fogo). Crime a Prazo: É aquele que para a sua consumação, ou para a configuração de uma qualificadora exige-se o transcurso de um lapso temporal. Ex.: Art 169, Inciso II, Crime de coisa achada, dentro do prazo de 15 dias. Crime a Distância e Plurilocal: É aquele que a ação ou omissão ocorre e um país e o resultado em outro país (carta bomba para Mocrea para Miami/EUA), enquanto que o crime prulilocal é aquele em que a ação ou omissão ocorre em um lugar e o resultado se dá em outro local dentro do território nacional. Crime Unissubjetivo e Plurissubjetivo: Crime Unissubjetivo é aquele em que apenas um agente pratica a conduta criminosa, enquanto que o crime plurissubjetivo é aquele em que a conduta é praticada por mais de uma agente. Crime de Atentado: É aquele em que se pune a tentativa com a mesma pena do crime consumado. Art 14, CP Ex.: Art. 352, CP – O preso que tenta evadir-se da prisão recebe a mesma pena daquele que se evadiu da prisão. Crime Preterdoloso: É aquele em que o agente quer produzir um resultado, porém atinge um resultado mais gravoso a título de culpa. Ex.: Lesão corporal seguida de morte. É aquele crime em que há dolo no antecedente e culpa no consequente. PROVA AV1 25 03/10/2014 – 8ª Aula (INÍCIO DO SEGUNDO BIMESTRE – MATERIAL PARA AV2) XXII – CRIME FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL Conceito de Fato Típico Elementos do Fato Típico 1. Conduta - Teorias - Causal - Finalista - Social Elementos da Conduta - Ação – Comissivo- Omissão (Própria e imprópria) - Dolo -Direto - Indireto - Culpa -Conceito -Modalidades -Negligência -Imprudência -Imperícia -Espécies -Inconsciente -Consciente 2 - Resultado 3 - Nexo Causal 4 - Tipicidade Conceito de Fato Típico: Fato típico é o comportamento humano que se amolda (enquadra) perfeitamente nos elementos descritos no tipo penal. QUANTO AO FATO TÍPICO: 1 - CONDUTA TEORIAS DA CONDUTA: 1.1 TEORIAS Causal= Para a teoria causal, conduta é o movimento corporal que produz modificação no mundo externo. Finalista= Para a teoria finalista conduta é o comportamento humano dirigido a uma finalidade. Vai verificar se a conduta se houve dolo e culpa. NT18.: = Portanto para a teoria causal o dolo e a culpa integram a culpabilidade, enquanto que para a teoria finalista o dolo e a culpa fazem parte da conduta. Desta forma o nosso código penal adotou a teoria finalista quanto a conduta 26 Social= Para a teoria social considera-se conduta todo comportamento humano que for relevante para a sociedade. 1.2 – ELEMENTOS DA CONDUTA: AÇÃO – OMISSÃO – DOLO – CULPA Quanto a conduta como podem ser classificado os crimes: AÇÃO é um comportamento positivo do agente, ou seja, é fazer algo. OMISSÃO é um comportamento negativo do agente, ou seja, é deixar de fazer algo. Omissão própria = É aquela que está descrita no tipo penal; Omissão imprópria = É aquele tipo de omissão em que o tipo penal descreve uma conduta positiva, porém o resultado é obtido através de uma inação e está atribuída a quem tem o dever legal de agir: Ex.: Bombeiro, Policial (no exercício da função). Omissão de socorro somente para crianças e idosos. Dever Legal de agir: Art. 13º, § 2º, CP. DOLO Conceito: é a vontade de produzir um resultado ou então o agente assume o risco de produzi-lo. Previsto no Art. 18 Inciso I. - Direto = Dolo direto é aquele em que o agente quer o resultado; - Indireto (ou dolo eventual) = É aquele em que o agente prevê o resultado e assume o risco de produzi-lo. CULPA Conceito: é a inobservância de um dever objetivo de cuidado que produz um resultado lesivo não querido ou assumido pelo agente. A culpa possui um conceito aberto, porque depende da ação do agente. 1.3 MODALIDADES DA CULPA: Negligência: É um deixar de fazer aquilo que a diligência normal lhe impunha Ex.: Conduzir veículo e quando na falte freios, sem a devida manutenção, matar alguém; Imprudência: É a conduta positiva praticada pelo agente que por não observar o seu dever de cuidado, causa um resultado que lhe era previsível. Ex.: Conduzir veículo a 140 km por hora no pistão sul, Taguatinga. Imperícia: É a inaptidão para o exercício de uma profissão; Ex.: Médico após cirurgia deixa artefato cirúrgico dentro do paciente; 27 1.4 ESPÉCIES DA CULPA: Inconsciente: É aquela em que o agente deixa de prever um resultado que lhe era previsível. Ex.: A pessoa que conduz veículo falando ao celular. (a ação deixou de prever um resultado). Consciente: É aquela em que o agente prevê um resultado, mas acredita sinceramente que não vai produzi-lo. Ex.: Atirador de faca acredita que não vai produzir resultado AMBOS ASSUMEM O RISCO 2. RESULTADO 2.1- Conceito Teorias Naturalística – Para a teoria naturalística, resultado é a modificação do mundo externo provocada por um comportamento humano. Crime Material: É aquele em que o tipo penal descreve a conduta e o resultado naturalístico e para a sua consumação é necessário que este resultado naturalístico ocorra. Ex.: Crime de homicídio Art. 128, CP - Qual o resultado naturalístico: a morte. Jurídica (ou normativa) – Para a teoria jurídica resultado é a lesão ou perigo de lesão de um interesse protegido pela norma de direito penal. NT19.: Somente o crime material é que tem resultado naturalístico. – VER AULA 07, porém todos os crimes tem resultado jurídico. Inter Criminis: É o caminho percorrido para a prática do crime 2.2 FASES DO CRIME: Cogitação: É a fase subjetiva do crime, ou seja, é quando o agente pensa em cometer o delito. Preparação: É o ato consistente na tomada de providências para a prática do crime. NT20.: Os atos de cogitação e preparação são impuníveis. 28 Execução: É o ato que dá início a realização do crime, ou seja, o agente começa a praticar a conduta descrita no tipo penal. Consumação: “Consumação ocorre quando se reúne todos os elementos descritos no tipo penal” Art. 14, Inciso I, CP. 10/10/2014 – NÃO HOUVE AULA – COORDENAÇÃO INFORMOU ANTECIPADAMENTE – HAVERÁ REPOSIÇÃO A SER AGENDADA PELO PROFESSSOR WAGNO. 17/10/2014 – 9ª Aula CAUSAS IMPEDITIVAS DO RESULTADO 2.3 TENTATIVA (Conceito) – Tentativa é o início da execução de um crime que não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente. Ex.: Tício ingressa no veículo para furtar, o proprietário chega. Tício se evade. (assim se caracterizou uma tentativa) 2.3.1 Espécies de Tentativa: Tentativa Perfeita - É o mesmo que crime falho – É aquela em que o agente se utiliza de todos os meios de execução que estão ao seu alcance, porém o crime não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente. Tentativa Imperfeita - É aquela em que há uma interrupção da conduta do agente antes que esgote os meios de execução que estão ao seu alcance. Tentativa Cruenta (ou Tentativa Vermelha) - É aquela em que a atuação do agente atinge o objeto material do crime. Tentativa Incruenta (ou Tentativa Branca) - É aquela em que o objeto material do crime não é atingido pela conduta do agente. Exemplos: Tício está municiado com revolve com três munições dispara contra Caio não o atingindo. (trata-se de tentativa perfeita incruenta) Punibilidade: Via de regra pune-se a tentativa com a mesma pena do crime consumado, diminuída de 1/3 a 2/3 (um a dois terços); Art. 14 & Único NT21.: Ex.: Tício está municiado com revolve com três munições dispara contra Caio e o atinge, Caio não morre mas correu risco de morte, é levado ao hospital onde se recupera. 29 Pena: 12 anos com redução e 1/3. Segundo caso, atinge de raspão, não corre risco de morte. Pena 12 anos com redução de 2/3. 2.3.2 Crimes que não admitem tentativas: Crime Culposo: É aquele em que há o resultado sem a intenção do agente. Portanto não admite tentativa. Crime Omissivo Próprio: É aquele e que o tipo penal descreve a conduta omissiva. Ex.: Omissão de socorro. Art 135, CP. Crime Unissubsistente: É aquele crime cuja conduta se revela mediante um único ato de execução. Não se pode fracionar o ato de execução, basta uma ato para sua consumação. Ex.: Crime de Ameaça: Basta um ato, basta para caracterização do crime. Crime Preterdoloso: É aquele em que o agente quer produzir um resultado, porém atinge um resultado mais gravoso a título de culpa. Ex.: Lesão corporal seguida de morte. É aquele crime em que há dolo no antecedente e culpa no consequente. 2.3.3 Crimes Habituais: Contravenção Penal: É aquele que para sua configuração requer a prática reiterada da conduta descrita no tipo penal. Segundo a doutrina não há tentativa na contravenção penal porque esta não é punida de acordo com o Art. 4º da Lei das Contravenções Penais. Ex.: 1) Jogo do Bicho, o montador está montando sua barraca, e chega a polícia. Nada acontece, pois seria uma tentativa, com a prática reiterada, pois trata-se de contravenção penal, não é crime tipificado. Para respostas objetivas, não é crime. Para respostas subjetivas sim, porém não segundo o Art. 4º da Lei das contravençõesPenais, não se aplica penalidade. Crime de Atentado: É aquele em que se pune a tentativa com a mesma pena do crime consumado. Art 14, CP Ex.: Art. 352, CP – O preso que tenta evadir-se da prisão recebe a mesma pena daquele que se evadiu da prisão. 2.4 - DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: É á desistência por iniciativa própria do agente de prosseguir na execução do crime. E neste caso o agente somente responderá pelos atos anteriores. 30 2.5 - ARREPENDIMENTO EFICAZ: É o ato de arrependimento voluntário do agente que após se utilizar dos meios de que dispunha para a consumação do crime eficazmente impede a produção do resultado. E neste caso o agente somente responde pelos atos já praticados Ex.: Tício efetua 03 disparos contra Mévio. Arrependido leva Mévio ao hospital onde o mesmo não vem a falecer. Arrependimento eficaz é um Plus a mais que a desistência voluntária. Ver redação do Art. 15 do CP. 2.6 - CRIME IMPOSSÍVEL: Art. 17,CP – É aquele que jamais se consumará em razão da ineficácia absoluta do meio, ou absoluta impropriedade do objeto. Tício pretendia matar a sogra, compra uma pistola, Mocreia, sabendo desta situação, compra uma arma de brinquedo e troca a mesma. Tício não responde por crime algum, pois o meio empregado é absolutamente ineficaz. - Flagrante Preparado: Flagrante preparado é aquele em que a polícia, a vítima ou terceira pessoa induz o agente a praticar o delito mas toma as medidas necessárias para evitar a consumação do crime. O flagrante preparado torna o crime impossível. Ex.: Tício é traficante procurado pela polícia. A polícia através de um agente solicita a Tício droga, Tício vai ao seu esconderijo e traz droga, neste momento Tício é preso. É válida a prisão? NÃO, FLAGRANTE PREPARADO, por ter sido induzido a prática do crime por um agente. Súmula 145, STF – Não há crime quando o flagrante é preparado pela polícia, torna impossível sua consumação. Flagrante Esperado: Flagrante esperado é aquele em que a polícia, a vítima ou terceira pessoa sem induzir o agente, sabe da prática do crime e toma as medidas necessárias para evitar a sua consumação. Ex.: A empregada domestica cuida de criança, a mãe desconfiada das ações da babá, coloca câmera escondida, a babá irritada com atitudes da criança investe sobre ela com um artefato qualquer.... a mãe investe impedindo. Isso é Flagrante esperado. A pessoa pode ser presa. Arrependimento Posterior: Art. 16, CP – Arrependimento posterior é uma causa de diminuição de pena que ocorre nos crimes praticados sem violência ou grave ameaça desde que o agente voluntariamente repare o dano ou restitua o bem até o recebimento da denuncia. NT21.: No crime de estelionato mediante a emissão de cheque sem fundo a reparação do dano antes do recebimento da denuncia torna a conduta ATÍPICA, e por isso impede o início da ação penal. Súmula 554, do STF. 31 NT22.: No crime de peculato culposo, a reparação do dano antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória extingue a punibilidade; se posterior reduz-se a pena pela metade. Art. 312 § 2º e 3º do CP. NT23.: Nos crimes de apropriação indébita previdenciária e nos crimes tributários o pagamento do tributo a qualquer tempo extingue a punibilidade. 24/10/2014 – 10ª FATO TÍPICO - Revisão Visto - CONDUTA: Ação, Omissão, Dolo e Culpa. Visto - RESULTADO - NEXO CAUSAL - TIPICIDADE 3 - NEXO CAUSAL: Conceito: É o elo que ligação entre a CONDUTA e o RESULTADO Conceito de Causa (Juízo Hipotético do Thiren): Art. 13, Segunda Parte – Causa é a ação ou omissão sem a qual resultado não ocorreria da forma que ocorreu. Teoria da Conditional Sine Qua Non Ou Teoria da Equivalência dos Antecedentes - Fabricar - Vender - Comprar - Almoçou - Atirou - Tício – Matou Mocreia (Morreu) Causa Absolutamente independente: É aquela que produz o resultado independentemente da conduta do agente, e por isso rompe o nexo causal e o resultado não será atribuído ao agente. - Preexistente – Causa antes da conduta do agente - Concomitante – Causa que vem ao mesmo tempo da conduta do agente - Superveniente – Causa eu vem depois da conduta do agente Causa relativamente independente: É aquela que para produzir o resultado deve ser conjugada com a conduta do agente, e caso a causa seja preexistente ou concomitante, o resultado será atribuído ao agente, desde que este tenha conhecimento. - Preexistente – Causa antes da conduta do agente - Concomitante – Causa que vem ao mesmo tempo da conduta do agente 32 - Superveniente – Causa eu vem depois da conduta do agente Tício é sabedor que Mocreia é hemofílica, Tício produz um pequeno corte em Mocrea incapaz de matar alguém, porém Mocreia vem a falecer por conta da perda de sangue. (hemofilia). NT24.: A Causa relativamente independente superveniente que por si só produzir o resultado rompe o nexo causal e o agente somente responderá pelos atos já praticados. A Expressão por si só indica que se o resultado estiver na linha de desdobramento do fato, o agente responde pelo resultado, mas se não estiver, o agente somente responderá pelos atos já praticados. Tício atira em Mocreia, a mesma é levada de ambulância para o hospital, no trajeto a ambulância é envolvida em um acidente de trânsito. Mocreia morre. Tício responde pela causa morte? NÃO, só responde por tentativa, pois o acidente não está na linha natural de desdobramento do fato e que ocorre depois do ato de Tício. 4 - TIPICIDADE: Formal: Tipicidade formal é o enquadramento do comportamento humano a um tipo penal. Tipo penal é a norma que descreve a conduta proibida. Material: Tipicidade material é aquela que além de haver o enquadramento do comportamento humano a um tipo penal, exige-se que a conduta produza uma lesão relevante para a sociedade. O princípio da insignificância exclui a tipicidade material. Direta: Tipicidade direta é aquela em que o comportamento humano se enquadra de forma imediata ao tipo penal. Indireta: Tipicidade indireta é aquela em que o comportamento humano não se enquadra de forma imediata ao tipo penal, necessitando de uma norma de extensão. Ex.: de normas de extensão: Art. 14 e 29, CP. Caio empresa empresta a arma para tício que sabendo que tício quer matar Mévio 33 XXIV - ANTIJURICIDADE ou ILICITUDE: Todo fato típico a princípio é ilícito. Clausulas Excludentes da Ilicitude 1 - Estado de Necessidade Requisitos - Existência de um Direito a ser preservado - Perigo atual ou iminente - Involuntariedade na produção do perigo - Inevitabilidade do perigo - Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado - Ausência do dever legal de agir Espécies de Estado de Necessidade - Justificante - Exculpante - Defensivo - Agressivo - Putativo Teorias de Estado de Necessidade - Unitária - Diferenciadora 2 - Legítima Defesa Requisitos: - Agressão Injusta - Agressão atual ou iminente - Agressão a direito próprio ou alheio - Reação com os meios necessários - Uso moderado dos meios Espécies de Legítima defesa - Própria: Ver aulas anteriores - De terceiro: Ver aulas anteriores - Putativa - Sucessiva 3 – Estrito Cumprimento do Dever Legal 4 – Exercício Regulado do Direito 5 – Ofendículos ou Ofendículas 6 – Consentimento do Ofendido 34 Conceito: Ilicitude ou antijuridicidade é a contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico – Art. 23, CP CAUSAS EXCLUDENTES DA ILICITUDE: 1 - Estado de Necessidade Conceito: É uma causa excludente de ilicitude configurada pela prática de um fato típico com sacrifício de direito alheio para salvardireito próprio ou de terceiro que se encontra em situação de perigo atual ou iminente, não provocado voluntariamente pelo agente e que seja inevitável. Ver Art. 24, CP; 1.1 Requisitos: 1º) Existência de um Direito a ser preservado - Ou seja, para configurar o estado de necessidade a conduta do agente deve preservar um direito próprio ou de terceiro; 2º) Perigo atual ou iminente – Perigo atual é aquele que está acontecendo e perigo iminente é aquele que está prestes a acontecer. 3º) Involuntariedade na produção do perigo – ou seja, o agente que provocar o perigo de forma voluntaria (dolosa) não pode ter reconhecido o estado de necessidade. Ex: Ticio, Melvio, Mocreia e Kaio estão em um pequeno barco, neste barco existe apenas 3 coletes salvas vidas, Tendo Ticio colocado fogo no barco e em estado de necessidade Ticio afoga Mocreia para que lhe sobre um colete, neste exemplo não se enquadra a excludente visto que Ticio provocou necessidade pois o perigo foi provocado de forma dolosa. (atenção o autor deve ter a conduta dolosa e não culposa). 4º) Inevitabilidade do perigo - o estado de necessidade só será reconhecido se agente não o tiver outro meio de evitar o perigo. O agente não pode procurar o perigo e depois alegar estado de necessidade. 5º) Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado - O bem a ser preservado tem que ter valor igual ou superior ao do bem sacrificado. Ex.: 04 botes individuais a disposição com capacidade de 80 Kg cada uma, Tício, Mévio, Mocreia que tem um cachorro Lulu, pega o último bote para seu cão, Caio morre. Mocreia não pode alegar estado de necessidade porque o bem preservado Lulu é inferior ao bem Caio. 6º) Ausência do dever legal de agir - O agente que tem o dever legal de enfrentar o perigo não pode alegar estado de necessidade. Art. 24 § 1º, CP. 35 1.1 Espécies de Estado de Necessidade Justificante: É aquele em que o bem preservado é de valor igual ou superior ao do bem sacrificado e por isso exclui a ilicitude do fato típico. Exculpante: É aquele em que o bem preservado é inferior ao valor do bem sacrificado. E neste caso exclui a culpabilidade. Defensivo: É aquele em que o agente pratica a conduta contra bem jurídico pertencente a pessoa que provocou o perigo. Agressivo: É aquele em que o agente pratica o fato necessitado (ou conduta) contra bem jurídico pertencente a terceira pessoa inocente. NT25.: No estado de necessidade defensivo o agente que praticou o fato necessitado não será responsabilizado em reparar o dano causado; já o estado de necessidade agressivo o autor do fato necessitado será obrigado a reparar o dano, porém tem ação regressiva contra quem provocou o perigo. Art. 188 (Estado de Necessidade) e Arts. 929 e 930, CC. Putativo: Estado de necessidade putativo é aquele imaginário, ou seja, o agente supõe que estão presentes todos os requisitos do estado de necessidade, porém ele se equivoca quanto a existência do perigo. 1.2 Teorias de Estado de Necessidade Unitária: Para a teoria unitária todo estado de necessidade é justificante, ou seja, exclui a ilicitude. Diferenciadora: Para a teoria diferenciadora o estado de necessidade pode ser justificante, que exclui a ilicitude, ou exculpante, que exclui a culpabilidade. NT26.: O nosso código penal adotou a teoria unitária, ou seja, o estado de necessidade somente pode funcionar como causa excludente da ilicitude. 31/10/2014 – 11ª 2 – Legítima Defesa - Conceito: Legítima defesa é uma causa excludente de ilicitude caracterizada pela reação do agente a uma agressão injusta atual ou iminente, a um direito próprio ou alheio, utilizando- se moderadamente dos meios necessários. Art. 25, CP. 2.1 Requisitos: 1º) Agressão Injusta – É aquela que não é permitida pelo ordenamento jurídico. 36 Ex.: Art. 1.210, CC – Quem tem molestado sua posse, e na repressão, o agredido não pode alegar legítima defesa. 2º) Agressão atual ou iminente – Agressão atual é aquela que está acontecendo e agressão iminente é aquela que está prestes a acontecer. 3º) Agressão a direito próprio ou alheio – Qualquer direito pode ser objeto de defesa e quando o agente defende o seu próprio direito está caracterizada a legítima defesa própria; caso o agente defenda direito de outrem fica configurada a legítima defesa de terceiro. 4º) Reação com os meios necessários: Meio necessário é o instrumento que o agente dispõe no momento para repelir a agressão. 5º) Uso moderado dos meios: Significa que os meios empregados devem ser utilizados na medida suficiente para fazer cessar a agressão. 2.2 Espécies de Legítima defesa Própria: Ver aulas anteriores De terceiro: Ver aulas anteriores Putativa: Legítima defesa putativa é aquela em que o agente supõe que vai sofrer uma agressão injusta a um direito seu ou de terceiro e se utiliza moderadamente dos meios necessários para repeli-la. Sucessiva: É aquela em que o agente reage ao excesso da legítima defesa ou ao ataque da legítima defesa putativa. 3 – Estrito Cumprimento do Dever Legal É uma causa excludente de ilicitude consistente na prática de um fato típico em razão de o agente cumprir uma obrigação imposta por Lei. Ex.: Oficial de justiça adentra a uma casa com mandato de busca.... não responde por crime de violação de domicílio. 4 – Exercício Regulado do Direito É uma causa excludente de ilicitude consistente na prática de um fato típico, no exercício de um direito previsto no ordenamento jurídico ou então admitido pela sociedade. Art. 23, § Único Ex.: Práticas de esportes, MMA, Futebol, etc.... 37 5 – Ofendículos ou Ofendículas São instrumentos preordenados de defesa. Medidas protetivas dos bens jurídicos protegidos. Ex.: cerca elétrica, cacos de vidro no muro, cachorro, NT27.: A maioria da doutrina e da jurisprudência entende que os ofendidos consistem em legítima defesa e não exercício regular do direito. Alguns doutrinadores chamam os ofendículos de legítima defesa pré-ordenada. Lembrando que não há dúvida que os ofendículos excluem a Ilicitude. 6 – Consentimento do Ofendido: É uma causa supralegal de exclusão de ilicitude consistente na prática de um fato típico com anuência da vítima desde que esta seja absolutamente capaz e o bem disponível. XXV - CULPABILIDADE (O AUTOR É CULPÁVEL?) 1 - Conceito 2 - Teorias - Psicológica - Psicológica Normativa - Normativa Pura (Hans Welzel) 3. Elementos da Culpabilidade 3.1 Imputabilidade – Potencial Consciência da Ilicitude – Exigibilidade de Conduta Diversa - Conceitos - Critérios - Biológicos - Psicológico - Biopsicológico 3.2 - Causas Excludentes da Imputabilidade - Menoridade - Doença Mental - Desenvolvimento Mental imcompleto ou retardado - Embriaguez Acidental 3.3 - Emoção e paixão 3.4 - Consequências e Paixão 3.5 - Semi-imputabilidade 38 1 – Conceito: Culpabilidade é o juízo de censura ou reprovabilidade que recai sobre um fato típico e ilícito. 2 -Teorias: Psicológica: Para a teoria psicológica culpabilidade é o dolo ou a culpa na conduta do agente, ou seja, para reconhecer a culpabilidade basta que se comprove que o agente tenha atuado com dolo ou culpa. Psicológica Normativa: Para teoria psicológica normativa a culpabilidade é a ligação psíquica entre o agente e o fato praticado, acrescido da reprovabilidade, ou seja, além de demonstrar atuou com dolo ou culpa, é preciso também comprovar a reprovabilidade da conduta. Normativa Pura (Hans Welzel): Para a teoria normativa pura a culpabilidade é o juízo de censura do comportamento humano, sem qualquer relação com o dolo ou culpa. NT28.:O nosso códigopenal para definir a culpabilidade adotou a teoria da Normativa Pura. 3. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 3.1 Imputabilidade – Potencial Consciência da Ilicitude – Exigibilidade de Conduta Diversa -Conceitos - Critérios - Biológicos - Psicológico - Biopsicológico 3.1.2 - Causas Excludentes da Imputabilidade - Menoridade - Doença Mental - Desenvolvimento Mental imcompleto ou retardado - Embriaguez Acidental 3.1.3 - Emoção e paixão 3.1.4 - Consequências e Paixão 3.1.5 - Semi-imputabilidade 3.2 – Potencial Consciência da Ilicitude - Conceito - Causa Excludente -Erro de Proibição 3.3 – Exigibilidade de Conduta Diversa - Conceito - Causas Excludentes - Coação Moral 39 ELEMENTOS DA IMPUTABILIDADE 3 - Imputabilidade (Imputável) – Pessoa que não possui condições de discernir se o que está fazendo é correto ou errado: Imputável (Diante de qualquer problema psicológico ou biológico). Conceito: É a condição pessoal do agente de maturidade e sanidade mental e modo que ele entenda o que está fazendo. Critérios: Biológico: Para critério biológico o agente é avaliado se é ou não portador de uma anomalia biológica. Psicológico: Para critério psicológico, leva-se em consideração o estado psíquico do agente no momento da prática do fato, independentemente de ser ou portador de doença mental. Biopsicológico: Para o critério biopsicológico determina-se a imputabilidade ou a inimputabilidade do agente levando-se em consideração tanto o aspecto biológico quanto como o psicológico, ou seja, vai se averiguar se o agente era portador ou não de uma anomalia biológica, bem como se tinha ou não a maturidade suficiente para saber se o fato típico por ele praticado era ilícito. Art. 26,CP. NT29.: O nosso código penal via de regra adotou o critério biopsicológico para definir a imputabilidade. 3.1.2 - Causas Excludentes da Imputabilidade Menoridade: Adquire-se a imputabilidade no primeiro minuto do dia em que o agente completar os 18 anos, independentemente do horário que tenha nascido. Conforme: Art.27 do CP – 228 da CF e 104 do ECA. Quanto a menoridade, o nosso código penal adotou o critério biológico para definir a imputabilidade. Tanto que um menor com dezessete, mesmo emancipado na órbita civil, quando da prática de um crime, este será imputável. Doença Mental: É a enfermidade que atinge o controle psíquico do agente. Desenvolvimento Mental incompleto: É aquele em que a pessoa ainda não atingiu a maturidade suficiente para distinguir entre o lícito e o ilícito. Ex.: Silvícolas (Indígenas não aculturados). Desenvolvimento Mental retardado: É aquele em que há uma estagnação no desenvolvimento mental, ou seja, a pessoa avança no tempo porém o seu desenvolvimento mental não atinge a maturidade. 40 Embriaguez: É a alteração psíquica provocada pela ingestão de bebida alcoolica ou outras substancias de efeito análogo. - Voluntária: ingere a bebida com o objetivo de se embriagar. - Culposa: Não tem a intenção de se embriagar A embriaguez voluntária e culposa não exclui a imputabilidade. Art. 28, II do CP. - Embriaguez pré-ordenada – É aquela em que o agente ingere a bebida alcoólica com o proposito de praticar o crime e também não exclui a imputabilidade, pelo contrário é considerada como uma circunstância agravante. Art. 61,II, alínea L. Porque as circunstâncias voluntária, culposa e pré-ordenada são crimes imputáveis? Porque nosso código penal adotou a Teoria da Altio Libera In Causa: Significa que o agente ao ter liberdade de escolha no momento de fazer ingestão de bebida alcoólica será responsabilizado criminalmente pelos fatos praticados durante a embriagues - Embriaguez Patológica: É excludente, pois é considerada doença mental. Embriaguez Acidental: Embriaguez acidental é aquela provocada por caso fortuito (atos naturais) ou força maior (atuação humana). A embriaguez acidental exclui a imputabilidade Emoção e paixão: A emoção (transitório) e a paixão (duradouro) não exclui a imputabilidade. A emoção e a paixão podem servir com atenuantes ou causa de diminuição de pena. Ver Art. 65,IIIC, CP. Consequências (Doença Mental, Desenvolvimento Mental incompleto e embriaguez acidental): Caso o agente portador de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ou ainda esteja sobre o estado de embriaguez acidental será isento de pena se no momento da prática do fato típico e elícito era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de sua conduta ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 26 e § 1º,CP. Nas hipóteses de doença mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado o juiz absolverá o acusado e lhe aplicará uma medida de segurança. Esta sentença é chamada absolutória imprópria. As medidas de segurança podem ser de internação ou de tratamento ambulatorial. Art. 97, CP. Semi-imputabilidade: É uma causa especial de diminuição de pena que ocorre quando o agente tem a sua capacidade de entendimento reduzida em razão de uma perturbação mental ou embriaguez acidental. Art. 26 § único e 28, § 2º. NT30.: Na semi-imputabilidade o juiz pode substituir a pena privativa de liberdade por uma medida de segurança. Art. 98, CP. 41 3.2 – Potencial Consciência da Ilicitude: é a possibilidade que tem o agente, de saber que está praticando um fato ilícito. |Art. 21, CP| Causa excludente da potencial consciência da ilicitude: Erro de proibição: é aquele que recai sobre a ilicitude do fato. Evitável-vencível-inescusável Inevitável-invencível-escusável NT31.: O erro de proibição inevitável afasta a potencial consciência da ilicitude e via de consequência a culpabilidade, e por isso fica isento de pena porque não haverá crime. Já o erro de proibição evitável, faz com que a pena do agente seja reduzida de um sexto a um terço. |Art. 21, CP| Embora o desconhecimento da lei seja inescusável, tal circunstância funciona como atenuante. |Art. 65, II, CP| 3.3 Exigibilidade de conduta diversa: é o elemento da culpabilidade consistente na expectativa da sociedade, acerca da prática de uma conduta diferente daquela que foi adotada pelo autor de um fato típico e ilícito. Causas excludentes da exigibilidade de conduta diversa: Coação moral irresistível: coação moral é uma ameaça que pode ser precedida de violência física, porém, o agente fica livre para agir. Coação moral irresistível é aquela insuportável pelo agente. Obediência hierárquica: torna inexigível uma conduta diversa do agente, desde que a ordem do superior hierárquico não seja manifestamente ilegal. “Manda quem pode, obedece quem tem juízo” NT32.: Segundo entendimento majoritário da doutrina, somente configura a obediência hierárquica nas relações ocorridas no âmbito da administração pública. ERROS NO DIREITO PENAL 1 – ERRO DE TIPO: É a suposição por parte do agente, de ausência do elemento ou circunstâncias que integram a figura típica. Espécies do erro de tipo: Essencial: é aquele que recai sobre os elementos constitutivos do tipo penal. Inevitável: é aquele que o homem de diligência normal também o cometeria. Evitável: é aquele em que se houvesse uma maior diligência do agente, ele não ocorreria. Inevitável-evitável-escusável Evitável-vencível-inescusável NT33.: O erro de tipo essencial, exclui o dolo. Se for inevitável, exclui também a culpa; 42 porém, se for evitável, afasta apenas o dolo, permitindo a punição a título de culpa, se previsto em lei. O erro de tipo inevitável, afasta a conduta em razão da inexistência de dolo e culpa e por isso não terá o fato típico. - Diferenças entre erro