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AULAS DIREITO PENAL 1a15 (1)


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TRANSCRIÇÕES DAS AULAS PRESENCIAIS DE DIREITO PENAL I 
ESTÁCIO/FACITEC - DIREITO - 2º SEMESTRE/2014 
Lúcio Silva & Alanny Andrade 
 
01/08/2014 – 1ª Aula (Professor: Leonardo) 
 
CONTROLE SOCIAL, CIÊNCIAS PENAIS E ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. 
 
Direito: 
 Instrumento de pacificação do convívio social, assegurando-lhe condições mínimas de 
existência, de desenvolvimento e de paz. 
 
 Direito é um objeto cultural, histórico e socialmente situado, pertencente à ética 
instersubjetiva. 
 
 Na qualidade de ordem jurídica o Direito é importante fator de estabilidade e de 
harmonia nas relações sociais, tendo à lei positiva a tarefa de superar e conter a ameaça 
latente de luta de todos contra todos, que propicia assim uma ordem que assegure a vida 
e a convivência de todos os homens. 
 
 O sistema de normas jurídicas vigentes em determinadas sociedades, disciplinando as 
relações dos homens com seus semelhantes e suas coisas. 
 
 Deve ser a representação legal-formal de um conjunto de valores inerentes a 
determinada sociedade, num período histórico e em determinado espaço geográfico. 
 
 O Direito se desenvolve equilibrando duas exigências: 
1 - De ordem sistemática (elaboração de um ordenamento jurídico); 
2 - De ordem pragmática (soluções socialmente adequadas ao conflito); 
O Direito deve se refletir a uma sociedade com o objetivo de reger sua função social. 
O Direito Penal no Ordenamento Jurídico 
 Entre os componentes que protegem o ordenamento jurídico temos o direito penal 
como um elemento proteger os bens jurídicos mais importantes para a sociedade. 
 
 Só existe o âmbito penal se violados ou negados um dos bens jurídicos tutelados, de 
maneira exteriorizada. 
2 
 
Inter Crimis (caminho que o crime vai percorrer) 
 
 
 
 Cogitação Atos Consumação 
 Preparatórios 
 
 
 Atos de Execução 
 (Exteriorizar o Crime) 
 
Controle Social: 
 Do ponto de vista social o Direito Penal é um dos instrumentos de controle social formal 
por meio do qual o Estado, mediante um determinado sistema normativo (Leis Penais) 
castiga com sanções de particular gravidade (pena ou medida de segurança), as condutas 
desviadas ofensivas a bens jurídicos protegidos pelo Estado e nocivas a convivência 
humana. 
 
 Em que pese sua consistência, o Direito Penal não é um direito de coação direta. 
 
 O controle social informal por sua vez, é aquele que não segue o devido processo legal 
para a sua aplicação de sanção. 
 
Direito Penal: 
 Conceito Formal = Por esse conceito é o setor de parcela do ordenamento jurídico 
público que estabelece as ações ou omissões delitivas. 
 
 Conceito Material = Por sua vez refere-se aos comportamentos considerados altamente 
reprováveis ou danosos ao organismo social. Dessa forma, é mais que um instrumento 
de controle social normativo, tendo uma função de proteção e garantia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fase Externa Fase interna 
3 
 
15/08/2014 – 2ª Aula (Professor: Wagno – Todas as demais aulas) 
 
I - CONCEITOS DE DIREITO PENAL: Art. 1º ao 31º, do Código Penal. 
 
 
 
 Direito penal é o segmento do ordenamento jurídico que detém a função de selecionar 
os comportamentos humanos mais graves e perniciosos para coletividade, capazes de 
colocar em risco valores fundamentais para a convivência social e descreve-los como 
infrações penais cominando a eles consequências as respectivas sansões, além de 
estabelecer todas as regras gerais e complementares necessárias à sua correta e justa 
aplicação; (Fernando Capez). 
 
 Direito penal é o conjunto de normas jurídicas mediantes a quais o estado proíbe 
determinadas ações ou omissões, sob ameaça de imposição da sanção penal; (Eleno 
Claudo). 
 
 Direito penal é o ramo do direito público que define as infrações penais estabelecendo 
as penas e medidas de segurança; (Professor Wagno). 
 
II - PRINCIPAIS FUNÇÕES DO DIREITO PENAL: 
1 - Proteção do bem jurídico mais importante para sociedade. 
2 - Garantir que o estado somente possa fazer uma acusação baseada em uma conduta 
proibida previamente prevista em lei. (1º Artigo). 
3 – Pena no direito penal tem a um caráter retributivo (uma retribuição pelo mal causado); 
4 - Direito penal tem a função preventiva através de sansões, para desencorajar a prática de 
delitos, ou novos delitos. 
5 - O direito penal tem como função também a ressocialização de indivíduos, fazendo com 
que o indivíduo que pratica um crime seja reinserido na sociedade. 
 
III - CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL: 
1- Caráter Público: O Direito penal tem caráter publico, pois tutela o interesse da 
coletividade. 
Crime + Pena + Medida de Segurança 
4 
 
2- Caráter Sancionador: O direito penal tem caráter sancionador por que é essencialmente 
punitivo. Sem a punição o direito penal seria iníquo. 
3- Caráter Finalista: O direito penal tem caráter finalista, pois tem a finalidade definida que 
é a proteção de tutelar os bens jurídicos mais importantes e de maior valor para a 
sociedade. 
4- Caráter Normativo: O direito penal tem caráter normativo: 
 a) Criminologia (o caráter social do crime, a causa do mesmo); 
 b) Políticas Criminais (a prevenção do crime); 
O caráter normativo se esvazia dos valores da criminologia e das politicas criminais 
5- Caráter Valorativo: O direito penal é uma ciência valorativa, porque é o legislador que 
valora o bem a ser protegido, além disso, o integrante tem que averiguar os diferentes 
valores da norma, os quais devem refletir a vontade da sociedade. 
 
IV - CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO PENAL: 
1- Substantivo: Define o crime e prevê a respectiva sanção - São os conceitos do direito de 
estabelecer as normas e penas. (teoria); 
2- Adjetivo: São relacionados ao processo penal, formas de aplicações das penas e 
aplicações do direito penal em si. (prática); 
3- Direito Penal Objetivo: É o conjunto de normas emanadas do estado estabelecendo quais 
são os crimes e suas penas; 
4- Direito Penal Subjetivo: É a possibilidade que tem o estado de criar e fazer cumprir as 
suas normas. (poder do estado de criar suas normas); 
5- Direito Penal Comum: Para a maioria da doutrina direito penal comum é aquele aplicado 
pela justiça estadual e justiça federal; 
6- Direito Penal Especial: Já o direito penal especial é aquele aplicado pela justiça militar e 
eleitoral; 
 Para a minoria da doutrina o direito penal comum é aquele previsto no código penal. 
 Enquanto que o direito penal especial é aquele previsto em legislação extravagante. 
(fora do código) 
NT01.: Do Professor – Pode ser questão de prova 
 
 
 
JUSTIÇA COMUM 
 Estadual 
 Federal 
JUSTIÇA ESPECIAL 
 Militar 
 Eleitoral 
 Trabalhista 
5 
 
NT02.: Do Professor – Pode ser questão de prova 
Tício praticou um crime de trafico internacional de drogas previsto na legislação n.º 
11.343/06. 
Pergunta: De quem é a competência deste julgamento – Resposta: O julgamento é de 
competência da justiça federal – Justiça Comum. 
 
V - EVOLUÇÃO DAS IDEIAS E DIREITOS PENAIS 
1- Período da Vingança: 
 Vingança Privada: Significa que o individuo que sofreu a agressão poderia aplicar 
uma sanção de acordo com a sua própria conveniência. Satisfazendo seu ego e 
interesse pessoal. 
 
 Vingança Divina: A pena era aplicada para satisfazer os interesses dos "Deuses". 
 
 Vingança Pública: A pena visava satisfazer o soberano. (foi instrumento de 
perpetuar o poder “ABSOLUTISMO”). 
 
2- Código de Hamurabi: Corresponde a uma fase da vingança privada (evolução). Modelo 
atual das Leis com penas previstas. 
3- Período Humanitário: (1750) - Período muito fértil onde o estudioso entendia que a pena 
deveria ser publica,ou seja, aplicada pelo estado, justa rápida e eficaz. 
Escola Clássica - Este período está relacionado com o período humanitário, seus principais 
expoentes e ícones foram o filósofo Cesar Becaria (1764 – 1850) e Francisco Carrara: 
 Período Filosófico: César Becaria - Dos Delitos da Pena. 
 Período Jurídico: Francisco Carrara = “crime é a infração da lei do estado promulgada 
para proteger a seguranças das cidades, resultante de um ato externo do homem. 
Moralmente imputável e politicamente danoso”. 
 
4- Período Científico: Inicia-se em 1875, com a publicação do livro: “O Homem Delinquente” 
(César Lambroso); 
Escola Positiva: 
 Período Antropológico = Estudava as características dos homens; (César Lambroso); 
 Período Sociológico = Estudava aspectos sociológicos influenciadores; (Henrrico Ferri); 
a) Criminoso Nato: Já nasce com pré-disposição ao crime, independente do meio 
social; 
6 
 
b) Criminoso Louco (doença mental): Propensos para a prática de crimes; 
c) Criminoso Habitual: É levado à prática do delito em razão dos fatores sociais (do 
meio em que vive); 
d) Criminoso Ocasional: Se aproveita da situação para prática do crime (fato 
isolado); 
e) Criminoso Passional: Pratica o crime movido por uma paixão (amorosa, política, 
religiosa); 
 
 Período Jurídico: (Rafael Garofalo – Criminologia: Sistematizando as aplicações da 
antropologia e sociologia no Direito Penal); 
 
VI - HISTÓRIA DO DIREITO PENAL NO BRASIL: 
 Período Pré-Colonial: (1500-1822) – Marcada pela independência do Brasil em 07 de 
setembro de 1822, neste período imperaram as Leis portuguesas: 
 1500-1512: Ordenações Afonsinas; 
 1512-1569: Ordenações Manuelinas; 
 1569-1603: Código de Dom Sebastião; 
 1603-1822: Ordenações Filipinas; 
 
Grandes Marcos do Direito Penal Brasileiro: 
1824 – 1ª Constituição brasileira; 
1830 – 1º Código Criminal; 
1889 – Proclamação da República, 15 de novembro; 
1890 – 2º Código Penal; 
1891 – 1ª Constituição da República; 
1932 – Consolidação das Leis Penais (Reunião) – Chamada consolidação Piragibe: 1890/1932 
1934 – Era Vargas, Constituição Promulgada; 
1937 – Constituição (Outorgada – Era Vargas); 
1940 – 3º Código Penal (Atual) – Decreto Lei N.º 2848/1940 
1946 – Constituição; 
1967 – Constituição; 
1969 – AI5 (Constituição); 
1969 – Aprovado, promulgado o novo Código Penal (1978 foi revogado sem entrar em vigor) 
1984 – Reforma da parte geral do Código Penal, conforme Lei 7.209; 
1988 – Constituição Cidadã; 
1998 – Lei 9.714, acrescente outras penas alternativas, e regula melhor a sua aplicação; 
2006 – Lei Maria da Penha; 
2009 – A Lei 12.015 modificou a nomenclatura dos crimes contra os costumes, para crimes 
contra a dignidade sexual, fazendo a junção dos crimes de estupro e atendado violento ao 
pudor. 
7 
 
VII - FONTES DO DIREITO PENAL 
NT03.: Do Professor: “De onde nasce o direito penal, de onde provem a norma de direito”. 
1- Fonte de Produção (Material): Corresponde a instituição que é encarregada de fazer as 
normas penais: Somente a união pode legislar sobre o direito penal. Art. 22, Inc. 1º CF. 
Os estados podem legislar sobre o direito penal somente sobre autorização do senado em lei 
complementar sobre pontos específicos. 
 
2- Fonte de Conhecimento (Formal): Onde o direito penal se manifesta: 
a) Fonte Imediata: Somente a lei pode criar crimes e impor penas. A LEI. 
b) Fonte Mediata: Influencia para que o legislador faça a lei; 
 
 Costumes - (prática de atos reiterados); 
 Princípios Gerais - (análise observada de todos os 
ramos do direito); 
 Doutrinas jurídicas - (estudiosos do direito); 
 Jurisprudência - (decisões reiteradas dos tribunais); 
 
VIII - PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: 
 
1- Princípio da Legalidade: Corresponde ao princípio mais importante, significa que 
somente a lei pode criar crimes e impor penas. (Princípio da Reserva Legal); 
NT04.: Medida provisória tem força de Lei , Art. 62CF (mas não é uma Lei) – Não pode 
versar sobre o código penal, exceto quando para benefício do réu; 
 
2- Princípio da Anterioridade: A lei nova que cria um crime e impõe pena, somente pode 
ser aplicada aos fatos que ocorrerem após a sua vigência. (Não pode ser aplicada a casos 
anteriores); Art. 5º - Inc.39 CF; 
 
3- Princípio da Irretroatividade: A lei penal não retroage, salvo para beneficiar o acusado. 
Art. 5º Inc. 40 da CF e Art. 2º CP; 
 
4- Princípio da Proibição da Analogia: “in malam partem” – Não se pode usar analogia em 
prejuízo do réu; 
- Analogia é uma forma de integração do ordenamento jurídico que possibilita a aplicação de 
uma lei que regula um fato semelhante a um outro fato não regulado pela Lei. 
8 
 
NT05.: Do Professor – Pode ser questão de prova 
Casos Exemplificados (Analogia): “Pode ser questão de prova” 
Caso 01 - Um homem possui duas uniões estáveis, mesmo sendo a união semelhante ao 
casamento, um homem não pode ser criminalizado por bigamia por ter duas uniões estáveis, 
visto que não se permite analogia ao casamento em prejuízo do réu. 
Caso 01 – O furto se caracteriza ao subtrair coisa alheia móvel. Sinal de Internet não e bem 
alheio móvel então não se cabe por analogia entender de roubo de sinal de Internet como 
crime. 
 
22/08/2014 – 3ª Aula (Professor: Wagno) 
... CONTINUAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL: 
 
5- Taxatividade: Significa que a lei que define o crime tem que ser clara e precisa, ou seja, 
não pode haver expressões ambíguas ou obscuras e nem conceitos indeterminados; 
 
6- Intervenção Mínima: Significa que o Direito Penal, somente deve atuar na proteção dos 
bens jurídicos imprescindíveis à coexistência pacífica das pessoas e que não podem ser 
eficazmente protegido pelos demais ramos do direito; 
 
7- Fragmentariedade: Significa que em consequência do princípio da intervenção mínima, 
que escolhe os bens jurídicos mais importantes a serem protegidos, esses bens passam a 
fazer parte de uma pequena parcela defendida pelo Direito Penal e por isso, é apenas 
um fragmento do ordenamento jurídico; 
NT06.: Do Professor – Pode ser questão de prova 
 
 
 
 
 
 
Fig.: Ilustração da relação entre os ilícitos Civil e Penal; 
 
 
 
8- Lesividade: Significa que o Direito Penal somente atuará se o bem jurídico protegido 
sofrer uma lesão; 
Ilícito Civil 
Ilícito 
Penal 
Todo ilícito penal é um ilícito civil, porém a recíproca 
não é verdadeira. Em razão do princípio da 
fragmentação nem todo ilícito civil será um ilícito 
penal. 
9 
 
9- Insignificância (Bagatela): Corresponde a gravidade da lesão, se a lesão for muito 
pequena não será aplicado o Direito Penal. Se o bem jurídico protegido sofrer uma lesão 
ínfima ao ponto de não ser relevante para a sociedade; 
 
10- Adequação Social: Significa que o direito penal não atuará mesmo a conduta sendo 
proibida, desde que essa conduta seja reconhecida e aceita pela sociedade; 
 
11- Pessoalidade da Pena (Intranscedência): Significa que a pena aplicada não passa da 
pessoa do condenado, ou seja, somente o autor do fato é que pode sofrer a sanção em 
razão de ter praticado uma conduta proibida; Art. 5º Inciso 45, CF. 
 
12- Individualização da Pena: Significa que o legislador estabelecerá os parâmetros mínimos 
e máximos da pena e o julgador aplicará a sanção dentro desses limites, levando-se em 
consideração as condições pessoais do acusado; Art. 5º Inciso 46, CF. 
 
13- Humanização da Pena: Significa que fica vedada ao Estado a aplicação ou execução de 
pena que atentar contra a dignidade da pessoa humana; Art. 5º Inciso 47/49, CF. 
 
 
IX - NORMA PENAL 
 
 É a regra jurídica que define um comportamento coibido e determina uma penalidade 
como consequência. 
 Para Binding, lei penal é o preceito que descreve a conduta, enquanto que a normapenal é a proibição que se encontra implícita na lei. Art. 121º, CP. 
 
 
X - CARACTERÍSTICAS DA NORMA PENAL 
 
 A norma penal deve ser precisa e certa, não se admitindo expressões ambíguas ou 
obscuras e nem conceitos indeterminados. Isso em razão do princípio da taxatividade; 
 
 A norma penal é imperativa, porque é importa pelo Estado sem a necessidade de 
concordância das pessoas; 
 
 A norma penal é geral, pois é destinada a todas as pessoas que residem no território 
Nacional; 
 
 A norma penal é impessoal, porque não pode ser feita para prejudicar ou beneficiar uma 
pessoa ou grupo de pessoas; 
 
 Por fim é abstrata, no sentido de que ela somente será aplicada com a ocorrência de um 
caso concreto; 
 
10 
 
XI - CLASSIFICAÇÃO DA NORMA PENAL 
 
1. Geral – Local: Norma geral é aquela que tem vigência em todo o território Nacional, 
enquanto que a norma penal local é aquela que tem vigência local, ou seja, em parte do 
território; 
 
2. Comum – Especial: Para a maioria da doutrina, a norma penal comum é aquela aplicada 
pela justiça estadual e federal, enquanto que a norma penal especial é aquela aplicada 
pela justiça militar e eleitoral; já para a minoria da doutrina, norma penal comum é 
aquela prevista no código penal, enquanto que a norma penal especial é aquela prevista 
em legislação extravagante. (fora do código penal); 
 
3. Ordinária – Excepcional (Temporária): Lei ordinária é aquela que tem vigência para a 
maioria da doutrina, a norma penal excepcional é aquela que tem vigência em situações 
de anormalidade. Já a norma penal temporária é aquela que tem vigência pré-
determinada. Art. 3º, CP. 
 
4. Incriminadora (Primário e Secundário): Norma penal incriminadora é aquela que define 
a conduta proibida e a respectiva pena, sendo que a conduta proibida é prevista no 
preceito primário da norma, enquanto que a pena está disposta no preceito secundário; 
 
5. Norma Não Incriminadora: Norma não incriminadora é aquela que não define o crime e 
nem impõe a pena podendo ser explicativa, permissiva e complementar; 
 
 Não Incriminadora Explicativa: É aquela que elucida ou esclarece o conteúdo de 
outra norma. Exemplo: Ver Art. 327, CP. 
 
 Não Incriminadora Permissiva: É aquela que torna lícita uma conduta que descreve 
como crime. Exemplo: Ver Art. 23/25, CP. 
 
 Não Incriminadora Complementar: É aquela que fornece outras orientações gerais 
para melhor aplicação do direito penal. Exemplo: Ver Art. 59, CP. 
 
6. Norma Penal em Branco: É aquela em que há uma necessidade de complementação 
para que se possa compreender o âmbito de aplicação do seu preceito primário. 
Exemplo: Ver Art. 269, CP. 
 
 Em Sentido Amplo: Norma penal em branco em sentido amplo, também chamada de 
homogênea, é aquela em que o complemento está previsto em outro ato normativo 
que provém da mesma fonte legislativa, ou seja, de outra lei; = LEI--->LEI; 
 
 Em Sentido Estrito: Norma penal em branco em sentido estrito, ou heterogênea é 
aquela em que o complemento provém de ato normativo distinto da lei; = LEI---> 
11 
 
Outro ato normativo: Portaria, decreto, resolução; Lei 11.343/2006, Art. 33 – Para 
entendimento da Lei necessita do entendimento da portaria da Anvisa; 
 
7. Norma Penal Incompleta (Imperfeita ou Remetida): É aquela que para saber a sanção 
imposta pela transgressão de seu preceito primário, o legislador nos remeta a outro 
dispositivo legal; Exemplo: Lei 2.889 de 1956, Art. 1º - Art. 304 CP. 
 
XII - APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO 
Tempo do Crime - Teorias: 
 
 Atividade: Para a teoria da atividade, considerava-se praticado o crime n momento 
da ação ou da omissão; 
 
 Resultado: Para teoria do resultado, considerava-se praticado o crime no momento 
de sua consumação; 
 
 Ubiguidade: Para a teoria da ubiguidade, (mista/hibrida), considera-se praticado o 
crime tanto do momento da ação ou omissão como no momento em que se 
produziu o resultado; 
NT07.: Do Professor – Pode ser questão de prova: Para definir o tempo do crime o nosso 
código penal adotou a teoria da atividade, conforme Art. 4º CP; 
 
 XIII - CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO: 
 
1 - Eficácia temporal das leis: As leis via de regra tem vigência por prazo indeterminado e 
somente são revogadas por outras leis; 
 
NT08.: Do Professor – Pode ser questão de prova: : A revogação total da lei chama-se Ab-
rogação, enquanto que a revogação parcial da lei denomina-se Derrogação; 
 
2 - Novatio Legis Incriminadora: É uma nova lei que torna ilícita uma conduta que era lícita e 
em razão do princípio da anterioridade não se aplica aos fatos ocorridos antes de sua 
vigência; 
 
3 – Lex Gravior – Lei Penal Mais Grave: É aquela que de qualquer modo traz um prejuízo ao 
Réu e em razão do princípio da irretroatividade não se aplica aos fatos anteriores a vigência 
da norma. 
 Conceito de Crime Permanente: Crime permanente é aquele em que a sua 
consumação se prolonga no tempo, ou seja, a cada momento se renova a ação. 
Exemplo: Sequestro, Depósito de substância entorpecente; 
12 
 
 
 Conceito de Crime Continuado: Crime continuado é uma ficção jurídica em que os 
crimes subsequentes da mesma espécie são considerados continuidade do primeiro, 
configurando-se em crime único; quando praticados nas mesmas circunstâncias de 
tempo, lugar e modo de execução; Art. 71, CP. 
Exemplo: sequencia de mesmos crimes ocorridos em um determinado espaço de 
tempo, a pena aplicada será aquela em vigor no último delito; 
 
NT09.: Do Professor – Pode ser questão de prova 
Segundo a Súmula 711 do STF aplica-se a Lei Penal Mais Grave, caso a sua vigência se dê 
antes da cessação da permanência ou da continuidade delitiva; 
 
4 – Abolitio Criminis: É uma lei que torna lícita uma conduta que era ilícita, e por ser mais 
benéfica ao acusado retroagirá para atingir todos os fatos, inclusive aqueles que já tenham 
sentença condenatória transitado em julgado, sessando todos os efeitos penais; Art. 2º, CP. 
 
5 – Lei Penal Mais Benéfica: É aquela que de qualquer modo favoreça o acusado e por ser 
mais benéfica retroagirá, alcançando inclusive as sentenças condenatórias transitado em 
julgado; Art. 2º, § único, CP. 
NT10.: Do Professor – Pode ser questão de prova 
No caso de Abolitio Criminis e Lei Penal Mais Benéfica, caberá ao juiz da execução aplicação 
de tais leis; Art. 66, Inc. I da Lei 7.210/1984 e Súmula 611 d STF. 
 
 
29/08/2014 – 4ª Aula 
 
 
6 – Lei Penal Intermediária: É aquela que não estava em vigência na data do fato e nem em 
vigor na data da sentença, porém por ser mais benéfica aplica-se ao caso concreto; 
 
Exemplo: 
Ocorrência/Fato 2 ª Lei 3ª Lei Sentença 
02/04/08 07/03/10 03/05/12 10/09/12 
Lei A= 2 a 6 anos Lei B= 1 a 5 anos Lei C= 3 a 8 anos 
 
 Tício comete um crime em 02/04/08, quando da ocasião o código penal previa pena pela 
Lei A (2 a 6anos), mas só é sentenciado em 10/09/12, quando está em vigor a Lei C (3 a 8 
anos), neste caso aplica-se a Lei intermediária, por ser mais benéfica: Lei B (1 a 5 anos). 
 
 
13 
 
 
7 – Combinações de Leis: Corresponde a extração das partes mais benéficas de leis distintas; 
 
Exemplo: 
Ocorrência/Fato 2 ª Lei 
02/04/08 02/04/10 
Lei A= 2 a 5 anos Lei B= 1 a 4 anos + multa 
 
É possível a aplicação de uma sentença judicial de 1 a 4 anos sem multa? 
Parte da doutrina não admite a combinação de leis, pois entende que o julgador estaria 
criando uma terceira norma e com isso usurpando (retirando) a função do legislador; 
Doutrinadores que pensam desta forma: Nelson Hungria, Heleno Cláudio Fragoso e 
Fernando Capez; 
 
Já outra parte da doutrina entende que é possível a combinação de leis atendendo aos 
princípios da ultra atividade e da retroatividade benéfica; 
Doutrinadores que defendem estetese: Frederico Marques, Magalhães Noronha e Rogério 
Greco; 
 
Exemplo: 
 
Lei: 6368 Ocorrência/Fato Lei: 11.343/06 Sentença 
Pena: 3 a 10 anos 15/08/04 Pena: 5 a 15 anos 15/02/2008 
Fora da Vigência Irretroativa 
Ultra Ativa Ver Art. 33º § 4 
 Réu primário reduz pena (1/6 a 2/3) 
Combinação Entre Leis 
 
 
Combinação de Leis: Parte da doutrina aplicaria a lei mais benéfica, em conformidade a Lei 
n.º 6368, reduzindo a pena ainda a 1/6 a 2/3, previsto na última Lei: 11.343, para delitos 
aplicáveis a réus primários, doentes, dependentes, etc...; Lei 11.343, Ar. 46, 47 e 59, CP. 
 
NT11.: Do Professor – Pode ser questão de prova 
A jurisprudência tanto o STJ quanto o STF não admite a combinação de Leis – Como ainda 
esta decisão não está sumulada, a combinação de leis não é admitida no STJ/STF. 
 
8 – Lei Penal Excepcional e Temporária: Lei penal excepcional é aquela que tem vigência em 
situação de anormalidade (Ex.: Calamidade pública, estado de sítio, catástrofes, greves, 
manifestações graves, etc), já a lei temporária é aquela que tem vigência por prazo 
determinado. 
 
Lei penal excepcional e temporária é ultra ativa, ou seja, aplica-se aos fatos que ocorreram 
na sua vigência mesmo não estando mais em vigor. Art. 3º CP. 
14 
 
 
Exemplo: 
 
Lei A Ocorrência/Fato Lei B Sentença 
Pena: 12 a 30 anos 30/06/13 Extinção da Lei A 24/08/14 
01/01/12 31/07/14 
Ultra Ativa 
 
Tício cometeu o crime quando da vigência da Lei A; porém observamos que a sentença saiu 
em 24/08/14, quando a Lei A já havia extinguido a Lei A, ainda assim a pena será alicada ao 
Réu. 
 
 
XIV – APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO: 
 
Aplica-se a lei penal brasileira a todos os fatos ocorridos em seu território, salvo disposições 
em contrário previstas em tratados, convenções ou regras de direito internacionais; Art. 5º 
CP. 
 
 
1. Temporalidade: 
 
 Geográfico: Território geográfico é o espaço físico delimitado pelas fronteiras; 
 Extensão: Art. 5º, § 1º e 2º, CP. 
 
2. Lugar do Crime - Teorias: 
 
 Atividade: Para a teoria da atividade considera-se praticado o crime no local em que 
ocorreu a ação ou omissão; 
 
 Resultado: Para teoria do resultado considera-se praticado o crime no local em que 
se produziu o deveria produzir seu resultado; 
 
 Ubiguidade – Misto: Para teoria da ubiguidade considera-se praticado o crime tanto 
o lugar da ação ou omissão, como no lugar em que produziu ou deveria se produzir o 
resultado; 
 
NT12.: Do Professor – Pode ser questão de prova: O nosso código penal adotou a teoria da 
ubiguidade para definir o lugar do crime; Art. 6º, CP. 
PARA MEMORIZAR: LUTA (Lugar= Ubiguidade - Tempo: Atividade) 
 
15 
 
 
3. Extraterritorialidade: 
Conceito: Extraterritorialidade é a possibilidade de se aplicar a lei penal brasileira a fatos 
ocorridos fora do território brasileiro. 
Princípios: 
 Nacionalidade (Ativa/Passiva): Pelo princípio da nacionalidade aplica a lei de um país 
a fatos ocorridos fora do seu território levando-se em consideração a nacionalidade 
do autor ou da vítima; 
Ver Art. 7º, CP, Inciso II, Alínea B – Adotou o princípio da Nacionalidade Ativa; 
Ver Art. 7º, CP, §3º – Adotou o princípio da Nacionalidade passiva; 
 
 Defesa (ou Real): Pelo princípio da defesa ou real, aplica-se a lei de um país a fatos 
ocorridos fora do seu território levando-se em consideração a natureza jurídica do 
bem protegido; (a coisa ou o bem). 
Ver Art. 7º, CP, Inciso 1º, Alínea A – Adotou o princípio da Defesa ou Real – Crime contra a vida; 
Ver Art. 7º, CP, Inciso 1º, Alínea B – Adotou o princípio da Defesa ou Real – Crime contra o patrimônio; 
 
 Justiça Universal (ou cosmopolita): Por este princípio aplica-se a lei de um país a 
fatos ocorridos fora do seu território, independentemente da nacionalidade do autor 
ou da vítima, ou do bem jurídico protegido, bastando que o autor ingresse no 
território nacional ou que haja tratado internacional para este crime; 
Ver Art. 7º, CP, Inciso II, § 2º, Alínea A - Adotou o princípio da Justiça Universal; 
 Representação: Por este princípio possibilita-se a aplicação da lei penal de um país a 
fatos ocorridos em aeronaves e embarcações particulares que se encontram fora do 
território nacional e aí não seja punido; 
NT.: Atenção especial aos tipos de crimes: (Não deve ser questão de prova) 
 Crimes contra a vida (Pessoa): Art. 121º ao 128º, CP; 
 Crimes contra o patrimônio: Art. 146º ao 154º, CP; 
 Crimes contra a administração: Art. 312º ao 361º, CP; 
 
 
4. Espécies de Crimes: 
 Incondicionada: Extraterritorialidade incondicionada é aquela que permite a 
aplicação da lei brasileira a fatos ocorridos fora do seu território independentemente 
de quaisquer condições; 
As hipóteses previstas no Art. 7º, Inciso I, CP, são de extraterritorialidade 
incondicionada. 
 
16 
 
 Condicionada: Extraterritorialidade condicionada é aquela que somente permite a 
aplicação da lei penal brasileira a fatos ocorridos fora do seu território se estiveram 
preenchidas certas condições; 
As hipóteses previstas no Art. 7º, Inciso II, § 2º e 3º, CP, são de extraterritorialidade 
condicionada. 
 
Exemplo: Tício, Argentino, matou Mévio Brasileiro em Ponta Del Leste (Paraguai), submetido 
a julgamento, foi condenado e cumpriu a pena por Lei Paraguaia. 
 
Pergunta: Poderá Tício responder a crime pelo Código Penal brasileiro? 
Resposta: Não, pois não cumpre todas as condições previstas nas hipóteses do Art. 7º; 
Ver: As hipóteses previstas no Art. 7º, §2º e 3º; 
 
5. Eficácia da Sentença Penal Estrangeira 
Ver Art. 8º, CP – “A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo 
mesmo crime quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”; 
 
Exemplo: 
 
Fato: Tício – Paraguai – crime de ameaça ao presidente = condenado a 1 mês de detenção; 
Tício, ao chegar no Brasil, segundo lei brasileira, deveria ser condenado a 3 meses de 
detenção, compensa-se e cumpre-se 2 meses de detenção. (Espécie incondicionada); 
 
- O procedimento acima deve ser adotado pelo advogado do Réu, com pedido de 
homologação de sentença junto ao STJ. 
Ver Art. 9º, CP (ver homologação de sentenças estrangeiras) – “A sentença estrangeira, 
quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser 
homologada no Brasil para:” ver Código Penal e condicionantes Art. 105, Inciso I, Alínea I,CF. 
 
05/09/2014 – 5ª Aula 
XV – CONTAGEM DE PRAZO 
 
1. Conta-se o prazo penal incluindo o primeiro dia e excluindo o último dia. Art.10, CP 
Exemplo: É decretada a prisão de Tício por 06 dias: 
04/09/14 às 23h (Preso) 
07/09/14 às 23h (Solto) ou 08/09/14 às 00h (Solto); 
 
 Os prazos penais não se prorrogam 
2. No prazo processual penal exclui-se o primeiro dia e inclui-se o último, e neste caso se 
não houver expediente forense o prazo se prorroga para o primeiro dia útil subsequente; 
17 
 
Exemplo: É decretada a prisão de Tício por 05 dias: 
02/09/14 às 06h (Preso) – terça feira 
07/09/14 às 24h (Solto) – domingo – não há expediente 
08/09/14 às 00h (Colocado em liberdade) – segunda-feira 
 
 
3. Frações não computáveis na pena. 
 
Na fixação da pena o juiz deverá desprezar as frações do dia e do real, ou seja, não são 
computados as horas e os centavos. Art. 11, CP 
Exemplo: 
1ª Fase de Julgamento – 18 dias; 
2ª Fase de Julgamento – 20 dias; 
3ª Fase de Julgamento – Diminuir 1/3 dos 20 dias. 
 
20/3 = 6 dias e 16h (-) 20 dias = 13 dias e 8 horas (Ignorar as oitos horas). 
 
XVI – IMUNIDADES 
São prerrogativas conferidas a determinados agentes que impedem a aplicação da lei penal 
brasileira a fatos ocorridos em seu território ou então a lei penal é aplicada de uma forma 
diferenciada; 
1. Imunidade Diplomática: São prerrogativas conferidasaos representantes diplomáticos de 
outros países que atuam no Brasil. O agente diplomático não pode renunciar a imunidade; 
2. Imunidade Parlamentar: (Deputados e Senadores, Art. 53, CF); 
 Absoluta ou Material: É aquela que permite ao parlamentar ampla liberdade para 
proferir suas palavras e opiniões e votos sem que seja responsabilizado civil ou 
criminalmente. Fatos estes relacionados ao exercício da função; 
 
 Relativa, Formal (ou processual) - É aquela que dá um tratamento diferenciado para 
os deputados e senadores quanto a prisão em flagrante e ao seu processamento; 
 
 1ª Prerrogativa: Após expedição do diploma, os parlamentares somente 
poderão ser presos em flagrante por crimes inafiançáveis. (Racismo, crimes 
hediondos, etc... Art. 5º Incisos XLII, XLIII, XLIV, CF). 
 
 2ª Prerrogativa: Após expedição do diploma, os deputados e senadores serão 
julgados pelo STF. Art. 53º, § 1º, CF. 
 
 3ª Prerrogativa: Nos crimes cometidos posteriormente a diplomação dos 
deputados e senadores, após o recebimento da denuncia do STF os membros das 
respectivas casas poderão sustar o andamento do processo. Art. 53º, § 3º e 4º, CF. 
 
18 
 
 4ª Prerrogativa: Os deputados e senadores não serão obrigados a 
testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas no exercício do mandato, 
bem como, não está obrigado a revelar o sigilo da sua fonte. 
 
 5ª Prerrogativa: No caso de guerra os deputados e senadores, mesmo que 
militares somente serão incorporados às forças armadas com a prévia autorização da 
respectiva casa. 
 
NOTAS DO PROFESSOR - IMPORTANTES: (NT.: 13) 
 As imunidades parlamentares são irrenunciáveis. 
 Os deputados estaduais e distritais gozam das mesmas imunidades dos senadores e 
deputados federais. Art. 24, § 1º, CF. 
 Os vereadores tem apenas imunidade material e restrita a circunscrição do 
município. Art. 29, Inciso, VIII, CF. 
 
XVII – INTERPRETAÇÃO DA NORMA PENAL 
Interpretar significa extrair o conteúdo da norma que a lei ser bem aplicada ao caso 
concreto. Todas as normas precisam ser interpretadas, até mesmo aquelas consideradas 
claras. 
1. Quanto ao Sujeito: 
 
 Autêntica: É aquela feita pelo legislador na própria norma. Ex.: Art. 327, CP. 
 
 Judicial: É aquela feita pelos membros do poder judiciário (jurisprudencional), ao 
aplicar a lei no caso concreto exclusivamente. 
 
 Doutrinária: É aquela feita pelos estudiosos do direito. 
 
2. Quanto aos Meios: 
 
 Gramatical: É aquela que leva em consideração a literalidade das palavras, no seu 
sentido morfológico e/ou sintético; 
 
 Lógica ou Teológica: É aquela que busca extrair a finalidade da norma levando-se 
em consideração específicos, históricos, sistêmicos e de direito comparado (em 
relação a outro país); 
 
3. Quanto ao Resultado: 
 
 Declarativa: É aquela em que o intérprete se limita a expressar o alcance da lei, e 
o resultado obtido coincide com aquilo que a lei pretendia dizer; 
 
 Restritiva: É aquela em que o intérprete reduz o alcance da norma, ou seja, a lei 
diz mais do que pretendia dizer; Ex.: Art. 28º, CP. 
19 
 
 Extensiva: É aquela em que o intérprete amplia o seu alcance, ou seja a lei diz 
menos do que pretendia dizer. Ex.: Art. 235º, CP 
 
 Progressiva: É aquela em que o intérprete se utiliza de novas concepções que 
surgem a respeito do texto da lei sem que contudo haja modificação na norma;. 
Ex.: Ato obsceno - Art. 129, § 1º, Inciso II. 
 
 Analógica: É aquela em que a lei após ver situações casuísticas utiliza-se de uma 
fórmula geral ou cláusula geral. Ex.: Art. 121, § 4º, Inciso IV. 
 
XVIII – INTEGRAÇÃO DA NORMA PENAL 
Corresponde ao preenchimento das lacunas existentes no ordenamento jurídico; 
 Analogia: Ver Art. 4º LINDB – Analogia é a utilização de uma norma que regula 
um fato para ser aplicada a um outro fato semelhante que não seja regulado. 
 
 Princípios Gerais: São regras aceitas de forma unanime pelos aplicadores da lei. 
 
 Costumes: São práticas reiteradas da mesma conduta. 
 
12/09/2014 – 6ª Aula 
 
XIX – CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
É o conflito que se estabelece entre duas ou mais normas aparentemente aplicáveis ao 
mesmo fato, porém apenas uma delas acaba sendo efetivamente aplicada ao caso concreto. 
 
1. Princípio da Especialidade: Segundo o princípio da especialidade diz-se que uma norma 
é especial em relação a outra, chamada geral, quando possui em sua definição legal 
todos os elementos previstos nesta e mais alguns denominados epecializantes. Pelo 
princípio da especialidade a norma penal especial prevalece sobre a norma geral. 
Ex.: Crime de homicídio e infanticídio. 
 (geral) (especial) – Norma especial prevalece sobre a norma geral. 
 
 
2. Princípio da Subsidiariedade: “Soldado de Reserva” – segundo o princípio da 
subsidiariedade há uma relação de primariedade e subsidiariedade entre as mesmas, 
quando descreve violações do mesmo bem jurídico, de forma que a infração definida na 
norma principal se sobrepõe à norma secundária, ou seja, a norma principal prevalece 
sobre a norma secundária e esta somente será aplicada se não for possível aplicar a 
norma principal e por isso Nelson Hungria chamava tal norma de “Soldado Reserva”. 
 
 Norma subsidiária – Geral 
 Norma Primária – Especial 
 Ex.: Tentativa de homicídio---- Tiro em via pública 
 (Primária) (Subsidiária) 
20 
 
 
 
3. Princípio da Consunção: Por este princípio um fato mais amplo e mais grave consome ou 
absorve um fato menos amplo e menos grave, que funciona como fase normal de 
preparação, execução ou exaurimento do crime. Pelo princípio da consunção o crime 
meio é absorvido pelo crime fim. 
 
 
 Crime Progressivo: É aquele em que o agente desde o início quer alcançar um 
resultado mais grave; porém até produzi-lo, o agente pratica atos sucessivos e 
crescentes de violação do bem jurídico protegido. Aqui desde o início o 
agente queria alcan 
 
 Progressão Criminosa: É aquela em que o agente deseja inicialmente produzir 
um resultado e após atingi-lo decide prosseguir e reiniciar sua agressão, 
produzindo um resultado mais grave. 
 
 Fato Anterior Não Punível: Sempre que um fato anterior for praticado como 
meio para realização de um crime mais grave, ficará absorvido por este; 
 
 Fato Posterior Não Punível: Ocorre quando após realizada a conduta, o 
agente pratica outro ataque ao mesmo bem jurídico visando apenas obter 
vantagem da conduta anterior. Ex.: Art. 159, CP. 
 
4. Princípio da Alternatividade: É aquele em que o tipo penal prevê várias condutas de 
forma alternativa, porém, se o agente praticar mais de uma conduta responderá por um 
único crime. Ex.: Art. 33, Lei 11.343. 
Ex.: Estupro, Art. 213, CP  Atentado Violento ao Pudor, Art. 214 
 
 
XX - TEORIA DO CRIME 
 
Conceitos: 
 
 Formal: É a conduta humana proibida por lei com a respectiva sancão. 
 
 Material: Crime é a violação de um bem jurídico que contrai os valores e os interesses 
sociais, ou seja, que produz uma lesão relevante. 
 
 Analítico: Crime é um fato típico, antijurídico (ilegal) e culpável (pressuposto de 
aplicação da pena). 
 
NT14.: Para a minoria da doutrina, crime é um fato típico e antijurídico, sendo a 
culpabilidade pressuposto de aplicação da pena. 
 
 
 
 
21 
 
Classificação: 
 
1. Legal – Infração Penal 
 
 Crime: É a infração penal punida com pena de reclusão ou detenção, cumulada ou 
não com a pena de multa. 
 
 Contravenção Penal: É a infração penal punida com prisão simples ou multa, de 
forma cumulada, alternativa ou isolada. 
NT15.: 
i – Alguns doutrinadores entenderam que a conduta de portar drogas para consumo teria 
sido descriminalizado, pois não há previsão de pena de reclusão, detençãoou prisão 
simples e por isso não seria nem crime nem contravenção penal. 
 
ii – Outra parte da doutrina entendeu que a conduta de portar drogas para uso próprio 
seria uma infração penal “sui generis” (diferenciada) – Para os tribunais superiores a 
conduta de portar drogas para uso pessoal deve ser considerada como crime, uma vez que 
o Art. 1º da Lei de Introdução do CP, deve ser interpretada de forma progressiva. (Art. 128) 
 
2. Quanto ao Sujeito Ativo 
 
 Comum: É aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa 
 
 Próprio: É aquele que exige uma qualidade especial do autor, porém admite a 
participação e a coautoria. Ex.: Servidor Público – Peculato. 
 
 Mão Própria: É aquele que exige uma qualidade especial do agente e somente ele 
em pessoa é que pode praticá-lo, e por isso não se admite a coautoria, mas apenas a 
participação. Ex.: Testemunha. 
 
NT16.: 
i – Ocorre a coautoria quando mais de uma agente pratica o núcleo do tipo penal. 
ii – Ocorre a participação quando o agente contribui para a prática do crime, sem contudo 
praticar o núcleo do tipo penal. 
 
3. Quanto a Conduta 
 
 Comissivo: É aquele praticado através de uma ação, ou seja, através de um 
comportamento positivo do agente; (Fazer algo). 
 
 Omissão: É aquele praticado através de uma inação, ou seja, por meio de um 
comportamento negativo; 
 Próprio: É aquele tipo de omissão em que o tipo penal descreve a conduta 
omissiva; (deixa de fazer), já que está dizendo o que deixar de fazer. (Ar. 135, CP). 
 
 Impróprio: É aquele tipo de omissão em que o tipo penal descreve uma 
conduta positiva, porém o resultado é obtido através de uma inação e está atribuída 
a quem tem o dever legal de agir: Ex.: Bombeiro, Policial (no exercício da função) 
Omissão de socorro somente para crianças e idosos. Dever Legal de agir: Art. 13º, § 
2º, CP 
22 
 
 
19/09/2014 – 7ª Aula 
 
 
XXI – CLASSIFICAÇÃO DE CRIME: 
 
1. Quanto ao Resultado 
 
 Crime Material: É aquele em que o tipo penal descreve a conduta e o resultado 
naturalístico e para a sua consumação é necessário que este resultado naturalístico 
ocorra. 
Ex.: Crime de homicídio Art. 128, CP - Qual o resultado naturalístico: a morte. 
 
 Crime Formal: É aquele em que o tipo penal descreve a conduta e o resultado 
naturalístico, porém a ocorrência deste é dispensável para a consumação do crime. 
 
Ex.: Extorsão mediante sequestro (O crime ocorre quando o sequestrador formaliza o 
pedido) – Ver: Súmula 96 STJ 
 
Art. 317, CP – Corrupção Passiva (O resultado naturalístico) 
 
 Mera Conduta: É aquele que o tipo penal simplesmente descreve a conduta do 
agente. 
Ex.: Violação de domicílio. 
 
2. Quanto a Materialidade 
 
 Crime de Dano: É aquele que para a sua configuração o bem jurídico protegido deve 
sofrer uma lesão. 
 Ex.: Crime de homicídio – o bem jurídico vida 
 Crime de Perigo: É aquele que para a sua configuração basta a realização da conduta 
descrita no tipo penal, independente de qualquer lesão 
 
Ex.: Crime de portar arma de fogo 
 
 Crime de Perigo Concreto: É aquele que para sua configuração o 
perigo deve ser efetivamente demonstrado. 
 
 Abstrato-Presumido: É aquele que para a sua configuração o 
legislador presume a existência do perigo. 
 
 
 
23 
 
3. Quanto a Consumação: 
 
 Instantâneos: É aquele em que a sua consumação se dá em um único momento. 
Ex.: Crime de furto – quando há a consumação do fato. 
 
 Permanentes: É aquele em que a sua consumação se prolonga no tempo. 
 Ex.: Crime de sequestro – Crime de organização criminosa – Armazenamento de 
droga – Porte ilegal de arma (Art. 303, CPP – Código de Processo Penal). 
 Crime instantâneo de Efeito Permanente: É aquele em que a sua consumação se dá 
em um único momento, porém a permanência dos seus efeitos independe da 
vontade do agente. 
 Ex.: Crime de furto – Crime de estupro – Crime de Aborto 
 
4. Quanto aos atos que compõe a fase de execução 
 
 Unissubisistentes: É aquele crime cuja conduta se revela mediante um único ato de 
execução. Não se pode fracionar o ato de execução, basta uma ato para sua 
consumação. 
Ex.: Crime de Ameaça: Basta um ato, basta para caracterização do crime. 
 
 Plurirussibisistentes: É aquele crime cuja conduta se exterioriza com a prática de 
dois ou mais atos de execução. 
Ex.: Crime de Estelionato – Composto por duas condutas, enganar e obter a 
vantagem ilícita. Art. 171, CP. 
 
 Habitual: É aquele que para a sua configuração se exige que a conduta descrita no 
tipo penal seja praticada de forma reiterada. 
Ex.: Art. 284, CP – Manter casa de prostituição Art. 229, CP 
 
5. Outras Classificações 
 
 
 Crime Progressivo: (Crime complexo – Ex.: Latrocínio), é aquele em que o agente 
desde o início quer alcançar um resultado mais grave; porém até produzi-lo, o agente 
pratica atos sucessivos e crescentes de violação do bem jurídico protegido. Aqui 
desde o início o agente queria alcançar. 
 
 Progressão Criminosa: É aquela em que o agente deseja inicialmente produzir um 
resultado pretendido após atingi-lo decide prosseguir e reiniciar sua agressão, 
produzindo um resultado mais grave. 
 
24 
 
NT17: A DIFERENÇA ESTÁ NO DOLO, NA INTENÇÃO DO AGENTE. 
 
 Crime Vago: É aquele em que a vítima é uma entidade sem personalidade jurídica. 
Ex. Quem a vítima do porte de arma? A sociedade (ente destituído de 
personalidade). – Crime de bigamia: a vítima é a família. 
 
 Crime Falho ou Tentativa Perfeita – Art. 14, CP: É aquele em que o agente se utiliza 
de todos os meios executórios que estão ao seu alcance, porém não consegue 
consumar o crime por circunstâncias alheias a sua vontade. 
 
 Quase Crime ou Crime Impossível: Art. 17, CP: É aquele que jamais se consumará em 
razão da ineficácia absoluta do meio empregado Ex.: Arma de brinquedo, ou da 
absoluta impropriedade do objeto, Ex.: quando se atira em um falecido. 
 
 Crime de Ação Múltipla ou de Conteúdo Variado: É aquele em que o tipo penal 
descreve vários núcleos, porém se o agente praticar mais de uma conduta 
responderá por um único crime em razão do princípio alternatividade. Art. 33 Lei 
8.343/ 2006 (Tráfico de drogas). Ou Art. 14 da Lei 10.826 (Porte de Arma de fogo). 
 
 Crime a Prazo: É aquele que para a sua consumação, ou para a configuração de uma 
qualificadora exige-se o transcurso de um lapso temporal. Ex.: Art 169, Inciso II, 
Crime de coisa achada, dentro do prazo de 15 dias. 
 
 Crime a Distância e Plurilocal: É aquele que a ação ou omissão ocorre e um país e o 
resultado em outro país (carta bomba para Mocrea para Miami/EUA), enquanto que 
o crime prulilocal é aquele em que a ação ou omissão ocorre em um lugar e o 
resultado se dá em outro local dentro do território nacional. 
 
 Crime Unissubjetivo e Plurissubjetivo: Crime Unissubjetivo é aquele em que apenas 
um agente pratica a conduta criminosa, enquanto que o crime plurissubjetivo é 
aquele em que a conduta é praticada por mais de uma agente. 
 
 Crime de Atentado: É aquele em que se pune a tentativa com a mesma pena do 
crime consumado. Art 14, CP 
 
Ex.: Art. 352, CP – O preso que tenta evadir-se da prisão recebe a mesma pena 
daquele que se evadiu da prisão. 
 
 Crime Preterdoloso: É aquele em que o agente quer produzir um resultado, porém 
atinge um resultado mais gravoso a título de culpa. 
Ex.: Lesão corporal seguida de morte. 
É aquele crime em que há dolo no antecedente e culpa no consequente. 
PROVA AV1 
 
25 
 
03/10/2014 – 8ª Aula (INÍCIO DO SEGUNDO BIMESTRE – MATERIAL PARA AV2) 
XXII – CRIME 
FATO TÍPICO  ANTIJURÍDICO  CULPÁVEL 
 
Conceito de Fato Típico 
Elementos do Fato Típico 
1. Conduta - Teorias 
 - Causal 
 - Finalista 
 - Social 
 Elementos da Conduta 
 - Ação – Comissivo- Omissão (Própria e imprópria) 
 - Dolo 
 -Direto 
 - Indireto 
 - Culpa 
 -Conceito 
 -Modalidades 
 -Negligência 
 -Imprudência 
 -Imperícia 
 -Espécies 
 -Inconsciente 
 -Consciente 
2 - Resultado 
3 - Nexo Causal 
4 - Tipicidade 
 
Conceito de Fato Típico: Fato típico é o comportamento humano que se amolda (enquadra) 
perfeitamente nos elementos descritos no tipo penal. 
 
QUANTO AO FATO TÍPICO: 
 
1 - CONDUTA 
 
TEORIAS DA CONDUTA: 
1.1 TEORIAS 
 Causal= Para a teoria causal, conduta é o movimento corporal que produz 
modificação no mundo externo. 
 
 Finalista= Para a teoria finalista conduta é o comportamento humano dirigido 
a uma finalidade. Vai verificar se a conduta se houve dolo e culpa. 
NT18.: = Portanto para a teoria causal o dolo e a culpa integram a culpabilidade, enquanto 
que para a teoria finalista o dolo e a culpa fazem parte da conduta. Desta forma o nosso 
código penal adotou a teoria finalista quanto a conduta 
26 
 
 
 Social= Para a teoria social considera-se conduta todo comportamento 
humano que for relevante para a sociedade. 
 
1.2 – ELEMENTOS DA CONDUTA: AÇÃO – OMISSÃO – DOLO – CULPA 
 
Quanto a conduta como podem ser classificado os crimes: 
 
 AÇÃO é um comportamento positivo do agente, ou seja, é fazer algo. 
 
 OMISSÃO é um comportamento negativo do agente, ou seja, é deixar de 
fazer algo. 
 Omissão própria = É aquela que está descrita no tipo penal; 
 
Omissão imprópria = É aquele tipo de omissão em que o tipo penal descreve 
uma conduta positiva, porém o resultado é obtido através de uma inação e 
está atribuída a quem tem o dever legal de agir: Ex.: Bombeiro, Policial (no 
exercício da função). Omissão de socorro somente para crianças e idosos. 
Dever Legal de agir: Art. 13º, § 2º, CP. 
 
 
 DOLO Conceito: é a vontade de produzir um resultado ou então o agente 
assume o risco de produzi-lo. Previsto no Art. 18 Inciso I. 
 
 - Direto = Dolo direto é aquele em que o agente quer o resultado; 
 - Indireto (ou dolo eventual) = É aquele em que o agente prevê o 
 resultado e assume o risco de produzi-lo. 
 
 CULPA Conceito: é a inobservância de um dever objetivo de cuidado que 
produz um resultado lesivo não querido ou assumido pelo agente. A culpa 
possui um conceito aberto, porque depende da ação do agente. 
1.3 MODALIDADES DA CULPA: 
 Negligência: É um deixar de fazer aquilo que a diligência normal lhe impunha 
Ex.: Conduzir veículo e quando na falte freios, sem a devida manutenção, matar alguém; 
 Imprudência: É a conduta positiva praticada pelo agente que por não 
observar o seu dever de cuidado, causa um resultado que lhe era previsível. 
Ex.: Conduzir veículo a 140 km por hora no pistão sul, Taguatinga. 
 Imperícia: É a inaptidão para o exercício de uma profissão; 
Ex.: Médico após cirurgia deixa artefato cirúrgico dentro do paciente; 
27 
 
1.4 ESPÉCIES DA CULPA: 
 
 Inconsciente: É aquela em que o agente deixa de prever um resultado que lhe 
era previsível. 
Ex.: A pessoa que conduz veículo falando ao celular. (a ação deixou de prever um resultado). 
 Consciente: É aquela em que o agente prevê um resultado, mas acredita 
sinceramente que não vai produzi-lo. 
Ex.: Atirador de faca acredita que não vai produzir resultado 
AMBOS ASSUMEM O RISCO 
 
2. RESULTADO 
2.1- Conceito 
Teorias 
 Naturalística – Para a teoria naturalística, resultado é a modificação do 
mundo externo provocada por um comportamento humano. 
 
 Crime Material: É aquele em que o tipo penal descreve a conduta e o 
resultado naturalístico e para a sua consumação é necessário que este 
resultado naturalístico ocorra. Ex.: Crime de homicídio Art. 128, CP - Qual o 
resultado naturalístico: a morte. 
 
 
 Jurídica (ou normativa) – Para a teoria jurídica resultado é a lesão ou perigo 
de lesão de um interesse protegido pela norma de direito penal. 
 
NT19.: Somente o crime material é que tem resultado naturalístico. – VER AULA 07, porém 
todos os crimes tem resultado jurídico. 
 
 Inter Criminis: É o caminho percorrido para a prática do crime 
 
2.2 FASES DO CRIME: 
 
 Cogitação: É a fase subjetiva do crime, ou seja, é quando o agente pensa em 
cometer o delito. 
 
 Preparação: É o ato consistente na tomada de providências para a prática do 
crime. 
NT20.: Os atos de cogitação e preparação são impuníveis. 
 
28 
 
 Execução: É o ato que dá início a realização do crime, ou seja, o agente 
começa a praticar a conduta descrita no tipo penal. 
 
 Consumação: “Consumação ocorre quando se reúne todos os elementos 
descritos no tipo penal” Art. 14, Inciso I, CP. 
 
10/10/2014 – NÃO HOUVE AULA – COORDENAÇÃO INFORMOU ANTECIPADAMENTE – 
HAVERÁ REPOSIÇÃO A SER AGENDADA PELO PROFESSSOR WAGNO. 
 
17/10/2014 – 9ª Aula 
 
CAUSAS IMPEDITIVAS DO RESULTADO 
2.3 TENTATIVA (Conceito) – Tentativa é o início da execução de um crime que não se 
consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente. 
Ex.: Tício ingressa no veículo para furtar, o proprietário chega. Tício se evade. (assim se 
caracterizou uma tentativa) 
2.3.1 Espécies de Tentativa: 
 Tentativa Perfeita - É o mesmo que crime falho – É aquela em que o agente 
se utiliza de todos os meios de execução que estão ao seu alcance, porém o 
crime não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente. 
 
 Tentativa Imperfeita - É aquela em que há uma interrupção da conduta do 
agente antes que esgote os meios de execução que estão ao seu alcance. 
 
 Tentativa Cruenta (ou Tentativa Vermelha) - É aquela em que a atuação do 
agente atinge o objeto material do crime. 
 
 Tentativa Incruenta (ou Tentativa Branca) - É aquela em que o objeto 
material do crime não é atingido pela conduta do agente. 
Exemplos: 
Tício está municiado com revolve com três munições dispara contra Caio não o atingindo. 
(trata-se de tentativa perfeita incruenta) 
 Punibilidade: Via de regra pune-se a tentativa com a mesma pena do crime 
consumado, diminuída de 1/3 a 2/3 (um a dois terços); Art. 14 & Único 
NT21.: Ex.: Tício está municiado com revolve com três munições dispara contra Caio e o 
atinge, Caio não morre mas correu risco de morte, é levado ao hospital onde se recupera. 
29 
 
Pena: 12 anos com redução e 1/3. Segundo caso, atinge de raspão, não corre risco de 
morte. Pena 12 anos com redução de 2/3. 
 
2.3.2 Crimes que não admitem tentativas: 
 Crime Culposo: É aquele em que há o resultado sem a intenção do agente. 
Portanto não admite tentativa. 
 
 Crime Omissivo Próprio: É aquele e que o tipo penal descreve a conduta 
omissiva. Ex.: Omissão de socorro. Art 135, CP. 
 
 Crime Unissubsistente: É aquele crime cuja conduta se revela mediante um 
único ato de execução. Não se pode fracionar o ato de execução, basta uma 
ato para sua consumação. Ex.: Crime de Ameaça: Basta um ato, basta para 
caracterização do crime. 
 
 Crime Preterdoloso: É aquele em que o agente quer produzir um resultado, 
porém atinge um resultado mais gravoso a título de culpa. Ex.: Lesão corporal 
seguida de morte. É aquele crime em que há dolo no antecedente e culpa no 
consequente. 
 2.3.3 Crimes Habituais: 
 Contravenção Penal: É aquele que para sua configuração requer a prática 
reiterada da conduta descrita no tipo penal. Segundo a doutrina não há 
tentativa na contravenção penal porque esta não é punida de acordo com o 
Art. 4º da Lei das Contravenções Penais. Ex.: 
1) Jogo do Bicho, o montador está montando sua barraca, e chega a polícia. Nada acontece, 
pois seria uma tentativa, com a prática reiterada, pois trata-se de contravenção penal, não é 
crime tipificado. 
Para respostas objetivas, não é crime. Para respostas subjetivas sim, porém não segundo o 
Art. 4º da Lei das contravençõesPenais, não se aplica penalidade. 
 Crime de Atentado: É aquele em que se pune a tentativa com a mesma pena 
do crime consumado. Art 14, CP 
Ex.: Art. 352, CP – O preso que tenta evadir-se da prisão recebe a mesma pena 
daquele que se evadiu da prisão. 
 
2.4 - DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: É á desistência por iniciativa própria do agente de 
prosseguir na execução do crime. E neste caso o agente somente responderá pelos atos 
anteriores. 
 
30 
 
2.5 - ARREPENDIMENTO EFICAZ: É o ato de arrependimento voluntário do agente que após 
se utilizar dos meios de que dispunha para a consumação do crime eficazmente impede a 
produção do resultado. E neste caso o agente somente responde pelos atos já praticados 
Ex.: Tício efetua 03 disparos contra Mévio. Arrependido leva Mévio ao hospital onde o 
mesmo não vem a falecer. Arrependimento eficaz é um Plus a mais que a desistência 
voluntária. Ver redação do Art. 15 do CP. 
2.6 - CRIME IMPOSSÍVEL: Art. 17,CP – É aquele que jamais se consumará em razão da 
ineficácia absoluta do meio, ou absoluta impropriedade do objeto. 
Tício pretendia matar a sogra, compra uma pistola, Mocreia, sabendo desta situação, 
compra uma arma de brinquedo e troca a mesma. Tício não responde por crime algum, pois 
o meio empregado é absolutamente ineficaz. 
 - Flagrante Preparado: Flagrante preparado é aquele em que a polícia, a vítima ou 
terceira pessoa induz o agente a praticar o delito mas toma as medidas necessárias para 
evitar a consumação do crime. O flagrante preparado torna o crime impossível. 
Ex.: Tício é traficante procurado pela polícia. A polícia através de um agente solicita a Tício 
droga, Tício vai ao seu esconderijo e traz droga, neste momento Tício é preso. É válida a 
prisão? NÃO, FLAGRANTE PREPARADO, por ter sido induzido a prática do crime por um 
agente. Súmula 145, STF – Não há crime quando o flagrante é preparado pela polícia, torna 
impossível sua consumação. 
 
 Flagrante Esperado: Flagrante esperado é aquele em que a polícia, a vítima ou 
terceira pessoa sem induzir o agente, sabe da prática do crime e toma as 
medidas necessárias para evitar a sua consumação. 
Ex.: A empregada domestica cuida de criança, a mãe desconfiada das ações da babá, coloca 
câmera escondida, a babá irritada com atitudes da criança investe sobre ela com um 
artefato qualquer.... a mãe investe impedindo. Isso é Flagrante esperado. A pessoa pode ser 
presa. 
 
 Arrependimento Posterior: Art. 16, CP – Arrependimento posterior é uma 
causa de diminuição de pena que ocorre nos crimes praticados sem violência 
ou grave ameaça desde que o agente voluntariamente repare o dano ou 
restitua o bem até o recebimento da denuncia. 
NT21.: No crime de estelionato mediante a emissão de cheque sem fundo a reparação do 
dano antes do recebimento da denuncia torna a conduta ATÍPICA, e por isso impede o 
início da ação penal. Súmula 554, do STF. 
31 
 
NT22.: No crime de peculato culposo, a reparação do dano antes do trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória extingue a punibilidade; se posterior reduz-se a pena pela 
metade. Art. 312 § 2º e 3º do CP. 
NT23.: Nos crimes de apropriação indébita previdenciária e nos crimes tributários o 
pagamento do tributo a qualquer tempo extingue a punibilidade. 
 
24/10/2014 – 10ª 
FATO TÍPICO - Revisão 
Visto - CONDUTA: Ação, Omissão, Dolo e Culpa. 
Visto - RESULTADO 
 - NEXO CAUSAL 
 - TIPICIDADE 
 
3 - NEXO CAUSAL: 
Conceito: É o elo que ligação entre a CONDUTA e o RESULTADO 
 Conceito de Causa (Juízo Hipotético do Thiren): Art. 13, Segunda Parte – Causa 
é a ação ou omissão sem a qual resultado não ocorreria da forma que ocorreu. 
Teoria da Conditional Sine Qua Non Ou Teoria da Equivalência dos 
Antecedentes 
- Fabricar 
- Vender 
- Comprar 
- Almoçou 
- Atirou 
- Tício – Matou Mocreia (Morreu) 
 Causa Absolutamente independente: É aquela que produz o resultado 
independentemente da conduta do agente, e por isso rompe o nexo causal e o 
resultado não será atribuído ao agente. 
 - Preexistente – Causa antes da conduta do agente 
 - Concomitante – Causa que vem ao mesmo tempo da conduta do agente 
 - Superveniente – Causa eu vem depois da conduta do agente 
 
 Causa relativamente independente: É aquela que para produzir o resultado 
deve ser conjugada com a conduta do agente, e caso a causa seja preexistente 
ou concomitante, o resultado será atribuído ao agente, desde que este tenha 
conhecimento. 
 - Preexistente – Causa antes da conduta do agente 
 - Concomitante – Causa que vem ao mesmo tempo da conduta do agente 
32 
 
 - Superveniente – Causa eu vem depois da conduta do agente 
 
Tício é sabedor que Mocreia é hemofílica, Tício produz um pequeno corte em Mocrea 
incapaz de matar alguém, porém Mocreia vem a falecer por conta da perda de sangue. 
(hemofilia). 
NT24.: A Causa relativamente independente superveniente que por si só produzir o 
resultado rompe o nexo causal e o agente somente responderá pelos atos já praticados. 
A Expressão por si só indica que se o resultado estiver na linha de desdobramento do fato, 
o agente responde pelo resultado, mas se não estiver, o agente somente responderá pelos 
atos já praticados. 
Tício atira em Mocreia, a mesma é levada de ambulância para o hospital, no trajeto a 
ambulância é envolvida em um acidente de trânsito. Mocreia morre. Tício responde pela 
causa morte? NÃO, só responde por tentativa, pois o acidente não está na linha natural de 
desdobramento do fato e que ocorre depois do ato de Tício. 
4 - TIPICIDADE: 
 Formal: Tipicidade formal é o enquadramento do comportamento humano a 
um tipo penal. Tipo penal é a norma que descreve a conduta proibida. 
 
 Material: Tipicidade material é aquela que além de haver o enquadramento do 
comportamento humano a um tipo penal, exige-se que a conduta produza uma 
lesão relevante para a sociedade. O princípio da insignificância exclui a 
tipicidade material. 
 
 Direta: Tipicidade direta é aquela em que o comportamento humano se 
enquadra de forma imediata ao tipo penal. 
 
 Indireta: Tipicidade indireta é aquela em que o comportamento humano não 
se enquadra de forma imediata ao tipo penal, necessitando de uma norma de 
extensão. 
Ex.: de normas de extensão: Art. 14 e 29, CP. 
Caio empresa empresta a arma para tício que sabendo que tício quer matar Mévio 
 
 
 
 
 
33 
 
XXIV - ANTIJURICIDADE ou ILICITUDE: 
Todo fato típico a princípio é ilícito. 
Clausulas Excludentes da Ilicitude 
1 - Estado de Necessidade 
Requisitos 
 - Existência de um Direito a ser preservado 
 - Perigo atual ou iminente 
 - Involuntariedade na produção do perigo 
 - Inevitabilidade do perigo 
 - Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado 
 - Ausência do dever legal de agir 
 Espécies de Estado de Necessidade 
 - Justificante 
 - Exculpante 
 - Defensivo 
 - Agressivo 
 - Putativo 
Teorias de Estado de Necessidade 
 - Unitária 
 - Diferenciadora 
 
2 - Legítima Defesa 
 Requisitos: 
 - Agressão Injusta 
 - Agressão atual ou iminente 
 - Agressão a direito próprio ou alheio 
 - Reação com os meios necessários 
 - Uso moderado dos meios 
 Espécies de Legítima defesa 
 - Própria: Ver aulas anteriores 
 - De terceiro: Ver aulas anteriores 
 - Putativa 
 - Sucessiva 
3 – Estrito Cumprimento do Dever Legal 
4 – Exercício Regulado do Direito 
5 – Ofendículos ou Ofendículas 
6 – Consentimento do Ofendido 
 
 
34 
 
Conceito: Ilicitude ou antijuridicidade é a contrariedade entre o fato típico e o ordenamento 
jurídico – Art. 23, CP 
 
CAUSAS EXCLUDENTES DA ILICITUDE: 
1 - Estado de Necessidade 
 Conceito: É uma causa excludente de ilicitude configurada pela prática de um 
fato típico com sacrifício de direito alheio para salvardireito próprio ou de 
terceiro que se encontra em situação de perigo atual ou iminente, não 
provocado voluntariamente pelo agente e que seja inevitável. Ver Art. 24, CP; 
 
 
1.1 Requisitos: 
1º) Existência de um Direito a ser preservado - Ou seja, para configurar o estado de 
necessidade a conduta do agente deve preservar um direito próprio ou de terceiro; 
2º) Perigo atual ou iminente – Perigo atual é aquele que está acontecendo e perigo 
iminente é aquele que está prestes a acontecer. 
3º) Involuntariedade na produção do perigo – ou seja, o agente que provocar o perigo de 
forma voluntaria (dolosa) não pode ter reconhecido o estado de necessidade. 
Ex: Ticio, Melvio, Mocreia e Kaio estão em um pequeno barco, neste barco existe apenas 3 
coletes salvas vidas, Tendo Ticio colocado fogo no barco e em estado de necessidade Ticio 
afoga Mocreia para que lhe sobre um colete, neste exemplo não se enquadra a excludente 
visto que Ticio provocou necessidade pois o perigo foi provocado de forma dolosa. 
(atenção o autor deve ter a conduta dolosa e não culposa). 
4º) Inevitabilidade do perigo - o estado de necessidade só será reconhecido se agente não 
o tiver outro meio de evitar o perigo. O agente não pode procurar o perigo e depois alegar 
estado de necessidade. 
5º) Inexigibilidade do sacrifício do bem ameaçado - O bem a ser preservado tem que ter 
valor igual ou superior ao do bem sacrificado. 
Ex.: 04 botes individuais a disposição com capacidade de 80 Kg cada uma, Tício, Mévio, 
Mocreia que tem um cachorro Lulu, pega o último bote para seu cão, Caio morre. Mocreia 
não pode alegar estado de necessidade porque o bem preservado Lulu é inferior ao bem 
Caio. 
6º) Ausência do dever legal de agir - O agente que tem o dever legal de enfrentar o perigo 
não pode alegar estado de necessidade. Art. 24 § 1º, CP. 
 
35 
 
1.1 Espécies de Estado de Necessidade 
 Justificante: É aquele em que o bem preservado é de valor igual ou superior 
ao do bem sacrificado e por isso exclui a ilicitude do fato típico. 
 
 Exculpante: É aquele em que o bem preservado é inferior ao valor do bem 
sacrificado. E neste caso exclui a culpabilidade. 
 
 Defensivo: É aquele em que o agente pratica a conduta contra bem jurídico 
pertencente a pessoa que provocou o perigo. 
 
 Agressivo: É aquele em que o agente pratica o fato necessitado (ou conduta) 
contra bem jurídico pertencente a terceira pessoa inocente. 
NT25.: No estado de necessidade defensivo o agente que praticou o fato necessitado não 
será responsabilizado em reparar o dano causado; já o estado de necessidade agressivo o 
autor do fato necessitado será obrigado a reparar o dano, porém tem ação regressiva 
contra quem provocou o perigo. Art. 188 (Estado de Necessidade) e Arts. 929 e 930, CC. 
 Putativo: Estado de necessidade putativo é aquele imaginário, ou seja, o agente 
supõe que estão presentes todos os requisitos do estado de necessidade, porém 
ele se equivoca quanto a existência do perigo. 
 
1.2 Teorias de Estado de Necessidade 
 Unitária: Para a teoria unitária todo estado de necessidade é justificante, ou seja, 
exclui a ilicitude. 
 
 Diferenciadora: Para a teoria diferenciadora o estado de necessidade pode ser 
justificante, que exclui a ilicitude, ou exculpante, que exclui a culpabilidade. 
NT26.: O nosso código penal adotou a teoria unitária, ou seja, o estado de necessidade 
somente pode funcionar como causa excludente da ilicitude. 
 
31/10/2014 – 11ª 
2 – Legítima Defesa 
- Conceito: Legítima defesa é uma causa excludente de ilicitude caracterizada pela reação do 
agente a uma agressão injusta atual ou iminente, a um direito próprio ou alheio, utilizando-
se moderadamente dos meios necessários. Art. 25, CP. 
2.1 Requisitos: 
1º) Agressão Injusta – É aquela que não é permitida pelo ordenamento jurídico. 
36 
 
Ex.: Art. 1.210, CC – Quem tem molestado sua posse, e na repressão, o agredido não pode 
alegar legítima defesa. 
2º) Agressão atual ou iminente – Agressão atual é aquela que está acontecendo e agressão 
iminente é aquela que está prestes a acontecer. 
3º) Agressão a direito próprio ou alheio – Qualquer direito pode ser objeto de defesa e 
quando o agente defende o seu próprio direito está caracterizada a legítima defesa própria; 
caso o agente defenda direito de outrem fica configurada a legítima defesa de terceiro. 
4º) Reação com os meios necessários: Meio necessário é o instrumento que o agente dispõe 
no momento para repelir a agressão. 
5º) Uso moderado dos meios: Significa que os meios empregados devem ser utilizados na 
medida suficiente para fazer cessar a agressão. 
 
2.2 Espécies de Legítima defesa 
 Própria: Ver aulas anteriores 
 De terceiro: Ver aulas anteriores 
 Putativa: Legítima defesa putativa é aquela em que o agente supõe que vai 
sofrer uma agressão injusta a um direito seu ou de terceiro e se utiliza 
moderadamente dos meios necessários para repeli-la. 
 Sucessiva: É aquela em que o agente reage ao excesso da legítima defesa ou 
ao ataque da legítima defesa putativa. 
 
3 – Estrito Cumprimento do Dever Legal 
É uma causa excludente de ilicitude consistente na prática de um fato típico em razão de o 
agente cumprir uma obrigação imposta por Lei. 
Ex.: Oficial de justiça adentra a uma casa com mandato de busca.... não responde por crime 
de violação de domicílio. 
 
4 – Exercício Regulado do Direito 
É uma causa excludente de ilicitude consistente na prática de um fato típico, no exercício de 
um direito previsto no ordenamento jurídico ou então admitido pela sociedade. Art. 23, § 
Único 
Ex.: Práticas de esportes, MMA, Futebol, etc.... 
 
 
37 
 
5 – Ofendículos ou Ofendículas 
São instrumentos preordenados de defesa. Medidas protetivas dos bens jurídicos 
protegidos. 
Ex.: cerca elétrica, cacos de vidro no muro, cachorro, 
NT27.: A maioria da doutrina e da jurisprudência entende que os ofendidos consistem em 
legítima defesa e não exercício regular do direito. Alguns doutrinadores chamam os 
ofendículos de legítima defesa pré-ordenada. Lembrando que não há dúvida que os 
ofendículos excluem a Ilicitude. 
 
6 – Consentimento do Ofendido: 
É uma causa supralegal de exclusão de ilicitude consistente na prática de um fato típico com 
anuência da vítima desde que esta seja absolutamente capaz e o bem disponível. 
 
XXV - CULPABILIDADE (O AUTOR É CULPÁVEL?) 
1 - Conceito 
2 - Teorias 
 - Psicológica 
 - Psicológica Normativa 
 - Normativa Pura (Hans Welzel) 
3. Elementos da Culpabilidade 
3.1 Imputabilidade – Potencial Consciência da Ilicitude – Exigibilidade de Conduta Diversa 
 - Conceitos 
 - Critérios 
 - Biológicos 
 - Psicológico 
 - Biopsicológico 
3.2 - Causas Excludentes da Imputabilidade 
 - Menoridade 
 - Doença Mental 
 - Desenvolvimento Mental imcompleto ou retardado 
 - Embriaguez Acidental 
3.3 - Emoção e paixão 
3.4 - Consequências e Paixão 
3.5 - Semi-imputabilidade 
 
 
 
38 
 
1 – Conceito: Culpabilidade é o juízo de censura ou reprovabilidade que recai sobre um fato 
típico e ilícito. 
2 -Teorias: 
 
 Psicológica: Para a teoria psicológica culpabilidade é o dolo ou a culpa na 
conduta do agente, ou seja, para reconhecer a culpabilidade basta que se 
comprove que o agente tenha atuado com dolo ou culpa. 
 
 Psicológica Normativa: Para teoria psicológica normativa a culpabilidade é a 
ligação psíquica entre o agente e o fato praticado, acrescido da 
reprovabilidade, ou seja, além de demonstrar atuou com dolo ou culpa, é 
preciso também comprovar a reprovabilidade da conduta. 
 Normativa Pura (Hans Welzel): Para a teoria normativa pura a culpabilidade é 
o juízo de censura do comportamento humano, sem qualquer relação com o 
dolo ou culpa. 
NT28.:O nosso códigopenal para definir a culpabilidade adotou a teoria da Normativa 
Pura. 
 
3. ELEMENTOS DA CULPABILIDADE 
3.1 Imputabilidade – Potencial Consciência da Ilicitude – Exigibilidade de Conduta Diversa 
 -Conceitos 
 - Critérios 
 - Biológicos 
 - Psicológico 
 - Biopsicológico 
 3.1.2 - Causas Excludentes da Imputabilidade 
 - Menoridade 
 - Doença Mental 
 - Desenvolvimento Mental imcompleto ou retardado 
 - Embriaguez Acidental 
 3.1.3 - Emoção e paixão 
 3.1.4 - Consequências e Paixão 
 3.1.5 - Semi-imputabilidade 
3.2 – Potencial Consciência da Ilicitude 
 - Conceito 
 - Causa Excludente 
 -Erro de Proibição 
3.3 – Exigibilidade de Conduta Diversa 
 - Conceito 
 - Causas Excludentes 
 - Coação Moral 
39 
 
ELEMENTOS DA IMPUTABILIDADE 
 
3 - Imputabilidade (Imputável) – Pessoa que não possui condições de discernir se o que está fazendo 
é correto ou errado: Imputável (Diante de qualquer problema psicológico ou biológico). 
 
Conceito: É a condição pessoal do agente de maturidade e sanidade mental e modo que ele 
entenda o que está fazendo. 
Critérios: 
 Biológico: Para critério biológico o agente é avaliado se é ou não portador de uma 
anomalia biológica. 
 
 Psicológico: Para critério psicológico, leva-se em consideração o estado psíquico 
do agente no momento da prática do fato, independentemente de ser ou 
portador de doença mental. 
 
 Biopsicológico: Para o critério biopsicológico determina-se a imputabilidade ou a 
inimputabilidade do agente levando-se em consideração tanto o aspecto 
biológico quanto como o psicológico, ou seja, vai se averiguar se o agente era 
portador ou não de uma anomalia biológica, bem como se tinha ou não a 
maturidade suficiente para saber se o fato típico por ele praticado era ilícito. Art. 
26,CP. 
NT29.: O nosso código penal via de regra adotou o critério biopsicológico para definir a 
imputabilidade. 
3.1.2 - Causas Excludentes da Imputabilidade 
 
 Menoridade: Adquire-se a imputabilidade no primeiro minuto do dia em que o 
agente completar os 18 anos, independentemente do horário que tenha nascido. 
Conforme: Art.27 do CP – 228 da CF e 104 do ECA. Quanto a menoridade, o nosso 
código penal adotou o critério biológico para definir a imputabilidade. Tanto que 
um menor com dezessete, mesmo emancipado na órbita civil, quando da prática 
de um crime, este será imputável. 
 
 Doença Mental: É a enfermidade que atinge o controle psíquico do agente. 
 
 Desenvolvimento Mental incompleto: É aquele em que a pessoa ainda não 
atingiu a maturidade suficiente para distinguir entre o lícito e o ilícito. Ex.: 
Silvícolas (Indígenas não aculturados). 
 
 Desenvolvimento Mental retardado: É aquele em que há uma estagnação no 
desenvolvimento mental, ou seja, a pessoa avança no tempo porém o seu 
desenvolvimento mental não atinge a maturidade. 
 
40 
 
 Embriaguez: É a alteração psíquica provocada pela ingestão de bebida alcoolica 
ou outras substancias de efeito análogo. 
 
- Voluntária: ingere a bebida com o objetivo de se embriagar. 
 
- Culposa: Não tem a intenção de se embriagar 
A embriaguez voluntária e culposa não exclui a imputabilidade. Art. 28, II 
do CP. 
 
- Embriaguez pré-ordenada – É aquela em que o agente ingere a bebida 
alcoólica com o proposito de praticar o crime e também não exclui a 
imputabilidade, pelo contrário é considerada como uma circunstância 
agravante. Art. 61,II, alínea L. Porque as circunstâncias voluntária, culposa e 
pré-ordenada são crimes imputáveis? Porque nosso código penal adotou a 
Teoria da Altio Libera In Causa: Significa que o agente ao ter liberdade de 
escolha no momento de fazer ingestão de bebida alcoólica será 
responsabilizado criminalmente pelos fatos praticados durante a embriagues 
 
- Embriaguez Patológica: É excludente, pois é considerada doença mental. 
 
 Embriaguez Acidental: Embriaguez acidental é aquela provocada por caso 
fortuito (atos naturais) ou força maior (atuação humana). A embriaguez acidental 
exclui a imputabilidade 
 
 Emoção e paixão: A emoção (transitório) e a paixão (duradouro) não exclui a 
imputabilidade. A emoção e a paixão podem servir com atenuantes ou causa de 
diminuição de pena. Ver Art. 65,IIIC, CP. 
 
 Consequências (Doença Mental, Desenvolvimento Mental incompleto e 
embriaguez acidental): Caso o agente portador de doença mental, de 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, ou ainda esteja sobre o 
estado de embriaguez acidental será isento de pena se no momento da prática do 
fato típico e elícito era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de sua 
conduta ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 26 e § 
1º,CP. Nas hipóteses de doença mental e desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado o juiz absolverá o acusado e lhe aplicará uma medida de segurança. 
Esta sentença é chamada absolutória imprópria. As medidas de segurança podem 
ser de internação ou de tratamento ambulatorial. Art. 97, CP. 
 
 Semi-imputabilidade: É uma causa especial de diminuição de pena que ocorre 
quando o agente tem a sua capacidade de entendimento reduzida em razão de 
uma perturbação mental ou embriaguez acidental. Art. 26 § único e 28, § 2º. 
NT30.: Na semi-imputabilidade o juiz pode substituir a pena privativa de liberdade por 
uma medida de segurança. Art. 98, CP. 
41 
 
3.2 – Potencial Consciência da Ilicitude: é a possibilidade que tem o agente, de saber que 
está praticando um fato ilícito. |Art. 21, CP| 
 
Causa excludente da potencial consciência da ilicitude: 
 
 Erro de proibição: é aquele que recai sobre a ilicitude do fato. 
 Evitável-vencível-inescusável 
 Inevitável-invencível-escusável 
 
NT31.: O erro de proibição inevitável afasta a potencial consciência da ilicitude e via de 
consequência a culpabilidade, e por isso fica isento de pena porque não haverá crime. Já o 
erro de proibição evitável, faz com que a pena do agente seja reduzida de um sexto a um 
terço. |Art. 21, CP| Embora o desconhecimento da lei seja inescusável, tal circunstância 
funciona como atenuante. |Art. 65, II, CP| 
 
3.3 Exigibilidade de conduta diversa: é o elemento da culpabilidade consistente na 
expectativa da sociedade, acerca da prática de uma conduta diferente daquela que foi 
adotada pelo autor de um fato típico e ilícito. 
 
Causas excludentes da exigibilidade de conduta diversa: 
 
 Coação moral irresistível: coação moral é uma ameaça que pode ser precedida de 
violência física, porém, o agente fica livre para agir. Coação moral irresistível é 
aquela insuportável pelo agente. 
 
 Obediência hierárquica: torna inexigível uma conduta diversa do agente, desde 
que a ordem do superior hierárquico não seja manifestamente ilegal. “Manda 
quem pode, obedece quem tem juízo” 
 
NT32.: Segundo entendimento majoritário da doutrina, somente configura a obediência 
hierárquica nas relações ocorridas no âmbito da administração pública. 
 
 
ERROS NO DIREITO PENAL 
 
 
1 – ERRO DE TIPO: 
 
É a suposição por parte do agente, de ausência do elemento ou circunstâncias que integram 
a figura típica. 
 
Espécies do erro de tipo: 
 
 Essencial: é aquele que recai sobre os elementos constitutivos do tipo penal. 
 Inevitável: é aquele que o homem de diligência normal também o cometeria. 
 Evitável: é aquele em que se houvesse uma maior diligência do agente, ele não 
ocorreria. 
 Inevitável-evitável-escusável 
 Evitável-vencível-inescusável 
NT33.: O erro de tipo essencial, exclui o dolo. Se for inevitável, exclui também a culpa; 
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porém, se for evitável, afasta apenas o dolo, permitindo a punição a título de culpa, se 
previsto em lei. O erro de tipo inevitável, afasta a conduta em razão da inexistência de 
dolo e culpa e por isso não terá o fato típico. 
 
- Diferenças entre erro