Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Curso: Engenharia Ambiental Disciplina: Química Analítica TÓPICO 7 – TITULAÇÃO DE OXI-REDUÇÃO - INDICADORES REDOX Profª. Drª. Elisandra Scapin 2 2 TITULAÇÃO DE OXI-REDUÇÃO - INDICADORES REDOX Um indicador redox muda de cor quando passa de seu estado oxidado para seu estado reduzido. Para prever a faixa de potencial na qual ocorrerá a mudança de cor, primeiro escrevemos a equação de Nernst. 3 3 A cor do In(reduzido) será observada quando: A cor do In(oxidado) será observada quando: E a mudança de cor ocorrerá na faixa de: Quanto maior for a diferença de potencial padrão entre o titulado e o titulante, mais acentuada a mudança de direção presente na curva de titulação no ponto de equivalência. [In(reduzida)] [In(oxidada)] 10 1 10 1 E = Eº - 0,05916 n + volts In(oxidado) + né In(reduzido) E = Eº - 0,05916 n log [In(reduxida)] [In(oxidada)] [In(reduzida)] [In(oxidada)] 4 4 Uma titulação redox geralmente é exeqüível se a diferença entre o titulado e o titulante for 0,2V. Todavia, o ponto final de cada titulação não é muito acentuado e é melhor detectado potenciometricamente. Se a diferença nos potenciais formais é 0,4V, então indicador redox geralmente apresenta um ponto final satisfatório. 5 5 6 Reagentes oxidantes e Redutores Auxiliares Em uma titulação redox o analito precisa estar em um único estado de oxidação. As etapas que precedem a titulação (dissolução da amostra e separação de interferências) convertem o analito a uma mistura de estados de oxidação. Ex.: uma amostra contendo ferro é dissolvida e resulta em uma mistura de íons Fe(II) e Fe(III). 7 Se tratarmos a solução com um reagente padrão para determinar o Fe, precisamos antes tratar a solução contendo a amostra com um reagente auxiliar para converter todo o ferro para Fe(II). Se titularmos com um redutor padrão, o pré-tratamento com um reagente oxidante auxiliar será necessário. O pré-oxidante ou pré-redutor precisa reagir quantitativamente com o analito. Qualquer excesso de reagente tem de ser facilmente removível pois o excesso do reagente interfere na titulação devido a sua reação com a solução padrão. 8 - Reagentes Redutores Auxiliares Vários metais são bons agentes redutores e tem sido usados na pré-redução de analitos. Incluem-se o Zn, Al, Cd, Pb, Ni, Cu e Ag (na presença de íons cloreto). Após a redução estar completa, o sólido é removido e lavado. Uma alternativa à filtração consiste no emprego de uma coluna redutora. 9 Nela o metal finamente dividido é mantido em um tubo de vidro vertical através do qual a solução passa sob leve vácuo. Uma coluna com Redutor de Jones tem diâmetro 2 cm e é recheada até 50cm com zinco amalgamado. A amalgamação consiste na reação: 2Zn(s) + Hg2+ Zn2+ + ZnHg(s) A amálgama de Zn é muito eficiente na redução e inibe a redução de íons H pelo Zn. Redutor de Jones 10 10 No redutor de Walden o redutor é a Ag metálica granulada mantida em uma coluna de vidro estreita. A Ag não é um agente redutor muito bom a menos que cloreto ou outro íon que forme um sal pouco solúvel com Ag esteja presente. O Redutor de Walden é mais seletivo que o Redutor de Jones. 11 - Reagentes Oxidantes Auxiliares -Bismutato de Sódio (NaBiO3): Poderoso agente oxidante, capaz, por ex., de converter quantitativamente Mn2+ em íons MnO4 -. O sal de bismuto é um sólido pouco solúvel com fórmula NaBiO3. As oxidações são realizadas suspendendo-se o bismuto na solução do analito e fervendo a mistura durante pouco tempo. NaBiO3(s) + 4H + + 2e- BiO + + Na+ + 2H2O 12 -Peroxidissulfato de Amônio – (NH4)2S2O8 Poderoso agente oxidante, em soluções ácidas converte o Cr(III) em dicromato; o Ce(III) em Ce(IV) e o Mn(II) em permanganato. A semireação é: Aplicação de Agentes Redutores Padrão -Soluções de Fe(II) As soluções de ferro são preparadas a partir de: - sulfato de Fe(II) e amônio – Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O (sal de Mohr); - sulfato de Fe(II) e etilenodiamina - FeC2H4(NH3)2(SO4)2.4H2O (sal de Oesper). S2O8 2- + 2e- 2SO4 2- 13 A oxidação de Fe(II) pelo ar ocorre rapidamente mas é inibida na presença de ácidos, com a preparação mais estável sendo feita em H2SO4 0,5molL -1. Estas soluções não são estáveis por mais de um dia. Vários agentes oxidantes são determinados pelo tratamento da solução contendo o analito com um excesso conhecido de padrão de Fe(II). Imediatamente ocorre a titulação desse excesso com uma solução padrão de K2Cr2O7 ou Ce(IV). 14 Método usado para determinar peróxidos orgânicos, hidroxilamina, Cr(VI), Ce(IV), Mb(VI), íons nitrato, clorato, perclorato e outros agentes oxidantes. -Tiossulfato de Sódio (Na2S2O3): O S2O3 2- é agente redutor moderadamente forte. É amplamente usado na determinação de agentes oxidantes por meio de um procedimento indireto que envolve iodo como intermediário. Na presença de I o íon S2O3 2- é oxidado para formar o íon tetrationato S4O6 2- : 2S2O3 2- S4O6 2- + 2e- 15 O procedimento envolve adição de excesso de KI a uma solução levemente ácida de analito. O iodo liberado é titulado com solução de Na2S2O3. Ex.: determinação de hipoclorito de sódio em alvejantes: O iodato de potássio (KIO3) é um excelente padrão primário para soluções de tiossulfato (S2O3 2-). I2 + 2S2O3 2- 2I- + S4O6 2- OCl- + 2I- Cl- + I2 + H2O 16 Quantidades conhecidas do reagente de grau padrão primário são dissolvidas em água contendo um excesso de iodeto de potássio. Quando a mistura é acidificada com ácido forte a reação é: O iodo é então liberado e titulado com solução de S2O3 2- . A estequiometria da reação é: 1 mol de IO3 - = 3 mol I2 = 6 mol S2O3 2- IO3 - + 5I- + 6H+ 3I2 + 2H2O 17 Exemplo: Uma solução de tiossulfato de sódio foi padronizada por meio da dissolução de 0,1210 g de KIO3 (PM 214) em água, da adição de um grande excesso de KI e da acidificação com HCl. O iodo liberado consumiu 41,64mL da solução de tiossulfato para descolorir o complexo azul de amido-iodo. Calcule a concentração em mol por litro de Na2S2O3. Lembre que: 1 mol de IO3 - = 3 mol I2 = 6 mol S2O3 2- 1 mol KIO3 X 214 g 0,1210 g X = 5,65 x 10-4 mol KIO3 1 mol KIO3 5,65 x 10-4 6 mols de Na2S2O3 X X = 3,39 x 10-3 mol Na2S2O3 Na2S2O3 M = (3,39 x 10-3 mol Na2S2O3)/ (0,04164L) = 0,08147 mol/L 19 19 TITULAÇÕES REDOX Uma titulação redox está baseada numa reação de oxidação-redução entre o titulado (constituinte em análise) e o titulante. A Forma de uma Curva de Titulação Redox: Ex.: titulação de Fe(II) com cério (IV) padrão. A reação de titulação é: A reação de titulação forma uma mistura de Ce4+, Ce3+, Fe2+ e Fe3+ no béquer. Ce4+ + Fe2+ Ce3+ + Fe3+ cérico titulante ferroso titulado ceroso férrico 20 Para acompanhar o curso da reação coloca-se um par de eletrodos dentro da mistura reacional. No eletrodo de referência de calomelano a reação é: 2Hg(l) + 2Cl - Hg2Cl2(S) + 2é No eletrodo indicador de Pt existem duas reações que caminham para o equilíbrio:semi-reação do indicador: semi-reação do indicador: Fe3+ + e- Fe2+ Ce4+ + e- Ce3+ Eº = 0,767 V Eº = 1,70 V 21 21 A reação da pilha pode ser descrita de duas formas: As reações da pilha não são idênticas às reações de titulação. O potenciômetro não tem nenhum interesse em como os íons aparecem dentro do béquer, o que interessa é como os elétrons circulam do ânodo para o cátodo através do medidor. A reação de titulação é uma oxidação de Fe2+ e uma redução do Ce4+ . A reação de titulação produz uma mistura de Ce4+, Ce3+, Fe2+ e Fe3+ . 2Ce4+ +2Hg(l) + 2Cl - Hg2Cl2(S) + 2Ce 3+ Reação da Pilha: 2Fe 3+ +2Hg(l) + 2Cl - Hg2Cl2(S) + 2Fe 2+ Reação da Pilha: 22 22 O potenciômetro mede o potencial dos “é” dos eletrodos de referência através do medidor, e do eletrodo de Pt. O circuito mede o potencial para a redução do Fe3+ ou Ce4+ na superfície da Pt dos elétrons do par Hg/Hg2Cl2 presente no eletrodo de referência. O circuito mede o potencial para a redução do Ce4+ e do Fe3+ pelo Hg. A reação de titulação caminha para o final e a reação da pilha é desprezível. A pilha é usada par medir atividades e não para modificá- las. 23 24 24 25 25 TITULAÇÕES REDOX Região 1: Antes do Ponto de Equivalência Assim que cada alíquota de Ce4+ é adicionada, a reação de titulação consome o Ce4+ e cria um número igual de moles de Ce3+ e Fe3+. Antes do PE, o excesso de Fe2+ que não reagiu permanece em solução. Podemos determinar as concentrações de Fe2+ e de Fe3+ sem nenhuma dificuldade. 26 semi-reação do indicador: Fe3+ + e- Fe2+ Eº = 0,767 V 27 27 Quando o volume do titulante é a metade da quantidade necessária para chegar ao PE (V = 1/2Ve), as concentrações de Fe2+ e de Fe3+ serão iguais. Neste caso o termo logaritmo é 0, e E+ = Eº para o par Fe3+ Fe2+. O ponto em que V = ½ Ve é análogo ao ponto em que pH = pKa quando V = ½ Ve está em uma titulação ácido-base. 28 Região 2: No Ponto de Equivalência Uma quantidade suficiente de Ce4+ foi adicionada para reagir como todo o Fe2+. Praticamente todo o Ce está na forma de Ce3+ e praticamente todo o ferro está na forma de Fe3+ . Minúsculas quantidades de Ce4+ e de Fe2+ estão presentes no equilíbrio. Da estequiometria podemos dizer que: [Ce3+] = [Fe3+] [Ce4+] = [Fe2+] 29 29 Imagine que todo o cério e ferro estão convertidos em Ce3+ e em Fe3+ e como estamos no PE, a concentração destes íons é igual e agora a reação caminha para o equilíbrio. Se uma pequena parte de Fe3+ volta a ser Fe2+, um número igual de moles de Ce4+ deve ser produzido. Assim, [Ce4+] = [Fe2+] Ce4+ + Fe2+Ce3+ + Fe3+ 30 No PE usam-se ambas as reações para descrever o potencial da pilha. As equações de Nernst para essas reações são: Não podemos encontrar E+ porque não sabemos exatamente quais as pequenas concentrações de Fe2+e de Ce4+ que estão presentes, então somam-se as equações: 31 31 Mas como no ponto de equivalência [Ce3+] = [Fe3+]=[Ce4+] = [Fe2+] : 2E+ = 2,476 V E+ = 1,23V E+ é a média dos potenciais-padrão para as duas semi- reações no eletrodo de Pt. O potencial da pilha é: E = E+ -(calomelano) = 1,23 – 0,241 = 0,99V Região 3: Depois do Ponto de Equivalência Agora praticamente todos os átomos de ferro estão na forma de Fe3+. O número de moles de Ce3+ é igual ao número de moles de Fe3+ e existe excesso de Ce4+ que não reagiu. 32 32 Agora praticamente todos os átomos de ferro estão na forma de Fe3+. O número de moles de Ce3+ é igual ao número de moles de Fe3+ e existe excesso de Ce4+ que não reagiu. Como Conhecemos a [Ce3+] então podemos utilizar a equação Para descrever a química no eletrodo de Pt: E = E+ -(calomelano) = No ponto especial em que V = 2Ve, [Ce3+] = [Ce4+] e E+ = Eº (Ce4+ Ce3+) = 1,7 2Ce4+ +2Hg(l) + 2Cl - Hg2Cl2(S) + 2Ce 3+Reação da Pilha: 1,70 - 0,05916log [Ce3+] [Ce4+] - 0,241 33 33 As Formas das Curvas de Titulação Os cálculos feitos levam a fazer a curva de titulação para a reação: O ponto de equivalência é marcado por um rápido aumento de potencial. O potencial calculado em qualquer ponto dessa titulação depende somente da razão dos reagentes; suas concentrações não aparecem em nenhum cálculo. Portanto, a curva é independente de diluição. Ce4+ + Fe2+ Ce3+ + Fe3+ cérico titulante ferroso titulado ceroso férrico 34 34 A curva de titulação é simétrica próximo ao ponto de equivalência porque a estequiometria da reação é 1:1. 35 a) Vcu+ = 15 mL (antes do PE) E = E+ - E- (eletrodo de referência) E+ = ( 1,70 – 0,0592 log (Ce 3+/Ce4+) E+ = ( 1,70 – 0,0592 log (15/10) = 1,68 E = 1,68 – 0,197 = 1,492 V Exercício: Suponha que titulamos 100mL de uma solução de Ce4+ 0,010M em HClO4 1M com uma solução de Cu + 0,040M, formando Ce3+ e Cu2+. Foi utilizado o eletrodo de Ag/AgCl saturado (Eº= + 0,197V) para determinar o ponto final. Calcule o potencial para os seguintes valores de Cu+ adicionados: 15 mL, 25 mL, 30 mL 36 b) No PE, as quantidades de todos os cátions são iguais,; E+ = 1,70 V - Eº para o Ce 4+ E+ = 0,161 V - Eº para o Cu + Logo: 2 E+ = (1,70 + 0,161) E+ = 0,930 E = 0,930 – 0,197 = 0,733 V c) Vcu+ = 30 mL (DEPOIS do PE) E = ( 0,161 – 0,0592 log (Cu+/Cu2+) - 0,197 E+ = (0,161 – 0,0592 log (5/25) = 0,202 E = 0,202 – 0,197 = 0,0053 V 37 Agentes Oxidantes como Solução Padrão 38 38 Permanganimetria O KMnO4 é um forte agente oxidante com uma cor violeta intensa. Em soluções fortemente ácidas (pH 1) ele é reduzido a Mn2+: Em solução alcalina ou neutra, o produto é um sólido marrom, MnO2. Em solução fortemente alcalina (NaOH 2M) o íon manganato, verde, é produzido. MnO4 - + 8H+ + 5é Mn2+ + 4H2O Eº = 1,507 V permanganato manganoso MnO4 - + 4H+ + 3é MnO2(S) + 2H2O Eº = 1,692 V dióxido de manganês MnO4 - + é MnO4 2- Eº = 0,56 V manganato 39 39 Para soluções fortemente ácidas, o KMnO4 serve como seu próprio indicador, porque o produto, Mn2+ é incolor. O ponto final é tomado como a primeira aparição persistente de rosa-pálido do MnO4 -. O KMnO4 é suficiente para servir como indicador para a maioria das soluções. Se o titulante estiver muito diluído, o ácido difenilamino- sulfônico ou o complexo de ferro(II) com 1,10-fenantrolina (ferroína) pode ser usado como indicador. 40 O ponto final do permanganato não é permanente porque o excesso de íons permanganato reage com os íons Mn2+ presentes em concentração elevada no final: 2MnO4 - + 3Mn2+ + 2H2O 5MnO2(s) + 4H + As soluções aquosas de permanganato não são totalmente estáveis em virtude da oxidação da água: 4MnO4 - + 2H2O 4MnO2(s) + 3O2(g) + 4OH - Mas, a reação de decomposição é lenta e catalisada pela luz, calor, ácidos, bases, manganês(II) e dióxido de manganês. 41 -Padronização: O oxalato de sódio é muito usado como padrão primário. Em soluções ácidas o íon oxalato é convertido ao ácido não dissociado. 2MnO4 - + 5H2C2O4 + 6H + 2Mn2+ + 10CO2(g) + 8H2O A reação entre o íonMnO4- e o H2C2O4 é completa e ocorre lentamente a menos que o Mn2+ esteja presente como catalisador. O MnO2 é um contaminante presente até mesmo no KMnO4 sólido de melhor qualidade. 42 Ele é formado pela reação do íon MnO4 - com matéria orgânica e poeira presentes na água usada para preparar a solução. A solução deve ser aquecida para acelerar a decomposição da matéria orgânica e após filtrada para remoção de MnO2. 43 44 44 Ex.: Você deseja padronizar uma solução de KMnO4 aproximadamente 0,010 molL-1 contra o padrão primário Na2C2O4 (134,00 gmol -1). Se quiser empregar entre 30 e 45 mL do reagente na padronização, que faixa de massas do padrão primário você deve pesar? 45 nº KMnO4= (0,010molL -1) x (0,030L) =0,00030mol de KMnO4 Para uma solução com 30mL : 2 mols KMnO4 5 mols Na2C2O4 0,00030 X X = 0,00075mols Na2C2O4 1 mols Na2C2O4 0,00075 X = 0,1005 g de Na2C2O4 134g X 46 Logo, devemos pesar amostras entre 0,10 e 0,15 g do padrão primário. nº KMnO4= (0,010molL -1) x (0,045L) =0,00045mol de KMnO4 Para uma solução com 45mL : 2 mols KMnO4 5 mols Na2C2O4 0,00045 X X = 0,001125mols Na2C2O4 1 mols Na2C2O4 0,001125 X = 0,150 g de Na2C2O4 134g X 47 Ex.: Uma amostra de 0,1278g de padrão Na2C2O4 precisou exatamente de 33,31mL da solução de permanganato de exemplo 1 para alcançar o ponto final. Qual é a concentração molar do reagente KMnO4 ? 1 mols Na2C2O4 X X = 0,0009537mol de Na2C2O4 134g 0,1278 2 mols KMnO4 5 mols Na2C2O4 X 0,0009537 X = 0,0003814 mols KMnO4 MKMnO4 = 0,0003814mol/0,03331L = 0,01145 molL -1 48 48 nKMnO4 = 0,01145 mol/L x 0,035mL nKMnO4 = 4,00 x 10 -4 mols de KMnO4 nKMnO4 = 0,01145 mol/L x 0,045mL nKMnO4 = 5,15 x 10 -4 mols de KMnO4 A quantidade de H2O2 consumida por 4,00 x 10 -4 mols de KMnO4 é: 5 mols de H2O2 ___________________________ 2 mols KMnO4 X ___________________________ 4,00 x 10-4 X = 1,00 x 10-3 mols de H2O2 A quantidade de H2O2 consumida por 5,15 x 10 -4 mols de KMnO4 é: 5 mols de H2O2 ___________________________ 2 mols KMnO4 X ___________________________ 5,15 x 10-4 X = 1,28 x 10-3 mols de H2O2 49 1,00 x 10-3 mols de H2O2 corresponde à 0,03402g de H2O2 0,03402g de H2O2 ___________________________ 3g de H2O2 X ___________________________ 100 g de H2O2 X = 1,134 g de H2O2 1,28 x 10-3 mols de H2O2 corresponde à 0,0435g de H2O2 0,0435g de H2O2 ___________________________ 3g de H2O2 X ___________________________ 100 g de H2O2 X = 1,45 g de H2O2 Portanto, precisamos ter amostras que contenham 1,00 x 10-3 e 1,28 x 10-3 mols de H2O2 Dessa forma as amostras devem pesar entre 1,134 e 1,45 g. Devem ainda serem diluídas, talvez, para 75 a 100mL de água e acidificadas com H2SO4 diluído. Continuando o Exercício: 50 50 Oxidação com Ce4+ (Cério IV) A redução do Ce4+ a Ce3+ ocorre nitidamente em soluções ácidas. A variação do potencial formal do Ce4+ Ce3+ com o meio é indicativa de interações entre os íons: A variação do potencial formal significa que diferentes espécies de Ce estão presentes em cada solvente. O Ce4+ (amarelo) e o Ce3+ (incolor), mas a mudança não é suficientemente distinta para que o Ce seja o seu próprio indicador. Ce4+ + é Ce3+ 1,70 Vem HClO4 1,61V em HNO3 1,47V em HCl 1,44V em H2SO4 Potencial formal amarelo incolor 51 O íon Ce4+ pode ser utilizado nas análises de diversos compostos orgânicos. A ferroína e outros indicadores de fenantrolina substituída podem ser usados. Os compostos mais utilizados na preparação de Ce são: - nitrato de cério(IV) e amônio – Ce(NO3)4.2NH4NO3, - sulfato de cério(IV) e amônio – Ce(SO4)2.2NH4 SO4.2H2O, - hidróxido de cério(IV) – Ce(OH)4; - hidrogenosulfato de cério(IV) – Ce(HSO4)4. Na preparação de qualquer uma destas soluções, o reagente é dissolvido em uma solução de pelo menos 0,1molL-1 em H2SO4 para prevenir a precipitação de sais básicos. 52 O oxalato também é largamente usado na padronização de soluções de Ce(IV). A reação é: Normalmente as padronizações de Ce(IV) com Na2C2O4 são realizadas a 50ºC em solução de HCl contendo ICl como catalisador. 2Ce4+ + H2C2O4 2Ce 3+ + 2CO2(g) + 2H + 53 Comparação entre Permanganato de Potássio e Cério(IV) - As forças de oxidação das soluções de MnO4- e Ce4+ são comparáveis. -Soluções de Ce(IV) em H2SO4 são estáveis indefinidamente. - Soluções de MnO4 - decompõem-se lentamente, requerendo padronização. - Soluções de Ce4+ em H2SO4 não oxidam os íons Cl - e podem ser empregadas para titular soluções de analito com HCl. - O MnO4 - não pode ser utilizado em soluções de HCl a menos que se previna a lenta oxidação do Cl-. 54 - Vantagem adicional do Ce4+: o sal do reagente de grau padrão primário encontra-se disponível. - Apesar das vantagens do Ce4+, o MnO4 - é mais utilizado. - Razões: 1º) a cor das soluções de MnO4 -, que é suficientemente intensa para servir como indicador nas titulações. 2º) as soluções de MnO4 - são de baixo custo. - Outra desvantagem das soluções de Ce4+ é a sua tendência a formar precipitados de sais básicos em soluções que tem concentração menor que 0,1mol/L de um ácido forte. 55 55 Oxidação com Dicromato de Potássio Em uma solução ácida o íon Cr2O7 2-, laranja, é um poderoso oxidante que é reduzido a íon crômio (verde): - Em HCl 1M - Eº = 1,00V - Em H2SO4 2M - Eº = 1,11V O Cr2O7 2- é um agente oxidante menos potente que o MnO4 - ou o Ce4+ . Em solução básica, o Cr2O7 2- é convertido em íon cromato (CrO4 2-), amarelo, cujo poder oxidante é nulo: Cr2O7 2- + 14H+ + 6é 2Cr3+ + 7H2O dicromato crômio Eº = 1,36 V CrO4 2- + 4H2O + 3é Cr(OH)3 (s, hidratado) + 5OH- Eº = -0,12 V 56 - O rejeito de Cr(VI) é tóxico e não deve ser joga do na pia. - Vantagens do K2Cr2O4: é puro o bastante para ser um padrão primário, suas soluções são estáveis e é barato. Como o K2Cr2O4 não é um oxidante tão forte quanto o KMnO4 ou Ce4+, ele não é muito utilizado. O K2Cr2O7 de grau reagente é suficientemente puro para permitir a preparação direta de soluções; apenas o sal é seco a 150-200ºC antes de ser pesado. O ácido difenilaminossulfônico é excelente indicador para estas titulações. 57 57 Usado principalmente na determinação de Fe2+ e indiretamente para diversas espécies que oxidarão o Fe2+ a Fe3+ . Cr2O7 2- + 6Fe2+ + 14H+ 2Cr 3+ + 6Fe3+ + 7H2O A reação é realizada na presença de HCl. Reações de Cr2O7 2- com Fe(II) são utilizadas na determinação indireta de uma série de agentes oxidantes. a mudança de cor em uma titulação direta ocorre do verde, do Cr3+, para o violeta. Forma oxidada: violeta Forma reduzida: incolar 58 Nestas aplicações, um excesso medido de uma solução de Fe(II) é adicionado a uma solução ácida contendo o analito. O excesso de Fe(II) é então titulado com K2Cr2O7 padrão. A padronização da solução de Fe(II) por meio da titulação com K2Cr2O7 é realizada concomitantemente porque as soluções ferro(II) tendem a se oxidar pela ação do ar. Método aplicado na determinação de nitrato, clorato, permanganatoe íons dicromato, peróxidos e diversos outros agentes oxidantes. 59 nº mols total de K2Cr2O7 nº K2Cr2O7= (0,020molL -1) x (0,050L + 0,00746L) = quantidade de K2Cr2O7 consumida pela Fe 2+: 1mol K2Cr2O7 X X = 0,00041767 mol K2Cr2O7 nº Fe2+= (0,1253molL -1) x (0,020L) =0,002506 mol Fe2+ = 0,0011492 mol K2Cr2O7 6mol de Fe2+ 0,002506 60 quantidade de K2Cr2O7 consumida pelo C2H5OH = (0,0011492 - 0,00041767) = 0,00073153 mol K2Cr2O7 Massa C2H5OH 2 mol K2Cr2O7 3 mols C2H5OH 0,00073153 X X = 0,001097 mol C2H5OH 1 mol C2H5OH 0,001097 X = 0,0505g C2H5OH % C2H5OH = 0,0505g C2H5OH 5ml de amostra x 25ml x 100%= 40,4% C2H5OH 46,07g X 61 61 Iodometria O iodo (I) é um agente redutor fraco empregado na determinação de redutores fracos. A semi-reação do I nessas aplicações é: As soluções padrão de amido tem aplicações limitadas quando comparada com outros oxidantes. O baixo potencial é vantajoso pois confere um grau de seletividade que torna possível a determinação de agentes redutores fortes na presença de redutores fracos. I3 - + 2e- 3I- Eº = 0,536V seu potencial de eletrodo é significativamente menor. 62 Vantagem importante do I: a disponibilidade de um indicador sensível e reversível para as titulações. Porém, as soluções de I carecem de estabilidade e precisam ser padronizadas regularmente. O I não é muito solúvel em água (0,001molL-1). Para obter soluções de concentrações analíticas o I é dissolvido em soluções moderadamente concentradas de KI. Neste meio o I é solúvel devido a reação: I2(s) + I - I3 - K = 7,1 x 102 63 Uma das razões da baixa estabilidade das soluções de I é a baixa solubilidade do soluto. I dissolve em soluções de KI se a concentração de iodeto for baixa. As perdas de I em frasco aberto ocorrem rapidamente mesmo na presença de excesso de iodeto. Ataca a maioria dos materiais orgânicos vagarosamente. 64 Rolhas ou tampas de borracha nunca são empregadas para fechar os frascos e é preciso proteger as soluções do contato com poeira ou vapores orgânicos. Ao contrário dos outros efeitos, a oxidação do iodeto pelo ar provoca aumento na concentração de iodo da solução de iodo: A oxidação pelo ar é intensificada por ácidos, calor e luz. A solução de iodo pode ser padronizada com tiossulfato de sódio anidro ou tiossulfato de bário mono-hidratado. 4I- + O2(g) + 4H + 2I2 + 2H2O 65 66 Referências Bibliográficas: 1. HARRIS, D. C. Análise Química Quantitativa. 8ª Edição., Rio de Janeiro, Editora Livros Técnicos e Científicos S. A., 2012. 2. SKOOG, D. A.; West, D. A.; Holler, F. J.; Crouch, S. R.; Fundamentos de Química Analítica, 9ª Edição, Editora Thomson, 2014. 3. VOGEL, A. I. Analise Química Quantitativa. 6 ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. 2002. 4. BACCAN, N. Química Analítica Quantitativa Elementar. São Paulo: Edgard Blücher. 2001.
Compartilhar