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tcc 001 com resumo

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Agradecimentos
 
 
Meus principais agradecimentos destinam-se aos Orixás, de imediato ao Dono do meu ORI (cabeça) Omulu, que é a minha fonte de paz, sabedoria, amor e FÉ. Aos meus mentores espirituais que tanto trabalharam e ainda trabalha para me ajudar a realizar os meus sonhos. Foram todos estes que me deram a força para segui em frente para finalizar esse projeto.
 
Agradeço aos meus pais MANOEL e CLEONICE por terem acreditado na educação dos filhos e que contribuíram diretamente para o meu SUCESSO, dedico também a minha irmã, amiga e escudeira fiel MONIQUE. Dedico esta obra aos meus filhos ALEJANDRA e RAUL, que são e foram a motivação, a inspiração, e o combustível necessário para este curso. A minha mãe espiritual mãe KARLA DE OXUMARE que tem me acompanhado nestes últimos momentos, que tem acompanhado e tem cuidado de mim e de meus guias.
 
Esta obra também merece os agradecimentos aos meus amigos de caminhada, irmãos que a vida tratou de colocar em meus caminhos, com eles foram risos e desavenças, mas eles ão desistiram de mim e trataram de permanecer.
 
Por fim, mas não menos importante meus mestres e professores a quem tive o prazer de ao longo destes anos de educação tratou de passar o seu melhor, não só na parte acadêmica, mas também nas histórias de vida contada em salas de aula para nos servir de exemplo e motivação. A faculdade Estácio de Sá por ter me aberto as portas para que esse sonho se torna-se realidade.
 
A todos o meu muito OBRIGADO por essa conquista, cada um aqui citado tem um pedacinho desta luta. Eu venci!
Resumo 
 
O presente Trabalho tem como tema Direitos fundamentais em razão das religiões de Matrizes Africana e Brasileiras. Onde o objetivo é abordar conceitos sobre o preconceito e a intolerância religiosa no dia-dia da nossa sociedade, buscando encontrar sua raiz e o porquê da resistência de alguns em ainda aceitar a religião e seus adeptos. Tal trabalho busca desmistificar o que o senso comum traz para a Umbanda e o Candomblé, fala um pouco sobre o conceito da religião em sua essência, sobre cultuar os Orixás e os guias da Umbanda, mostrar que Exu não é o demônio que manifesta na igreja e sim um guerreiro de luz que busca almas nas trevas, que a Pomba-gira não é a mulher que está na esquina se prostituindo que o corte animal não é em vão e sim  um fundamento do Candomblé pois é a entrega do plasma contido naquele ser, a vitalidade. 
O uso do trabalho busca também fazer-nos entender sobre um país Laico de Direito e de fato, onda não há uma religião que venha a predominar ou se sobre valer da outra, que exista igualdade em direito e em obrigações.  
Pretende-se com essa iniciativa informar os leitores interessados que as religiões de Matrizes Africanas é uma religião que transcende milênios, séculos sendo elas as mais velhas da forma de crença, se levarmos em consideração que a África é o berço da humanidade e que as religiões resistiram e resistem até hoje. 
Entende-se que as religiões são o centro do amor, da caridade, humildade, perdão, pois assim foi o que pregou Jesus Cristo, e não importa o nome que cada religião adotou para assim chama-lo, o que importa para ele e que os ditames do amor sejam postos em prática.  
A escolha deste tema deu-se de uma vivencia própria, de ver e ouvir de irmãos de fé que passam diariamente por olhares maldosos quando entram em um ônibus usando suas guias e seus contra eguns, de compreender e conhecer a importância das religiões Afrobrasileiras em seu cunho espiritual e cultural para um povo. Assim sendo este trabalho vem mostrar que a sociedade tem que mudar o pensamento quanto a religião, seja ela na modalidade familiar que como já citado, por ignorância ingenua que  passam para os filhos que as religiões Africanas e genuinamente Brasileiras são evocação do demônio (que é uma criação do Cristianismo) e na modalidade educacional que é a primazia para a formação de uma sociedade e que para o mundo exista uma interação religiosa. 
 
 
 
Palavras-chaves: Religião, Preconceito, Intolerância, Candomblé e Umbanda. 
Sumário
 
1. Introdução
2. Conceito Religioso 
2.1 O que é Candomblé e Umbanda
2.2 Entidades do candomblé
2.3 Guias espirituais da Umbanda
2.4 Manifestações
 
3.Fundamentação Teórica
3.1 Preconceito
3.2 Intolerância Religiosa
3.3 Liberdade de expressão x Intolerância Religiosa
3.4 Perseguição a religião e seus centros.
3.5 Estado Laico
 
4. O Direito para com a Religião
4.1 Liberdade ao culto de acordo com A Constituição Federal, no artigo: 5° e suas Garantias Constitucionais.
4.2 Defesa em relação as religiões Afro-brasileiras
4.3 Crimes de Cunho Religioso e suas penalidades
4.4 Decisões e Jurisprudências dos Tribunais nos casos de Intolerância Religiosa
 
 
5. Considerações Finais
 
6. Bibliografia
Introdução
A intolerância religiosa não vai calar os nossos tambores.
A intolerância Religiosa e o preconceito é hoje um dos temas mais debatidos em todos os cenários da sociedade, palavras distintas mas com o mesmo senso de injustiça e falta de complacência com o próximo, de um lado o preconceito religioso que veio de dentro das embarcações e ultrapassa de geração para geração, do outro uma forma mais avantajada de expressar o sentimento alheio no que tange a religião e crença, a Intolerância. A intolerância seja ela em que âmbito for, traz consigo a falta da relação social entre as pessoas, um crime não atual de intolerância pode ser revelado com a violência física e/ou simbólica. Podem ser analisados alguns meios midiáticos mais empregados na disseminação da agressividade, mas que hoje como nunca vem se destacando entre os religiosos. A liberdade ao culto, sem que seja descriminada vem gerada a partir de um princípio constitucional que tem como base a liberdade de crença e a igualdade que é um direito assegurado pelo Estado e pela nossa Constituição em seu Artigo 5° na qual a fé é livre e protegida pelas leis que regem este país.
O preconceito, como um pré-conceito do que se nunca teve contato, demostrando a ignorância de alguns para com as decisões do outro. O preconceito vem sendo abordado diariamente em diversas áreas de nossa sociedade, seja elas nas escolas, nas religiões, na xenofobia e até mesmo dentro da própria família. De uma forma ampla o preconceito é um dos maiores propulsores para a violência nos dias atuais. Entende-se que a falta do conhecimento, da educação que deveria ser ensinada nas escolas na forma que a escola não tomasse partido pela religião a ou b, que o catolicismo não é melhor que o protestantismo ou o Candomblé, que a umbanda não é melhor que o espiritismo de Kardec, e assim por diante. A criança não nasce preconceituosa, ela adquire durante o caminhar de sua vida que somos obrigados a escolher um lado e o que não lhe convier exercer o preconceito. Obstante ao que faz jus para a sociedade esquecer a intolerância e o preconceito entende-se que é tornar uma sociedade melhor para todos.
A liberdade religiosa é aquela que permite que o indivíduo possa escolher professar a sua fé inclusive o direito de não crer em nada se assim lhe convier, o direito de se reunir em centros, terreiros, de ter suas imagens e suas crenças respeitadas. 
De acordo com os números o catolicismo ainda é desde a colonização a religião com maior número de adeptos por todo o mundo, prevalecendo nas decisões que influenciam em inúmeros países e no mundo. Tendo em vista que o Brasil é um país Laico em sua constituição, demonstra que o catolicismo impera nas decisões e tomam partido em diversas situações, deixando assim as religiões de matrizes africanas e religiões genuinamente brasileira descriminadas em suas atitudes e em suas decisões. Um país Laico de direito e de fato dá neutralidade, afastando de toda e qualquer religião a soberania, trazendo para os povos a igualdade e a liberdade ao culto.
Inúmeras são as críticas que os Adeptos da umbanda e do candomblé tende a enfrentar diariamente, sejam por ver suas entidades serem demonizadascomo é o caso de Exú e PomboGira, sejam eles por entoar seus cânticos, pelos seus atabaques, pelas suas oferendas deixadas ao mar ou em matas, pelos ritos de sacrifício animal dentre as demais intolerâncias.
A escolha deste tema se deu em função da minha vivência particular, e enquanto adepto e futuro executor das leis dos homens abordo este pensamento crítico que a sociedade brasileira vem enfrentando. Quero expressar por meio deste trabalho que a escolha religiosa de uns, não fazem a dos outros a melhor opção a seguir. Desmitifiquemos o culto como uma religião que busca trazer para os que creem que não estamos aqui buscando a morte dos inimigos fazendo trabalhos espirituais, que não estamos aqui para disseminar a doença, separar casais, desavença na família ou fazer tipos de amarrações amorosas em benefício de alguém.
O primeiro ponto polêmico deste trabalho é definir o que é o preconceito e intolerância religiosa, que muito se confunde em certo ponto. As definições que foram expostas neste trabalho são de pensamentos de grandes nomes da sociologia e psicanalistas sociais que expõem o comportamento humano durante os momentos de Preconceito e intolerância.
Outro ponto é como a Constituição fica em descontrate perante que vem ocorrendo de fato na sociedade, divergindo ao que afirma ser igualdade de crença, Liberdade ao culto e um estado Laico por direito. é visto nitidamente os direitos que são violados aos indivíduos que não seguem o Protestantismo e o Neo-protestantismo. Além do que vemos também que o direito se exime em aplicar a lei em casos que o preconceito e de forma abrupta exercido. Vemos o Direito penal em seus artigos de difamação perante a religião se calar por falta de motivos passiveis de pena.
E por último e não menos importante como os tribunais hajam quando são acionados para resolverem tal demanda, demonstrando alguns casos já solucionados.
2. O QUE É CANDOMBLÉ E UMBANDA?
O Candomblé é uma religião que crê nas "forças da natureza", nas divindades quem em seu tempo eram Grandes Reis, Feiticeiros ou Grandes Guerreiros, é a religião onde se cultuam os orixás, voduns ou nkisis - dependendo da nação. Chegou ao Brasil dentro das mesmas condições e embarcações que os escravos africanos iorubás.
Data-se que o Candomblé chegou ao Brasil por volta do século XVI e XIX. Amplamente rejeitado pelos colonizadores, foi disfarçado e/ou sincretizado junto aos santos da igreja católica. Ogum foi sincretizado como São Jorge, Xangô como São João Batista, Iansã seria Santa Bárbara. Hoje, aqui no Brasil cultua-se apenas 16 orixás, sendo eles: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.
Alguns escravos foram forçados a frequentar as igrejas católicas para serem catequizados e sendo convertidos ao catolicismo pelos padres. Sendo assim muito foi-se perdendo quanto a Cultura religiosa Iorubá.
As cerimônias, cultos ou rituais eram sempre feito às escondidas no que conhecemos como terreiro, ao som de tambores e cântico era possível manter a espiritualidade, poder sentir as energias, as vibrações e as emoções.
Em sua origem o candomblé contava com mais de 300 Orixás, que aos longos dos anos foram se perdendo devido aos escravos terem sido convertidos ao catolicismo como já citado anteriormente, e outros devido as condições a que eram expostos ou deixaram de ter a necessidade de adorar se desligando de alguns Orixás.
A umbanda é uma religião genuinamente Brasileira, fundada no dia 15 de novembro de 1908 em uma Federação Espírita na cidade de Niterói, Rio de Janeiro pelo "Pai da Umbanda", Zélio Fernandino de Moraes, um espírita da vertente do Kardecismo.
Zélio foi levado ao centro espírita, ao iniciar a sessão Zélio foi tomado por uma entidade que disse: “Aqui está faltando uma flor!” levantou e foi até um jardim e voltou com uma rosa branca, um médio que presidia a mesa pediu que ele se identifica-se pois era visível uma áurea ao seu redor, o espirito se apresentou dizendo "se queres um nome eu sou CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, pois para mim não haverá caminhos fechados". Vendo a estranheza que ali se causava a entidade quis o porquê daqueles dirigentes não aceitarem a comunicação de tais espíritos e os considerarem atrasados devido às suas cores e posições sociais enquanto vivos. Na tentativa de afastar o espírito desconhecido incorporado em Zélio, um dos responsáveis pela mesa questionou: 
“Afinal, porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que esta mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?”
A resposta manifestada através de Zélio foi: “(...)se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho (Zélio), para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome, que seja Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.”
Sendo assim, no dia seguinte uma multidão de curiosos, parentes e kardecistas se reuniram na casa de Zélio onde, às 20 horas, o Caboclo das Sete Encruzilhadas aparecerá para fundar uma nova religião, baseada nos valores cristãos da caridade e do amor ao próximo. E ainda hoje os preceitos da Umbanda permanecem o mesmo: caridade, democracia, acolhimento e evolução espiritual.
A linha da Umbanda é feita pelos Caboclos, Pretos velhos, Exu, Pombogiras, Boiadeiros, Bahianos, Erês e Marinheiros.
As autoridades maiores dentro do candomblé e da umbanda são os Babalorixás, pais de santo e as Ialorixá que são as mães de santo. Eles são os responsáveis pela organização dos terreiros e cuidar dos filhos de santo. Outros cargos de importância são os Ogans e as Ekedis, estes não incorporam, mas são o braço direito do Pai ou Mãe de santo.
O candomblé e a umbanda são religiões com muitos ritos e preceitos, atos necessários para poder entrarem contato com a espiritualidade e se faz necessário estudar muito para poder ter o entendimento de seus fundamentos.
2.1 MANIFESTAÇÕES
A incorporação é o nome dado ao processo mediúnico, onde o médium dá passividade para se comunica com os espíritos para a execução do trabalho. As incorporações (ou manifestações) estão ligadas as vibrações do Médium, sendo a entidade recebida pela matéria. As incorporações podem ser a psicografia (escrita), Incorporação (que é o proprio ato de incorporar), Psicofonia ( usar a voz do médiun), Clariaudiência (capacidade de ver e ouvir os Espíritos), Clariolfativo e Clarigustativo (capacidade de sentir gostos e aromas), Projeção Astral ( a alma se projeta para fora do corpo), Vidência ( Don de ver acontecimentos passados ou futuros).
Abre-se um precedente de que as manifestações não é algo exclusivo da Umbanda ou do Candomblé, as Igrejas Cristãs e Protestantes afirmam em momentos estarem possuídos pela vontade do Espírito Santo, outros ao falar em línguas também é uma manifestação. 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 PRECONCEITO
Segundo o Dicionário Aurélio preconceito significa juízo de valor preconcebido sobre algo ou alguém; prejulgamento, opinião ou pensamento acerca de algo ou de alguém. A partir desse conceito pode-se trabalhar a visão do Candomblé e da Umbanda através dos tempos.
O grande colaborador para o preconceito religioso são as igrejas ortodoxas e as neopentecostais que impuseram aos negros e aos Índios uma religião totalmente adversa ao que costumavam cultuar. Ambos os prejudicados estavam habituados a cultuar mais de um Deus, evocar as forças da natureza, acreditavam nas divindades como força divina. Para a Igreja isso era tido como heresia.
Segundo Gordon Willard Allport, o preconceito se origina na generalização errônea e na hostilidade.Ele apresenta, ainda, duas dimensões essenciais que devem estar presentes em qualquer definição de preconceito: atitude e crença. Em sua obra o autor descreve quatro capítulos que exemplifica a formação do preconceito:
“No primeiro capítulo, ‘Qual é o problema?’, o autor se ocupa de definir o que é o preconceito. Segundo ele, isso se origina na generalização errônea e na hostilidade. Ele apresenta duas dimensões essenciais: atitude e crença.
No segundo capítulo ‘A normalidade do prejulgamento’, o autor afirma que as condições originárias do prejulgamento são capacidades naturais e comuns da mente humana; salientando assim, sua condição de normalidade. Tal condição fica amplamente demonstrada pela quantidade e qualidade dos exemplos de situações prosaicas. O recurso a uma multiplicidade de fontes ilustra a proximidade e casualidade do preconceito no dia-a-dia de todos. No entanto, esta normalidade não fica circunscrita às possibilidades cognitivas; antes, é remetida à construção do sistema de valores pessoais.
O terceiro capítulo, Formação de in-groups, busca demonstrar o conceito previamente apresentado de preconceito pelo amor (em oposição ao preconceito pelo ódio), salienta a importância e influência do grupo para cada indivíduo, tomando-o como essencial para a própria constituição do self. Afirma que, embora o familiar seja preferido ao estranho, a hostilidade ao out-group não é condição para a manutenção do in-group. Ainda que seus laços tendam sim a se estreitarem quando as condições gerais estão piores. Com a noção de grupo de referência, tomado de Sherif e Sherif, vem trazer o conceito de sentimento de pertença, que parece se situar na raiz das posteriores formulações sobre justificação do sistema. Como comprovação conclusiva da importância das relações com o in-group o autor demonstra que mudanças de atitudes e crenças são mais facilmente atingidas quando partem do grupo do que dos indivíduos.
Por fim, o quarto capítulo, Rejeição de out-groups, examina três graus pelos quais tal rejeição se expressa: a rejeição verbal, a discriminação e o ataque físico. Cada uma das formas subsequentes pressupõe a existência da anterior, embora esse caminho nem sempre seja percorrido até o último grau. Compreender a rejeição é essencial para que se possa pensar ações efetivas no sentido de evitá-la, ou, pelo menos, amenizá-la. O autor caracteriza duas formas de expressão do conflito étnico, comuns na América à época, os motins e linchamentos. Fazendo, por fim, uma análise do papel essencial do rumor na deflagração de tais conflitos, apontando-o em contrapartida como possível ferramenta de controle da hostilidade.”
Outro pensador de grande relevância para o tema é o filósofo italiano Norberto Bobbio (2002), que acredita que o preconceito atravesse de tempos para tempos, e porque não dizer em alguns casos de pais para filhos e assim sucessivamente. Para Bobbio, o senso comum de pensamento seja ela da religião (onde existe o pensamento que as religiões Candomblé e Umbanda são demoníacas) ou de um pensamento xenofóbico (com a expressão "todo baiano é preguiçoso").
Para Bobbio o preconceito, com frequência nasce da superposição de uma desigualdade social a uma desigualdade natural. A questão Religiosa, feminina, a situação dos homossexuais, a condição dos doentes mentais, entre outras, são exemplos claros, nos quais, forçosamente, somam-se diferenças históricas e sociais àquelas oriundas da diversidade natural. O mesmo acontece em relação às diferenças linguísticas e religiosas, resultado de séculos de formação e transformação, produções sociais cujo ideal de universalidade é visto com otimismo embora não passe de utopia. Lembremos que a preocupação principal do autor é mostrar que o preconceito é um fenômeno social e é com este objetivo que ele recorre à noção de desigualdade natural e desigualdade social de forma pouco criteriosa.
Foucalt expressou em seu trabalhos que o preconceito é algo biológico da espécie humana, ou seja, uma forma de introduzir uma fissura na população, de forma que o preconceito é originado do homem mas o próprio homem não domina os acontecimentos no solo de suas experiências biológico da espécie, subdividindo-o em classes hierarquizadas, qualificando umas como boas e outras que, que ao contrário, de uma das outras devem desaparecer ( o que nos lembra Hitler, e a sua contradição cultural por vim de uma família de Judeus e biológica já que era descendente de negros).
3.2 INTOLERANCIA RELIGIOSA
As primeiras ações do tema a ser abordado aconteceram ao tentarem catequisar a força um povo que já tinha uma religiosidade, índios e africanos sofreram historicamente as primeiras intolerâncias religiosas, apanhando e sofrendo as humilhações. A intolerância religiosa não é algo que nasce junto ao ser humano, é algo aprendido, uma corrupção do ser humano que se acha superior ao outro. A intolerância é uma ação de cunho amplo, estando em diversas esferas da sociedade, sendo assim não é uma exclusividade religiosa tão pouco da Umbanda ou Candomblé. Quando intolerantes buscam querer ferir a crença e a dignidade do indivíduo as atitudes saem da seara das palavras e entram em vias de fato ( no caso das religiões de matrizes africanas, que tem centros derrubados, templos queimado, imagem denegridas, pessoas espancadas ou levando pedradas) acabam tendo uma perdas não só para a religião mas para toda a coletividade. 
Percebe-se que a intolerância nos dias de hoje não fica somente nas palavras. Segundo O ESTADÃO, o Disque 100 passou a receber queixas desse tipo em 2011, tendo 15 registros de discriminação de cunho religioso. De 2011 a 2017 foram 697 casos de Intolerância religiosa só em 2016 e 2017 foram Registrados mais de 300 casos. Elencado em nossa Constituição, o Art. 05 inciso VI diz:
“É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Também com fulcro no Código Penal:
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.”
Faz-se necessário o Brasil continuar a lutar contra a intolerância religiosa, seja criando novas leis, penas mais rígidas e buscando na educação uma saída para a reeducação. Não compensa para uma sociedade em 2018 punir mais que educar. 
Nos dias de hoje o Ministério Público tem sido acionado e em alguns casos obtendo êxito sendo na esfera civil, penal ou trabalhista. Um dos casos mais comentados nos últimos dias sobre esta cerne é o da Rede Record de Televisão que foi obrigada a exibir 16 programas, de uma hora cada, em horário nobre sobre as Religiões de culto Umbandista e Candomblecista sem que sejam citados palavras ligadas a demonização ou denegrindo qualquer ritual. A ordem foi dada pelo Ministério Público Federal do Ex secretário de Justiça Dr. Hédio Silva Jr. Na defesa, Dr. Hédio contou com o apoio dos advogados Dr. Jáder Freire de Macedo Júnior e Dr. Antônio Basílio Filho.
Outro caso de relevância nacional foi o caso da menina de 11 anos que foi apedrejada na cabeça por estar de branco e ter iniciado no culto do candomblé. Os atacantes eram jovens fanáticos da igreja cristã.
3.3 LIBERDADE AO CULTO
A liberdade ao culto está elencada em diversos aspectos do direito, escritos na declaração universal dos direitos humanos Art. XVIII assinada em 1948.
“Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em públicoou em particular.”
A Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou, em 1981, a Declaração sobre a eliminação de todas as formas de intolerância e discriminação fundadas em religião ou crença.
“Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Este direito inclui a liberdade de ter uma religião ou qualquer crença de sua escolha, assim como a liberdade de manifestar sua religião ou crença, individual ou coletivamente, tanto em público quanto em particular”, diz o primeiro artigo da Declaração da ONU, para, mais adiante, advertir: “A discriminação entre seres humanos por motivos de religião ou crença constitui uma ofensa à dignidade humana (…) e deve ser condenada como uma violação dos Direitos Humanos e das liberdades fundamentais, proclamados na Declaração Universal dos Direitos Humanos.”
O Programa nacional dos direitos humanos criou a Proposta 113, que seria para incentivar o diálogo entre movimentos religiosos sob o prisma da construção de uma sociedade pluralista com base no reconhecimento e no respeito às diferenças de crença e culto.
De acordo com a constituição brasileira Art. 5º, inciso VI
É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias,
Em suma, o direito, ou o uso do Estado seria para ser acionada em ultima ratia. Valoriza-se o consenso e a Educação afim de minimizar com fins de erradicar esse tipo de conflito.
3.4 ESTADO LAICO
O Brasil adotou o Estado laico em 1890 reafirmando esse ideal na Constituição de 1988 em seu art. 05 inciso VI, sendo assim o Brasil NÃO pode adotar uma religião oficial, mantendo-se neutro e indiferente em relação à fé professada por seu povo, 
O Brasil nasce sobre a égide da religião católica, que vem desde o descobrimento do Brasil influenciando leis como as do ramo do direito penal (ex. Não matar, não roubar, não cometer adultério que era crime até 1940 dentre outras) influenciando o calendário brasileiro e outras situações. Vemos o Estado adotar em nossa moeda a inscrição “Deus seja louvado”, ou entrar em uma repartição pública e vermos crucifico nas paredes rementindo a uma história contada na Bíblia romana, ter uma agenda feriados religiosos, etc.
Houve tempos em que O Código Penal proibia a divulgação de doutrinas contrárias às “verdades fundamentais da existência de Deus e da imortalidade da alma”. Os professores das instituições públicas eram obrigados a jurar fidelidade à religião oficial.
Segundo Celso Lafer:
“Uma primeira dimensão da laicidade é de ordem filosófico-metodológica, com suas implicações para a convivência coletiva. Nesta dimensão, o espírito laico, que caracteriza a modernidade, é um modo de pensar que confia o destino da esfera secular dos homens à razão crítica e ao debate, e não aos impulsos da fé e às asserções de verdades reveladas. Isto não significa desconsiderar o valor e a relevância de uma fé autêntica, mas atribui à livre consciência do indivíduo a adesão, ou não, a uma religião. O modo de pensar laico está na raiz do princípio da tolerância, base da liberdade de crença e da liberdade de opinião e de pensamento.” (LAFER, 2009, p. 226).
Hoje as demais religiões têm manifestado força para demostrar o seu conteúdo, criando lideranças como Babalao Ivanir dos Santos, Heloisa Helena Costa Berto conhecida como Mãe Luizinha de Nanã, criando projetos como Mulheres do Axé (RN), Grupo BabaORI (RN), como outros projetos e líderes religiosos que vem batalhando por um pequeno espaço.
4. O DIREITO PARA A RELIGIÃO
4.1 LIBERDADE AO CULTO DE ACORDO COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL NO ART. 5º E SUAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS 
O Brasil adotou o Estado Laico em 15 de novembro de 1889, garantindo ao povo que a religião não influenciaria nas decisões do ramo de Direito. Porém foi apenas em 1988 que o Brasil trás expresso em texto de lei, com isso se faz necessária uma normatização abrangente para garantia e controle destes direitos, pois o homem necessita de normas para regulamentar o seu exercício social, especificando os limites e alcances, evitando desta forma, abusos e restrições aos direitos constitucionais.
A Constituição em seu Art. 5°, traz expresso no texto de lei
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Aldair Guedes Soriano se pronuncia no que tange a liberdade de cultuar aquilo que convém com ao indivíduo e diz:
“A constituição de 1988, no art. 1º, inciso III, consagrou o princípio da dignidade da pessoa humana. Esse princípio, aliás, tem um alcance universal. Entretanto não há que se falar em dignidade da pessoa humana diante da restrição da liberdade religiosa ou da inexistência de liberdade no sentido mais lato. Por outro lado, a tolerância religiosa, entendida como um profundo respeito à convicção religiosa de outrem, é um fator que promove a paz e fraternidade entre os povos”. (SORIANO, 2002, p.1
O texto de Fernando G. Jayme, enfatiza a importância de tais direitos:
“Estes direitos são uma via, um método a ser desenvolvido por toda a humanidade em direção à realização da dignidade humana, fim de todos os governos e povos. Assegurado o respeito à pessoa humana, assegura-se, por conseguinte, sua existência digna, capaz de propiciar- 26 lhe o desenvolvimento de sua personalidade e de seus potenciais, para que possa alcançar o sentido de sua própria existência. Isso significa conferir liberdade no desenvolvimento da própria personalidade”. (JAYME, 2005, p.9).
Também neste sentido temos o posicionamento de Celso Ribeiro Bastos e Ives Gandra da Silva Martins:
“A liberdade religiosa consiste na livre escolha pelo indivíduo da sua religião. No entanto, ela não se esgota nessa fé ou crença. Demanda uma prática religiosa ou culto como um dos seus elementos fundamentais, do que resulta também inclusa, na liberdade religiosa, a possibilidade de organização desses mesmos cultos, o que dá lugar às igrejas. (BASTOS; MARTINS, 2004, pg. 52).”
Outra importante garantia constitucional, em relação ao livre exercício dos cultos religiosos é a disposição contida no artigo 19, inciso I da Constituição:
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embarca-lhes o funcionamento ou manter com eles dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
Desta forma, é notável o interesse estatal em garantir o livre exercício dos cultos religiosos por meio de disposições constitucionais para garantia deste direito religioso, mas muitas destas não se estende as religiões Afro-brasileiras Para uma religião que contam com 0,3% dos brasileiros, a umbanda e o candomblé enfrentam a maior questão no que tange a Intolerância. Busca-se expor mais os problemas que tem enfrentado, busca-se entendimento e a praticidade das leis e, principalmente educar os futuros adeptos de qualquer religião a aceitar a crença de outrem.
4.2 CRIMES DE CUNHO RELIGIOSO E SUAS PENALIDADES
As defesas das religiões de matrizes africana vem buscando amenizar as ondas de preconceito, intolerância e falta de conhecimento por vias de ONGS e secretarias que buscam entendimento para a onda de crimes.O projeto de maior relevância no que tange a tal assunto e o CENARAB. Atualmente o CENARAB encontra-se organizado em 18 Estados da Federação, com diretorias estaduais independentes e autônomas organizando as Comunidades Tradicionais de matriz africana e propondo políticas públicas nas diversas esferas do poder público constituído.
Segundo o Centro Nacional de Africanizados e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB), acredita-se que a mudança tem que vir de um cunho educacional, não adianta apenas ter leis que penalizem, mas que a solução seja feita de dentro do indivíduo. É totalmente contra o conceito da religião outorgar a diretriz, o conhecimento ou princípio culto a um indivíduo que oferece resistência.
E interessante transcrever o parecer elaborado por Bitencourt (2009, pág. 789) no que concerne a discussão que recai sobre o sujeito passivo do artigo 208 do Estatuto Penal Brasileiro, no qual o sábio doutrinador traz à baila informações robustas e de maciça relevância:
“Pessoalmente, achamos que o sujeito passivo ora pode ser a pessoa individual (primeira parte do dispositivo penal), ora pode ser a coletividade ou corpo social (segunda e terceira partes), dependendo, in concreto, da figura lesiva que é praticada. É incontroverso que a liberdade de consciência e de crença constitui uma garantia fundamental individual, assegurada pela atual Constituição brasileira; no entanto, “o livre exercício dos cultos religiosos” (individual e, ao mesmo tempo, coletivo) e “a proteção aos locais de culto e a suas liturgias” são garantias constitucionais coletivas. Na primeira hipótese, o sujeito passivo é a pessoa de quem se zomba (sacerdote, ministro, crente, religioso etc.); na segunda, pode ser o indivíduo “impedido” ou “turbado” em sua prática religiosa, se a ação incriminada for contra ele praticada, ou a coletividade, quando aquela for dirigida contra exercício coletivo de culto religioso; e, finalmente, na terceira hipótese, o sujeito passivo imediato somente pode ser a coletividade e apenas mediatamente o indivíduo. Nesse particular, pela clareza e precisão, merece ser transcrita a orientação de Paulo José da Costa Jr. (Comentários ao Código Penal, p. 695), a qual subscrevemos integralmente: “Sujeito passivo, no caso do ultraje, é a pessoa de quem se zomba (sacerdote, ministro, crente). Ou então, no caso de turbação ou vilipêndio de culto, a ofendida é a coletividade religiosa atingida”.
(Código Penal comentado, Bitencourt, Cezar Robert. São paulo: Saraiva 2015.)
No Rio de Janeiro a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), o Decradi está vinculado ao Departamento Estadual de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) sob a égide da Lei 5931/11. O Disque 100, canal que reúne queixas, iniciado em 2011, registrou, neste ano, 169 casos, sendo 35 apenas em São Paulo, e aponta a maioria das vítimas sendo de religiões de origem africana, com 39% das denúncias.
De acordo com o presidente da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB SP, Damaris Dias Moura Kuo, os números são preocupantes, pois, em meio a tantos projetos para aproximar as pessoas das religiões descriminadas sendo na forma de Caminhadas, protestos políticos, ensejos raciais dentre outras atividades. Damaris conta que nos últimos dez anos junto a OAB SP computou-se 200 processos sobre o tema, e de 2012 a 2017 tem registrado uma consulta, orientação ou esclarecimento por dia: “Historicamente, a intolerância religiosa está presente no país desde o Brasil colônia, mas hoje existe uma percepção maior do problema”, afirma.
O pensamento de Milene Cristina Santos, membro da Comissão de Liberdade Religiosa “O que falta é uma compreensão das autoridades de que não haverá estado laico e liberdade religiosa, especialmente para os adeptos das religiões de matrizes africanas, se esses crimes não forem levados mais a sério”, especifica.
Para a estudiosa o crime não nasce com o indivíduo, ele se constrói com as opiniões de senso comum gerados tanto por via familiar e educacional. O estado é laico por fundamentação, sendo assim não há que se falar em discordância religiosa.
4.3 DECISÕES E JURISPRUDENCIAS DOS TRIBUNAIS NOS CASOS DE INTOLERANCIA RELIGIOSA 
A maior parte dos casos que chegam para serem julgado advém de uma ação de incitação à discriminação religiosa, sejam eles nas mídias sociais ou televisivas, ou dentro de eventos de cunho religiosos que buscam denegrir a imagem das religiões de matrizes Africanas no seio da sociedade. As decisões vem sempre de ação civil, penal e (ou) até mesmo trabalhista, onde as pessoas ficam impugnadas e expor sua crença.
O Ministro Fachin em um caso deixou claro a opinião do STF,
O relator salientou que a liberdade religiosa não é absoluta, devendo ser exercitada de acordo com os princípios constitucionais de convivência das liberdades públicas. Em seu entendimento, o proselitismo constatado no livro, ainda que acarrete comparações religiosas incômodas, não configurou o tipo penal previsto no artigo 20 da Lei 7.716/1989, que pune a prática, indução ou incitação à “discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. 
Hoje os tribunais têm pacificado as resoluções no que tange as intolerâncias Religiosas. O TJ tem agido a rigor em pró da comunidade Afro Brasileira religiosa, pois constata-se que é uma das mais atingidas usando a tese em que 
Atitudes agressivas, ofensas e tratamento diferenciado a alguém por causa de sua crença, são considerados crimes e constitui violação do Estado Democrático de Direito. A questão da intolerância religiosa é um problema delicado. O fanatismo religioso pode induzir as pessoas ao ódio, perseguição, conflitos e guerras. Desenvolver a tolerância entre as diferenças é fundamental no regime democrático, pois, respeitando a laicidade do Estado, os direitos fundamentais são preservados.
O TRT baseia-se nas palavras de 
Um mundo multicultural, não se admite a diferenciação de tratamento em virtude da conduta religiosa do empregado, e independentemente da vontade de discriminar ou não, são ilícitas todas as discriminações, sejam elas diretas ou indiretas, dolosas ou culposas, sendo tais condutas vedadas pela Convenção 111 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Brasil e que integra nossa ordem interna com status supralegal.
São fundamentações amplas, mas agindo na constitucionalidade da lei, ademais a Igualdade e a liberdade ao culto têm que ser preservada.
Segue Ementa de uma decisão:
“Agravo de instrumento interposto contra decisão, que em ação de reintegração de posse entendeu conveniente analisar o pedido liminar somente após realizada a audiência de justificação prévia. Esbulho possessório realizado por prepostos da agravada, que invadiram imóvel utilizado como templo religioso umbandista, onde a agravante realiza cultos e reuniões espíritas semanais, na qualidade de presidente e zeladora espiritual. Religiões de origem africana, como o candomblé e a umbanda, que merecem o mesmo respeito e liberdade de exercício legalmente conferidos a todas as crenças. Afronta à Constituição Federal brasileira, que assegura a liberdade de culto. Audiência de justificação, que não poderia ser designada para cinco meses após o ajuizamento da ação, sob pena de impedir, de plano, a eficácia da decisão liminar, que viesse a ser concedida neste prazo ou superior, uma vez noticiado o intuito de demolição do imóvel onde se realizam os cultos. Descabimento da exceção de domínio sustentada pela agravada, nos termos do § 2º, do artigo 1.210, do Código Civil. Conjunto probatório, que justifica, em sede de cognição sumária, a concessão da medida liminar, consoante o disposto no artigo 928, do Código de Processo Civil. Agravo a que se dá provimento, na forma do § 1º-A, do art. 557, do CPC”. ( TJ, 2010, on line.)
A erradicação de um problema não estar em punir, e sim em educar. Somos Oxalá, somos Jesus e Alá, Somos Maomé, Davi ou Javé. Todos juntos somos a Paz.
Conclusão
O desenvolvimento do presentetrabalho abordado possibilitou uma análise de como as religiões sofreram ou vem sofrendo uma repressão para que possam ser respeitadas e tenham seus cultos bem representados. O trabalho procurou mostrar um pouco do que é o Candomblé, uma religião de matriz Africana e o Umbanda, uma religião genuinamente Brasileira. Além disso o trabalho também nos permitiu comentar um pouco do preconceito e da intolerância religiosa de vista de Pensadores e de sociólogos, como esses pontos de destaque avançaram para a regressão do ser humano e para com a sociedade. Procurou-se fazer entender a historicidade do preconceito e de como a educação escolar e do passar de geração para geração pouco ajudou para que houvesse algum avanço na sociedade moderna. 
O senso comum e as igrejas Pentecostais são os grandes inquisidores de uma sociedade, vendo que com isso a laicidade de um estado fica à mercê de um grupo de pessoas ( a sua maioria ) oprimindo e demonizando uma religião que tem em sua minoria uma resistência fora do comum, que durante séculos e séculos não deixaram de suar seus tambores.
Foi também permitido nesta obra abordar os direitos a igualdade religiosa, mostrando por vias de tratados de direitos humanos e da Constituição Federal em seu art.05.
O trabalho abordou em como as nações, os líderes religiosos e os estados foram obrigados a criar leis para manter um direito e a igualdade para todos, vendo que ainda assim mesmo com imensa devassidão as religiões são desrespeitadas e que as penas quem cominam não são o suficiente para pararem.
Tamanha é a importância deste assunto não só para a sociedade, mas para um povo que durante anos buscou a paz a harmonia e o entendimento da verdadeira religião Afro-brasileira, buscou mostrar que não há nada de diferente quando se trata de cultuar um Deus ou um Orixá, que não a nenhuma diferença entre o São Jorge e o Ogum, que Exú não é demônio e que Pomba-gira não é nem nunca foi sinônimo de prostituição.
Nesse sentido de demostrar a opressão na forma de preconceito e de Intolerância religiosa foi usada alguns Gráficos que demonstram que os números só crescem e que são sempre motivados não por “radicais” mas sim por pessoas que usam Deus ou Jesus que tanto pregou a paz e o amor para disseminar o ódio entre os irmãos.

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