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existencialismo psicologia

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RESUMO
Este trabalho apresenta a constituição do Existencialismo, tais como a sua trajetória, características e abordagens. Identificando os seus principais conceitos, construindo um saber a respeito desta teoria que relaciona o homem a natureza, onde a formação de um ser depende do que ele próprio irá estabelecer a partir dos limites impostos a sua existência no mundo.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho é sobre o Existencialismo e o seu aprimoramento histórico, mais concretamente, é uma doutrina filosófica que preconiza a existência metafísica do homem como princípio e fundamento para a solução de todos os problemas, desde a essência até a significação da vida humana. Esse movimento filosófico, que se inspira principalmente nas ideias de Heidegger e de Kierkeggard, tem em J.P. Sartre um de seus maiores representantes.
É objetivo deste trabalho demonstrar a importância que a teoria exerce para a psicologia e qual a sua contribuição para as demais abordagens.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, enriquecida com alguns artigos extraídos de sites científicos e extremamente confiáveis.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 TRAJETÓRIAS DO PENSAMENTO EXISTENCIAL NA FENOMENOLOGIA:
O mundo enfrentava uma crise entre o século XIX e início do século XX no momento em que a filosofia atravessava grande adversidade. Liberdade e justiça eram lemas frequentes, porém com uma política descrente e um ideal histórico do que poderia ser o progresso enfraquecia o cenário propício ao sentido de autonomia proposto. As guerras, a revolução sexual, o anseio de liberdade dos povos oprimidos, entre outros fatos históricos fortalecerame mobilizaram a filosofia a incorporar as discussões sociais, éticas e existenciais desse período. A insuficiência de crença fazia com que Deus não aparecesse, não pudesse oferecer assistência, sendo assim, o homem contemporâneo passou a ser e sentir toda a solidão, percebendo que constrói o seu próprio desígnio causando um martírio a respeito da sua subsistência, o que marcaria profundamente o movimento Existencialista. Sendo assim, este surge como uma tomada de posição de alguns pensadores (filósofos europeus) frente ao cientificismo que se desenvolvia na época, não se opondo a metodologia científica. A diferença é que as ciências naturais reprimem o homem a mesma categoria de outros seres vivos, como animais e plantas. Se dispor a conhecer o homem valorizando o subjetivismo da mente (a psiquê) o inconsciente, os conceitos abstratos, a memória, a inteligência e a percepção, onde o corpo do homem era coisa à parte junto ao conhecimento a respeito deste engrandecendo o racionalismo através das relações eventuais entre S - R que se manifestavam através dos comportamentos frente ao mundo externo e real. Dentre toda essa crise surge o movimento Existencialista que acredita que o homem não deve ser observado, destrinchado, revisado como um objeto qualquer na cadeia dos seres vivos e acredita que o homem, por possuir uma natureza singular, particular, intransferível e tão diferente dos outros seres vivos, deve ser abordado, avaliado e conhecido através de outros métodos. O Existencialismo propõe então para as Ciências Humanas encontrar outros postulados para conhecer o homem, considerando o seu contexto histórico, a má realidade e as circunstâncias que o movem para viver no mundo com os “outros” e a relação que ele fez a partir do seu vivido. A proposta desse movimento é de fazer uma reflexão de quais seriam as características essenciais do ser humano, para a partir daí, estabelecer procedimentos metodológicos que alcancem a compreensão da sua experiência vivida, questionando sobre o seu existir concreto no mundo e na sua cotidianidade. O homem percebe, julga, sente, valora, tem hábitos, formas de dizer, e manifestações desse dizer que não são atos do momento, mas são expressões latentes que circulam o seu passado, é um estar por vir. A Psicologia Existencial aparece então como a terceira tendência, sendo esta, integradora que propõe olhar para o homem totalizante e não dividido, indicando uma nova concepção de homem e mundo, diferente da concepção adotada pela Filosofia Moderna, pela Psicologia Científica, pela Psiquiatria Tradicional e pela Psicanálise. Desse modo, o movimento Existencialista se propõe a priori, questionar as verdades absolutas e paradigmáticas com respeito ao “conhecer do homem”, questionando o que de fato constitui o ser do homem, se é possível mensurá-lo como um animal ou como um aparelho psíquico desprovido do contexto da Corporeidade e da multiplicidade de sentidos existenciais. Refletir sobre o ser do homem, discutir e estabelecer uma visão de homem e de mundo. Foi a grande contribuição do método fenomenológico existencial, se propor aassentar-se nos fundamentos da filosofia enquanto um caminho rigoroso, pois escolhe pensar e alinhavar o modo constitutivo do homem, para desconsiderar a sua experiência vivida, seu contexto histórico cultural e social. A Fenomenologia considera que o homem e todos os outros entes (coisas, seres vivos) são uma unidade inseparável, pois só o homem é capaz de existir dando significado, manifestando e expressando sua linguagem nas várias formas desse dizer, ele expressa a roupa dos dois lados, o direito e o avesso das relações que ele atribui na vida. Assim sendo, compreender o Existencialismo se faz necessário compreendê-lo como um conjunto de todos os sistemas filosóficos que se ocupam “por em questão a existência humana”, buscando analisar o viver concreto do homem aprofundando-se na análise da sua própria existência, revelando a sua estrutura constitutiva.
Enfim, na visão filosófica originou-se a psicoterapia existencial que tem por foco o "aqui e agora" e a vida consciente do paciente. A fenomenologia, por sua vez, é uma escola da filosofia cujo principal propósito é estudar os fenômenos, ou indícios, da experiência humana enquanto empenho de suspender todas as considerações da sua realidade objetiva ou associação subjetiva. Os fenômenos estudados são aqueles experimentados em vários atos da consciência, principalmente atos cognitivos ou perceptivos, mas também em atos como os de avaliação e apreciação estética. Seu objetivo era descobrir as estruturas essenciais e relações dos fenômenos, como também os atos de consciência nos quais os fenômenos apareciam, por uma exploração tão fiel quanto possível, estruturada em pressupostos científicos ou culturais. Na concepção original da fenomenologia de Husserl está a ideia de uma ciência sem pressupostos de valor construída para rejeitar todos os compromissos anteriores às teorias do conhecimento, formalmente desenvolvidos como sistemas filosóficos que permeiam nosso pensamento comum (a ‘atitude natural’). Ele tentou, pela suspensão, ou equiparação de extremos compromissos ir além das escolhas usuais de idealismo e realismo, "as próprias coisas". Em seu último trabalho, contudo, Husserl expandiu seu método fenomenológico para incluir o que ele chamou de "redução fenomenológica". Em sua redução, não apenas a opinião alheia, mas também todas as crenças sobre a existência exterior de objetos de consciência estavam equiparadas. Essa suspensão de toda referência à realidade da coisa experimentada deixa o filósofo com nada mais que a experiência própria, que Husserl dividiu em “noesis” (ato de consciência) e o “noema” (objeto de consciência). Aqui a linha entre idealismo e fenomenologia começa a se atenuar, embora a suspensão da crença na realidade de um objeto de consciência não seja a mesma coisa que negar o que existe. O método fenomenológico influenciou o pensamento psicológico, particularmente certos psiquiatras europeus, como Ludwig Binswanger. A fenomenologia também influenciou o pensamento religioso neotomista. Embora obviamente relacionada, a fenomenologia deve ser distinguida do fenomenalismo, a visão que o conhecimento humano é limitado pelos fenômenos.
2.2 CONCEITOS PRINCIPAIS DA CORRENTE: 
O seu conceito é sustentado pela corrente filosófica existencialista. Os existencialistasrejeitam a idéia de que há no ser humano uma alma imutável, desde os primórdios da existência até a morte. Esta essência será adquirida através da sua existência. O indivíduo por si só define a sua realidade. 
"... se Deus não existe, há pelo menos um ser, no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem ou, como diz Heidegger, a realidade humana. Que significa então que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente é nada. Só depois será, e será tal como a si próprio se fizer." (Jean Paul Sartre, 1946)
Dentre os principais conceitos da corrente destacam-se:
• Liberdade: Com essa afirmação vemos o peso da responsabilidade por sermos totalmente livres. E, frente a essa liberdade de eleição, o ser humano se angustia, pois a liberdade implica fazer escolhas, as quais só o próprio indivíduo pode fazer quando não lhe é imposta uma escolha já predeterminada. Muitos de nós ficamos paralisados e, dessa forma, nos abstemos de fazer as escolhas necessárias. Porém, a "não ação", o "nada fazer", por si só, já é uma escolha; a escolha de não agir. A escolha de adiar a existência, evitando os riscos, a fim de não errar e gerar culpa, é uma tônica na sociedade contemporânea. Arriscar-se, procurar a autenticidade, é uma tarefa árdua, uma jornada pessoal que o ser deve empreender em busca de si mesmo.
• O Indivíduo versus a Sociedade: O existencialismo representa a vida como uma série de lutas. O indivíduo é forçado a tomar decisões; freqüentemente as escolhas são ruins. Nas obras de alguns pensadores, parece que a liberdade e a escolha pessoal são as sementes da miséria. A maldição do livre arbítrio foi de particular interesse dos existencialistas teológicos e cristãos. As regras sociais são o resultado da tentativa dos homens de planejar um projeto funcional. Ou seja, quanto mais estruturada a sociedade, mais funcional ela deveria ser. Os existencialistas explicam por que algumas pessoas se sentem atraídas à passividade moral baseando-se no desafio de tomar decisões. Seguir ordens é fácil; requer pouco esforço emocional e intelectual fazer o que lhe mandam. Se a ordem não é lógica, não é o soldado que deve questionar. Deste modo, as guerras podem ser explicadas, genocídios em massa podem ser entendidos. As pessoas estavam apenas fazendo o que lhe foi dito.
• O Absurdo: A noção do absurdo contém a idéia de que não há sentido a ser encontrado no mundo além do significado que damos a ele. Esta falta de significado também engloba a amoralidade ou "injustiça" do mundo. Isto contrasta com as formas "cármicas" de pensar em que "as coisas ruins não acontecem para pessoas boas", para o mundo, falando-se metaforicamente, não há tais coisas como: "pessoa boa" e/ou "uma coisa má", o que acontece, acontece, e pode muito bem acontecer a uma pessoa "boa" como a uma pessoa "ruim". Por conta do absurdo do mundo, em qualquer ponto do tempo, qualquer coisa pode acontecer a qualquer um, e um acontecimento trágico poderia cair sobre alguém em confronto direto com o Absurdo.
Foram Importantes Filósofos para o Existencialismo, Jean-Paul Sartre, Martin Heidegger, Søren Kierkegaard, Edmund Husserl, Friedrich Nietzsche.
2.3 LINHAS DA PSICOLOGIA QUE SEGUEM ESSA TEORIA:
O Existencialismo é uma filosofia humanista que teve origem com Kierkgaard e Heidegger no século XIX. No século XX teve continuidade com Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Merlot-Ponty, na França. Da visão filosófica, originou-se a psicoterapia existencial que tem por foco o "aqui e agora" e a vida consciente do paciente. Muitíssimo objetiva e prática, esta linha trabalha as escolhas e opções do indivíduo, ampliando sua visão sobre sua própria vida. A partir desta concepção,existem três linhas psicológicas que se aproximam dos principais conceitos existencialistas, são elas:
• A "Gestalt Terapia" que também tem origem no Existencialismo. A palavra alemã "Gestalt" significa "forma", "figura", "conformação" e é usada para designar a estrutura psíquica básica de funcionamento do Ser Humano. Esta é uma abordagem bastante prática que visa favorecer o Encontro através de determinados exercícios, experiências e laboratórios. Muitas vezes é feita em grupo: tanto em grupos terapêuticos (grupos de crescimento pessoal autolimitados) como em psicoterapia de grupo (processo psicoterápico grupal). Tende a ser um processo leve, bonito e não tão demorado.
• O psicodrama que filosoficamente sofreu influência do Existencialismo, buscava compreender a existência humana na sua concretude e inserida em seu contexto, não podendo, assim, ser vista como objeto, essencialmente opunha-se a uma filosofia pautada no racional. A proposta teórica de Moreno parte do pressuposto que o homem é um ser espontâneo por natureza (a priori), capaz de atuar criativamente diante das contingências da vida. Portanto, o núcleo fundamental teórico do Psicodrama é a criatividade e a espontaneidade. Tem como foco central “o homem em relação”, onde este é visto como um ser social porque nasce em sociedade e precisa do outro para reconhecer-se como tal, desenvolver sua singularidade e assim poder sobreviver.
• A Logoterapia, por ser uma escola psicológica de caráter multifacetado – de cunho fenomenológico, existencial, humanista e teísta –, conhecida também como a "Psicoterapia do Sentido da Vida" ou, ainda, a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia. A teoria de Viktor Emil Frankl (1905-1997) concebe uma visão de homem distinta das demais concepções psicológicas de seu tempo ao propor a compreensão da existência mediante fenômenos especificamente humanos e a identificação de sua dimensão noética ou espiritual, a qual pela sua dinâmica própria pode despertar a vivência da religiosidade. A logoterapia se caracteriza pela exploração da experiência imediata com base na motivação humana para a liberdade e para o encontro do sentido de vida. Ela inaugura também um novo campo, o qual Frankl define como uma psicoterapia orientada para o espírito. Para Frankl, a logoterapia origina-se "do" espiritual, enquanto a análise existencial se dirige "para" o espiritual. A análise existencial focaliza a luta do homem pelo sentido – não apenas o do sofrimento, mas também o sentido da vida (Frankl, 1978). A logoteoria, por sua vez, é a fundamentação teórica com a finalidade de proporcionar o saber necessário para uma leitura de mundo a partir dos seus conceitos fundamentais.
3 CONCLUSÃO
Neste trabalho abordamos a linha teórica do existencialismo e concluímos que esse tipo de terapia parte do princípio que todo ser humano possui em si uma força interna que, se não for impedida por influência externa, o conduz à sua plena realização. Elas explicam assim os transtornos psíquicos como fruto da incoerência entre a autoimagem e a experiência pessoal, buscando promover as forças de auto realização do indivíduo. Esse grupo de terapias existenciais se concentra na experiência atual da pessoa e procuram métodos de trabalho que possibilitem ao cliente desenvolver-se de maneira congruente a suas necessidades.
Cumprimos todos os objetivos propostos conforme especificações a respeito da sua trajetória junto a fenomenologia, as abordagens que seguem a linha existencialista e os seus principais conceitos.
Este trabalho foi muito importante para o nosso conhecimento, compreensão e aprofundamento deste tema, uma vez que, há uma necessidade de vivenciar historicamente o início desta linha de importância singular para a análise do sujeito perante os fenômenos existenciais essenciais para a construção dos seres.
REFERÊNCIAS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_existencial
http://meuartigo.brasilescola.com/filosofia/conceitos-existencialismo-vistos-martin-heidegger.htm
http://inerte.horabsurda.org/wp-content/uploads/2009/08/psicologia.pdf
http://ocanto.esenviseu.net/apoio/existencialismo.htmhttp://www.infoescola.com/filosofia/existencialismo/
http://www.psicoethos.com.br/si/site/010404/p/Como%20surgiu%20o%20movimento%20existencialista

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