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seminario indutores ovulação

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CLOMIFENO
	Comercializado como CITRATO DE CLOMIFENO, é um potente antiestrogênio usado para tratamento quando o eixo hipotálamo-hipófise-ovário está intacto e a mulher possui produção adequada de estrogênio, mas não consegue ovular, como no caso da síndrome do ovário policístico. Ele compete com o estrogênio pelos receptores de estrogênio, inclusive nos tecidos onde o estrogênio exerceria feedback negativo. Logo, acaba reduzindo o feedback negativo que o estrogênio teria sobre a produção das gonadotrofinas pela hipófise. Estima-se que esse fármaco aumente em cerca de 50% a produção de FSH, aumentando e acelerando a maturação folicular. O fármaco é utilizado via oral, é relativamente barato e não requer monitorização intensiva. 
 Esquema: utilizar 50 mg/dia via oral durante 5 dias consecutivos, começando entre o 2º e o 3º dia do ciclo menstrual, principalmente em mulheres com sangramento uterino espontâneo ou após sangramento devido a retirada de progesterona, mas também em mulheres sem sangramento. Se essa dose não induzir a ovulação, utiliza-se a dose máxima aprovada pelo FDA (100 mg/dia) ou até mais (150 a 200 mg/dia). 
	Embora o clomifeno induza a ovulação em 75% das mulheres tratadas, apenas 40-45% dessas engravidam, uma vez que o medicamento interfere na ação endometrial do estrógeno, o que resulta em um ambiente não ideal para a implantação. 
 Efeitos adversos: incidência aumentada de gestações multifetais, cistos ovarianos, ondas de calor, cefaleia, turvação da visão e síndrome da hiperestimulação ovariana. Casos de uso prolongado (mais de 12 ciclos) podem aumentar risco de câncer ovariano ou endometrial. O número máximo de ciclos recomendados é 6. 
 Contra indicações: não deve ser administrado a mulheres grávidas (categoria X do FDA – em que os riscos para a gestante e para o feto são maiores que os benefícios). 
	O TAMOXIFENO parece ter o mesmo efeito do clomifeno sobre a ovulação, mas não é aprovado pelo FDA. Já foi utilizado em mulheres hipersensíveis ao clomifeno, que sofrem efeitos colaterais extremos. 
METFORMINA
	A síndrome do ovário policístico afeta de 4-7% das mulheres em idade reprodutiva e é a principal causa da infertilidade anovulatória. A maioria das pacientes com essa síndrome apresentam hiperinsulinemia e resistência à insulina. Por esse motivo, sensibilizadores de insulina, como a METFORMINA tem sido estudados quanto a seus efeitos sobre a ovulação e a fertilidade. É sabido que esse fármaco atua diminuindo as concentrações de andrógenos circulantes e que previne o hirsutismo em mulheres com SOP. A hipótese de que ele atua melhorando a fertilidade, contudo, foi demonstrada apenas em pequenos estudos e foi contestada por um estudo maior (Legro et al, 2007), de forma contundente. O consenso, em geral, é que não se utilize a metformina para indução de fertilidade em mulheres com SOP, a não ser aquelas que apresentam intolerância à glicose. 
	O clomifeno se mostrou muito mais eficaz que a metformina. A associação dos dois medicamentos não mostrou nenhuma vantagem.
	Ultimamente, tem-se estudado os inibidores da aromatase como possíveis indutores da fertilidade, uma vez que inibem a biossíntese do estrógeno. Contudo, ainda existem muitas controvérsias. 
	***Estudo de coorte realizado por Brinton et al., 2013, com cerca de 10.000 mulheres (9832) demonstrou que o clomifeno não possui relação com câncer de endométrio. Inclusive, ano passado, em um artigo publicado por Zheng et al. Afirma que o clomifeno pode ser um potencial inibidor das enzimas isocitrato desidrogenase 1 (IDH1) mutantes, presentes em diversos cânceres, como glioma e leucemia mieloide aguda.

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