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Departamento de Estruturas - Escola Politécnica – UFRJ Laboratório de Modelos Estruturais RELATÓRIO DO ENSAIO 4 CENTRO DE CISALHAMENTO* Data do ensaio: Dupla: Nome DRE *Atenção: Este relatório deve ser feito em dupla e entregue no início da aula seguinte à da realização do ensaio. Departamento de Estruturas - Escola Politécnica – UFRJ Laboratório de Modelos Estruturais ENSAIO 4: CENTRO DE CISALHAMENTO 1. Objetivos • Determinação experimental do centro de cisalhamento (centro de torção) de um perfil monossimétrico ou assimétrico. Dentre os perfis disponíveis para o ensaio, tem-se perfis cantoneira, U, semi-círculo e Z em aço, conforme ilustrado na Figura 1. São todos perfis formados por dobramento de chapa com 1,63mm de espessura. Figura 1- Perfis para determinação experimental do centro de torção. 2. Introdução O centro de cisalhamento é o ponto no plano da seção transversal de uma viga em flexão pelo qual sempre passa a linha de ação da resultante das tensões tangenciais na seção. Considere por exemplo a viga em balanço submetida a flexão reta ilustrada na Fig.2a. As tensões tangenciais na seção transversal podem ser representadas por uma resultante em cada aba (Fig.2b). As forças H nas abas superior e inferior são iguais e contrárias, já que o esforço cortante na seção é vertical e o plano de flexão é também vertical. A resultante das 3 forças da Fig.2b é a força V, igual ao esforço cortante P na seção, e sua linha de ação passa pelo ponto C, denominado centro de torção. A coordenada xc do ponto C pode ser calculada por equivalência dos sistemas de forças das Figs2b e 2c: V Hhx0VxHh0M ccC =→=−∴=∑ Se o momento das forças tangenciais na seção, em torno do eixo longitudinal passando pelo centro de cisalhamento C é zero, o momento das forças externas deve também ser nulo em relação ao mesmo eixo. Em caso contrário, surgirão deformações, adicionais às de flexão, devidas à torção. O momento de torção é igual ao momento da força externa em relação ao centro de cisalhamento. Para determinar as resultantes das tensões cisalhantes, é necessário conhecer sua distribuição na seção (Figura 3a para o perfil U). Sendo constantes as espessuras das abas do perfil pode- se trabalhar com o fluxo cisalhante f definido por: I VQf = sendo Q o momento estático de área em relação à linha neutra e I o momento de inércia da seção em relação ao eixo de flexão. Departamento de Estruturas - Escola Politécnica – UFRJ Laboratório de Modelos Estruturais A força resultante horizontal H na aba superior, pode exemplo, pode ser calculada por: ∫= b dsfH 0 . onde b é a largura da aba e ds o comprimento diferencial de um elemento diferencial de área de espessura tf na aba superior do perfil. Figuras 2. (a) perfil com um eixo de simetria. (b) resultantes de forças em cada aba. (c) Força resultante na seção trasnversal. O ponto C é o centro de torção ou centro de cisalhamento. Figura 3 – Distribuição de tensões cisalhantes nos perfis. 3. Aparato para os ensaios Os perfis de aço têm suas extremidades soldadas a chapas transversais ao eixo do perfil, as quais são parafusadas aos suportes fixados no quadro de ensaio (ver Figura 4). Trata-se, portanto, de uma viga bi-engastada. O carregamento é feito no meio do vão através de uma chapa soldada transversalmente ao eixo do perfil (chapa de carregamento), a qual possui furos junto ao bordo inferior para suspensão de pesos, através de um gancho, em diversas posições. A montagem deve seguir o posicionamento das peças indicado na Figura 4. Os deslocamentos verticais de 2 pontos extremos do bordo superior da chapa de carregamento serão medidos por defletômetros suspensos no quadro de ensaio por meio de uma haste vertical. A haste horizontal que fixa os defletômetros deve ser montada de forma que um a b c d e Departamento de Estruturas - Escola Politécnica – UFRJ Laboratório de Modelos Estruturais deles fique alinhado com o primeiro furo do bordo inferior e outro com o último furo do bordo inferior (ver corte AA, Figura 4). Figura 4- Esquema de ensaio Utilizando-se dois defletômetros com ponta esférica para medir o deslocamento vertical de dois pontos no bordo superior da placa de carregamento pode-se determinar a rotação da placa no seu plano e, portanto, a rotação da seção, para diferentes excentricidades de carga. As leituras iniciais (carga nula) devem ser feitas sem o gancho. 4. Ensaio para verificação do comportamento linear elástico Verifica-se o comportamento linear elástico da viga aplicando carga crescente em duas posições (dois valores de excentricidade). a) Para o perfil cantoneira, aplicar carga entre 0 e 41 N em incremento de 10 N (o gancho pesa 1 N). Para os outros perfis, aplicar carga na faixa entre 0 e 100 N em incrementos de 50 N. O descarregamento deve ser feito com os mesmos incrementos. b) Registrar as leituras nos defletômetros na Tabela 1, prestando atenção aos sinais já que o sentido dos deslocamentos se inverte com a excentricidade do carregamento. A rotação da viga é proporcional à diferença dos deslocamentos verticais medidos. Calcular a “ rotação” = ∆2-∆1, onde ∆= leitura (carga) – leitura (0). a b Departamento de Estruturas - Escola Politécnica – UFRJ Laboratório de Modelos Estruturais c) Fazer um desenho mostrando as posições do carregamento e dos defletômetros. Tabela 1- Verificação de comportamento elástico-linear Carga Defletômetro 1 Defletômetro 2 “Rotação” (N) Leitura (0,01 mm) Deslocamento ∆1 (mm) Leitura (0,01 mm) Deslocamento ∆2 (mm) (mm) d) Para verificar a linearidade e a elasticidade do comportamento da viga, trace um gráfico com os resultados de “rotação”. Gráfico 1 5. Ensaio para determinação do centro de cisalhamento a) Para um valor fixo da carga, as leituras de deslocamento são feitas para 11 diferentes posições da carga ao longo da placa de carregamento. Para a seção cantoneira, aplicar Carga aplicada (N) " r ot aç ão " ( m m ) Departamento de Estruturas - Escola Politécnica – UFRJ Laboratório de Modelos Estruturais 40 N e para as demais, 100 N. Registrar as leituras na Tabela 2. Fazer um esquema das posições da carga. Figura 5 – Posições de carregamento Tabela 2- Excentricidade da carga Posição Defletômetro A Defletômetro B “Rotação” Deflexão do centro de torção(mm) da carga Leitura para carga zero Leitura para carga de 100 N Desloca mento ( mm) Leitura para carga zero Leitura para carga de 100 N Desloca mento (mm) b) Com os resultados da Tabela 2, trace um gráfico “rotação” x posição da carga, Gráfico 2. Desenhe também o perfil posicionado em relação à origem e com a mesma escala da linha de abcissas (posição da carga). Com a reta que melhor se ajustar aos resultados, determine a posição do centro de torção (rotação nula). Localize este ponto em relação ao perfil. Departamento de Estruturas - Escola Politécnica – UFRJ Laboratório de Modelos Estruturais Gráfico 2 b) Uma vez obtida a posição do centro de torção, volte à Tabela2 para calcular a deflexão deste ponto para as diversas posições de carregamento, considerando uma variação linear entre os pontos nos quais estão posicionados os defletômetros A e B. Comente sobre o resultado encontrado. c) Calcule, teoricamente, a posição do centro de cisalhamento da seção ensaiada e compare com o valor obtido experimentalmente. -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Posição da carga (mm) " r ot aç ão " (m m ) Departamento de Estruturas - Escola Politécnica – UFRJ Laboratório de Modelos Estruturais d) Determine teoricamente a posição do centro de torção de um perfil I duplamente simétrico (Fig. 3e). Questões para reflexão: a) A figura 3 ilustra o fluxo de tensões em 4 seções. Nas seções cantoneira e Z existe uma resultante de tensões horizontais desequilibrada (o carregamento é vertical). Como se dá o equilíbrio e qual é a consequência? b) Pesquisar situações práticas de utilização dos perfis de chapa dobrada de aço com seção transversal Z e U na construção civil e comentar sobre o aspecto prático de se aplicar carregamentos no centro de torção dos perfis. Tabela 1- Verificação de comportamento elástico-linear Defletômetro 1 Carga Tabela 2- Excentricidade da carga Defletômetro A Posição
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