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PLANTIO EM LINHA DE ÁRVORES COM POTENCIAL MADEIREIRO RENATO LUIZ GRISI MACEDO1 RUBENS MARQUES RONDON NETO2 ANTÔNIO DE ARRUDA TSUKAMOTO FILHO2 NELSON VENTURIN1 JOZÉBIO ESTEVES GOMES2 RODRIGO SILVA DO VALE3 1. INTRODUÇÃO O plantio de espécies arbóreas em linha nas propriedades rurais, no mundo todo, é considerado como uma modalidade de sistema agroflo- restal, devido, basicamente, à possibilidade de haver combinações com culti- vos agrícolas e pastagens naturais ou cultivadas (Beer, 1994). Segundo Macedo, 1992, os sistemas agroflorestais apresentam-se como um conjunto de técnicas alternativas de uso da terra, que implicam na combinação de espécies florestais com cultivos agrícolas, com produção pe- cuária ou com ambos. Essas combinações podem ser simultâneas ou escalonadas no tem- po e espaço. 1. Professor do Departamento de Ciências Florestais da UNIVERSIDADE FEDE- RAL DE LAVRAS (UFLA) 2. Engenheiro Florestal, Pós-Graduando em Produção Florestal na UFLA, Caixa Postal 37, 37.200-000 – Lavras - MG 3. Engenheiro Agrônomo, Pós-Graduando em Produção Florestal na UFLA; 6 O plantio em linha de espécies arbóreas apresenta como principal vantagem o fornecimento de madeira para serraria ou postes, ocupando ge- ralmente somente áreas subutilizadas, como os limites internos e externos da propriedade rural. Também proporciona diversos benefícios ecológicos e diversificação da produção, além de contribuir para a melhoria do ambiente e da paisagem rural. Numa propriedade rural, o plantio de espécies madeireiras em li- nhas pode ser estabelecido nos seguintes locais: a) Limites externos da propriedade referem-se às divisões da pro- priedade ou da área que limita uma estrada ou outra área mar- ginal qualquer, não sendo utilizado para agricultura, pastagem ou floresta; b) Divisões internas da propriedade - geralmente as divisões têm como objetivo separar os tipos de uso da terra, por exemplo pastagem e lavoura de café; e c) Linhas de árvores isoladas em área agrícola ou pastagem. Este boletim técnico tem como objetivo fornecer informações básicas para a implantação e manejo do sistema de plantio de árvores com potencial madeireiro em linha e, apresentar aos produtores rurais uma alternativa para maior aproveitamento das áreas subutilizadas de sua propriedade. 2. VANTAGENS DO PLANTIO DE ÁRVORES EM LINHA Segundo Beer (1994), o plantio de espécies madeireiras em linhas possui várias vantagens, quando comparado com um maciço florestal, desta- cando-se basicamente as seguintes: 7 a) Aproveitamento das áreas limítrofes da propriedade que mui- tas vezes são subutilizadas; b) Delimitação da propriedade por razões legais; c) Produção de mourões que podem servir para construção de cercas internas e das que delimitam a propriedade rural; d) Possibilidades de fornecimento de produtos de usos múltiplos; e) Melhoria da paisagem e embelezamento da propriedade rural; f) Aumento das taxas de crescimento das árvores por estarem isoladas; todavia, num maciço florestal, a produtividade de madeira é maior; g) Produção de madeira em menor tempo pelo fato de existir uma menor competição entre as árvores; h) Permite que pequenos proprietários rurais sejam reflorestado- res, pois com plantio de árvores em linhas não é necessário dispensar uma área de forma exclusiva à produção florestal; i) Redução da velocidade dos ventos; j) Melhoria das condições físicas do solo próximas às linhas; k) Produção de sombra para os trabalhadores rurais e para os animais; l) Permite geralmente que uma certa quantidade de vegetação se regenere debaixo da linha das árvores, o que colabora para a redução da erosão. A Figura 1 exemplifica o estabelecimento de árvores com potenci- al madeireiro plantadas em linha nos vários setores produtivos de uma pro- priedade rural 8 FIGURA 1 - Exemplo do plantio de árvores em linhas em vários setores produtivos de uma pequena ou média propriedade rural. 3. DESVANTAGENS DO PLANTIO DE ÁRVORES EM LINHAS As desvantagens apresentadas pelo sistema de plantio em li- nha de árvores com potencial madeireiro, quando comparado com os maci- ços florestais, são citadas por Beer (1994), sendo: a) Possibilidades de haver conflitos ou reclamações dos vizinhos, devido à produção de sombra; 9 b) Possibilidades de ocorrer maior competição por água, luz e nutrientes próximos às linhas de árvores e aos cultivos agríco- las ou às pastagens adjacentes; c) Custos elevados do estabelecimento do sistema, devido aos gastos com a proteção das árvores (contra ataque de formigas, pisoteio de animais domésticos e/ou tutoramento) durante os primeiros anos; d) Necessidade de selecionar espécies apropriadas para os plan- tios em linha, pois a desrama natural é mais deficiente que em maciços florestais; e) Aumento de tratos silviculturais nas imediações das linhas de árvores; f) Necessidade de desramas periódicas a fim de produzir madeira de melhor qualidade e diminuir a competição entre as árvores; g) pastejo dos animais pode causar danos às árvores que com- põem a linha; h) A espécie escolhida pode servir de hospedeiro para pragas e doenças para certas culturas e, i) Riscos de quebra de troncos, copa ou galhos das árvores pro- vocados pelo vento. 4. SELEÇÃO DAS ESPÉCIES Muitas espécies florestais nativas e exóticas já são conhecidas e valorizadas pelos produtores brasileiros, as quais podem ser usadas nos plantios de árvores em linha. Beer (1994) e Otárola (1995) citam as caracte- 10 rísticas desejáveis que as espécies florestais de potencial madeireiro devem apresentar, quando se deseja plantá-las em linha: a) Atender aos interesses do proprietário; b) Produzir madeiras com qualidades para poste e serraria; c) Apresentar um crescimento rápido; d) Ser resistente a pragas e doenças; e) Mostrar alta capacidade de rebrota após a exploração; f) Ter baixo potencial para regeneração natural; g) Não produzir sombra excessiva a ponto de comprometer a produção de cultivo nas proximidades, h) Possuir disponibilidade de sementes e a sua silvicultura ser co- nhecida. Na Tabela 1 são apresentadas algumas espécies arbóreas nativas e exóticas com potencial madeireiro, desempenho silvicultural aceitável e apti- dão para regeneração artificial, as quais podem perfeitamente ser utilizadas na formação de linhas de árvores. Outras sugestões de árvores brasileiras com potencial madeireiro para plantio em linha podem ser encontradas em Lorenzi (1992). De um modo geral, muitas espécies do gênero Eucalyptus aten- dem a grande parte dos requisitos exigidos para a escolha de árvores com potencial de usos múltiplos para plantio em linha e utilização nas proprieda- des rurais. 11 T A B E L A 1 - E sp éc ie s ar bó re as n at iv as e e xó tic as c om p ot en ci al m ad ei re ir o su ge ri da s pa ra a f or m aç ão d e lin ha s de ár vo re s. N om e V ul ga r N om e C ie nt íf ic o F am íli a R eg iã o1 F on te A cá ci a A ca ci a m an gi um K un tz e L eg um in os ae -M im os oi de ae B 2 , 3 A lg ar ob a P ro so pi s ju lif lo ra D C . L eg um in os ae -M im os oi de ae C 8 A m en do im -b ra vo P te ro gy ne n ite ns T ul . L eg um in os ae -C ae sa lp in io id ea e D , B 4, 9 A ng ic o A na de na nt he ra s pp . L eg um in os ae -M im os oi de ae B , D 3 A ro ei ra M yr ac ro dr uo n ur un de uv a Fr . A ll. A naca rd ia ce ae D 9 C an af ís tu la P el to ph or um d ub iu m ( Sp re ng .) T au b. L eg um in os ae -C ae sa lp in io id ea e D , B 3, 4 , 9 C as ta nh ei ra B er th ol le tia e xc el sa H . B . K . L ec yt hi da ce ae A 9 C as ta nh ei ra Te rm in al ia c at ta pa M ar t. C om br et ac ea e C 8 C as ua ri na C as ua ri na e qu is et ifo lia L . C as ua ri na ce ae C 8 C er ej ei ra A m bu ra na c ea re ns is ( Fr . A ll. ) A . C . S m ith . L eg um in os ae -F ab oi de ae C , D 9 Fr ei jó C or di a al lio do ra C ha m . B or ag in ac ea e A 4 G m el in a G m el in a ar bo re a L . V er be na ce ae A , D 3 G ua pu ru vu Sc hi zo lo bi um p ar ay ba ( V el l.) B la ke L eg um in os ae -C ae sa lp in io id ea e B , D 3, 9 Ip ê Ta be bu ia h ep ta ph yl la ( V el l.) T ol . B ig no ni ac ea e D 4, 9 Ip ê Ta be bu ia r os eo -a lb a (R id l.) S an d. B ig no ni ac ea e D 4, 9 Ip ê- am ar el o Ta be bu ia c hr ys ot ri ch a (M ar t. ex D C .) S ta nd l. B ig no ni ac ea e B 4, 9 Ip ê- ro sa Ta be bu ia a ve lla ne da e L or . e x G ri se b. B ig no ni ac ea e A , D 4, 9 ... co n ti n u a. .. 12 N om e V ulgar N om e C ientífico F am ília R egião 1 F onte Jacarandá-da-B ahia D albergia nigra (V ell.) Fr. A ll. ex. B enth. L egum inosae-Fabaceae D 4, 9 Jatobá-da-m ata H ym enaea courbaril L . L egum inosae-C aesalpinioideae D 9 Jequitibá-branco C ariniana estrellensis (R addi) K untze L ecythidaceae A , B , D 4, 9 L ouro-pardo C ordia trichotom a (V ell.) A rrab. ex Stend. B oraginaceae B 3, 4 M orototó Schefflera vinosa (C ham . & Schlecht.) M arch. A raliaceae A , B , D 3 Paricá Schizolobium am azonicum D ucke L egum inosae-C aesalpinioideae A , D 4 Pereira P latycyam us regnellii B enth. L egum inosae-Fabaceae D 9 Pessegueiro-bravo P runus brasiliensis R osaceae D , B 4, 9 Sobrasil C olubrina glandulosa Perk. R ham naceae B 3 Tam arindo Tam arindus indica L . L egum inosae-C aesalpinioideae C 8 Teca Tectona grandis L .f. V erbenaceae D 2, 3 Tim baúva, O relha-de- negro E nterolobium contortisiliquum (V ell.) M orong. Legum inosae-M im osoideae A , D , C , D 3 Toona Toona ciliata M eliaceae A , B , D 2, 3 1R egiões brasileiras com potencial de plantio das referidas espécies: (A ) N orte, (B ) Sul, (C ) Sem i-Á rida, (D ) C entro-Sul e C entro-O este. 13 Della Lucia e Vital (1986) destacam que a grande variedade de es- pécies pertencentes ao gênero Eucalyptus e sua conseqüente diversidade possibilitam um uso bastante amplo da sua madeira. Porém, a escolha das espécies de eucalipto mais adequadas para serem plantadas em linha depende do atendimento das exigências edafocli- máticas, característica de cada espécie, e dos objetivos de cada produtor ru- ral. A madeira, principalmente de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden, adequadamente seca pode ser utilizada para fabricação de móveis, portas, lambril, assoalhos, etc. Segundo Andrade (1961), a madeira de eucalipto pode ser aparelhada, torneada e envernizada com ótimos resultados. Para a produção de carvão vegetal, são mais utilizadas as espécies E. grandis Hill ex Maiden, E. camaldulensis Dehnh, E. cloesiana F. Muell, E. tereticornis Sm. E. pilularis Sm. e E. dunni Maiden. O eucalipto pode ser utilizado ainda para moirões para cerca, postes e dormentes. Segundo Cozzo (1978), as espécies mais recomendadas para postes são: E. alba Reinw ex Blume, E. botryoides Sm., E. bositoana F. Muell, E. camaldulensis Dehnh, E. citriodora Hook, E. microphylla Cunn., E. paniculata Sm., E. punctata DC., E. tereticornis Sm. e E. torquata Luehm. 5. SELEÇÃO DE SÍTIOS Conforme Beer (1994), na seleção dos sítios para o plantio de árvores em linha, os critérios que devem ser levados em consideração são os seguintes: a) Escolher sítios que permitam a proteção e cuidados às árvores jovens com menor custo como, por exemplo, no lado externo de uma cerca que delimita um cultivo agrícola ou pastagem; 14 b) Selecionar sítios onde a competição com os cultivos seja de pouca importância; c) Adequar e selecionar diferentes espécies de acordo com as va- riações dos sítios; por exemplo, para os locais muito úmidos, escolher somente espécie adaptada a essas condições; d) Escolher sítios que permitam facilitar a colheita do produto florestal, e e) Preferir sítios que apresentem boa qualidade, com solos de boa fertilidade e com elevados potenciais produtivos. 6. ESTABELECIMENTO DO SISTEMA DE ÁRVORES EM LINHA 6.1. Preparo de Solo As operações de preparo do solo são basicamente arações e gradagens, efetuadas nas linhas de plantio. Essas práticas visam a melhorar as propriedades físicas do solo, eliminar camadas compactas, promover maior armazenamento de água no solo, incorporar calcário e fertilizantes, nivelar o solo e eliminar a competição entre as mudas e as plantas indesejáveis para facilitar o desenvolvimento do sistema radicular e propiciar melhor e mais rápido estabelecimento das árvores. A correção do solo das faixas de plantio, por meio das práti- cas de calagem e/ou fosfatagem, deverá ser feita conforme as recomendações das análises de solo das respectivas áreas. 15 6.2. Plantio e Replantio Beer (1994) recomenda estabelecer linhas puras para cada espécie, respeitando as exigências de cada uma delas, pois misturando as espécies pode haver competição interespecífica. O plantio das mudas deverá ser feito no início da estação chuvosa. O espaçamento entre as árvores deve variar entre 2,5 e 3,5m, totalizando 40 e 28 árvores para cada 100m lineares de linha, respectivamente. As covas de plantio deverão ter dimensões de aproximadamente 40 x 40 x 40cm e, deverão ser previamente adubadas com no mínimo cinco litros de esterco de curral curtido. As adubações químicas complementares deverão ser recomendadas conforme o nível de fertilidade do solo especifica- do nas análises. Para antecipar o estabelecimento das árvores plantadas em linha, deve-se preferencialmente usar mudas de áreas de espera de viveiro florestal, que se apresentam com elevado vigor vegetativo e estado fitossanitário sau- dável. Essas mudas normalmente são levadas para o campo apresentando fuste retilíneo e copas formadas por três pernadas eqüidistantes a uma altura de aproximadamente 1,5 a 1,8 metros do solo. A figura 2 retrata o plantio no campo de uma muda de espera. Para o plantio de linhas de árvores, em determinadas áreas da pro- priedade de solos mais degradados, pode-se utilizar o esquema de plantio alternado com uma espécie florestal do grupo ecológico das pioneiras (mais rústicas), seguida de uma espécie florestal do grupo ecológico das clímax exigentes de luz, no espaçamento de 2 metros entre árvores. Na tabela 2 são apresentadas algumas espécies florestais dos grupos ecológicos das pioneirase das clímax exigentes de luz. 16 FIGURA 2 - Detalhes do plantio de uma muda de espera. 40 cm 40 cm 1,5 a 1,8m 17 T A B E L A 2 - E sp éc ie s fl or es ta is d o gr up o ec ol óg ic o da s pi on ei ra s e da s cl ím ax e xi ge nt es d e lu z pa ra p la nt io e m li nh a. F am íli a N om e C ie nt íf ic o / N om e V ul ga r O ri ge m G ru po E co ló gi co A N A C A R D IA C E A E Li th ra ea m ol le oi de s (V el l.) E ng l. (A ro ei ra –b ra nc a, a ro ei ri nh a) B ra si l ( SE , C O e S ) P M yr ac ro dr uo n ur un de uv a F r. A ll. ( A ro ei ra -d o- se rt ão ) B ra si l ( N E , C O e S E ) C L Sc hi nu s te re bi nt hi fo liu s R ad di ( A ro ei ra -v er m el ha , a ro ei ri nh a) B ra si l ( N E , C O , S E e S ) P B IG N O N IA C E A E Ja ca ra nd a cu sp id ifo lia M ar t ( C ar ob a) B ra si l ( SE , C O e S ) P Ta be bu ia c hr ys ot ri ch a (M ar t. ex D .C .) St an di (I pê -t ab ac o, ip ê- am ar el o) B ra si l ( SE e S ) C L Te be bu ia im pe tig in os a (M ar t.) S ta nd i ( Ip ê- ro xo , p au -d ’a rc o) B ra si l ( N E e S E ) C L B O R A G IN A C E A E C or di a tr ic ho to m a (V el l.) A rr ab . e x St ue d (L ou ro , l ou ro -p ar do ) B ra si l ( N E , S E , C O e S ) C L L E G U M IN O SA E - C A E SA L P IN O ID E A E C ae sa lp in ia fe rr ea M ar t. ex T ul . v ar . l ei os ta ch ya B en th . ( Pa u- fe rr o) B ra si l ( N E e S E ) C L C ae sa lp in ia p el to ph or oi de s B en th . ( Si bi pi ru na ) B ra si l P C ol vi le a ra ce m os a B oj er (C ol ví le a) E xó tic a (M ad ag as ca r) C L D ip ty ch an dr a au ra nt ia ca (M ar t.) T ul . ( ba ls am in ho ) B ra si l ( SE e C O ) C L H ym en ae a co ur ba ri l L . v ar . s til bo ca rp a (H ay ne ) L ee e t L an g. ( Ja to bá ) B ra si l ( N , C O , N E e S E ) C L P el to ph or um d ub iu m (S pr en g. ) T au b. ( A ng ic o- am ar el o, c an af ís tu la ) B ra si l ( N E , S E , C O e S ) C L P = P io ne ir a; C L = C lím ax e xi ge nt e de lu z (a da pt ad a de D av id e et a l., 19 95 ) co nt in ua 18 F am ília N om e C ientífico / N om e Vulgar O rigem G rupo E cológico L E G U M IN O SA E - C A E SA L PIN O ID E A E Senna m acranthera (C ollad.) Irw in et B arn. (Fedegoso) B rasil (N E e SE) C L Tam arindus indica L in. (Tam arindo) Exótica (Á frica e Á sia) C L C A R IC A C E A E Jacaratia spinosa (A ubl.) A . D C . (Jaracatiá) B rasil ( SE, S e C O ) P C A SU A R IN A C E A E C asuarina equisetifolia L. (C asuarina) Exótica (A ustrália) P C E C R O PIA C E A E C ecropia pachystachya Trec. (E m baúba-cinzenta) B rasil ( N E , SE , S e C O ) P E U PH O R B IA C E A E C roton floribundus Spreng. (C apixingui) B rasil (SE e S) P Joannesia princeps V ell. (C otieira, boleira) B rasil (N , C O , N E e SE ) C L L E G U M IN O SA E - PA PIL IO N O ID E A E A m burana cearensis (Fr. A ll.) A . C . Sm ith. (C erejeira, am burana) B rasil (N E, SE e C O ) C L A ndira anthelm ia (Vell.) M acbr. (A ngelim , pau-de-m orcego) B rasil (N E, SE e S) C L D ipteryx alata Vog. (B aru) B rasil (C O e SE) C L E rythrina falcata B enth (E ritrina) B rasil (SE , C O e S) C L E rythrina verna V ell. (M ulungu) B rasil (SE ) P M achaerium acutifolium V og. (B ico-de-pato) B rasil (N , C O e SE) C L P = Pioneira; C L = C lím ax exigente de luz (adaptada de D avide et al., 1995) 19 co nt in ua çã o F am íli a N om e C ie nt íf ic o / N om e V ul ga r O ri ge m G ru po E co ló gi co L E G U M IN O SA E - PA P IL IO N O ID E A E Pt er od on p ol yg al ae flo ru s (B en th .) B en th (F av ei ro ) B ra si l ( C O e S E ) C L L A U R A C E A E N ec ta nd ra r ig id a (H . B . K .) N ee s (C an el a- am ar el a) B ra si l ( N , C O , S E e S ) C L Pe rs ea p yr ifo lia N es s et M ar t. ex . N ee s (M as sa ra nd ub a, n ic ur an a) B ra si l ( SE ) C L LY T H R A C E A E La fo en si a pa ca ri S t. H il. (D ed al ei ro ) B ra si l ( SE , C O e S ) C L M E L IA C E A E C ab ra le a ca nj er an a (V el l.) M ar t. (C an je ra na ) B ra si l ( C O , S E e S ) C L C ed re la fi ss ili s V el l. (C ed ro ) To do o B ra si l C L M el ia a ze da ra ch L . ( C in am om o, s an ta -b ár ba ra ) E xó tic a (Í nd ia e P ér si a) C L L E G U M IN O SA E - M IM O SO ID E A E Ac ac ia p ol yp hy lla D . C . ( M on jo le ir o, m ar ic á) B ra si l ( N , C O , S E e S ) C L An ad en an th er a fa lc at a (B en th .) Sp eg . ( A ng ic o- do -c er ra do ) B ra si l ( SE e C O ) P An ad en an th er a pe re gr in a (B en th .) Sp eg . ( A ng ic o- ve rm el ho ) B ra si l ( SE , C O e N ) P En te ro lo bi um c on to rt is ili qu um (V el l.) M or on g. (T am bo ri l, or el ha -d e- m ac ac o) B ra si l ( N E , C O , S E e S ) C L M im os a ca es al pi ni ae fo lia B en th . ( Sa bi á, s an sã o- do -c am po ) B ra si l ( N E ) PP = P io ne ir a; C L = C lím ax e xi ge nt e de lu z (a da pt ad a de D av id e et a l., 1 99 5) 20 F am ília N om e C ientífico / N om e V ulgar O rigem G rupo E cológico L E G U M IN O SA E – M IM O SO ID E A E M im osa scabrella B enth. (B racatinga) B rasil (S e SE ) P P iptadenia gonoacantha (M art.) M acbr. (Jacaré, pau-jacaré) B rasil (SE , C O e S) P P rosopis juliflora D . C . (A lgaroba) E xótica (A m érica do SuL ) C L P IN A C E A E P inus caribaea var. baham ensis B arr. et G olf. (Pinus, pinho) E xótica (A m érica C entral) C L P inus caribaea var. hondurensis B arr. et. G olf. (Pinus, pinho) E xótica (A m érica C entral) C L R U B IA C E A E G enipa am ericana L . (G enipapeiro) Todo o B rasil P ST E R C U L IA C E A E G uazum a ulm ifolia L am . (M otam ba, cam acã) Todo o B rasil P U L M A C E A E C eltis iguanea (Jacq.) Sarg.(E sporão-de-galo) Todo o B rasil P Trem a m icrantha (L .) B lum . (Trem a, candiúva) Todo o B rasil P V E R B E N A C E A E A egiphila sellow iana C ham . (Pau-de-tam anco, briaúva) B rasil (SE ) P C ytharexylum m yrianthum C ham . (Pau-viola) B rasil (N E , SE e S) P P = P ioneira; C L = C lím ax exigente de luz (adaptada de D avide et al., 1995) 21 O replantio de falhas deve ser feito até aproximadamente quarenta dias após o plantio; recomenda-se usar mudas vigorosas da mesma espécie plantada anteriormente, principalmente para manter o efeito estético e paisa- gístico e futuramente se evitar competição interespecífica. Nessa prática, seguem-se as mesmas técnicas utilizadas no plantio. 1. TRATAMENTOS SILVICULTURAIS 7.1. Controle de Formigas Algumas espécies florestais são atacadas por formigas cortadeiras. Portanto, o combate às formigas deve iniciar antes da implantação do plantio das árvores, estendendo-se até a colheita dos produtos florestais. Segundo Paiva (1995), essa operação possui três fases distintas: o combate inicial, o repasse e a ronda. O combate inicial às formigas deve ser realizado após a limpeza da área, porém antes do revolvimento do solo, principalmente para facilitar a localização dos formigueiros. Deve-se realizá-lo em toda a área a ser planta- da e estender-se nas áreas limítrofes, numa faixa de aproximadamente 200m de largura. O repasse é uma operação que visa a combater os formigueiros que não foram totalmente extintos no combate inicial ou não tinham sidos localizados. É feito no mínimo 60 dias após o combate inicial, antes do plan- tio em toda a área. A ronda consiste em combater as formigas durante todo o perío- do de formação e crescimento das árvores. Após o plantio, a ronda deve ser uma operação realizada quinzenalmente até os 4 meses. Depois, normal- mente a cada 6 meses, de forma a evitar a proliferação dos formigueiros. 22 A aplicação das iscas formicidas pode ser realizada com dosadores nos olheiros de alimentação, a uma distancia aproximada de 10 a 15cm do olheiro e ao lado do carreiro (somente na época seca). Outra forma de com- bater as formigas cortadeiras é por meio de porta-iscas, em que se coloca aproximadamente 10g de isca à base de sulfuramida 0,3%. Os porta-iscas devem ser distribuídos sistematicamente por toda a área plantada, nas áreas limítrofes ao plantio (faixa em torno de 200m de largura). Os porta-iscas protegem os formicidas de chuva e umidade do solo e impedem que a fauna silvestre envenene-se com as substâncias químicas que compõem as iscas. 7.2. Controle de Plantas Invasoras A eliminação das plantas invasoras é muito importante, prin- cipalmente no primeiro ano. O controle das mesmas pode ser feito utilizan- do-se os seguintes métodos: a) Capina manual - este tipo de capina é realizado por meio do coroamento das mudas, devendo limpar um raio de 50cm ao redor da muda; b) Capina mecânica - é feita com roçadeiras ou grades de discos, com o cuidado para não danificar o sistema radicular, deven- do ser, portanto, bastante superficial; c) Capina química - esta capina é realizada utilizando-se herbici- das pós-emergentes, aplicados na linha de plantio, tendo o cui- dado de proteger as mudas com o uso do “chapéu de Napole- ão”. É de suma importância observar as especificações e re- comendações do fabricante do produto. O número de capinas em cada estação chuvosa irá depender do grau de desenvolvimento e infestação das plantas invasoras. Geralmente, 23 efetua-se de 2 a 4 capinas por ano, as quais podem ser por meio da associa- ção dos métodos de controle citados acima, conforme a situação presente. 7.3. Desrama Esta prática consiste em eliminar os ramos laterais dos troncos das árvores, cujo objetivo é produzir madeira de melhor qualidade, livre de nós, reduzir os riscos de incêndios florestais e diminuir os custos de colheita dos produtos florestais. O início de realização e o número de desramas dependem da espécie e da qualidade do sítio. Para tanto, recomenda-se que a altura da desrama não deva exceder 1/3 da altura total da árvore e deve ser efetuada com serras de poda. 7.4. Desbaste Os desbastes são cortes parciais feitos nas plantações florestais imaturas, com o objetivo de estimular o crescimento das árvores remanes- centes e aumentar a produção de madeira de boa qualidade. Após o plantio algumas árvores morrerão, outras não crescerão satisfatoriamente e outras não terão boa forma. Portanto, realizam-se desbastes periódicos para elimi- nar essas árvores, tentando deixar um espaçamento final de no mínimo de 5m entre árvores. 7.5. Prevenção de Incêndios Para evitar os problemas de fogo, as áreas próximas das cercas devem estar sempre limpas. Para isso, fazer aceiros é essencial, principal- mente na época da seca. O fogo pode causar injúrias nas árvores ou até 24 mesmo levá-las à morte. Durante a realização dos aceiros, deve-se ter o cui- dado para não causar lesões às raízes das árvores. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ANDRADE, E.N. O eucalipto. Jundiaí: Companhia Paulista de Estra da de Ferro,1961. 667p. 2. BEER, F.J. Consideraciones basicas para el establecimiento de especies maderables en linderos. Agroforesteria en las Américas, Turrialba, v.1, n.1, p.21-24, ene./mar. 1994. 3. CARVALHO, P.E.R. Espécies alternativas para o reflorestamento. Re- vista da Madeira, São Paulo, n.36, p.36-39, 1998. 4. CARVALHO, P.E.R. Espécies florestais brasileiras: recomendações silviculturais, potencialidades e uso da madeira. Colombo: EMBRA- PA – CNPF, 1994. 640p. 5. COZZO, D. Eucalyptus e eucaliptotecnia. 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