Vamos às progressões! Pré-requisitos ob jet ivo s Meta da aula 18AULA Instrumentalizar o ensino de progressões. Para o desenvolvimento desta aula, é necessário que você saiba o conceito de função e o de progressões. Além disso, usaremos alguns contextos explorados na Aula 10. Ao fi nal desta aula, você deverá ser capaz de: Reconhecer uma seqüência como uma função de domínio discreto. Aplicar diferentes contextos no ensino de seqüências. Reconhecer e discutir as seqüências aritméticas e geométricas. Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J206 INTRODUÇÃO O ensino da Matemática deve proporcionar ao aluno mais do que a simples memorização, relacionando o ensino da Ciência à compreensão de signifi ca- dos. Nesse contexto, a busca de regularidades e a generalização de padrões são importantes tanto à compreensão do conhecimento matemático quanto à aplicação da Matemática em outras áreas de conhecimento. Lembre-se de acessar a disciplina na Plataforma cederj. Lá você encon- trará diferentes animações e recursos que auxiliarão sua aprendizagem na aula. ! Dentre os objetivos do ensino da Matemática no Ensino Médio, concluímos que, ao fi m do Ensino Médio, o aluno deve ser capaz de: “estabelecer conexões entre diferentes temas matemáticos e entre esses temas e o conhecimento de outras áreas do currículo” (BRASIL. MEC. PCN, 1998, p. 42). O aluno no Ensino Médio deve entender que a Matemática tem seu próprio contexto de investigação, por ser uma ciência, mas também é uma linguagem e um instrumento para outras áreas de conhecimento. O ensino de funções é importante para que ele compreenda essa característica do ensino da Matemática. Este deve ser feito de manei- ra integrada, tanto com outras áreas de conhecimento quanto com o próprio conhecimento matemático. As progressões, muitas vezes, não são estudadas como funções, mas como uma teoria isolada de outros contextos da Matemática. Outro aspecto importante do ensino de seqüências é o enfoque muito restrito nas progressões aritmética e geométrica. Estas são alvo de atenção especial, mas não devem ser as únicas seqüências exploradas. Afi nal, o que é uma seqüência? Mesmo sem defi nir formalmente o conceito matemático de seqü- ência, a idéia de ordenar com “certa harmonia”, ou de algo que tem continuação já está presente nos alunos desde as séries iniciais. Verifi que na atividade. A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 207 Se modifi carmos uma só dessas operações, os números obtidos podem ser outros. A idéia de ordem modifi ca a “harmonia” dos números formados. Uma seqüência é uma função cujo domínio é IN* ou um subconjunto A não-vazio de IN* e o contradomínio é um conjunto B ≠ ∅. Em outras palavras, a: A → B defi nida por a(n) = b, onde n ∈ A, b ∈ B. Quando o conjunto A = IN* , dizemos que a seqüência é infi nita. Entretanto, se o domínio for um subconjunto {1, 2, 3, ...., n} ⊂ IN *, a seqüência é fi nita, e possui n termos. ATIVIDADE 1. Inventei uma máquina com 4 teclas: ♣, ♦, ♥, e ♠. As funções das teclas são as seguintes: ♣ - multiplica por 2. ♦ - divide por 2. ♥ - adiciona 2. ♠ - subtrai 2. (a) Se eu digitar o número 5 e apertar a tecla ♥ 10 vezes, que número encontro? (b) Se eu digitar o número 10 e apertar a tecla ♦ 5 vezes, que número encontrarei? (c) Digitei um número diferente de zero e apertei as teclas da seguinte forma: ♣ ♣ ♥ ♦ ♥ ♠ ♦ ♦ ♥ ♥ ♣ ♠. A partir do número que encontrei, devo voltar ao número que digitei e apertar as teclas: (I) ♥ ♦ ♠ ♠ ♣ ♣ ♥ ♠ ♣ ♠ ♦ ♦ (II) ♠ ♣ ♥ ♥ ♦ ♦ ♠ ♥ ♥ ♣ ♣ ♣ (III) ♣ ♣ ♦ ♥ ♥ ♠ ♦ ♦ ♥ ♥ ♣ ♠ (IV) ♣ ♣ ♥ ♦ ♥ ♠ ♦ ♦ ♥ ♥ ♣ ♠ COMENTÁRIO Na atividade, a seqüência numérica é obtida a partir das operações feitas pelos comandos. Por exemplo, se a partir do número 10, digitamos as teclas ♣ ♥ ♦ ♥ ♦ ♥ ♥ ♣ ♠, formaremos a seguinte seqüência: 10 ♣ 20 ♥ 22 ♦ 11 ♥ 13 ♦ 6,5 ♥ 8,5 ♥ 10,5 ♣ 21 ♠ 19. Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J208 Costuma-se indicar a(n) = an para o termo que ocupa a enésima posição na seqüência. Essa simplifi cação de notação pode ser um dos motivos pelos quais os alunos não relacionam o ensino das seqüências ao ensino de funções. Uma das maneiras de expressar elementos de uma seqüência é colocá-los entre parênteses, separados por vírgulas: (1, 7, 9, 23, ...) → seqüência infi nita onde são dados os quatro primeiros termos; (2, 4, 6, 7) → seqüência fi nita de quatro termos. ! Se substituirmos, acrescentarmos, retirarmos ou trocarmos de lugar qual- quer termo de uma seqüência, obteremos uma nova seqüência! Por exemplo: (0, 3, 6, 9, 12) e (12, 9, 6, 3, 0) são seqüências diferentes que são formadas pelos mesmos elementos. ATIVIDADE 2. Observe a seqüência a: IN* → B, onde B ⊂ Z: (−4, 1, 5, 4, −1, −5, −4, 1, 5, 4, −1, −5, ...). Nesta seqüência, cada número é obtido pela subtração dos números anteriores. Responda: (a) Qual é o décimo termo dessa seqüência? (b) Determine a23. (c) Determine a234. (d) Qual a soma dos termos da seqüência até o vigésimo quarto termo? (e) Qual a soma dos termos da seqüência até o termo que ocupa a posição 2541? (f) Construa o gráfi co dessa seqüência considerando o domínio {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12}. (g) Sendo uma seqüência (a, b, ...) formada com o mesmo padrão da seqüência dada, qual será o conjunto-imagem desta? A U LA 18 M Ó D U LO 1 C E D E R J 209 Algumas seqüências importantes... A seqüência dos números primos é (2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, ...). Sobre esses números, que se caracterizam por uma propriedade tão simples, ainda existem muitas questões “em aberto”, as quais a Ciência não conseguiu validar. Entretanto, durante anos pensou-se não existir uma fórmula de determinar números primos. Mas ela existe e é “relativamente” simples. Ela determina todos os números primos e tão-somente eles. O incrível deste fato é que o conjunto dos números primos é infi nito! Essa fórmula é a seguinte: Considere x e y números naturais e y ≠ 0. Calcule . A fórmula que dá todos os números primos (e somente esses) é: f x y y a a( , ) | ( ) .= − − − − + 1 2 1 1 22 2 ! A demonstração da validade dessa fórmula você encontra na Revista do Professor de Matemática, número 37, página 19. Essa fórmula é um pouco diferente das que estamos habituados a usar. Ela não é uma função porque nem todos os valores de x e y resultam em f(x, y) inteiro. Mas, observe a fórmula f x y y a a( , ) | | .= − − − −( ) +12 1 1 22 2 Quando a ≠ 0, a2 também o será, e a2−1 será maior ou igual a zero. Isso acarreta que | |a a2 21 1− = − , o que faz: f x y y a a y a a y ( , ) | | ( )= − − − − + = − − − + + = − [ ]1 2 1 1 2 1 2 1 1 2 1 2 02 2 2 2 ++ =2 2. Neste caso, o 2 aparecerá repetida e infinitamente. Quando a = 0, vamos gerar os outros primos. Se a x y y temos x y y= + − + = + = +( ) ( ! ) , : ( ) ( ! ).1 1 0 1 1 Logo, x y y = + + ! . 1 1 Instrumentação do Ensino da Aritmética e da Álgebra | Vamos às progressões! C E D E R J210 Veja a tabela: y 1 2 3 não serve porque x não é inteiro 4 5 não serve porque x não é inteiro 6 . . . . . . . . . x = + + = 1 1 1 1 1 ! x = + + = 2 1 2 1 1 ! x = + + = 3 1 3 1 7 4 ! x y y = + + ! . 1 1 x = + + = = 4 1 4 1 25 5 5 ! x = + + = 5 1 4 1 121 6 ! x = + + = = 6 1 6 1 721 7 103