Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 COMPLEXO EDUCACIONAL FMU DISCIPLINA: AEROPORTOS E FERROVIAS CONTEÚDO: AEROPORTOS CURSO: ENGENHARIA CIVIL PROFESSORA: ANA PAULA CORRÊA VITORINO FONTES ANO: 2018/2 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Propiciar ao aluno do curso de engenharia civil um entendimento introdutório das peculiaridades dos aeroportos, principalmente do ponto de vista de sua especificidade maior, que é a operação de aeronaves. Pretende-se, assim, interpretar o panorama atual do transporte aéreo e analisar o nível de serviço dos aeroportos brasileiros. INTRODUÇÃO O planejamento, as operações, o projeto e a implantação de um aeroporto, envolvem normalmente, uma gama de especialidades, entre as engenharias e de outras áreas, bastante extenso. Nesse contexto, podemos citar alguns exemplos: • de sociólogos e economistas, para as previsões de demanda e verificação de desapropriações que se façam necessárias; • de especialistas e engenheiros aeronáuticos, para identificar as futuras aeronaves que passarão a operar naquele aeroporto, bem como para transformar as previsões gerais de demanda, normalmente medidas em passageiros e toneladas de carga anuais, em quantificações de demanda específicas de dimensionamento (passageiros e movimentos de aeronaves em horas-pico), bem como assessorar e trabalhar em conjunto com os demais especialistas, contribuindo com experiência em assuntos aeronáuticos; • de arquitetos, para estabelecer os conceitos arquitetônicos e os planos gerais de áreas do aeroporto, bem como para os projetos civis; • de engenheiros civis, para, muitas vezes em conjunto com os arquitetos e a partir dos conceitos e planos gerais, elaborar os projetos de edificações, entre outros; • de engenheiros mecânicos, para os projetos de equipamentos especializados para atendimento de aeronaves e para o atendimento de passageiros e cargas; • de engenheiros elétricos e eletrônicos, para os projetos de iluminação, de sistemas de comunicação, de sistemas de rádio; • de engenheiros químicos, que identifiquem e especifiquem as tintas que serão utilizadas para pintura de pistas e pátios; • entre muitos outros envolvidos, que trabalham diretamente ou indiretamente, de forma terceirizada para atender às demandas dos profissionais. Costuma-se dizer que administrar um aeroporto é como ser o prefeito de uma cidade. Um aeroporto, assim como uma cidade, é constituído por uma enorme variedade de instalações, sistemas, usuários, trabalhadores, regras e regulamentações. Além disso, da mesma forma 2 como os municípios prosperam com negócios e comércio com outros municípios, o sucesso dos aeroportos se deve em parte ao seu êxito em se tornarem os locais de entrada e saída de passageiros e cargas partindo e chegando de outros aeroportos. E como se não bastasse, assim como as cidades encontram sua posição na economia de sua região, seu estado e país, os aeroportos também precisam operar com sucesso como parte do seu sistema nacional de aeroportos. Resumidamente, um aeroporto consiste, essencialmente, de edificações (terminais de passageiros e cargas), áreas de estacionamento e de manutenção de aviões, e de pistas. De fato, um avião decola de país, e, minutos após, pode estar sobrevoando um outro país, onde se fala uma língua diferente, e onde as leis e regulamentos podem ser distintos. Se, no Brasil, aceitamos que um avião, por exemplo, de Angola venha para nosso país, sobrevoando nossas cidades, operando em nossos aeroportos e transportando brasileiros, temos que ter certeza de que esta operação ocorra dentro de normas e padrões de segurança que aceitemos. Isto refere- se, entre muitas outras coisas, à habilitação dos tripulantes e do avião, incluindo sua manutenção. Na medida que o transporte aéreo deixou de ser elitista, tornando-se quase um transporte de massa para distâncias médias e grandes (o que ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos), os aeroportos modificaram-se de forma a atender a uma demanda com características distintas da anterior. De fato, ampliou-se a capacidade no espaço aéreo, permitindo um maior fluxo de aviões, o que implicou, por usa vez, em um maior aproveitamento das pistas medido em movimentos por hora. Assim foi necessário ampliar o terminal de passageiros, que passou a ter um papel mais importante entre os diversos subsistemas de um aeroporto. Na atualidade, é impossível imaginar o mundo sem transportes. O fato é que o mundo sem transportes seria estático, o que é totalmente inconcebível para a dinamicidade de todas nossas atividades. Então, reconhecendo a essencialidade dos transportes, é necessário compreender como esse setor é concebido, organizado e operado. Nesse sentido, a junção de diversas engenharias, como a engenharia de transportes e civil, tornam-se fundamentais. Assim, nesta disciplina, você compreenderá os aspectos fundamentais da Engenharia de transporte e logística de operações, entendendo o papel do engenheiro civil no planejamento, concepção e operação de sistemas de transportes. TRANSPORTE E SOCIEDADE Transporte, de maneira geral, pode ser encarado como o deslocamento espacial de pessoas e/ou mercadorias. Essa movimentação de mercadorias e/ou pessoas se dá entre uma origem e um destino, mediante uma finalidade e condicionada às condições do sistema de transportes. Em outras palavras, o deslocamento ocorre entre dois pontos (locais) determinados, de acordo com a vontade dos usuários e limitada pelas condições ambientais e de circulação. Como você deve ter percebido, o transporte é fundamental para a realização de qualquer atividade que executemos. Por isso, ele é um campo (transportes) intrinsecamente relacionado à sociedade. 3 Se pararmos para pensar nas atividades cotidianas, certamente, você encontrará inúmeros exemplos. Alguns deles podem ser: uma viagem de férias para visitar a família no interior, um estudante viajando para outro estado para participar de um evento acadêmico, uma emergência médica com transferência de um paciente para o hospital, um carregamento de frutas que é entregue a um supermercado, trabalhadores se movimentando de suas casas para os locais de trabalho, estudantes indo de casa para escola, entre outros. O transporte afeta também, a capacidade da sociedade fazer uso de seus recursos naturais, mão de obra e/ou materiais, de forma que quanto melhor for o sistema de transporte, maior é a facilidade de uso desses meios. Ele também influencia na competitividade econômica entre regiões ou países. Uma região, por exemplo, dotada de dificuldades de transporte de seus produtos, tem menores chances de oferecer bens e serviços a um preço competitivo, o que pode levá-la a reduzir sua participação no mercado ou ainda inviabilizar seu comércio. Doutro modo, a rapidez, segurança e confiabilidade na prestação de serviços de transporte, aliada à capacidade e preço atrativo, pode levar uma região ou país a expandir sua base econômica. As nações e regiões desenvolvidas, com sólida base econômica, têm investido em serviços de transporte de alta qualidade. Nos séculos XVIII e XIX, Inglaterra e Espanha, por exemplo, com forte presença marítima, tornaram-se governantes de extensos impérios coloniais e estabeleceram o comércio internacional com as rotas de comércio para a América do Norte, Índia, África e Extremo Oriente. Já no século XX, Estados Unidos, Canadá, Japão e Alemanha se tornaram líderes no setor de indústria e comércio, contando com modernas redes de transporte marítimo, terrestre e aéreo. Tais sistemas reforçam a capacidade de suas indústrias para o transporte de matérias-primas, bens manufaturados e conhecimentos técnicos, maximizando a competitividade com outros mercados. Mais recentemente, no século XXI, a tecnologia da informação e a integração dos modos de transporte terrestre, marítimo e aéreo contribuírampara a criação de uma economia global. No caso de países com escassez de recursos naturais, o transporte é fundamental para assegurar a importação de matérias-primas necessárias para a fabricação de produtos para exportação, tais como automóveis e eletrônicos (HOEL et al., 2012). Além do importante papel na economia, um sistema de transporte de qualidade gera inúmeros benefícios à sociedade. A evolução dos transportes tem auxiliado na melhoria da qualidade de vida das pessoas, em diversos âmbitos. Hoje é possível (muito mais fácil que antigamente) viajar a qualquer parte do mundo, em diferentes modos de transportes, isolados ou combinados. Os deslocamentos internos dos países também são, em geral, mais acessíveis; os sistemas de transporte também contribuem para avanços na área da saúde, especialmente em casos de urgência e emergência; locais tornaram-se mais acessíveis com o desenvolvimento do transporte, auxiliando na redução da fome em diversas localidades; mais oportunidades de emprego e estudos devido à facilidade de deslocamento; maior interação multicultural com a expansão do transporte com fins de turismo, entre diversos outros benefícios diretos e indiretos. Consequentemente, é evidente a influência direta do transporte na vida em sociedade, reforçando a importância de que o planejamento, a concepção e a operação de sistemas de 4 transportes devem ser eficientes, seguros e econômicos e ainda direcionados para atender às necessidades dos usuários. BREVE HISTÓRIA DO TRANSPORTE A necessidade de deslocamento do homem é inerente à sua existência. No princípio utilizava apenas sua própria força para se mover, mas pelas limitações fisiológicas, não era possível percorrer longas distâncias nem levar muita carga. Posteriormente, passou a utilizar a força de animais para puxar veículos, tendo surgido os veículos de tração animal. Ainda assim, o desafio de transportar mais cargas e percorrer maiores distâncias só foi vencido com o desenvolvimento dos primeiros meios mecânicos de transporte: o marítimo e o ferroviário. Isso ocorreu no século XVIII, a partir da invenção da máquina a vapor. Dessa forma, durante a Revolução Industrial, o modo ferroviário, em especial, desenvolveu-se e transformou-se na modalidade de transporte mais rápida e com maior capacidade de deslocamento de cargas e pessoas, culminando no surgimento da rede ferroviária europeia, interligando os países. Em se tratando do transporte aquaviário, este se desenvolveu a partir da experiência exitosa do transporte em barco a vapor (North River Steamboat) nos Estados Unidos, em 1807. Foi a primeira vez que se demonstrou a viabilidade do uso de navio a vapor para o transporte comercial sobre a água (HOEL et al., 2012). O transporte dutoviário teve sua utilização inicial para a distribuição de água, embora nem existisse ainda o conceito desse modo de transporte. A população das cidades estava em constante crescimento e demandando cada vez mais volumes de água para abastecimento, o que incorreu na necessidade de transporte de água desde a fonte até as cidades, por meio dos chamados aquedutos. No entanto, o primeiro uso de duto para transporte de mercadoria ocorreu em 1859, com o descobrimento do petróleo. O primeiro duto explorado foi construído no estado da Pensilvânia, Estados Unidos, em ferro fundido, com diâmetro de duas polegadas (aproximadamente 5,08 cm) e com 8 km de extensão, ligando um campo de produção à estação ferroviária de cargas. Os oleodutos tornaram-se, então, no meio de transporte preferencial para abastecimento das refinarias e suprimento dos grandes centros de consumo (FREIRE, 2009). Hoel et al. (2012) afirmam que, já no início do século XX, ocorreu o desenvolvimento dos motores à explosão (motores de combustão interna), o que levou à criação do automóvel e desenvolvimento de técnicas de produção em série, dando início à Era do Automóvel. Em 1903, Henry Ford fundou a Ford Motor Company e aperfeiçoou o processo de produção de automóveis em série, de forma que o preço fosse acessível à maioria dos norte-americanos. No período de 1901 a 1910, houve um aumento de mais de 56 vezes o número de automóveis registrados nos Estados Unidos, passando de 8 mil para 450 mil. E, em 1930, já eram mais de 23 milhões de automóveis de passageiros e 3 milhões de caminhões registrados. O transporte aéreo, por sua vez, estava em fase pioneira antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), com uso demonstrativo em áreas rurais e avanços na concepção e desenvolvimento de aeronaves, sobretudo na Europa. Durante a Primeira Guerra Mundial, os aviões foram utilizados tanto para atividades de combate quanto de reconhecimento, mas foi 5 no pós-guerra que esse modo de transporte ganhou mais notabilidade, tendo se mostrado útil na prestação de serviços aéreos (entrega de correspondências, mantimentos, equipamentos, por exemplo) e no transporte de passageiros. A indústria aeronáutica passou, então, a receber maiores investimentos e surgiram mais companhias aéreas (HOEL et al., 2012). Como é perceptível, transportar não é apenas uma questão técnica; é também uma questão social e política, pois organiza o movimento de pessoas no espaço urbano e rural. Desse modo, a área de transportes necessita de técnicos com excelente formação para viabilizar um desenvolvimento sustentável e, ao mesmo tempo, encaminhar boas soluções para os efeitos negativos provocados pelo consumo de transportes. O transporte está intimamente ligado ao desenvolvimento social e a evolução dos modos de transporte acompanhou as demandas e necessidades da sociedade. PLANEJAMENTO DE TRANSPORTES Podemos encarar, portanto, a engenharia em suas diversas áreas do conhecimento, de como a área responsável pelo planejamento, concepção, construção, operação e manutenção dos sistemas de transporte. O campo engloba rodovias, terminais de transporte público, ciclovias e sistemas de compartilhamento de bicicletas, ferrovias e estações ferroviárias, canais e portos, aeroportos, pontes, dispositivos de drenagem, além de demais componentes de sistemas de transporte ferroviário, rodoviário, dutoviário, aéreo e aquaviário. Existem oportunidades de trabalho nessas áreas em agências de transporte nas esferas federal e estadual (Agência Nacional de Transportes Terrestres, Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Agência Nacional de Aviação Civil), órgãos e autarquias de transporte (Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Departamentos Estaduais de Trânsito, Secretarias de Transporte), empresas privadas de diferentes segmentos. O setor está associado à engenharia civil, mas como a área de transportes tem interfaces com diversas outras áreas, o engenheiro deve, além de compreender os princípios básicos de transporte, deve possuir conhecimentos sobre as especialidades destacadas abaixo, conforme explicitado por Hoel et al. (2012): • planejamento de transporte; • projeto de transporte; • construção de sistema de transporte; • operação e gerenciamento do transporte; • manutenção da infraestrutura de transporte; e • logística. Compreende planos e programas de desenvolvimento de sistemas de transporte. O processo de planejamento envolve a definição do problema, nível de planejamento, metas e objetivos, coleta e análise de dados e proposição de alternativas. Para tanto, o planejador deve ter em 6 conta a avaliação de viabilidade técnica, econômica, ambiental e social. O produto final é uma análise comparativa entre as alternativas propostas, baseadas nos objetivos e critérios estabelecidos, evidenciando como cada opção cumprirá os objetivos e metas almejadas. PROJETO DE TRANSPORTE Envolve a descrição detalhada de características do elemento ou sistema de transporte projetado, especificandorecursos e materiais necessários para o funcionamento adequado e eficiente deste. O processo do projeto pode contemplar: definição de traçado, seleção de dimensões, características geométricas de alinhamento vertical1 e horizontal, dimensionamento de pavimentos, elementos estruturais e obras de arte2, dispositivos de drenagem, dispositivos de controle de tráfego, dimensionamento e locação de terminais e estações, entre outros. Dessa forma, os projetistas devem possuir habilidade e conhecimento em geotecnia, hidráulica, topografia, pavimentação, engenharia de tráfego e projeto geométrico. O produto final é um conjunto de planos detalhados que norteiam a construção e custo da instalação. CONSTRUÇÃO DE SISTEMAS DE TRANSPORTE Contempla todos os aspectos do processo de construção. Em geral, tratando- se de obras de grande vulto e complexidade, estas ficam a cargo de grandes empreiteiras ou consórcio, escolhidas pela competitividade de preço e know- how3. Nesse tipo de atividade, os engenheiros de transportes e civil da contratante, é responsável por assegurar que o projeto está sendo executado de acordo com as especificações, inspecionar o trabalho em andamento, aprovar pagamentos parciais e representar a contratante em negociações em casos de alterações de projeto. Já o engenheiro da contratada, responsabiliza-se pela estimativa dos custos, acompanhamento da obra, gestão das equipes de trabalho, tratativas com empresas subcontratadas e representação da empresa nas negociações com o órgão ou empresa contratante. OPERAÇÃO E GERENCIAMENTO DO TRANSPORTE Estão associadas ao controle das condições de operação, de forma a assegurar o desempenho satisfatório do sistema e atendimento das necessidades dos usuários. Cada modo de transporte requer procedimentos diferentes de controle de tráfego, sendo o engenheiro de transportes responsável por conceber procedimentos que garantam a segurança e o nível de serviço esperado do sistema. Em rodovias, o monitoramento e controle é realizado por meio de sinalização horizontal, vertical e dispositivos eletrônicos para orientar e advertir os veículos circulantes (sem estabelecer contato com os motoristas) ao passo que o controle de tráfego aéreo é um processo individual em que o controlador monitora e orienta cada aeronave. Assim, o engenheiro de transportes é responsável pelo desenvolvimento de procedimentos de controle consistentes e que forneçam desempenho de serviço e segurança ao sistema de transporte. 7 MANUTENÇÃO DA INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE Tem por finalidade garantir que o sistema de transporte preserve condições satisfatórias de operação. A manutenção envolve ações preventivas e corretivas, desde inspeção periódica do sistema até reparos na superfície do pavimento, por exemplo. Desse modo, o engenheiro de transportes se responsabiliza por definir estratégias de manutenção, horários e dias, gerenciar riscos, avaliar custos econômicos, lidar com a responsabilidade civil e demais ações que viabilizem a execução das atividades de manutenção de forma adequada e econômica. LOGÍSTICA Outro ramo não exclusivo dos engenheiros, mas é que bastante atrativo para esses profissionais é a logística. Ela trata dos aspectos gerenciais do transporte de mercadoria, relacionados à movimentação e armazenagem de mercadorias entre a fonte de matérias-primas e a distribuição do produto acabado. Dessa forma, o engenheiro de transportes deverá ser capaz de avaliar alternativas de modalidades de transportes que minimizem custos e tempo de viagem e, ao mesmo tempo, sejam confiáveis, frequentes e seguras. 1 Similar ao alinhamento horizontal, mas no plano vertical (perfil).2 Certos tipos de construção de engenharia que requerem maior especialização, tais como pontes, viadutos, túneis. 3 Conjunto de conhecimentos práticos, experiência e competências adquiridas por empresa ou profissional. Domínio especializado sobre um mercado, produto ou serviço. PRINCIPAIS ORGANISMOS INTERNACIONAIS Normas e regulamentações as quais o Brasil se orienta: • OACI/ICAO – Organização de Aviação Civil Internacional / International Civil Aviation Organization, Órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) com sede em Montreal – Canadá. Congrega mais de 150 países, aonde se discutem e fixam direitos e deveres de seus membros com o objetivo de homogeneizar o transporte aéreo internacional. Foi criada a partir da Carta da Convenção de Aviação Civil Internacional (Convenção de Chicago) em 1944. • CONVENÇÃO DE CHICAGO A convenção determina regras acerca do espaço aéreo, registro de aeronaves e segurança de vôo, bem como detalha os direitos dos signatários com respeito ao transporte aéreo. O tratado foi firmado em 7 de dezembro de 1944, em Chicago, EUA, por 52 Estados, e entrou em vigor em 4 de abril de 1947. LIBERDADES DO AR: 1. Uma aeronave tem o direito de sobrevoar um outro país, sem pousar, contanto que o país sobrevoado seja notificado antecipadamente e aprove o sobrevôo. (Passagem Inocente) 2. Uma aeronave civil de um país tem o direito de pousar em outro país por razões técnicas, tais como abastecimento ou manutenção, sem proceder a qualquer tipo de serviço comercial neste ponto de parada. (Parada Técnica) 3. Uma empresa aérea tem o direito de carrear o tráfego de um país para seu país de registro, e vice-versa. 8 4. Uma empresa aérea tem o direito de carrear tráfego entre dois países diferentes do seu país de registro, desde que o vôo origine ou termine no seu país de registro. 5. Uma empresa aérea tem o direito de carrear tráfego que não se origine ou termine no seu país de registro, desde que passe através, faça conexão ou permaneça, por um tempo limitado, em qualquer ponto de seu país de registro. • IATA - ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DO TRANSPORTE AÉREO. Congrega companhias aéreas de quase todo o mundo, e define tarifas e condições de serviço para os transportadores. • ACI - CONSELHO INTERNACIONAL DOS AEROPORTOS Reúne as principais companhias administradoras de aeroportos; a INFRAERO é a representante brasileira. • FAA - ADMINISTRAÇÃO FEDERAL DA AVIAÇÃO Órgão regulamentador norte-americano cujos padrões são reconhecidos internacionalmente. Regulamentos e circulares técnicas sobre aeronaves, tripulação, espaço e tráfego aéreo, etc NORMAS E REGULAMENTAÇÕES BRASILEIRAS • Portaria n° 1.141/GM5 - DEZ 87- Dispõe sobre Zonas de Proteção e Aprova o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos, o Plano Básico de Zoneamento de Ruído, o Plano Básico de Zona de Proteção de Helipontos e o Plano de Zona de Proteção de Auxílios à Navegação Aérea e dá outras providências. • Portaria n° 1.230/GM5 - OUT 79 - Altera dispositivos das Instruções para Operações de Helicópteros e para Construção e Utilização de Helipontos ou Heliportos, aprovados pela Portaria nº 18/GM-5, de 1974. CARACTERÍSTICAS DO TRANSPORTE AÉREO O transporte aéreo possui uma maior rapidez, sendo ideal para transportar mercadorias de urgência. Além disso, é apropriado para cargas de pouco peso/volume e de alto valor. No transporte aéreo é permitido transportar qualquer tipo de mercadoria, desde que não ofereça risco à aeronave, aos passageiros, aos operadores, às cargas, ou a quaisquer outros envolvidos. No entanto, para certas mercadorias perigosas, magnéticas, perecíveis, animais vivos, entre outras, há em alguns casos a necessidade de autorização por parte da empresa aérea e terão de ser perfeitamente identificadas para que possa ser tomado todos os devidos cuidados. Dentre as vantagens do modal aéreo destaca-se a velocidade, confiabilidade e a eficiência. O fato da movimentação altamente mecanizada, reduz o índice de avarias e possui fácil acesso a regiões inatingíveis por outros modais. 9 COMPONENTES DO SISTEMA DE TRANSPORTESSistema é todo conjunto de partes que se interagem de modo a atingir um determinado fim, de acordo com um plano ou princípio. Os principais elementos relacionados ao conceito de sistema são: o meio ambiente, a entrada (recursos) e saídas (resultados). No caso do sistema de transportes as partes que os compõem são as vias, os veículos, os terminais que se interagem de modo a promover deslocamento espacial de pessoas e mercadorias. Entende-se por via o local pelo qual transitaram os veículos, que por sua vez, são os elementos que promovem o transporte e sendo o terminal o local destinando para a realização da carga e descarga e armazenamento de mercadorias. FONTE: KAWAMOTO, 2002 SISTEMA AÉREO: Formado por vias, veículos e terminais VIAS: AEROVIA O transporte aeroviário tem suas vias calculadas, constituindo-se em ―”rotas”, localizadas através de satélites geo-estacionários. As regras de operação são discutidas e implementadas pela Organização da Aviação Civil Internacional – OACI, complementadas pelos regulamentos internos dos países, que organizam e disciplinam a utilização de seu espaço aéreo. Nas rotas muito frequentadas, regras mais restritas de navegação foram impostas, com determinação de horários, altura de vôo e faixas de largura bem delimitada, constituindo-se as chamadas ―”aerovias”, com igual procedimento na aproximação dos aeroportos, formando-se cilindros virtuais de aeronaves em espera de aterrisagem. VEÍCULO: AERONAVES Propriedade: empresas comerciais de aviação, organismos governamentais, pessoas físicas e jurídicas diversas. Constituem território do país em que estão registrados. Sua passagem e aterrisagem por outras nações, no caso de aeronaves comerciais, obedecem à Convenção de Chicago. – liberdades do ar. As aeronaves podem ser: militar, geral e comercial. 10 Tipos de Aeronaves Há inúmeros modelos de aviões, os quais podem ser classificados em três tipos de acordo com a sua configuração e utilização: Full Pax — Avião de Passageiro Aeronaves exclusivamente para transportar passageiros. Possuem o deck superior destinado para o transporte de passageiros e o deck inferior para as cargas como bagagens e pacotes. possuindo um andar superior para os passageiros e um andar inferior para alocação de bagagens e pacotes. Capacidade de carga média de até 23 toneladas; Combi — Avião Misto Utilizadas para o transporte de passageiros e cargas. Semelhante ao Full Pax o andar inferior é destinado as cargas. Já no andar superior, ao fundo da aeronave, separadamente da ala de passageiros, a qual fica na frente, também há um local com o propósito de acondicionar as cargas. Capacidade de carga média de até 44 toneladas; All Cargo ou Full Cargo — Avião de Carga Aeronaves com a única finalidade de realizar o transporte de cargas, consequentemente, não transportando passageiros. Possuem uma forma robusta, possuindo uma grande capacidade de até 120 toneladas. Capacidade de Carga Segundo MENDONÇA e KEEDI (1997) " A capacidade de carga de uma aeronave depende de seu tamanho, potência, distância a ser percorrida, configuração e tipo de utilização/finalidade a que está reservada." Com isso é perceptível que os aviões destinados somente ao transporte de cargas (Full/All Cargo) têm uma capacidade superior, seguidos pelas aeronaves tipo Combi e Full Pax. A tabela abaixo demonstra alguns modelos de aeronaves e suas respectivas capacidades. EXEMPLOS DE CAPACIDADE DE CARGA DE AERONAVES EM TONELADAS 11 Pela análise da tabela, percebe-se que o Boeing 747 pode ter qualquer configuração e como foi dito anteriormente, a medida que foi se tornando uma aeronave mais de passageiros, foi perdendo sua capacidade, 100, 44 e 20 toneladas, respectivamente para a aeronave Full/All Cargo, Combi e Full Pax. TERMINAL: AEROPORTOS Os terminais deste modo de transporte são os aeroportos. O planejamento de aeroportos é um processo bastante complexo. Um aeroporto compreende um grande número de atividades, as quais apresentam necessidades diferentes e muitas vezes conflitantes. A atividade de planejamento não pode estar focada unicamente em um determinado aeroporto, mas avaliar também a sua relação com o sistema aéreo regional, nacional e internacional. Consiste no estabelecimento da configuração do aeroporto, com indicação: • Dos seus elementos mais importantes; • Proposição para uso da terra (zona de proteção do aeroporto); • Planejamento da área de terminal • Planejamento das vias do acesso • Plano de viabilidade econômica e financeira De acordo com o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986), aeródromo é toda área destinada a pouso, decolagem e movimentação de aeronaves. 1 – Aeródromo – Toda área destinada a pouso, decolagem e movimentação de aeronaves. 2 – Aeródromo Civil – aeródromo destinado, em princípio, ao uso de aeronaves civis. 3 – Aeródromo Militar – aeródromo destinado, em princípio, ao uso de aeronaves militares. 4 – Aeródromo Privado – aeródromo civil que só poderá ser utilizado com permissão de seu proprietário, sendo vedada exploração comercial. 5 – Aeródromo Público – aeródromo civil destinado ao tráfego de aeronaves em geral. 6 – Aeroporto – todo aeródromo público dotado de instalações e facilidades para apoio de operações de aeronaves, embarque e desembarque de pessoas e cargas. (BRASIL, 1987, p. 1) 7- Helipontos são os aeródromos destinados exclusivamente a helicópteros. 8- Heliportos são os helipontos públicos dotados de instalações e facilidades para apoio de operações a helicópteros e de embarque e desembarque de pessoas e cargas. PLANO GERAL DE UM AEROPORTO Conforme Goldner (2012), o aeroporto pode ser encarado como possuindo o “Lado ar” e o “Lado terra”, conforme pode ser visto na figura abaixo. Incluem-se no lado ar: torre de controle e núcleo de proteção ao vôo (responsável pelo controle de todo tráfego de aeronaves no espaço aéreo do entorno do aeroporto e também dos movimentos de obstáculos móveis – aeronaves, outras veículos e pessoas – na superfície do aeródromo), pátio de aeronaves (região de um aeródromo terrestre onde as aeronaves 12 procedem ao embarque e desembarque de passageiros e cargas, reabastecimento, estacionamento e serviços de manutenção), pista de pouso e decolagem (elemento de infraestrutura mais importante do aeroporto, devendo ser adequada e longa o suficiente para que sejam executadas operações seguras de pouso e decolagem) e pistas de táxi e saídas de pistas (possibilitam o deslocamento das aeronaves do deslocamento para as cabeceiras ativas de decolagem ou a condução de aeronaves que concluíram o pouso e saíram das pistas). O lado terra é constituído pelo acesso viário (compreende a infraestrutura de acesso ao aeroporto, em geral, rodoviária e ferroviária), meio-fio (área de integração do terminal rodoviário com os transportes de acesso) e TPS (terminal de passageiros), incluindo o sistema de processamento do passageiro e equipamentos das empresas para operações aeroportuárias; é a interface entre o “lado ar” e “lado terra”, fazendo a ligação entre o modo terrestre e o modo aéreo. Nele, ocorrem fluxos de embarque –saguão de embarque, balcões de atendimento, pré- embarque, pré-embarque internacional, triagem e despacho de bagagens –, desembarque – saguão de desembarque, desembarque internacional, restituição de bagagens, recepção de bagagens – e trânsito – área de trânsito. No caso de terminais de logística de carga existe o TECA (terminal de cargas), que são pátios e edificações destinados ao recebimento, tratamento, armazenamento e transferência de cargas (GOLDNER, 2012). TERMINAL DE PASSAGEIROS – LADO TERRA /LADO AR Geralmente, os aeroportos são descritos por seus níveis de atividade. Os níveis deatividade, de serviços e de investimento variam bastante entre os aeroportos. Os parâmetros mais comuns usados para descrever o nível de atividade em um aeroporto são o número de passageiros atendidos, a quantidade de carga transportada e o número de operações horárias praticadas no aeroporto. 13 O número de passageiros atendidos em um aeroporto é em geral usado para medir o nível de atividade em aeroportos que atendem predominantemente passageiros comerciais. A mensuração da atividade de passageiros fornece à gestão de aeroportos informações que permitirão o planejamento e a administração apropriados das dependências utilizadas por passageiros, incluindo os componentes operacionais e não operacionais dos terminais de passageiros, das áreas de estacionamento e dos pontos comerciais alugados. Especificamente, o termo passageiros embarcados é usado para descrever o número de passageiros que embarcam em uma aeronave em determinado aeroporto. O número de passageiros embarcados anualmente é usado muitas vezes para avaliar a adequação das atividades aeroportuárias, e até mesmo dimensionar o montante de investimento necessário para projetos de melhoria. O termo passageiros desembarcados é usado frequentemente para descrever o número de passageiros que desembarcam de uma aeronave em determinado aeroporto. O termo passageiros totais é usado para descrever a soma do número de passageiros que embarcam e desembarcam em um aeroporto. Em muitos aeroportos, o número de passageiros totais é aproximadamente igual ao dobro do número de passageiros embarcados anualmente. Contudo, em aeroportos onde a maioria dos passageiros consiste em passageiros em conexão, o número total de passageiros é maior do que o dobro do número de passageiros embarcados. Isso ocorre porque os passageiros em conexão são contados duas vezes, uma quando desembarcam de seus voos de chegada e outra quando embarcam em seu próximo voo. Devido a essa distorção, o número de passageiros totais não costuma ser usado para estimar a atividade dos passageiros em um aeroporto, embora os maiores aeroportos hub de companhias aéreas usem essa métrica para exaltar a sua própria grandiosidade. Para remover essa distorção, a maioria das medições oficiais de atividade de passageiros em aeroportos é apresentada em termos de passageiros embarcados. A movimentação de cargas geralmente é usada para medir o nível de atividade em aeroportos que lidam com mercadorias e correio. Aeroportos localizados perto de grandes portos, de hubs ferroviários e de amplas áreas metropolitanas, bem como aeroportos que atendem grandes transportadoras de encomendas (como a FedEx e a UPS), acomodam milhares de toneladas de carga anualmente. O número de operações com aeronaves é o principal parâmetro para avaliar a atividade em aeroportos da aviação geral (AG). Uma operação com aeronave é definida como uma decolagem ou uma aterrissagem. Quando uma aeronave faz uma aterrissagem e logo em seguida decola, chama-se isso de “toque e arremetida” e computam-se duas operações. Essa atividade é comum em muitos aeroportos AG onde há uma quantidade significativa de treinamento de voo. Quando uma aeronave decola e pousa em determinado aeroporto, sem pousar em nenhum outro, diz- se que a aeronave está realizando operações locais. Por outro lado, uma operação itinerante é um voo cuja decolagem se dá em um aeroporto e cuja aterrissagem se dá em outro. Em geral, a gestão de aeroportos mede os níveis de atividade de seus aeroportos com base em todos os níveis de atividade de passageiros, cargas, operações, praticamente todos os 14 aeroportos, sobretudo os maiores, acomodam passageiros e cargas, bem como operações de empresas aéreas e de aeronaves particulares. COMPOSIÇÃO DE PESO E DESEMPENHO EM CRUZEIRO Componente do peso bruto: Ø Composto de 3 parcelas: • Peso Básico Operacional: peso do avião pronto para operar excluindo-se a carga paga e o combustível utilizável. Inclui estruturas, assentos, equipamentos diversos, tripulação, copas, enfim, tudo que não seja carga paga e combustível. • Carga paga: toda carga transportada que produz receita. Compõe-se de passageiros, bagagem, correio e carga. • Combustível total: compreende combustível de bloco mais reservas. Ø Reserva inclui: • 10% do combustível a se consumir na viagem, para cobrir eventuais diferenças de consumo durante o vôo; • Combustível para o vôo até o aeroporto alternativo; • Combustível para espera, para pelo menos 30 minutos de vôo sobre o aeroporto a 450 m de altitude, ou de acordo com outro regulamento aplicável. Limitantes estruturais : • Peso máximo zero combustível: peso máximo que pode ter a aeronave carregada, porém sem combustível. • Carga paga máxima estrutural: é o máximo peso que pode ter a carga paga, seja ela passageiro, carga, correio ou combinação desses itens. • Peso máximo estrutural de decolagem: peso máximo com qual a aeronave pode decolar supondo-se que não exista limitante operacional, que na realidade existem por razões estruturais. • Peso máximo estrutural de pouso: é o peso máximo com qual a aeronave pode pousar (supondo-se que não existam limitantes operacionais). • Peso máximo estrutural de rampa ou de taxi: é o máximo peso pelo qual a aeronave poderá iniciar o taxi, ou seja, sair dos calços para dirigir-se até a cabeceira da pista. • Capacidade máxima dos tanques: é o máximo volume de combustível que o avião admite. Limitantes operacionais : • Peso máximo de decolagem: sempre menor ou igual ao peso máximo estrutural de decolagem. Imposto pelo comprimento e declividade da pista, temperatura, pressão, vento, pneus, condições de subida, condições de frenagem e outras. 15 • Peso máximo de pouso: sempre menor ou igual ao peso máximo estrutural de pouso. Imposto pelas condições reinantes no pouso, principalmente o comprimento e a declividade da pista além do estado da superfície da pista. Definições dos Pesos, Segundo Manuais do Airport Planning (Boeing 747 – 1984) • Peso máximo de táxi, de projeto (PMT): máximo peso para manobras no solo, limitado pela resistência da aeronave e requisitos de aero-navegabilidade. • Peso máximo de pouso, de projeto (PMP): máximo peso para pouso, limitado pela resistência da aeronave e requisitos de aero-navegabilidade. • Peso máximo de decolagem, de projeto (PMD): máximo peso para a decolagem, limitado pela resistência e condições de aero-navegabilidade. • Peso de operação vazio (POV) ou Peso básico operacional (PBO): peso da estrutura, grupos motopropulsores, mobiliário etc. Excluindo-se combustível usável e a carga paga. • Peso máximo zero combustível, de projeto (PMZC): máximo peso permitido, acima do qual só se pode carregar o avião com combustível usável. • Carga paga máxima = peso máximo zero combustível – peso de operação vazio. • Capacidade máxima de assentos: número máximo de passageiros especificamente homologados ou previstos para homologação. • Volume máximo de carga: espaço disponível para a carga. • Combustível usável: combustível disponível para a propulsão da aeronave. Desempenho em Cruzeiro Observar a FIGURA – Curva Carga Paga Versus Alcance. 16 • Existe um limitante máximo para a carga paga, por razões estruturais. Teoricamente a carga paga máxima estrutural é dada pela diferença entre o peso zero combustível e o peso vazio de operação (ou peso básico operacional); LINHA C1-1. Nesta linha o avião decola com peso bruto menor que o máximo estrutural de decolagem. • A etapa mais longa que se pode fazer com a carga máxima é obtida quando se decola com o peso máximo estrutural de decolagem; PONTO 1. • A partir do ponto 1 não é possível aumentar o peso de decolagem, que já é o máximoestrutural. Para aumentar a etapa, de A1 a A2, deve-se ter mais combustível, e por isso, menos carga. LINHA 1-2. Troca-se carga por combustível. • Se a aeronave fosse carregada com a carga máxima estrutural e todo o combustível possível (capacidade máxima dos tanques) excederia o peso máximo estrutural de decolagem. Isto é, com os tanques cheios, mesmos que decole com o peso máximo estrutural de decolagem, a carga paga será menor que a máxima. PONTO 2. • Decolando-se com os tanques cheios, a etapa será maior à medida que se diminuir a carga. LINHA 2-A3. Pra decolagem com os tanques cheios e sem carga, ter-se-á o máximo alcance vazio. PONTO A3. • Há aviões que têm ainda uma limitação de carga imposta pelo peso máximo de pouso que terá ao chegar ao aeroporto de destino. Isto ocorre principalmente nos aviões de carga, que tem as estrutura reforçada de modo que o peso zero combustível é próximo do peso máximo de pouso. Ao chegar ao aeroporto de destino, a carga que pode estar levando deve ser tal que o peso zero combustível mais o combustível de reserva não ultrapassem o peso máximo estrutural de pouso. A LINHA 4-5 representa essa situação. • A curva será C1-4-5-2-A3. Pontos Notáveis : • C1 – carga paga máxima estrutural • A1 – máxima distância que se pode voar levando-se a carga paga máxima; peso de decolagem máximo estrutural. • C2 – máxima carga que se pode levar, decolando com o peso máximo de decolagem e com os tanques cheios. Notar que C2 <C1. A diferença é o combustível para se voar um pouco mais longe, de A1 para A2. • A2 – máxima distância que se pode voar, decolando com os tanques cheios e peso máximo estrutural de decolagem. • A3 – máximo alcance vazio: máxima distância que se pode voar sem carga paga e tendo decolado com tanques cheios. Nomenclatura Utilizada São termos ou símbolos que tem grande uso no desenvolvimento de trabalhos no campo aeroportuário. • A/C: “aircraft”, aeronave; 17 • Acostamento: faixa lateral nas pistas ou pátios com revestimento tal que evite a ingestão pelas turbinas de materiais sobre o solo e adequado ao tráfego eventual de veículos; • Altitude: a elevação do ponto mais alto das pistas de pouso e decolagem; • Área de Manobras: composta pelas partes de aeródromo utilizadas para decolagem, o pouso e o rolamento da aeronave excluindo os pátios; • Área de Movimento: composta pela área de manobras e os pátios, também chamados de “airside”; • Bags: “baggages”, bagagens; • “Clearway”, Zona Desimpedida: área retangular, sob o controle da administração do aeródromo e preparada de forma a permitir o sobrevoo das aeronaves na fase inicial de subida, durante a decolagem; • Declividade: inclinação que o terreno preparado (pavimento) deve dispor garantindo um rápido escoamento das águas pluviais e prejudicando o mínimo possível o rolamento da aeronave, são padronizados conforme a categoria da pista; • Hora-Pico: momento em que a movimentação de determinado setor ou do todo se apresenta em sua maior intensidade. Para o projeto, não se considera como hora- pico o período em que tenha ocorrido um máximo eventual; • Incinerador: equipamento imprescindível nos aeroportos que realizam o reabastecimento da comissária de aeronaves e nos aeroportos internacionais (para a queima dos restos de alimentação); • IFR: “Instrument Flight Rules”, regras de vôo por instrumentos; • Infraestrutura: (aeronáutica) o aeroporto e demais equipamentos de suporte da navegação aérea; (aeroportuária) o suporte que promove a subexistência do aeroporto; • Pátio: área do aeródromo a céu aberto, destinada ao estacionamento de aeronaves com o proposto de se efetuar serviços de embarque e desembarque de passageiros, carga e descarga de bagagens, carga e correio, de reabastecimento de combustível e de outras necessidades, ou para manutenção; • Pax: passageiros; • Pistas: áreas que possibilitam rolamento e corrida para a decolagem, pouso, frenagem e rolamento até a parada de aeronaves; • Plano Diretor: conjunto de plantas e relatórios que dispõem o desenvolvimento físico da obra, no tempo, de forma que se atenda a seus objetivos; • RVR: “runway visual range”, alcance visual horizontal da pista, mede a visibilidade horizontal; • Zona de Parada: “stopway”, área retangular definida sobre o solo, com o início na extremidade da pista e se estendendo na direção da decolagem, preparada adequadamente para permitir a passagem eventual da aeronave; • TECA: Terminal de cargas; • Temperatura de Referência: temperatura determinada para um aeródromo correspondente à média das máximas diárias do mês mais quente (aquele que tem a maior média das médias diárias); • TPS, TEPAX: Terminal de passageiros; 18 • Teto: visibilidade vertical, altura das nuvens; • Vento: fator importante nas operações de pouso e decolagem. Favorável quando ocorre na mesma direção, mas em sentido contrário; • VFR: “Visual Flight Rules”, regras de vôo visuais; • Zoneamento: atribuição de áreas para tarefas específicas tornando mais eficiente a movimentação geral e o desenvolvimento das atividades. ICAO A partir de 1983, a classificação adotada pela ICAO tem composição alfanumérica. O Anexo XIV (“Aerodromes”) estabelece quase todos os requisitos geométricos em função dessa classificação. 19 Pistas de Pouso / Decolagem 20 Ø Código de Referência do Aeródromo O objetivo do código de referência é proporcionar um método simples para relacionar entre si as numerosas especificações relativas às características do aeródromo, de modo a prover uma série de instalações aeroportuárias compatíveis com os aviões destinados a operar no aeródromo. O código é composto de dois elementos que se relacionam com as características e dimensões da aeronave. O elemento 1 é um número baseado no comprimento da pista de pouso/decolagem de referência do avião e o elemento 2 é uma letra baseada na envergadura do avião e na distância externa entre as rodas do trem de pouso principal. Largura da Pista de Pouso / Decolagem A largura das pistas de pouso/decolagem não deverá ser menor do que a dimensão apropriada especificadas na tabela a seguir: 21 Configuração do Aeroporto A configuração do aeroporto depende da forma, do tamanho e do sítio disponível bem como de algumas considerações operacionais. Configuração de Pistas de Pouso e Decolagem Ø Orientação Ø Quantidade Pistas de Táxi Ø Pistas de táxi-saı́da Ø Pátios de espera Ø Evolução do sistema de pistas de táxi Ø Localização do Pátio de Aeronaves / AH rea Terminal Ø Terminal de passageiros Ø Modo de estacionamento de aeronaves Ø Terminal de Carga Ø Instalações de Apoio Configuração de Pistas de Pouso: Ø Objetivos do Planejamento : Segurança nas operações de aeronaves Ø Separação adequada do tráfego aéreo Ø Condição para livrar obstáculos Ø Provisão de pista para vento de través Ø Pouca interferência e atraso nas operações de aeronaves Ø Minimizar movimentos de terra (custos de construção) Ø Evitar sobrevoo de áreas sensíveis ao ruído Quantidade de Pistas de Pouso e Decolagem O número de pistas é função de: • Demanda de tráfego previsto; • Disponibilidade física do sítio aeroportuário; • Orientação das Pistas. Configuração de Pistas – Comparação Configurações com apenas uma orientação (pistas paralelas) são as melhores em termos de capacidade e eficiência de controle de tráfego. Se a incidência de vento de través indica a necessidade de orientar as pistas em mais de uma direção, uma configuração em “V” aberto é mais conveniente que uma configuração com pistas interceptantes. E, nesse caso, devem ser adotadas operaçõesdivergentes, sempre que possível. 22 Quando há uma direção predominante para a operação das aeronaves e não se pode evitar o uso de uma configuração com pistas interceptantes, a interseção deve estar o mais próximo possível das cabeceiras, observando-se aquela direção predominante das operações. Localização de Instalações da Área Terminal Ø Pista única • Devem estar equidistantes das cabeceiras. Podem estar mais próximas de uma das cabeceiras quando há uma direção predominante de operação das aeronaves. Ø Duas Pistas Paralelas • Localizar as instalações preferencialmente entre as pistas. Podem situar-se, entretanto, mais próximas das cabeceiras de acordo com a direção predominante de operação. As pistas podem ser defasadas sendo que isto é vantajoso apenas em condições de tráfego pouco intenso. • Quando, por alguma razão, o Terminal tende ser situado em um dos lados externos às pistas podem surgir problemas de cruzamento de pistas de pouso e grandes distâncias de táxiamento a vencer. Ø Pistas em diferentes direções • Localizar as instalações equidistantes entre as pistas, de modo a minimizar as distâncias de táxiamento. Outras Instalações : Infraestrutura de Apoio Terminal de cargas (TECA): • Edificações e pátios para recebimento, tratamento, armazenamento e transferência de cargas. • Necessitam de instalações para depósito em bagagens (paletização / containerização), circulação, escritórios e atendimento público. No Brasil: • A carga doméstica é tratada pelas companhias aéreas. • A carga internacional (principalmente importação) é manipulada pela INFRAERO. A localização do TECA deve: • Viabilizar o mais fácil possível os tratamentos de cargas e usuários. Isto é, deve permitir o acesso da aeronave, ou das cargas provenientes das aeronaves e dos transportes terrestres (caminhões e outros) o mais eficientemente possível. 23 • Segundo o IAC (manual de Capacidade da CECIA) para dimensionar ao nível de planejamento usa-se: Onde: A: área do TECA em m2. T: tonelagem anual prevista (em ton.) F: fator de flutuação da demanda de carga (1,1 a 1,5). Maior quanto menor for o T. t: relação do tempo de operação por média do período de armazenagem (p/ média de 5 dias, t=73)(365/5 = 73). d: densidade média da carga (varia de 0,0875 a 0,158 ton/m3) h: altura máxima de empilhamento (depende do equipamento disponível. De 1, a 4,0m). f: fator que depende da configuração das áreas de armazenagem (varia de 0,4 a 0,7). Ou da mesma forma: Onde: F: pode variar de 1,3 a 2,5 tm: tempo médio de permanência no terminal. Hangares: Destinados a: Permanência Proteção Manutenção Reparo das Aeronaves Englobam: • Pátios e edificações para aeronaves • Oficinas • Almoxarifados • Escritórios, etc. 24 Parque de Combustível: • Potencialmente uma área perigosa, mas essencial; • Tipos de combustível armazenado; • AVTUR – querosene de aviação (aviões a turbina) • AVGAS – gasolina de aviação (aviões a pistão) • O abastecimento é feito por carros-tanques ou hidrantes. Ø Porte da área depende: • Tempo de reserva (de 3 a 30 dias, conforme dificuldade de acesso do combustível à região); • Tipo de armazenamento (enterrado e semi-enterrado para pequenos volumes e de superfície, na vertical ou horizontal para grandes volumes). Normalmente: < 100.000 litros - tanques subterrâneos ou horizontais de superfície. > 100.000 litros - tanques verticais de superfície. Comissária: • Preparação do serviço de bordo (feito dentro ou fora do aeroporto) • Embalagem adequada dos alimentos Torre de Controle: Critérios para instalação: • Proporcionar ao controlador do aeródromo ampla e total visibilidade do circuito de tráfego sob jurisdição, das pistas em operação e de todas as áreas utilizadas pelas aeronaves em movimento na superfície do aeródromo sob controle da torre; • Dispor de área suficiente para acomodar as edificações iniciais e permitir futuras expansões; • Evitar qualquer interferência da altura da torre nos gabaritos de zona de proteção do aeródromo, assim como devem ser avaliadas suas influências sobre o desempenho dos auxílios rádio à navegação e à aproximação; • Ter avaliado a profundidade de percepção das superfícies sob controle da torre, evitando a incidência solar sobre o controlador (no hemisfério sul a face operacional deve ser orientada preferencialmente para o sul) e o prejuízo provocado por fontes externas; • Ter minimizado o efeito do ruído no desempenho operacional (alguns casos exigem insonorização); • Evitar que o sítio da torre cruze áreas operacionais; • Ter estudado o plano diretor para evitar que futuras instalações passem a ser obstáculos. 25 Sala de Tráfego: • Onde são prestados serviços de apoio ao vôo; • Serve de elo entre os pilotos e os órgãos de proteção ao vôo; • Os pilotos verificam as condições de operação e de meteorologia em rota, submetem planos de vôo antes da decolagem. Infraestrutura Básica: • Água • Esgoto • Telecomunicações • Energia • Lixo • Gás Escolha de Sítio Aeroportuário Objetivo • Sítio tamanho adequado e localização apropriada para servir os usuários; • Avaliar alternativas sob critérios econômicos, geográficos, de engenharia e ambientais. Etapas do Processo de Escolha 1. Estabelecer aproximadamente tipo e dimensões do aeroporto; 2. Estudo de escritório: prováveis alternativas; 3. Estudo de campo: alternativas escolhidas; 4. Avaliação final e seleção; 5. Relatório e recomendações. Fatores que Influenciam Dimensões do Aeroporto Volume de passageiros e aeronaves Número de pistas de pouso/decolagem Pistas de táxi Pátio de aeronaves Terminal de passageiros e cargas Acesso viário, vias de circulação e estacionamento Área de apoio (hangares, comissária etc.) • Condições meteorológicas (vento e temperatura) • Tráfego aéreo (rotas aéreas de aeroportos próximos) • Área de reserva (amortecer incômodo do ruído aeronáutico sob a comunidade) Estudo de Escritório de Possíveis Alternativas 26 Critérios Básicos de Localização • Área (dimensões ideais para a implantação do aeroporto); • Área recomendada (incluir curva 1 de ruído); • Relacionamento urbano (fora da área urbana e contrária aos vetores de expansão); • Distância ao centro urbano (10 a 30 km); • Acesso viário (próximo à rodovias); • Infraestrutura (energia elétrica, esgotos, água e telecomunicações); • Topografia (livre de obstáculos, área plana); • Geologia (solo de bom suporte); • Meteorologia (vento, temperatura e chuva); • Viabilidade econômica (custos monetários, sociais e ambientais). Plano Diretor Aeroportuário Características Gerais • Conjunto de documentos que apresentam a orientação para a implantação e desenvolvimento do aeroporto. • É fundamental para a construção ou ampliação do aeroporto, garantindo a harmonização pelas diversas fases de crescimento, sem desperdícios e em compatibilidade com: o meio ambiente, o progresso da comunidade e os outros fatores intervenientes. Sequencia de Fases • Fase 1 – Informações Básicas: consiste no levantamento dos dados necessários e suficientes para a realização dos estudos preliminares do aeroporto. • Fase 2 – Estudos Preliminares: consiste na avaliação dos dados coletados para determinação dos requisitos do aeroporto. • Fase 3 – Escolha do Local: consiste na opção, após comparação dos vários locais indicados nas fases anteriores, no caso da implantação de um novo aeroporto. • Fase 4 – Planejamento Geral: Consiste no estabelecimento da configuração do aeroporto, com indicação de seus elementosmais importantes, proposição para uso da terra e zona de proteção do aeroporto, planejamento da área terminal e das vias de acesso e plano de viabilidade econômica e financeira. Cada fase deve ser examinada e analisada, considerando-se a viabilidade técnica e econômica. Os profissionais incumbidos do estudo das quatro fases podem quando julgarem necessário, apresentar informações ou sugestões complementares. Informações Básicas : • Nome da região, localização geográfica representada em mapas e plantas com indicação do Norte Verdadeiro e Norte Magnético; 27 • Dados históricos que permitam visualizar o desenvolvimento, a necessidade de existência do aeroporto e a possibilidade de sua ampliação futura; • Plantas topográficas do terreno e áreas adjacentes; • Natureza do solo, tipos de vegetação e sondagens existentes; • No caso de ampliação ou melhoramento do aeroporto, levantamento e análise das atuais instalações, indicando as deficiências observadas; • Legislação relativa ao uso do solo e à execução de obras na região; • Estudos de planejamento existentes para a região; • Características gerais e situação das rodovias, ferrovias e portos existentes ou planejados, na região ou em suas vizinhanças; • Jazidas e indústrias de materiais de construção; • Dados de caráter ambiental, como ecologia da área e possível impacto do ruído dos aviões na comunidade; • Dados sócio-econômicos relativos à população, aos meios de transporte e outros que possam interessar no estudo da demanda do aeroporto; • Dados meteorológicos relativos à temperatura, vento, chuvas e ocorrência de nevoeiros; Estudos Preliminares • Constam da análise e avaliação das informações básicas coletadas. • Visa determinar os requisitos essenciais ao empreendimento a ser desenvolvido. • Estudo da demanda do Transporte Aéreo • Deve ser desenvolvido com base na análise dos elementos coletados, estabelecendo as projeções de demanda no horizonte de tempo pré-definido nas diretrizes. Estudo da Capacidade da Infraestrutura Aeroportuária • Área de movimento para aeronaves considerando-se o número máximo de operações que o conjunto de pistas deve acomodar; • Área terminal com a estimativa da capacidade individual de cada um dos elementos, ou seja, estacionamentos das aeronaves, pátios, terminal de passageiros, terminal de carga etc.; • Espaço aéreo com a estimativa de capacidade em função da natureza das operações (IFR e VFR), proximidade de outros aeroportos e da presença de obstáculos. • Vias de acesso de superfície com a estimativa da capacidade em termos de veículos por unidade de tempo, decorrente do transportes de cargas e de pessoas, considerando-se os passageiros, acompanhantes, visitantes e funcionários. Escolha do Local: 28 Fornecem elementos que, provavelmente, permite reduzir o n° de locais selecionados preliminarmente, o que diminui os elevados custos com as pesquisas de campo, seguindo as seguintes orientações: • Localização de outros aeroportos existentes ou planejados; • Levantamento de planos do uso da terra, programas e projetos; • Levantamento dos custos dos terrenos e cadastro de seus proprietários; • Estudo das características topográficas; • Estudo do custo provável da elaboração do anteprojeto em cada local; • Distribuição e atividades da população relativamente aos locais selecionados. Pesquisas de Campo • Realização de sondagens geotécnicas; • Retirada de amostras do solo; • Fotografias aéreas e terrestres da área. Avaliação Final e Seleção • Selecionar o melhor local; • Detalhamento do local, posteriormente. Planejamento Geral do Aeroporto Conjunto de planos e plantas sistematicamente ordenados, objetivando encontrar a melhor solução para o desenvolvimento do aeroporto, composto pelos seguintes documentos: • Plano do Aeroporto (mapas de localização e situação, e plantas de zoneamento e configuração); • Plano do uso da terra; • Plano de Zona de Proteção; • Plano da Área Terminal; • Plano das Vias de Acesso; • Plano de Viabilidade Econômico-Financeira. Impactos Sociais: Ø Demografia - taxa de crescimento da população, grau de urbanização, tamanho da famı́lia na sociedade,...; Ø Economia - nı́vel de empregos, imposto territorial, participação da força de trabalho,...; Ø Estrutura Social - nı́vel escolar, disponibilidade de casas,...etc; Ø Serviços Públicos - educação pública, assistência médica, transportes,..; Ø Bem-Estar Social - taxa de criminalidade, sanidade mental, ...etc. 29 Econômicos Ø Benefıćios Quantificáveis - magnitude, tempo e lugar de ocorrência. Ambientais Ø Sistema Ecológico - fauna, flora; Ø Terra - uso da terra, lixo, erosão, geologia; Ø Agua - fornecimento, hidrologia, propriedades; Ø Ar - qualidade; Ø Ruı́do - poluição sonora; Ø Outros - preservação de locais, interesse paisagı́stico. 30 31 ABORDAGEM GERAL E CONCEITOS TPS Para a IATA (1995) TPS é o elemento central e o foco para os usuários de companhias aéreas e de operações do aeroporto. Um bom projeto de TPS está associado a um adequado layout componentes operacionais são localizados em sequência de forma a coincidir com o movimento natural de operações aeroportuárias e serviços requeridos. Os componentes de um TPS são interdependentes e formam um sistema complexo que podem gerar um sistema complexo, com filas e atrasos recorrentes. O TPS é parte de complexo aeroportuário que o pax tem contato direto. (PAX – identificação de passageiros) A maioria das percepções em termos de conforto, eficiência, segurança dos passageiros em relação ao aeroporto “depende” do TPS. As mudanças estruturais como comercialização, concessão e tecnologia, ocorre o aumento da concorrência entre aeroportos. Tais fatores encorajam operadores aeroportuários e agências reguladoras a colocarem mais ênfase no quesito QUALIDADE. PRINCIPAIS CATEGORIAS DE MEDIDAS DE DESEMPENHO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE Produtividade à relação entre a quantidade de saídas de um sistema e a quantidade de entradas nesse mesmo sistema (movimentação de conteineres/h) Lucratividade à relação entre a receita total e o total dos custos (ou alguma outra medida financeira correlata) Eficiência à grau no qual o sistema utilizou os devidos recursos e processos para obter suas saídas (ou seja, recursos previstos a consumir/recursos efetivamente consumidos) Qualidade à grau no qual um sistema atinge suas metas (% cargas entregues no prazo) CONCEITO DE NÍVEL DE SERVIÇO Level of Service – LOS - A expressão da qualidade percebida pelo pax quando em um terminal aeroportuário. Representa a QUALIDADE e as CONDIÇÕES de SERVIÇO em uma ou mais atividades. Nível de serviço (Level of Service – LOS) O conceito de “nível de serviço” como é aplicado modernamente nos aeroportos, baseia-se em estudos conduzidos nas décadas de 1960 a 1980 Highway Capacity Manual (1965) e Highway Capacity Manual (1985) à para avaliar as autoestradas americanas. Nas infraestruturas de transporte, não estamos interessados apenas no cálculo do número máximo de veículos ou pessoas que elas podem acomodar, mas também visamos quantificar a qualidade ou nível de serviço da via (ou instalação), o que está diretamente ligado ao fluxo ou nível de utilização dela. 32 O nível de serviço é uma medida qualitativa de caracterização das condições de operação, sob a perspectiva dos usuários, que é avaliado em termos de medidas de desempenho de referência. Trabalhos que definiram o nível de serviço em termos de gradações: Transportation Canada (1979) à o LOS em uma instalação à é dado em termos de área por pessoa em um espaço de tempo. TransportationResearch Board (1987) à o LOS à representa a experiência dos passageiros sobre a qualidade e as condições de serviço de um ou vários componentes funcionais. IATA (1995) à considera que o LOS à pode ser considerado como uma faixa de valores que traduzem a habilidade de atender a demanda e combina tanto valores quantitativos e qualitativos de conforto e conveniência. IMPORTÂNCIA DO NÍVEL DE SERVIÇO Os processos e as áreas operacionais em um aeroporto, estão atrelados. As etapas de processamento formam um elo de uma cadeia de serviços, onde o usuário pode experimentar a qualidade oferecida em diferentes instalações do aeroporto. Cada componente operacional pode se constituir de diversos indicadores de nível de serviço e todos podem refletir na qualidade global do serviço oferecido no aeroporto. 33 Aeroportos tem este desafio adicional, pois todo o serviço é produzido como um resultado das atividades combinadas de diferentes organizações, como as cias aéreas, agentes de manipulação, funcionários da imigração, concessionárias, entre outros. Tais organizações, podem ter diferentes objetivos e pontos de vista conflitantes sobre o que seria um padrão de serviço satisfatório. Um dos objetivos primários de muitos aeroportos é maximizar a satisfação dos passageiros por meio de adequados padrões de nível de serviço oferecidos a estes usuários. PAX à representa quantitativamente o maior grupo de clientes dos aeroportos e pode ser considerado o principal cliente das empresas aéreas. 34 PAX à considerado por operadores aeroportuários à como cliente simultâneo das empresas aéreas e do aeroporto. De modo geral à os diversos conceitos (LOS) encontrados na literatura, abordam valores quantitativos e/ou qualitativos na medida de nível de serviço. Sendo que, o qualitativo depende da observação dos usuários do terminal e da percepção que eles têm dos serviços e instalações do aeroporto. Segundo IATA (International Air Transport Association) os 10 mais importantes fatores, sob o ponto de vista dos passageiros: (1) facilidade de acesso ao aeroporto (2) curtas distâncias (caminhadas) (3) arquitetura atrativa (4) filas curtas (5) partida da aeronave conforme o previsto (6) rápida entrega de bagagens (7) sinalização clara (8) variedade de serviços (9) atrativos lounges de embarque (próximos aos gates) (10) estabelecimentos com moderados preços de alimentação Nos últimos anos, a demanda do transporte aéreo de passageiros tem apresentado um expressivo crescimento em diversos países do mundo, inclusive no Brasil. O referido aumento no fluxo de passageiros apresenta-se como um desafio para os gestores aeroportuários no que tange a oferta de serviços que atendam as necessidades dos passageiros. Desse modo, a mensuração da qualidade percebida constitui-se como importante instrumento no desenvolvimento de processos voltados à melhoria dos serviços oferecidos nos aeroportos. O forte crescimento da demanda do transporte aéreo registrado nos últimos anos tem apresentados reflexos no fluxo de passageiros nos aeroportos do Brasil e do Mundo. Nesse contexto, a oferta de serviços que atendam às necessidades dos passageiros tornou-se um desafio constante para os gestores de aeroportos. Por fim, a realização de pesquisas de avaliação dos níveis de qualidade dos serviços constitui-se com um dos fatores fundamentais para o aperfeiçoamento dos processos e o desenvolvimento de ações por parte dos gestores aeroportuários, possibilitando assim a oferta de serviços que atendam as necessidades dos passageiros. 35 Bibliografia ASHFORD, N.J., Stanton, H.P.M., Moore, C.A., Coutu,P., Beasley, J.R. Operações Aeroportuárias. Editora Bookman, 3a Edição, 2015 (ebook). BRASIL. Ministério da Aeronáutica. Portaria no 1.141/GM5, de 8 de dezembro de 1987. Lex: legislação federal e marginalia. Brasília, 1987. GOLDNER, L. G. Aeroportos. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2012. HOEL, L. A. et al. (Orgs.). Engenharia de infraestrutura de transportes – Uma integração multimodal. São Paulo: Cengage, 2012. KAWAMOTO, E. Análise de Sistemas de Transporte. 1. ed. São Carlos: EDUSP, 1994. MAGALHÃES, M. T. Q. et al. (Orgs.). Definição de transporte: uma reflexão sobre a natureza do fenômeno e objeto da pesquisa e ensino em transportes. Transportes, v. 22, n. 2, p. 1-11, 2014. MANHEIM, M. L. Fundamentals of Transportation Systems Analisys. v. 1: Basic Concepts. Cambridge: MIT Press, 1979. MENDONÇA, P. C. C. e KEEDI, S. Transportes e Seguros no Comércio Exterior. São Paulo: Aduaneiras, 1997. MORLOK, E. K. Introduction to Transportation Engineering and Planning. New York: McGraw- Hill, 1978. KAWAMOTO, E. Análise de Sistemas de Transportes. 02ª Ed, São Paulo, 2002. VALENTE, A. M. Sistemas de Transportes. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2015. YOUNG,S.B., Wells,A.T. Aeroportos.Editora Bookman,2014(ebook)
Compartilhar