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Caso Clinico dieto 1 Alergias

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Caso Clinico – Alergia Alimentar
J.B.S, sexo feminino, 7 meses.
Amamentada ao peito durante 6 meses. Mãe iniciou transição alimentar com papinhas doce e iogurte aos 4 meses, quando precisou retomar atividades remuneradas. Ao completar 7 meses, mãe introduziu mamadeira com mingau a base de mucilagem e leite de vaca pasteurizado, tempo que o leite materno deixou de ser produzido pela mesma.
Avaliação Nutricional:
	Peso aos 4 meses: 
	6,1kg
	Estatura aos 4 meses: 
	63cm
	Peso Atual: 
	6,9kg
	Estatura Atual:
	64cm
R24
	07h Papinha de fruta
	09h Iogurte
	09:30 Muito choro, além do normal. Criança se contorcia, inquieta.
	10:00 Manchas vermelhas pelo corpo
	12:00 Papinha salgada de caldo de feijão, batata e ovo cozido
	13:00 Suco de laranja sem açúcar
	15:00 Água de coco
	17:00 Mamadeira com mucilagem de milho e leite de vaca pasteurizado
	17:15 Muito choro, além do normal. Criança se contorcia, inquieta
	17:30 Lábios e mãozinhas inchados
	18:00 Vômito
	18:30 Fezes amolecidas
	19:00 Procurou serviços de urgência hospitalar
Diagnóstico: Alergia a Proteína do leite de vaca
Objetivos Nutricionais: Identificar alimentos desencadeantes e promover evolução nutricional adequada
Conduta 1: 
Dieta de exclusão materna de alergênicos alimentares.
Conduta 2: 
Orientação nutricional à mãe – avaliar risco vs benefício.
DIA 1: Cálculo das recomendações nutricionais: 
Dia 3: Manteve sintomas
Conduta: Pedir que a mãe continue tentando dar de mamar ao filho sempre que possível, mas que ela siga as orientações de não consumir produtos que contenham proteína do leite de vaca, nem mesmo os que contenham traços.
A partir de agora é necessário retirar os produtos com proteína do leite de vaca da dieta da criança. Como isso pode acarretar em menor disponibilidade de Cálcio, existe a necessidade de suplementação do nutriente, através de oferta de alimentos ricos em cálcio ou ainda produtos farmacêuticos, caso necessário.
A dieta pode manter-se com exceção do iogurte, a não ser que seja de outra base como de soja.
Dia 5 – Manteve sintomas
Conduta: Iniciar com fórmula hidrolisada de soja em substituição a qualquer tipo de leite. São purificadas e suplementadas, devem ser indicadas para lactentes com mais de seis meses de idade e que tenham APVL mediada por IgE. 
Neste caso usaremos a Isomil da Abbott que contém 70kcal em 100ml de leite na mamadeira, levando em consideração que a cada 60ml acrescentamos uma medida de pó que contém 9,6g. Podemos oferecer 200ml de leite preparado 4 a 5 vezes ao dia inicialmente, totalizando 800 a 1000 ml de leite diário. Além disso, a fórmula traz muitas vitaminas e sais minerais que complementam uma nutrição equilibrada para a idade.
O complemento das refeições continua em base aos 10 passos para alimentação de crianças para a idade.
Alimentos preferencialmente in natura, em forma de papa, amassados ou em pedaços picados para facilitar a deglutição. Papinhas salgadas como as de feijão, cenoura, batata, abóbora e etc, nessa idade de 7 para 8 meses deve inserir a segunda papa salgada e gradativamente passar para a alimentação da família, sem esquecer que não se deve oferecer alimentos que contenham proteína do leite de vaca, por isso existe necessidade de continuar suplementando com alimento ricos em cálcio como brócolis, soja, linhaça, peixes que podem ser incluídos na dieta em forma de farinhas e no caso do brócolis, papas salgadas.
Dia 7: Desencadeamento com Fórmula Hidrolisada: Negativo
Conduta: Se o teste de desencadeamento para a fórmula hidrolisada der negativo, usaremos fórmulas extensamente hidrolisadas que são toleradas em 90% dos casos de crianças menores de seis meses e em 95% das crianças acima de seis meses. Assim, são indicadas como primeira opção para todas as crianças até vinte e quatro meses, que é o caso do nosso paciente. Vale destacar que os sintomas da alergia desaparecem em um tempo de 3 a 7 dias após iniciada a dieta sem a proteína do soro do leite de vaca. 
Utilizaremos nesta fase, o Aptamil da Pepti que é uma fórmula hipoalergênica à base de proteína do soro do leite extensamente hidrolisada (85% de peptídeos e 15% de aminoácidos livres), com adição de prebióticos, ácidos graxos de cadeia longa - LcPUFAs (DHA – Docosahexaenoico e ARA Araquidônico) e nucleotídeos. Isento de sacarose, frutose e glúten. A mamadeira será composta da seguinte maneira: para cada 30ml de água, será adicionado 4,5g de pó da fórmula (uma colher de sopa rasa), será dado 220ml de mamadeira preparada 4 vezes ao dia. Para o cálculo, cada 100ml de leite pronto possui 66kcal, 1,6g de proteínas, 3,5 de lipídeos, 47g de Cálcio e vários outros sais minerais e vitaminas necessários para complementar a dieta da criança. Nas próximas semanas a oferta com fórmula hidrolisada continua, até o prazo de um teste de desencadeamento com leite de vaca seja necessário, para saber se a alergia persiste ou se não existe mais.
Em relação à dieta da criança, deve ser seguido as diretrizes dos 10 passos para uma alimentação saudável, excluindo-se as que ofertam alimentos com base em leite.
Deve-se priorizar alimentos in natura, com muita variedade, evitar ao máximo alimentos processados, respeitando o paladar da criança sem deixar de ofertar alimentos com nutrientes necessários. 
Após 8 semanas: Desencadeamento com leite de vaca: Positivo
Conduta: Nessa etapa, após realizado teste de desencadeamento com leite de vaca, que continua positivo, a dieta com a fórmula extensamente hidrolisada continua. Teremos porém duas importantes mudanças no conteúdo ofertado. O primeiro será na quantidade de mamadeiras, que era de 880ml ao dia, agora será 720ml ao dia, divididos em três mamadeiras de 240ml.
Outra mudança será na oferta cada vez mais inclusiva, da alimentação da família, pois aos quase 10 meses de idade a criança precisa estar tendo essa interação tanto nutricional quanto social. Ainda assim, haverá a necessidade de ter um cuidado na oferta destes alimentos da família, para que nenhum deles possua traços de leite.
Café da manhã: mamadeira com leite da fórmula
Lanche: frutas em pedaços
Almoço: papa com pedaços de legumes, feijão e carne
Lanche da tarde: mamadeira com leite da fórmula
Jantar: papa em pedaços com mandioca, abóbora e carne moída
Lanche da noite: mamadeira com leite da fórmula
Após 6 meses: Desencadeamento com leite de vaca: Positivo
Conduta: Mais um teste de desencadeamento com leite de vaca positivo, o planejamento segue o mesmo em relação á formula hidrolisada, pois ela pode são bem toleradas em até 95% das crianças de até 24 meses, e nosso paciente ainda se encaixa nessa idade. Dessa vez a mudança ocorre quanto ao número de mamadeiras que será de apenas três, na quantidade de 200ml.
A mudança mais acentuada desta vez ocorrerá na dieta paralela ao da fórmula, a dieta familiar. Desta vez, com a idade de aproximadamente 1 ano e 4 meses a criança pode e deve estar experimentando sabores e coisas novas. Os pais devem introduzi-la sem medo a um cardápio igual ao da família.
Café da manhã: mamadeira com leite da fórmula e pão isento de leite
Lanche: batida de manga (manga batida com pouca água)
Almoço: arroz, feijão, peixe assado e desfiado, salada de tomate com abobrinha ralada
Lanche: mamadeira com leite da fórmula, biscoito de arroz integral, um pedaço de pêra
Jantar: vegetais a vapor coloridos e cortados, arroz, frango defumado
Lanhe da noite: mamadeira com leite da fórmula
Após passado mais um tempo, é necessário verificar através de outro teste, se a alergia a proteína do leite de vaca persiste, ou se já não está presente.
Após 6 meses: Desencadeamento com leite de vaca: Negativo
Conduta: Enfim, após um longo período de alergia a proteína do leite de vaca, passamos por descobertas como o significado de IgE não mediada, também denominadas mediadas por células, são as reações em que o organismo não produz anticorpos IgE específicos. Nestes casos a reação é desencadeada
por outras células. O grande diferencial deste tipo de reação clínica é que os sintomas são tardios, podendo aparecer horas ou dias após a ingestão do leite. Vimos que alguns dos sintomas presentes na alergia, lá no início do tratamento estão entre as presentes neste tipo: vômitos tardios; diarreia com ou sem muco e sangue; sangue nas fezes cólicas e irritabilidade; intestino preso; baixo ganho de peso e crescimento, inflamação do intestino, assadura e/ou fissura perianal. 
Agora é hora de voltar a uma dieta com praticamente todos os produtos derivados do leite, e com uma idade de aproximadamente 2 anos, a criança já deve estar acompanhando a refeição da família. Já não há necessidade do uso de fórmulas, e o leite integral pode ser ofertado. Então o cardápio pode ser elaborado da seguinte forma:
Café da manhã: 1 xícara de leite integral e ½ sanduíche de pão branco rico em fibras com purê de banana (banana amassada sem açúcar).
Lanche: 4 fatias de mingau duro de amido de milho com ameixas secas.
Almoço: 2 colheres de sopa de arroz, 2 colheres de sopa de feijão (50% grãos e 50% caldo), 2 colheres de sopa de lagarto desfiado com cenouras em cubinhos salada de alface e tomates Sobremesa: uvas sem sementes
Lanche: 1 pote de iogurte com 5 morangos frescos picados e 2 bolachas de água e sal
Jantar: Macarrão com legumes e frango assado 
Sobremesa: ½ pera com casca picadinha
Lanhe da noite: ½ xícara de chá de leite
A refeição contém aproximadamente 1.280 kcal. Vale lembrar que uma criança necessita em torno de 1000kcal/dia + 100-150kcal por ano de idade, mas respeitando peso e estatura.

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