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Faculdade Conhecimento e Ciência Bacharelado em Educação Física Bases Biológicas e Bioquímicas da At. Fís. Hevellem Lima A importância da hidratação para quem pratica exercícios físicos. Quais as consequências da desidratação? Belém-Pa 2018 1. Introdução Com a pratica de qualquer atividade física (seja ela intensa ou apenas atividades diárias) aumentamos a frequência cardíaca, com isso, o fluxo sanguíneo, e também a temperatura corpórea. O organismo humano tem um mecanismo fantástico de simples explicação: a sudorese. Durante a contração muscular, cerca de 70% da energia produzida pelo organismo é dissipada na forma de calor, e apenas 30% desta energia é utilizada na contração muscular. No repouso, por exemplo, a taxa de produção de calor do corpo é baixa, cerca de 1Kcal/min, mas em altas intensidades de exercício a produção de calor metabólico pode exceder 20Kcal/min. Se esta energia não fosse dissipada, a temperatura corporal aumentaria 1ºC a cada cinco minutos, levando a um superaquecimento do corpo e possível colapso. (LANCHA JUNIOR, 2004, p.96). A sudorese normalmente tem início quando a temperatura corporal central supera 37°C. É caracterizada como a capacidade do corpo de liberar água para reestabelecer a temperatura natural do corpo. É regulada através do sistema nervoso autônomo simpático, através de glândulas sudoríparas por nervos específicos. Existem doenças associadas a sudorese, como a Hiperidorese, que tem se difere em 3 formas específicas de se manifestar: Hiperidorese primária; hiperidorese secundária e ruborização facial. Como citado acima, a sudorese é a capacidade do corpo de liberar água para o esfriamento corporal. Como isso pode implicar em uma atividade física intensa, como: corridas, circuitos de treinamento funcional, artes marciais, musculação, Crossfit, HIIT...? É correto beber água durante a atividade para repor o que o suor usou? Existe algum perigo de desidratação ao suar demais? 2. A importância da hidratação para quem pratica exercícios físicos. A água é indispensável para o bom funcionamento orgânico, transporta nutrientes, como aminoácidos, glicose e vitaminas, sendo o meio em que todas as reações químicas ocorrem. Dentre as funções que a água desempenha no ser humano, tem sido enfatizada sua importância para a manutenção da temperatura central (interna) durante a prática desportiva. (GOWDAK ET AL., 2010, p.663) Nosso corpo é composto, em média, por 60-65% de água (podendo variar por questões de sexo, idade, situação imunológica e gravidez), dividido entre órgãos, células e líquidos essenciais. A importância da água no corpo vai além de apenas não sentir sede. A água é a base fundamental para um bom funcionamento de todos os sistemas e componentes existentes no corpo. Durante uma atividade física intensa a taxa de transpiração é altamente variável, em média, perde-se de 1 a 2 litros de líquidos por hora de exercício, dependendo das condições ambientais de temperatura e umidade relativa do ar. Através da transpiração, ocorre a perda de água e eletrólitos (sódio, potássio, magnésio e cloro) causando a desidratação, que acarreta na diminuição do volume de sangue em cada bombeamento (batimento cardíaco) realizado pelo coração. Entretanto, o organismo mobiliza a água de várias partes do corpo para o sangue. Sendo esse mecanismo insuficiente, ocorre um aumento da frequência cardíaca na tentativa de manter o bombeamento de sangue e a pressão arterial em condições normais. Quando o aumento da frequência cardíaca é insuficiente ocorre redução de força aeróbia (capacidade respiratória) e prejuízo no desempenho durante a atividade física. De acordo com a porcentagem de perda de água corporal, pode haver o comprometimento da atividade física. Por exemplo, se houver perda de 2%, ocorre a sensação de sede; perda de 4%, há uma diminuição de 20 a 30% da capacidade física acarretando em um esforço maior para a sua realização. 4. Quais as consequências da desidratação? O exercício aumenta a perda de água de duas maneiras. Em primeiro lugar, aumenta a frequência de respiração, o que promove perda maior de água pelo aparelho respiratório, proporcionalmente ao aumento da ventilação. Em segundo lugar, e muito mais importante, o exercício aumenta o calor corporal e, por conseguinte, tem probabilidade de resultar em sudorese excessiva. (GUYTON, 1997, p. 239). Quando não se repõe a água perdida no suor através da ingestão de líquidos, a desidratação ocorre. Isso estimula a secreção de hormônios que atuam ao mesmo tempo para conservar a água, reduzindo a quantidade perdida na urina, e para aumentar a ingestão de água, fazendo a pessoa sentir sede. (ASHCROFT, 2001, p. 137). A sede é um dos mais poderosos desejos conhecidos do homem. Em 1952, o fisiologista sueco Bengt Andersson mostrou que a estimulação de certas regiões do hipotálamo desencadeava o comportamento de beber. Esta descoberta levou a identificação de osmorreceptores hipotalâmicos que iniciam o ato de beber quando a osmolaridade aumenta para mais de 280 mOsM. Este é um exemplo de comportamento iniciado por um estímulo interno. (SILVERTHORN, 2010, p.667). Considerando-se que a desidratação superior a 3% é considerada potencialmente deletéria evidencia-se a necessidade de se manter o equilíbrio hídrico. Evidentemente mais do que água é perdida no suor. Um aumento da taxa de sudorese significa que uma grande variedade de eletrólitos (incluindo Na+, K+, Cl- e Mg++) também é perdida. Esses eletrólitos são necessários para o bom funcionamento dos tecidos excitáveis, enzimas e hormônios. (POWERS; HOWLEY, 2009, p.523). Existem três tipos principais de desidratação dependendo dos fluidos específicos que são perdidos: Hipotônico ou hiponatrêmico: que é a perda de eletrólitos, principalmente sódio; Hipertônico ou hipernatrêmico: perda de água; Isotônico ou isonatrêmico: perda de água e eletrólitos. Qualquer um destes três tipos de desidratação pode ser leve, moderada ou grave. Leve é quando o corpo perdeu cerca de 2% de seus líquidos totais, moderado é o corpo a perder 5% dos fluidos totais e, finalmente, desidratação grave é quando o corpo perdeu cerca de 10% de seus fluidos. A desidratação grave, como você provavelmente pode supor, é considerada uma emergência. A desidratação causada por doenças pode contribuir para complicações, incluindo cálculos renais, infecções da bexiga, pedras do trato urinário e potencialmente até insuficiência renal. Pesquisas mostram o quanto a desidratação pode afetar os estados de ânimo e as funções cognitivas, contribuindo para prejuízos na visão, discriminação perceptiva, memória, atenção e habilidades psicomotoras. Além disso, a desidratação é um problema grave que leva pessoas à morte prematura. 5. Conclusão Para o bom funcionamento do organismo, é fundamental beber água durante todo o dia, principalmente durante atividades físicas. A água é a melhor maneira de prevenir e vencer a desidratação, especialmente durante os meses de verão quente, quando estamos todos propensos a transpirar ainda mais do que o habitual. O consumo de oito copos de água diariamente é, geralmente, suficiente para manter os níveis de eletrólitos saudáveis. Quando se está exposto a temperaturas muito quentes, ou durante e após os treinos, beber mais é uma boa ideia. Referências OLIVEIRA, Wanderlei. Hidratação x Atividade Física. Disponível em < https://wanderleioliveira.band.uol.com.br/hidratacao-x-atividade-fisica/>. Acesso em 26/07/18. MOREIRA, Cristiano A. M.; GOMES, Ana C. V.; GARCIA, Emerson S.; RODRIGUES, Luiz O. C. Hidratação durante o exercício: a sede é suficiente?. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 12, Nº 6 –, 2006. PICOLLI, Marcelo L.; JUNIOR, Adalmir L. B. Hidratação, desidratação e atividade física. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 16, Nº 165, 2012. PIMENTEL, Juliano. Perigos da desidratação: quais são eles e os seus sintomas. Disponível em < https://drjulianopimentel.com.br/dores/perigos-da- desidratacao-quais-sao-sintomas/>. Acesso em 26/07/18.
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