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Economia Politica Internacional

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Economia Politica Internacional
Global Political Economy – Robert O’Brien and Marc Williams
(3 questões fundamentais das teorias, atores e dinâmicas de cooperação e conflito)
Cap 1
TRI ECONOMIC NATIONALIST PERSPECTIVE 
Ator: o foco dessa perspectiva e a proteção da unidade nacional. 
O Estado é o ator central, fofo na nação individual. 
2 princípios: 
o sistema internacional é anárquico e cada Estado tem o dever de proteger seus interesses. 
como o estado é o instrumento central no qual a nação pode alcançar seus objetivos, o Estado permanece como ator proeminente no domínio da política doméstica e sua política internacional. 
o Estado é anterior ao mercado e as relações de mercado são moldadas pelo poder político: a produção, o consumo, as trocas (negociações) e os investimentos são guiados pelo poder político. o mercado NÃO é natural, ele só existe num contexto social. 
As firmas têm importância no mercado, mas são subordinadas ao estado, o poder das mesmas é limitado.
O estado fornece proteção a elas quando passam por problemas econômicos e políticos. 
A economia política global e baseada nas ações dos Estados racionais, e é caracterizada pela busca pelo poder e riqueza.
Gilpin 
Cap 1 e 2
Sistema internacional muda ciclicamente sempre que um ou mais países assume a sua influência, forçando novas regras de governabilidade. Essa mudança ocorre, na maioria das vezes, através da guerra, que em se tratando de uma disputa pela hegemonia, ele chama guerra hegemônica 
O que ocorre para que o país hoje dominante passe a declinar? A lei do crescimento desigual entre os estados (entre o dominante e os demais e entre os próprios não dominantes) determina uma redistribuição do poder no conflito hegemônico e um novo sistema internacional: taxas diferenciais de crescimento dos estados declinantes e crescentes no sistema produzem uma redistribuição de poder resultando no desequilíbrio do sistema
Economia: determina o crescimento e desenvolvimento do estado e sua ascendência no sistema internacional.
Estado já dominante: custos econômicos do status quo crescem mais rapidamente que as vantagens advindas da liderança. O estado desafiante possui as condições e os recursos que o levarão a um crescimento maior. Gilpin parte da ideia quando a sociedade se desenvolve plenamente, torna-se difícil ou mesmo impossível qualquer crescimento posterior
Objetivo: análise do dilema das sociedades desenvolvidas que é quanto mais se desenvolve, maior a demanda e menores são os recursos
Fatores internos ligados às necessidades de proteção, consumo e investimento produtivo são responsáveis pelo declínio do poder do estado
Fator 1: tendência para o crescimento impulsiona qualquer inovação a um fim, a Lei do crescimento industrial (Simon Kuznets)
Fator 2: tendência para as técnicas militares mais eficientes aumentarem em custo, a “lei do incremento dos custos da guerra”. Embora, ele advirta que o “warfare state” é menos uma tendência hoje do que no passado, não se gasta tanto com o poder militar porque tem-se a efetividade das armas modernas e a segurança alcançada entre os estados primeiro na Pax Britânica, depois na Pax Americana
Fator 3: Lei de Wagner – Lei de expandir os gastos do Estado: consumo cresce mais rápido do que o produto nacional quando uma sociedade se torna mais afluente. Mesmo os mais pobres acabam consumindo tanto quanto a elite
Fator 4: mudança estrutural no caráter da economia. A economia de cada sociedade evolui para três diferentes estágios: começa na agrária, passa pela industrial e permanece na madura, onde a maior parte das atividades são de serviços. Na sociedade madura, a produtividade é menor do que as industriais. Por último, a corrupção de afluência. Os interesses públicos e privados divergem quando se alcança a prosperidade econômica. Os fatores externos são dois: o aumento dos custos de dominação política e a perda de liderança econômica e tecnológica
A guerra hegemônica se diferencia das outras guerras envolve uma contestação direta entre o poder ou poderes dominantes em um sistema internacional. As guerras de hegemonia são conflitos ilimitados, eles são de uma vez políticos, econômicos e ideológicos em termos de significados e consequências. Ainda, a guerra hegemônica se diferencia por conta da sua intensidade, alcance e duração. 
Guerras hegemônicas ao longo da história: Guerra do Peloponeso, Segunda Guerra Púnica, Guerra dos Trinta Anos, guerras da Revolução Francesa e de Napoleão e a I e II GM
Nacionalismo econômico (mercantilismo) presume a prioridade da política sobre a economia. Privilegia o Estado e diz que o mercado deve estar sujeito aos interesses estatais
Liberalismo presume que política e economia ocupam esferas diferentes e que no interesse de eficiência, os mercados devem funcionar livres de interferência política. Livre mercado e com o mínimo de intervenção estatal além de defender a igualdade e a liberdade individuais. Todas as formas do liberalismo estão comprometidas com o mercado e com o mecanismo dos preços como o meio mais eficiente de organizar as relações econômicas nacionais e internacionais. A premissa da liberalismo é que o mercado surge para satisfazer as necessidades humanas, e que, uma vez que comece a funcionar, a faz de acordo com a sua própria lógica interna. 
Marxismo sustenta que a economia é a condutora da política e que os conflitos políticos nascem da luta entre as classes sociais a propósito da distribuição de riqueza, e só cessarão quando o mercado e a sociedade de classes forem eliminados
A premissa fundamental do Liberalismo é a de que o indivíduo, a firma e a família são a base da sociedade. Os indivíduos agem de maneira racional e buscam maximizar ou satisfazer os seus valores ao menor custo possível. Também continuam a perseguir um objetivo até que um equilíbrio seja alcançado no mercado, ou seja, até que os custos se igualem às vantagens decorrentes.
O liberalismo também acredita que exista um mercado onde os indivíduos têm informação completa e podem selecionar o curso de ação que traz melhores benefícios. Produtores e consumidores serão muito mais sensíveis aos preços, e isso criará uma economia flexível em que qualquer mudança nos preços relativos provoque uma mudança correspondente na estrutura de produção e do consumo. Além disso as trocas são determinadas de forma exclusiva pela oferta e pela demanda, satisfazendo os dois lados.
	A economia de mercado é determinada pela lei da demanda, a lei que afirma que as pessoas comprarão mais de um bem caso o seu preço relativo caia e comprarão menos se ele subir o também caso as suas rendas relativas caírem ou aumentarem. Portanto, uma mudança tanto na oferta quanto na demanda afetará os preços relativos dos bens.
	Outra premissa liberal é a de que a competição entre produtores e consumidores, cria no longo prazo uma harmonia de interesses que superará qualquer conflito temporário. 
	Os liberais não aceitam uma conexão entre o desenvolvimento econômico e e os eventos políticos, tais como guerras e o imperialismo. Eles acreditam que a economia pode sim afetar esses processos, porém as suas causas são fatores políticos.
	Por fim os liberais acreditam que o comércio e o intercâmbio econômico constituem uma fonte de relações pacíficas entre as nações, porque os benefícios recíprocos do comércio tenderão a promover relações cooperativas. Enquanto a política tende a dividir, a economia une os povos.
A PERSPECTIVA NACIONALISTA:
	A ideia central é a de que as atividades econômicas devem estar subordinadas à meta de construção e crescimento do Estado. Todos os nacionalistas defendem a supremacia do Estado , da segurança nacional e do poder militar na organização e no funcionamento do Sistema Internacional. 
	Dentro dessa posição geral existem duas atitudes identificadas:
Alguns nacionalistas vêem a salvaguarda do interesse econômico nacional como o mínimo essencial para a segurança e a sobrevivência do Estado (Mercantilismo benigno)
Outros considerama economia internacional como uma arena para a expansão imperialista e para o engrandecimento da nação (Mercantilismo Maligno).
Os defensores do nacionalismo econômico compartilham as mesmas convicções: a riqueza é um meio absolutamente essencial para o poder, em termos de segurança ou agressão; o poder é essencial ou valioso como meio para adquirir e manter riqueza; a riqueza e o poder são ambos objetivos últimos da política nacional; no longo prazo há uma harmonia entre esses objetivos, embora possa ser necessário fazer sacrifícios econômicos durante algum tempo no interesse da segurança militar.
	Os nacionalistas acentuam o papel dos fatores econômicos nas relações internacionais e consideram a disputa entre Estados por recursos econômicos, como inerentes à própria natureza do Sistema Internacional. “Como os recursos econômicos são necessários para o poder nacional, todo conflito é ao mesmo tempo político e econômico”. Pelo menos no longo prazo os Estados buscam igualmente riqueza e poder.
	O objetivo principal dos nacionalistas é a industrialização, pois acreditam que a indústria tem influência positiva na economia , que fortalece a auto-suficiência econômica e a autonomia política, e que é a base do pode militar. 
	O nacionalismo defensivo (benigno) geralmente existe em Estados menos desenvolvidos. Já o nacionalismo maligno, geralmente existe em potências em expansão.
	Em um mundo de Estados que competem entre si, os nacionalistas dão mais importância aos ganhos relativos e não às vantagens recíprocas. Enqunto os liberais acentuam as vantagens mútuas, os nacionalistas e marxistas acreditam que o comércio internacional é de natureza fundamentalmente conflitiva.
PERSPECTIVA MARXISTA:
	A natureza da realidade é dinâmica e conflitiva: os desequilíbrios sociais e as mudanças deles decorrentes são devidos às lutas de classes e ao choque das contradições inerentes aos fenômenos sociais e políticos. Segundo os marxistas, não há uma harmonia social inerente que promova o retorno à situação de equilíbrio 
	Os marxistas definem o capitalismo como a propriedade privada dos meios de produção e a existência de trabalhadores assalariados. Acreditam que o capitalismo é impulsionado por capitalistas em busca de lucros, seguindo a acumulação de capital em uma economia de mercado competitiva. O trabalho passou à ser uma mercadoria sujeita ao mecanismo dos preços.
	Segundo Marx, a evolução e o fim do capitalismo são ditadas por 3 leis econômicas inevitáveis: 
Marx negava que a oferta criava a sua própria demanda levando à um equilíbrio do mercado (Como afirmavam os liberais), pois as economias capitalistas tendem a produzir em excesso determinados itens. Segundo o autor, há uma contradição intrínseca entre a capacidade de produção e a capacidade dos consumidores, logo com uma oferta maior do que a demanda, devido à anarquia do mercado, flutuações econômicas ocorrerão, levando à crises periódicas.
Segundo Marx, no capitalismo há uma constante busca pela concentração de capital. A competição leva os produtores à aumentarem sua eficiência e investimento em capital para na serem extintos. O problema nesse caso está no fato de que com o enriquecimento e a acumulação de capital fica na mão de poucos, levando membros da burguesia diretamente para a classe do operariado e aumentando o desemprego.
A terceira lei é a do lucro decadente. A medida em que o capital se acumula, o seu retorno se declina, o que diminiu o incentivo para investir. Com o investimento em tecnologia e o aumento do desemprego, a taxa de mais valia tende a diminuir, reduzindo o retorno do lucro para as mãos da burguesia. O resultado seria a estagnação econômica, e o empobrecimento do proletariado.
Todas essas leis levariam então à rebelião do proletariado para destruir o sistema capitalista.
Enquanto Marx, escreveu a sua teoria no final do século XIX, Lenin a aprofundou, adequando-a ao cenário do Pós–Primeira Guerra. Lenin fez uma análise a partir da visão internacional, analisando o sistema de Estados. Assim, o autor afirmava a economia capitalista leva ao desenvolvimento mundial, porém de uma maneira desigual. Os Estados crescem desigualmente econômicamente e isso acarreta em guerras, no imperialismo e em outros conflitos.
Assim Lenina adicionou uma quarta lei, às que foram escritas pro Marx anteriormente: à medida em que os países capitalistas amadurecerem, o capital for acumulado e as taxas de juros reduzirem, os capitalistas terão de buscar colônias e criar dependências que lhes sirvam de mercado, saída para investimentos e fonte de recursos. Ao competirem entre si, essas economias dividem as colônias de acordo com a sua força relativa (por isso na época a Grã-Bretanha ficou com a maior parte) porém na medida em que novas economias forem se desenvolvendo, haverá uma contestação da divisão dessas colônias, o que acarretará num conflito, justamente como o caso da Primeira Guerra Mundial. Segundo Lenin as guerras coloniais continuariam até que as colônias industriais se revoltassem contra os Estados imperialistas e o proletariado se revoltasse contra os capitalistas.
Lenin acreditava que a cooperação entre essas economias só era possível em períodos muito curtos pois como as ecomias crescem e acumulam capitais de maneira diferenciada, o que acarreta em conflitos. Além de que a contradição intrínseca do capitalismo residia na consequente luta entre as nações e não na luta de classes. O capitalismo terminaria em decorrência de uma revolta contra sua inerente belicosidade, com consequências políticas.
CRÍTICAS AS IDEOLOGIAS:
Liberalismo: As evidências geralmente apresentas para o apoio dessa teoria geralmente são extraídas de períodos históricos nos quais houve “um aumento sem paralelo da produção, população e prosperidade”. Quandoas condições da economia são difíceis, a harmonia desaparece ea consequente queda dos regimes liberais tende a conduzir ao conflito econômico, em que todos perdem.
As princiapais críticas feitas ao liberalismo são as de que as suas premissas são irrealistas (Gilpin discorda disso). Os liberais vêem a economia com uma disciplina suprema capaz de explicar toda a sociedade, permitindo que ela pratique um “imperialismo” sobre as outras disciplinas acadêmicas. Uma primeira limitação é o fato de o pensamento econômico separar a economia dos outros elementos da sociedade. Outra limitação é a tendência para não levar em conta a justiça ou a equidade dos resultados das atividades econômicas. Outra limitação da teoria liberal é a premissa de que o comércio é sempre livre. Outra limitação é o fato de sua análise ser estática.
Nacionalismo: A fraqueza do nacionalismo é acreditar que as relações econômicas internacionais são sempre exclusivamente de soma zero. Outra fraqueza é o fado de a busca pelo poder normalmente conflitar com a procura de riqueza, pelo menos no curto prazo.
Marxismo: A análise marxista é limitada porque a interdependência econômica não é o único conjunto de relações entre os Estados, nem mesmo o mais importante. A principal fraqueza do marxismo decorre do fato de não levar em conta o papel dos fatores políticos e estratégicos nas RI. Além disso, Lenin errou ao afirmar que a força motriz do imperialismo residia no funcionamento interno do sistema capitalisa, na verdade os conflitos políticos e estratégicos eram mais importantes.
TRÊS DESAFIOS A UMA ECONOMIA MUNDIAL DE MERCADO: 
	O processo de desenvolvimento desigual: Há duas explicações fundamentais para o fato de o crescimento desigual tender ao conflito político. 1)Os marxistas localizam as fontes desse conflito na necessidade das economias capitalistas de exportar o seu excesso de capital e produção, envolvendo-se em conquistas imperialistas. 2) O realismo sustenta que em um sistema internacional anárquico o conflito entre os Estados a respeito de recursos econômicos é endêmico.
	O autor defende a tese do realismo pois, o processo de crescimento desigual estimula o conflito político porque prejudica o status quo políticointernacional. Uma alteração nas atividades econômicas muda a distribuição de riqueza e de poder acentuando o conflito entre os Estados em ascensão e os declinantes.
	As economias de mercado e a política externa: Outra crítica à economia capitalista coonsiste na alegação de que ela tende a seguir uma política externa agressiva. Os liberais acreditam que esse mercado seja pacífico e possibilita a cooperação, enquanto que os nacionalistas o vêem como mais uma arena para buscar os seus interesses. Segundo os nacionalistas e marxistas, a interdependência internacional é um fator de conflito e insegurança, que cria relações de dependência assimétrica. Logo o comércio torna-se uma fonte de expansão do poder exercido pelos fortes sobre os fracos. 
	O registro histórico não permite afirmar nenhuma das posições, de que a economia de mercado possibilita a cooperação ou conflito. O comércio e as demais atividades econômicas não são em si mesmas críticas para provocar relações internacionais cooperativas ou conflitivas. De modo geral, o caráter das relações internacionais e a questão de paz e guerra são determinados primordialmente pelas configurações mais amplas do poder e do interesse estratégico entre as grandes e pequenas potências.
	O significado do capitalismo do bem-estar social: O terceiro problema da economia capitalista tem a ver com a sua capacidade de se reformar. Lenin não acreditava numa possível transição pacífica do capitalismo para o socialismo, porém, o que conhecemos atualmente com o Estado de bem-estar social se aproxima bastante das três leis marxistas sobre o capitalismo, satisfazendo a maioria das exigências de Lenin para um capitalismo reformado, que garantisse o pleno emprego e o bem-estar econômico. Mesmo com o welfare state, o capitalismo ainda possui muitos problemas, passando por crise e inclusive com um futuro incerto.
Keohane (parte I cap 1, 2 e 3)
A cooperação internacional entre os países industrializados avançados, desde do término da IIGM tem sido muito mais extensiva do que a cooperação internacional entre os principais Estados, em qualquer período comparado da história
Pressupostos e premissas realistas a respeito da cooperação como dominantes a época:
Realismo:
Política internacional entendida com um constante estado de guerra
Waltz: conflito inerente ao sistema anárquico, cada Estado é seu próprio juiz, e perante a ausência de uma instância superior de autoridade, são livres para utilizar a força, como recurso a atender seus interesses
Poder como elemento central nas RI
Lógica do ‘’self-help’’ e de equilíbrio de poder
Excesso de otimismo no papel das ideias na política internacional e de como estas poderiam afetar o comportamento dos atores internacionais a aprenderem as ‘’lições corretas’’ de comportamento
Ênfase exagerada no papel da interdependência, como mitigadora dos efeitos da anarquia e, por consequência, do equilíbrio de poder e da lógica dos ganhos relativos entre os Estados no sistema internacional
Apesar das críticas à Keohane, os autores institucionalistas contribuíram de forma significativa, ao afirmar que as instituições influenciam no comportamento dos Estados, na medida em que, criam expectativas de comportamentos.
Estudo de caso: tanto institucionalistas, como realistas, encontravam elementos nos arranjos institucionais internacionais firmados pós 1945, elementos que corroboravam suas premissas teóricas
Economia Política Mundial: interação recíproca e dinâmica nas relações internacionais da busca da riqueza e da busca do poder.
Riqueza ↔ Poder
Barganha
Riqueza: como o "meio de querer satisfação" ou qualquer coisa que produza utilidade, seja na forma de investimento ou consumo.
Busca da riqueza: refere-se à busca de meios comercializáveis de satisfação de desejos, sejam estes para serem usados para investimento ou consumidos por seus possuidores
Poder: o controle do homem sobre as mentes e ações de outros homens. Refere-se a uma relação causal e varia de acordo com o contexto em que é exercido não existe uma única hierarquia de poder nas relações internacionais.
Política ↔ Economia
Modelos Explicativos de Comportamento:
O poder é uma condição necessária para a abundância e vice-versa.
No curto prazo, existem trade-offs entre a busca do poder e a busca da riqueza.
Interesses de Poder / Riqueza a longo prazo.
Economia Política Mundial: analisar a cooperação menos como um esforço para implementar ideais e mais como meio de atingir objetivos econômicos e políticos egoístas.
Tipos de análise:
Unit level ou inside-out
Coloca o próprio ator como responsável pelo seu comportamento
Limitações: 
A análise causal é dificultada por causa da aparente importância de fatores idiossincráticos, variando da personalidade de um líder às peculiaridades das instituições de um determinado país.
O contexto no qual as ações são praticadas é ignorado. 
Sistêmica ou outside-in
Fundamenta o comportamento do Estado na estrutura e conjuntura do sistema internacional como um todo
Baseada na Teoria de Firmas da microeconomia
Variáveis: mudanças no sistema
Constantes: racionalidade e egoísmo
Racionalidade: significa que as preferências consistentes e ordenadas, e que calculam custos e benefícios de cursos alternativos de ação a fim de maximizar sua utilidade em vista dessas preferências. 
O egoísmo: significa que os atores tomam decisões pensando no que é melhor para si, e quando resolve cooperar o faz pensando nos próprios ganhos.
Falha: 
Nem sempre os atores são egoístas e racionais
Se as constantes forem ignoradas análise se torna unit level
Limitações:
Não prevê a busca dos Estados por riqueza e poder
Falha quando há vários cursos de ação
Ex: Oligopólios e competição monopolista
Êxito quando há apenas um curso de ação ou apenas um ator
Ex: Puro monopólio ou competição perfeita
Determinismo situacional
Influências domésticas são irrelevantes
Atores são independentes
Não há competição de poder
Keohane e análise sistêmica: 
Objeto de análise e principal ator: Estados
Teoria sistêmica com apoio da unit level
Pressuposto: o comportamento dos atores decorre dos incentivos do sistema
Deve-se analisar:
Distribuição de poder e de riqueza
O contexto institucional
Influências domésticas
Ao supor as constantes egoísmo e a racionalidade:
As premissas são simples e claras
Os estímulos do sistema são mais relevantes que os domésticos
Deve-se assumir a importâncias dos regimes internacionais
O interesse de Keohane tanto na estrutura do poder mundial quanto nas instituições e práticas concebidas por seres humanos reflete uma preocupação com restrições e escolhas na política mundial
Princípios da teoria da estabilidade hegemônica de acordo com conceitos realistas:
A ordem na política mundial é criada por um único poder dominante (a formação de regimes internacionais normalmente depende da hegemonia)
A manutenção da ordem requer uma hegemonia continuada (a cooperação depende da perpetuação da hegemonia).
Problemas apresentados por Keohane:
Há poucas razões pra se acreditar que a hegemonia é uma condição necessária/suficiente para o surgimento de relações cooperativas
A cooperação não necessariamente exige que um líder hegemônico exista
Cooperação pós-hegemônica
Somente o poder concentrado não é suficiente para criar uma ordem econômica internacional estável na qual a cooperação floresce
A teoria da estabilidade hegemônica aplicada em EPI: preponderância de recursos materiais:
Recursos que Estados hegemônicos precisam ter sob controle:
Matéria-prima (ex: influência sobre outros Estados na obtenção de petróleo)
Fontes de capital
Sobre o mercado (ajuda na obtenção de empréstimos baratos e no fornecimento ou negação de crédito a outros Estados e o equipa com poderes econômicos, tais como barreiras alfandegárias)
Vantagens competitivas na produção de bens supervalorizados
Hegemonia é uma situação em que um Estado é poderoso o suficiente para manter as regras que regem as relações de interesse
Grã-Bretanha (1870-1938);Estados Unidos (1950-1977)
Poder militar: Um estado hegemônico deve possuir poder militar suficiente para proteger a economia política internacional
Isso é essencial porque as questões econômicas, se forem cruciais o bastante para os valores nacionais básicos, também podem se tornar questões de segurança militar.
No entanto, o poder hegemônico não precisa ser militarmente dominante em todo o mundo:
É suficiente se o país economicamente preponderante tiver capacidade militar suficiente para evitar incursões hostis às áreas importantes de sua atividade econômica.
Atualmente é muito difícil o hegemona usar seu poder militar
Aliados podem passar a questionar a aliança entre eles
As mudanças nas relações de poder militar não foram os principais fatores que afetaram os padrões de cooperação e discórdia entre os países industrializados avançados desde o final da Segunda Guerra Mundial.
As mudanças no poder econômico foram as principais causas de mudanças da conjuntura internacional
Keohane não busca explicar a fonte da hegemonia mas sim os efeitos das mudanças na hegemonia na cooperação entre os países industrializados avançados. 
Hegemonia para marxistas
Para os marxistas as forças fundamentais que afetam a EPI são as da luta de classes
Para eles, é fútil discutir a hegemonia sem compreender o sistema mundial contemporâneo, dentro de um contexto capitalista
Para os marxistas, as teorias da hegemonia são necessariamente parciais, pois não explicam as mudanças nas contradições do capitalismo
Qualquer "crise de hegemonia" seria necessariamente ao mesmo tempo - e mais fundamentalmente - uma crise do capitalismo
Marxistas usam o conceito de hegemonia apenas sob a ótica do capitalismo
Para eles riqueza e poder são complementares e dependem um do outro
A questão-chave deste livro: como a cooperação internacional pode ser mantida entre os estados capitalistas avançados na ausência da hegemonia americana
Para Keohane: os interesses comuns dos principais estados capitalistas, reforçados pelos efeitos dos regimes internacionais existentes (em sua maioria criados durante um período de hegemonia), são fortes o suficiente para manter a cooperação
Uma estrutura hegemônica da ordem mundial é aquela em que o poder assume uma forma primordialmente consensual, distinta de uma ordem não hegemônica na qual existem poderes manifestamente rivais e nenhum poder foi capaz de estabelecer a legitimidade de sua dominância.
Conclusão: 
A hegemonia está relacionada de formas complexas à cooperação e a instituições como os regimes internacionais. 
A liderança hegemônica bem-sucedida depende de uma certa forma de cooperação assimétrica. 
O hegemona desempenha um papel distinto, fornecendo aos seus parceiros liderança em troca de deferência; mas, ao contrário de um poder imperial, não pode fazer e aplicar regras sem um certo grau de consentimento de outros estados soberanos. 
O predomínio material por si só não garante estabilidade nem liderança efetiva
O hegemona pode ter que investir recursos em instituições para assegurar que suas regras preferidas guiem o comportamento de outros países.
A hegemonia e a cooperação possuem relações simbióticas: a cooperação pode ser fomentada pela hegemonia, e os hegemona exigem cooperação para fazer e aplicar regras. 
Deve levar em conta os fatos de que a coerção é sempre possível na política mundial e que os conflitos de interesse nunca desaparecem mesmo quando há interesses compartilhados importantes
Cooperação deve ser definida não como a ausência de conflito
Kindlebergen - Explanation of the 1929 Depression
http://www.olivialau.org/ir/archive/kin5.pdf
Teve um alcance dramático, profundo, amplo e de longa duração porque o sistema econômico internacional tornou-se instável graças aos britânicos e incapacidade/falta de vontade dos EUA de assumir a responsabilidade de estabilizá-lo.
Esta seria apenas uma explicação e não "a" explicação
A unidade responsável (ou hegemona) teria que cumprir as seguintes funções: 
Manter um mercado relativamente aberto para produtos de emergência: a hegemona deve manter a importação mercado aberto em períodos de crise
Fornecer empréstimos contra cíclicos, ou pelo menos estáveis, a longo prazo: a hegemona deve estabilizar o sistema; quando há um período de recessão deve-se esperar investimento (empréstimo) do exterior, então quando há o período de expansão, eles também buscam investimento no exterior. O problema que surgiu nos anos 30 vem em parte do fato de que os EUA reduziram os empréstimos e as importações, o que desequilibrou o sistema.
Policiamento do Sistema Estável de Taxas de Câmbio: no século XIX, a taxa de câmbio era estável porque era fixada ao Padrão Ouro. Nos anos 30, houve uma desvalorização competitiva das moedas nacionais que visavam aumentar as exportações, a resposta a essa corrida chegou ao fundo em 1944 e no Acordo de Bretton Woods.
Assegurar a Coordenação de Políticas Macroeconômicas: os países devem evitar políticas monetárias conduzidas para fins domésticos (ex: esterilização de ouro pelos EUA e França).
Atuando como emprestador do último recurso: descontando ou fornecendo liquidez em situações de crise financeira
De acordo com Kindleberger, se essas cinco funções forem cumpridas por um único país, o sistema econômico internacional seria capaz de se ajustar a uma crise como a de 1929.
Argumenta dando o exemplo da Grã-Bretanha antes da IGM e depois referindo-se ao declínio da hegemonia britânica e a falta de liderança dos EUA:
2) A Grã-Bretanha cumpriu essas funções depois de 1873, quando estava em declínio. O ato da tarifa de Smoot-Hawley de 1930 contrasta essa ação, foi concedido empréstimos contra cíclicos no século 19 e estes ajudaram a estabilizar o sistema.
3) No século 19 as taxas de câmbio foram estáveis ​​porque o padrão ouro foi internalizado, a inflação da IGM as taxas de câmbio foram restauradas sem subsídio para mudanças estruturais que ocorreram. Os diferenciais subjacentes enfatizam o sistema. Daí políticas como desvalorizações competitivas ocorreram
4) Políticas macroeconômicas foram coordenadas quase automaticamente sob o padrão ouro no século XIX. No período entre guerras, graças aos EUA e a França o sistema padrão ouro quebrou. As políticas monetárias eram descoordenadas e conduzidas para fins domésticos
5) Emprestador do último recurso no nível internacional, Grã-Bretanha emprestava sozinha para a Áustria em 1931, então ficou de lado quando os EUA e a França emprestaram à Alemanha tempos depois
Não ficou claro até 1931 que a Grã-Bretanha não poderia mais liderar, em 1933, a Grã-Bretanha se afastou da liderança, cultivando a liberdade de administrar a libra esterlina. A Grã-Bretanha deixou para os EUA a elaboração de um programa mundial.
Falta de interesse dos EUA, tinham leve interesse em um papel de liderança, mas o sentimento isolacionista era dominante. Desconfiavam também da Grã-Bretanha nas negociações internacionais.
Cooperação entre Grã-Bretanha-EUA: liderança cooperativa dificultada pelo dilema do prisioneiro
Pequenos países e França: países pequenos não podiam afetar os grandes resultados, logo começaram a proteger seu interesse nacional privado, o que contribuiu para a deflação mundial
Chang – Chutando a Escada
O principal motor para que países atingissem a categoria de desenvolvidos foi o desenvolvimento industrial, no entanto, mas para instalarem essa indústria nascente foi necessária uma forte intervenção estatal e altas práticas protecionistas e nacionalistas, fatores que vão totalmente contra a proposta liberal que sustentam atualmente. 
Políticas de ICT (políticas industrial, comercial e tecnológica), segundo Chang separam os países bem-sucedidos, em termos de desenvolvimento econômico, dos outros países, mas também não nega a importância de outras políticas
Países desenvolvidos não alcançariam sua atual posição caso seguissem as práticas que hoje recomendam, pois esses visam a não concorrência. Muitos deles, ao longo de sua trajetóriade desenvolvimento, recorreram a políticas comerciais e industriais protecionistas, além disso, antes de se tornarem países desenvolvidos, possuíam poucas das instituições que agora recomendam aos países em desenvolvimento. Portanto, países desenvolvidos pregam políticas ortodoxas, estariam hoje “chutando a escada” para que os países em desenvolvimento não consigam seguir os mesmos caminhos trilhados por eles para se desenvolver.	De 1820 até 1931, os EUA e alguns outros países hoje desenvolvidos adotaram políticas altamente protecionistas para defender a sua indústria nascente, mas eles alegam que fizeram o contrário, que liberalizaram seus mercados. 
Estados Unidos é considerada a pátria mãe do protecionismo moderno, e utilizava dessa ferramenta como fonte para o desenvolvimento industrial do Norte, suportando a ideia da proteção à indústria do sistema americano, foi o período de maior crescimento da nação. 
Um dos exemplos do protecionismo americano encontra-se na Guerra Civil, além da escravidão, o outro estopim do conflito foi o embate entre o protecionismo da União, que representava as indústrias do norte, e o liberalismo da Confederação, representando os interesses agrícolas dos sul. Abraham Lincoln teria sido eleito a partir do voto decisivo dos estados protecionistas. A vitória dos estados do norte na Guerra Civil transformou os Estados Unidos num dos mais praticantes da proteção à indústria infante até a IGM. Esse sistema só foi superado após a IIGM, quando o país atingiu supremacia econômica, abrindo-se para o livre comércio, no entanto, ainda sofre intervenções estatais indiretas.
Grã-Bretanha teve forte impulso da indústria têxtil, trazendo para o país recursos para aumentar a industrialização. Foi um dos estados pioneiros da Revolução Industrial até conseguir atingir a liderança comercial internacional. Após atingir essa supremacia, A Inglaterra reduziu as tarifas protecionistas abrindo-se completamente ao livre-comércio em 1860, no entanto, em 1932 novas tarifas foram implantadas, tornando o protecionismo, na visão do autor, algo necessário para regulação econômica.
Polanyi 
Cap1 
Análise sobre um período histórico de 100 anos que foi em que foi de modo geral estabelecido um ambiente de paz
Aspectos institucionais próprios da civilização do século XIX podem ajudar a explicar os motivos da paz
As civilizações resultam da interação de um grande número de fatores independentes, os quais, não se reduzem a instituições circunscritas
Ao traçar o mecanismo institucional da queda de uma civilização, estamos ajustando nosso objetivo à extrema singularidade do assunto, portanto a civilização do século XIX foi única porque ela se centralizou num mecanismo institucional definido
Para Polanyi a civilização do século XIX estava fundada em quatro instituições: 
O sistema de equilíbrio de poder,
Padrão internacional do ouro: mecanismo institucional adotado pelos países para limitar as flutuações da moeda
Mercado auto regulável (a fonte e matriz do sistema) 
Estado liberal
O sistema de equilíbrio de poder não poderia assegurar a paz, uma vez fracassada a economia mundial
Ações conjuntas para manutenção da paz por parte das grandes potências, em um ambiente onde havia um certo equilíbrio de poder. Destaca o papel da Santa Aliança e do Concerto da Europa, agrupamentos de estados soberanos independentes e, portanto, sujeitos ao equilíbrio-de-poder e seu mecanismo de guerra, enquanto entidades atuantes e que representavam os interesses das potencias europeias para o processo de paz.
Paz como um subproduto bem-vindo do sistema de poder, entende que esta foi mantida por um instrumental social, a “haute finance”
Haunte finance: instituição sui generis, funcionou como o elo principal entre a organização política e a econômica do mundo. Forneceu instrumentos para um sistema internacional de paz, que foi elabora o com a ajuda das Potências, mas que essas mesmas potências não poderiam ter estabelecido ou mantido. Enquanto o Concerto da Europa atuava apenas durante intervalos, a haute finance funcionava como agência permanente, do tipo elástico. Não foi instituída como instrumento de paz; essa função lhe foi atribuída por acidente, seu objetivo era o lucro e para atingi-lo era necessário um bom relacionamento com os governos cujo objetivo era o poder e a conquista
A paz estava relacionada aos interesses das finanças internacionais, onde o sistema de financiamento e de crédito, de caráter mundial/supranacional, tinha total interesse na manutenção da paz para salvaguardar seus negócios.
Uma guerra generalizada poderia significar instabilidade em relação aos preços das moedas (taxa de câmbio) e perdas por parte dos investidores e nações que tinham seus títulos financiados pelo sistema de finanças internacional
O sistema de empréstimos e financiamento (público e privado), o comércio internacional dependia da haute finance, requerendo um ambiente de paz para salvaguardar seus negócios. O sistema de equilibro-de-poder não podia garantir a paz por si própria, foi conseguida pela finança internacional, cuja existência incorporava o princípio de uma nova dependência do comércio à paz NA FALTA DE CAMBIOS ESTAVEIS E LIBERDADE DE COMERCIO, GOVERNOS VIAM A PAZ COMO INTERESSE MENOR PELA QUAL LUTARIAM ENQT NÃO AFETASSE O INTERESSE MAIOR
Haute finance, foi o elo entre a organização política e a econômica da vida internacional. A organização da paz repousava sobre a organização econômica, pois o sistema econômico (finanças internacionais e comércio) necessitavam da paz para funcionar e manter os lucros, logo o equilíbrio-de-poder era organizado para servi-lo. Logo, se fosse retirado esse sistema econômico, o interesse pela paz desapareceria da política
O equilíbrio-de-poder (como sistema) chegara a seu final com a ambição por novos mercados, a rivalidade colonial e ascensão de dois grupos de poder, com o declínio do Concerto da Europa (entidade que aglutinava os interesses das potencias europeias. A bipolarização não garantia que uma terceira força pudesse atuar em um dos polos para garantira a paz. Neste novo contexto, Polanyi destaca que a habilidade da haute finance em garantir a paz foi reduzida. Nesse novo contexto, era uma questão de tempo para que “a dissolução da organização econômica do século XIX terminasse com a Paz dos Cem Anos. 
A paz repousada no equilíbrio de poder e no sistema financeiro internacional (organização econômica) que era artificial 
Cap 2
A tentativa utópica do liberalismo de estabelecer um sistema de mercado auto regulável foi um mecanismo que conduziu a Europa ao seu destino de guerras da época de 1944
Houve uma desintegração da economia mundial na virada do século XIX para o século XX, cujos padrões se tentou resgatar/manter na década de 1920 (por isso chamada pelo autor de década “conservadora”), seguida do colapso do padrão-ouro internacional, que, finalmente, acarretou na transformação de toda uma civilização na década de 1930 (década revolucionária). Premissa da função política do sistema monetário internacional RESUMO DO CAP
O responsável pela tensão política que explodiu em 1914 foi a dissolução do sistema econômico mundial que se arrastava desde 1900. A primeira guerra e os tratados posteriores agravaram as causas da tensão e aumentaram ainda mais os obstáculos políticos e econômicos para a paz
Do ponto de vista político, os tratados incluíam uma contradição fatal: o desarmamento unilateral das nações derrotadas, eles impediam qualquer reconstrução do sistema de equilíbrio-de-poder, uma vez que o poder é requisito indispensável para um tal sistema”
A restauração do sistema de equilíbrio-de-poder estava fora do alcance já que a Europa não tinha, na ocasião, qualquer sistema político. Logo não é de admirar que a volta ao sistema do século XIX parecesse o único caminho a seguir. 
O projeto absurdo do desarmamento permanente dos países derrotados impossibilitava qualquer solução construtiva. A única alternativa para essa situação desastrosa era estabelecer umaordem internacional de um poder organizado que transcendesse a soberania nacional. Uma tal perspectiva que estava fora de cogitação já que nenhum país da Europa nem dos EUA se submeteria a tal sistema.
Do ponto de vista econômico, pressionava-se pela restauração da economia mundial como pré-requisito para a paz. Segundo o autor, “mesmo um sistema de equilíbrio-de-poder restabelecido com sucesso só trabalharia pela paz se fosse restaurado o sistema monetário internacional”. 
Cita Woodrow Wilson como o primeiro dos estadistas da época a compreender a interdependência entre a paz e o comércio e a importância da garantia de ambos, dizendo também que “Não admirava que a Liga lutasse para reconstruir a moeda internacional e a organização do crédito como a única salvaguarda possível da paz entre os estados soberanos”
Contrário ao que afirmavam os padrões daquele século que viam o pós-guerra como era revolucionária, observava-se ao contrário. Tinham o pensamento que a paz e prosperidade só seriam restauradas se o sistema pré-1914 fosse reimplementado 
Essa volta ao passado fracassou, fazendo surgir a transformação da década de 1930, daí, elementos inteiramente novos penetraram no padrão da história ocidental. Seus marcos foram o abandono do padrão-ouro pela Grã-Bretanha, os Planos Quinqüenais na Rússia, o lançamento do New Deal, a Revolução Nacional-Socialista na Alemanha, o colapso da Liga em favor de impérios autárquicos.
No final da guerra os ideais do século XIX eram predominantes e sua influência dominou a década seguinte, em 1940 havia desaparecido qualquer vestígio do sistema internacional e as nações viviam uma conjuntura internacional inteiramente nova.
Resgatando seu argumento principal, afirma que a causa da crise foi o colapso do sistema econômico internacional que desde a virada do sec. 20 funcionava precariamente (guerra e tratados finalmente o destruíram). Isso se tornou aparente em 1920, onde nações encontraram dificuldades em manter suas moedas estáveis e a crise não chegava a lugar algum, foi nesse período que estudiosos começaram a agrupar países de acordo com seu grau de aderência a moeda estável
A classe média estava empobrecendo e a elite continuava cada vez mais rica. Começo a fuga de capitais que desempenhou um papel vital na queda de governos e no desenvolvimento do fascismo na Alemanha em 1930
A moeda tornou-se o pivô da política nacional e sob uma economia monetária moderna, ninguém podia deixar de experimentar, o encolhimento ou a expansão desse bastão financeiro
A crença no padrão-ouro tornou-se a religião daquele tempo, unia de capitalistas a socialistas. Durante mais de uma década, a restauração do padrão-ouro havia sido o símbolo da solidariedade mundial, afim de atingir as precondições políticas necessárias a moedas estáveis. Entretanto, tal esforço fracassou, culminando com o crack de 1929. Foi quando o padrão ouro caiu. A América em um gesto instintivo de libertação, abandonou o padrão-ouro em 1933, desaparecendo o último vestígio da economia mundial tradicional. Embora muito pouca gente pudesse discernir naquela época o significado mais profundo do acontecimento, a história imediatamente reverteu a sua tendência
Segundo Polanyi, a quebra do padrão-ouro acarretou na destruição completa das instituições da sociedade do século XIX em grande parte do mundo, e em todos os lugares essas instituições foram modificadas e reformuladas além de todo o reconhecimento. 
Em muitos países o estado liberal foi substituído por ditaduras totalitárias, como na Alemanha e Itália, e a instituição central do século (produção baseada em mercados livres), foi substituída por novas formas de economia. Enquanto grandes nações reconstruíram o próprio molde do seu pensamento e se lançavam à guerra para escravizar o mundo em nome de concepções até então desconhecidas sobre a natureza do universo, nações ainda maiores corriam em defesa da liberdade
O autor retoma assim a sua tese, as origens do cataclisma repousam na tentativa utópica do liberalismo de estabelecer um sistema de mercado auto regulável., o equilíbrio-de-poder, o padrão-ouro e o estado liberal, elementos fundamentais da civilização do século XIX, foram modelados pelo o mercado auto regulável
A peculiaridade da civilização foi o e dela se basear em fundamentos econômicos. Apesar das sociedades serem limitadas por fatores econômicos, somente a civilização do século XIX foi econômica em um sentido diferente, pois ela escolheu basear-se num motivo muito desconhecido como válido na história das sociedades humanas e nunca antes elevado ao nível de uma justificativa de ação e comportamento na vida cotidiana, a saber, o lucro
Wallerstein 
Conceito teoria mundo e 8 pontos
https://iberoamericasocial.com/immanuel-wallerstein-e-o-sistema-mundo-uma-teoria-ainda-atual/
A partir do conceito de divisão internacional do trabalho produzido pela estrutura capitalista Wallerstein diz que o componente central da estrutura internacional resulta na divisão do mundo em três estamentos hierárquicos: centro, periferia e semiperiferia. Países ocupam uma função na ordem produtiva capitalista, sendo que os países:
Centrais com a produção de alto valor agregado
Periféricos: fabricando bens de baixo valor e fornecem commodities e matérias-primas para a produção de alto valor dos países centrais 
Semiperiferia que se comportam como centro para a periferia, ora como periferia para os Estados centrais, tendo um papel intermediário. 
Esse padrão de troca desigual cria uma relação de dependência entre os países periféricos e os do centro, acentuando a diferença econômica e fazendo com que os Estados periféricos se tornem dependentes de empréstimos e de ajuda financeira e humanitária dos países centrais. Neste quesito, a Teoria do Sistema Mundo (TSM) se aproxima da Teoria da Dependência, em que ocorre a criação de uma relação estrutural de dependência.
Três pilares essenciais para o estabelecimento de uma economia-mundo capitalista: 
Uma expansão com a dimensão geográfica do mundo
Desenvolvimento de métodos diferenciados de controle do trabalho para diferentes produtos e diferentes zonas da economia-mundo
Criação de aparelhos de Estado relativamente fortes naqueles que viriam a tornar-se os estados centrais desta economia-mundo capitalista
a) O sistema-mundo moderno é uma economia mundial capitalista, ou seja, é governado pelo impulso da acumulação interminável de capital, às vezes chamada de lei do valor. 
b) Esse sistema mundial surgiu no decorrer do século XVI, e sua divisão original do trabalho incluiu em seus limites grande parte da Europa (exceto Impérios Russo ou Otomano) e partes da América
c) Expandiu-se ao longo dos séculos, incorporando outras partes do mundo na sua divisão do trabalho.
d) O Leste da Ásia foi a última grande região a ser incorporada, e isso ocorreu apenas no meio do século XIX, no entanto, o sistema mundial moderno poderia ter se tornado verdadeiramente de âmbito mundial, o primeiro sistema mundial a incluir o mundo inteiro. 
e) O sistema mundial capitalista é constituído por uma economia mundial dominada por relações núcleo-periféricas e por uma estrutura política constituída por estados soberanos no âmbito de um sistema interestatal. 
f) As contradições fundamentais do sistema capitalista foram expressas dentro da sistêmica processo por uma série de ritmos cíclicos, que serviram para conter essas contradições.
g) Os dois ritmos cíclicos mais importantes são os ciclos de Kondratieff de 50-60 anos, em que as fontes primárias de lucro se alternam entre a esfera da produção e a arena financeira, e os ciclos hegemônicos de 100 a 150 anos que consistem na ascensão e declínio das sucessivas fiadores da ordem global, cada um com seu padrão particular de controle.
h) Os ritmos cíclicos resultaram em mudanças geográficas regulares mas lentas, mas significativas nos locais
acumulação e poder, sem no entanto alterar as relações fundamentais de desigualdade dentro do sistema.
i) Esses ciclosnunca foram perfeitamente simétricos, mas cada novo ciclo trouxe pequenas mudanças estruturais significativas em determinadas direções que constituem as tendências seculares do sistema. 
j) O sistema mundial moderno, como todos os sistemas, é de duração finita e chegará ao fim quando as tendências seculares atingem um ponto tal que as flutuações do sistema se tornam suficientemente amplas e erráticas que eles não podem mais garantir a viabilidade renovada das instituições do sistema. Quando este ponto é alcançado, ocorrerá uma bifurcação e, por meio de um período de transição (caótica), o sistema passará a ser substituído por um ou vários outros sistemas.

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