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DIREITO PENAL 1 APLICAÇÃO DA PENA – aula 3 e 4. SISTEMA TRIFÁSICO DE DOSIMETRIA DA PENA 1ª fase -> extração da pena base: circunstâncias judiciais do artigo 59, do CP. O juiz parte do mínimo legal. E as circunstâncias interferem na pena de acordo com o arbítrio do mesmo. Os limites não podem ser ultrapassados. São 8 circunstâncias judiciais que se dividem em subjetivas: culpabilidade, conduta social, personalidade, antecedentes; e as circunstâncias objetivas de menor grau de importância, quais sejam: motivos, circunstâncias, conseqüências do crime e comportamento da vitima. 2ª fase -> extração da pena provisória. Analisam-se as agravantes e atenuantes. A interferência também depende do arbítrio do juiz e mais uma vez os limites não podem ser ultrapassados. Incidem cumulativamente sobre a pena base. As agravantes são taxativamente previstas nos artigos 61 e 62, ambas do CP. Ao passo que as atenuantes são exemplificativas, consoante artigos 65, e 66 que comporta as atenuantes inominadas, também do CP. 3ª fase -> extração da pena definitiva. Aplicam-se as causas gerais e especiais de aumento ou diminuição da pena: majorantes e minorantes. Exceção do Artigo 68, parágrafo único, do CP: No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. Jurisprudência atribuiu um dever, ao contrário da faculdade prevista no artigo supracitado. Por outro lado, entende que a menor majorante e a menor minorante são utilizadas como circunstância do crime, influenciando na dosimetria da pena base. Ex: Calúnia, art. 138, do CP + majorante especial de 1/3 (artigo 141, inciso II, do CP) + majorante especial em dobro (artigo 141, par. único, do CP). Fixada a pena base em 1 ano (utilizou a majorante especial de menor valor, de modo que a pena ficasse acima do mínimo DIREITO PENAL 2 legal). Na segunda fase, mantém-se a pena. Por fim, na terceira fase, passa-se a pena para 2 anos, utilizando a majorante mais grave. Nos outros casos de majorantes em dobro, aplicam-se as duas, por exemplo: majorante especial + majorante geral; minorante geral+ minorante especial; majorante geral 1 + majorante geral 2, etc. CONCURSO DE CRIMES Concurso material: quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, as penas devem ser somadas. Trata-se de hipótese residual, ou seja, se não se tratar concurso formal ou continuado. Assim como todas as formas de concurso, o concurso material pode ser considerado em homogêneo ou heterogênio. Concurso formal: uma só ação, ou omissão, pratica dois ou mais crimes - art. 70, §1º (majorante geral). Crime continuado: realiza duas ou mais infrações penais que por ficção jurídica, serão consideradas uma só - artigo 71, do CP (majorante geral). No caso de subsistência das duas últimas, aplica-se somente a majorante do crime continuado, em razão da ficção jurídica do crime único. MINORANTE DA TENTATIVA A minorante da tentativa deverá ser a última a ser utilizada, no teor artigo 14, parágrafo único, do CP: salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços). Ex: crime com pena de 6 – 10 . Min 1: -1/2 Min 2: tentativa : -1/3 a 2/3 Observação I: Pena privativa de liberdade (sistema trifásico) ou pena de multa (sistema bifásico). Após determinar a pena, fixar o regime inicial do seu cumprimento. Por último, substituir a pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos ou pena de multa. Observação II: 3 fatores que influenciam da fixação do regime 1. Quantidade de pena + reincidência DIREITO PENAL 3 > 8 anos -> regime fechado (deverá) > 4 anos até 8 anos e o réu não for reincidente -> SA (poderá) Até 4 anos e o réu não for reincidente -> aberto (poderá) 2. Natureza da pena Reclusão: F, SA, A Detenção: SA, A 3. Circunstâncias judiciais do artigo 59. Observação III: o segundo fator limita o primeiro e o terceiro fator é usado quando houver dois ou mais regimes possíveis para desempatar. Exemplo: Réu condenado a 7 anos de reclusão e não é reincidente -> F ou SA Réu condenado a 7 anos de reclusão e é reincidente -> F Réu condenado a 7 anos de detenção e não é reincidente -> SA Réu condenação a 7 anos de detenção e é reincidente -> SA Se a 9 anos de reclusão e não é reincidente -> F Se a 9 anos de reclusão e é reincidente -> F Se a 9 anos de detenção e não é reincidente -> SA Se a 9 anos de detenção e é reincidente -> SA Réu condenado a 3 anos de reclusão e não é R -> A, ou SA, ou F (deverá trabalhar com as circunstâncias para desempatar). Réu condenado a 3 anos de reclusão e é reincidente -> F ou SA Réu condenado a 3 anos de detenção e não é reincidente -> A ou SA Réu condenado a 3 anos de detenção e é reincidente -> A, ou AS, ou F REINCIDÊNCIA É a prática de novo crime após o trânsito em julgado da sentença condenatória por crime anterior. Crime declarado em sentença penal condenatória após trânsito em julgado da sentença condenatória por crime anterior. A reincidência cria seus efeitos se declarado o novo crime na sentença transitada em julgado. 1 Lei de contravenções penais em seu artigo 7º (reincidência) e artigo 63 da LEP Processo 1 Processo 2 DIREITO PENAL 4 SETJ Crime - crime -> reincidente Crime - contravenção -> reincidente Contravenção – crime -> não reincidente 2 Prescrição da pretensão punitiva retroativa/ prescrição da pretensão punitiva intercorrente – crime -> não reincidente, pois a prescrição apaga o que esta na sentença. Lembrar que estas duas prescrições nascem da sentença. 3 Prescrição da pretensão executória – crime -> reincidente, pois a sentença continua produzindo efeitos. 4 Abolicio criminis – crime -> não reincidência, por falta de pressuposto no primeiro processo. 5 Indulto – crime -> reincidente, porque o indulto não apaga a condenação. 6 Perdão judicial – crime -> não reincidente, pois aquele é causa extintiva de punibilidade (falta pressuposto). Súmula 60/STJ. PERÍODO DEPURADOR DA REINCIDÊNCIA 1ª hipótese: sobrevém pena 2 anos, transitando em julgado a sentença. Apenado inicia a cumprir a pena em 10.10.00. Terminará de cumprir a pena em (artigo 10) 09.10.02, às 24h. A partir desta data, contam-se mais 5 anos, ou seja, 08.10.07. Se o réu tornar a delinqüir, será reincidente. A partir de 09.10.07, não será considerado reincidente. 2ª hipótese: sobrevém pena de 2 anos e multa de 10 dias multa a razão de 1 salário mínimo. Terminará de cumprir em 09.10.02. Se, porventura, termine de pagar a multa em 16.12.02, contam-se mais 5 anos desta data, ou seja, 15.12.07, às 24h. A partir de 16.12.07 não é mais reincidente. Possibilidade de suspensão da pena 3ª hipótese: sobrevém pena de sentença penal transitada em julgado em 2 anos, além do sursis, por 3 anos. Processo encontra-se na Vara de Execuções Criminais para executar o sursis (Audiência admonitória -> marca o início do período de prova do sursis). Audiência ocorreu em 10.10.00 e tem o prazo de 3 anos. Contam-se 5 anos, ou seja, 09. 10.05, às 24h. Até aqui, se cometer crime será reincidente. A partir de 10.10.05, não será reincidente. DIREITO PENAL 5 ULTIMA ETAPA Sistema progressivo – artigo 33, §2º do CP: 1. Fechado 2. Progredirá o apenado para o regime SA 3. Adquirirá eleas “saídas temporárias”, com base nos artigos 122 e ss, da LEP 4. Aberto 5. “Converte” o resto da pena privativa de liberdade em pena privativa de direitos – artigo 180 da LEP 6. Livramento condicional a. Requisitos Objetivos: Crime comum – 1/6 da pena Crime hediondo – 2/5 da pena se primário e 3/5 se reincidente, a porcentagem de 2/5 ou 3/5 só é aplicável aos crimes hediondos cometidos após a entrada em vigor da lei 114 64/2007 - Para os crimes cometidos anteriormente, vale o prazo de 1/6. b. Subjetivas: mérito – a partir de 2003 não é mais exigido exame criminológico. No entanto, é facultado ao juiz pedir de forma excepcional e motivadamente. c. Especial: Nos crimes contra a administração é a reparação do dano, isso a partir de 2003. Observação IV: Progressão-> não há queima de etapas Regressão -> há queima de etapas Fechado para semi-aberto: artigo 112 LEP cumpre ao menos 1/6 da pena; 2º do mérito a. parecer da CTC. b. se necessário, exame criminológico. Lei 10792/03 alterou redação do artigo 112: ostentar bom comportamento carcerário (por todos os itens anteriores), comprovado o atestado do administrador do estabelecimento penal, onde o sentenciado cumprir pena. O mérito do condenado não acabou. Mas só será analisado levando-se em conta o comportamento do apenado. O exame criminológico é possível ou não, só bastando o atestado? Possível com base no artigo 2 da LEP, pois juiz leva em conta toda prova em direito admitido. Progressão do semi-aberto para o aberto: continuam os requisitos anteriores, além do senso de responsabilidade e autodisciplina, bem como o exercício de uma atividade laboral - artigo 36, do CP. Artigo 117, da LEP DIREITO PENAL 6 1- maior de 70 anos regime aberto, cumpre em casa; 2- sentenciado acometido de doença grave; 3 – condenad”a” com filho -> inconstitucional, caso de desigualdade de sexo; 4- grávida. REGIMES a. 1 Fechado -> penitenciária: estabelecimento de segurança máxima ou média. b. 2 Semi aberto -> colônia penal, industrial, agrícola ou similar. São admitidas as saídas temporárias, para visitas à família, freqüências a cursos ou outras atividades de ressocialização. Tem direito a 5 saídas temporárias c. 3 Aberto e pena restritivas de direito -> ocorre a limitação de finais de semana. Cumpre a pena na casa do albergado. REGRESSÃO DE REGIME Fechado 1) praticar crime doloso; 2) praticar falta grave; 3) condenação por novo crime cuja pena, somada a que o sentenciado tiver cumprido, inviabiliza o regime em que se encontre;Ex: de faltantes 8 anos em regime Semi aberto, sobrevém pena de 10; soma 18 e volta para fechado Semi-aberto 4) frustrar os fins da execução Aberto 5) não pagar multa cumulativamente imputado, podendo fazê-lo. (não pode regredir, porque a multa pode ser executada segundo a lei Artigo 118, inciso I, da LEP: cuidar hipóteses 1 e 2 do inciso conforme segue: acontecendo uma das três primeiras, vai para o regime fechado. Se acontecer as duas últimas, o apenado vai para o semi aberto. REMIÇÃO O condenado que cumpre pena em regime fechado ou regime semi-aberto além do exercício laboral, tem direito à remição (pagou pena através do trabalho). Trata-se de um direito condicionado. O apenado que cumpre regime aberto não tem direito DIREITO PENAL 7 à remição, pois o trabalho é requisito obrigatório de tal regime. Cumpre, ainda, lembrar que a remição é concedida somente com a apresentação do atestado fornecido pelo administrador do presídio. Rebus sic stantibus -> o apenado que cometer falta grave, perderá o tempo anterior para contagem de uma futura remição. A data base inicia na data em que se praticou a falta grave (mesmo sistema do sursis). No caso de fuga, a data base inicia com a recaptura. Preso provisório que trabalha tem direito à remição? Não, pois falta titulo (SETJ). Corrente majoritário entende que é permitido devido à detração. MEDIDA DE SEGURANÇA – artigo 97, do CP. Detentiva: pena de reclusão (deverá) Restritiva: pena de detenção (poderá) Pressupostos: a. Fato típico e ilícito b. Periculosidade: presumido para o inimputável (basta o laudo dizer se é ou não); real para o semi-imputável, sendo necessário a motivação no laudo pericial. Exemplo: Na VEC o apenado recebe a GUIA. Inicia contagem dos 2 anos - artigo 176, da LEP/EUCP – nesse período é facultativo ao juiz a revogação. Depois dos 2 anos - artigo 97, §2º, do CP/EUCP – obrigatório ao juiz a revogação da medida de segurança. Revogação da MS com EU positivo: Ordem de desinternação (medida de segurança detentiva) - artigo 97, §3º, do CP Ordem de liberação (medida de segurança restritiva) Medida de segurança aplicável ao imputável, diante da superveniência de doença mental no curso da pena. Exemplo: Condenado a 10 anos em SETJ. No VEC, preso começa a cumprir a pena. Dois anos depois, apresenta uma anomalia psíquica: . Providência: encaminhado a um instituto forense para avaliação. . Resultado: (a) anomalia curável e temporária: é internado, sendo o tempo computado como pena cumprida. Após um ano hipoteticamente, volta para prisão – artigo 108, LEP. DIREITO PENAL 8 (b) tornou-se inimputável dentro do presídio. Nessa hipótese, com base no artigo 183, da LEP, o juiz substitui por pena MS detentiva. Poderá nesse caso, ficar mais tempo internado do que o tempo da condenação? Doutrina majoritária entende que deverá ser libertado se cumprir a pena imposta inicialmente, mesmo que cumprida na MS detentiva. Medida de segurança e prescrição Artigo 98, do CP cabível para o semi-imputável. Busca-se o artigo 109, do CP, com base na pena máxima in abstrato (posição majoritária).
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